Mostrando postagens com marcador cidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cidade. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de março de 2015

Economia criativa: que negócio é esse?

Josefina de Fátima Tranquilin Silva; Cleyton Boson
Iara - Revista de Moda, Cultura e Arte - Dossiê, Vol.7, Nº 1, Ano 2014


Resumo: Economia criativa, economia cultural, modernidade líquida. Estes termos são chaves para o entendimento dos discursos que tentam descrever a contemporaneidade. Para isso, precisamos entender que os novos modelos de negócio propostos pelas economias capitalistas trazem questões cruciais sobre a produção de cultura e a própria identidade cultural de uma região. Este é o desafio a que este texto se propõe. 





terça-feira, 22 de abril de 2014

Grande SP e Brasília têm os maiores custos de vida do país

Victor Martins
21/04/2014
São Paulo e Brasília disputam o posto de cidade mais cara do Brasil. Comparando o custo de vida com o restante do País, a capital paulista tem preços 9% maiores que a média nacional e a federal, 15% superiores.

Os cálculos são parte de um estudo do Banco Central (BC) que projeta que serão necessários 25 anos para a região metropolitana de São Paulo recuar para o preço médio verificado na média do País.

O Nordeste, em contraponto, tem o menor custo de vida, 14% inferior ao da média nacional. No entanto, essa diferença começa a diminuir.

Com o avanço econômico da região Nordeste nos últimos anos e a maior demanda por produtos e serviços, os preços desses itens passaram a subir, mas o processo ainda é lento: serão necessários 89 anos para que a região atinja o custo de vida médio do Brasil.

No Norte, esse prazo de convergência é ainda maior, e chega a 119 anos. O estudo do BC destaca ainda que, das cinco grandes regiões brasileiras, três estão ficando mais caras (Norte, Nordeste e Sul), uma está ficando mais barata (Sudeste) e uma está estável (Centro-Oeste), sem perspectiva de cair para a média nacional.

Para economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, os dados do Banco Central evidenciam, além das diferenças regionais de níveis de preço, que as desigualdades brasileiras persistem.

A despeito de avanços, sobretudo depois da expansão do grupo que se convencionou chamar de nova classe média, e de programas de distribuição de renda, as regiões onde são verificados os menores custos de vida ainda estão associadas com os menores salários e os piores níveis de bem estar social, com exceção do Sul.

"Essa diferença de preços se explica pelas diferenças históricas e pelo mercado de trabalho regional", afirma Vagner Alves, economista da gestora de recursos Franklin Templeton. "No caso de São Paulo, o custo da mão de obra é o que puxa os níveis de preço, assim como em Brasília."

Disparidade

Segundo a pesquisa, o maior nível de qualidade de vida está no Sul. Para Alves, isso se explica porque a região tem patamar de preços 4% menor que a média nacional e, ao mesmo tempo, baixa taxa de desemprego.

"Consequentemente o Sul também detém uma das rendas mais elevadas", observa o economista Alves. "Se comparar São Paulo com Porto Alegre, não há diferença no preço de serviços; essa disparidade pode ser observada, no entanto, nos preços de bens e nos preços administrados, segmentos nos quais a inflação paulista é maior", argumenta.

O Norte e o Nordeste, em contraponto, têm os menores níveis de bem estar, mas se aproximam gradualmente das outras áreas do País.

Para Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), houve um processo entre 2003 e 2012 no qual o custo de vida mais baixo ajudou a impulsionar a renda e o poder aquisitivo.

Na visão de Bentes, porém, esse processo perdeu força a partir de 2013. "Nas regiões mais pobres, a pressão maior vem dos preços dos alimentos", afirma ele.

Tabelas

Sérgio de Souza Carvalho Júnior, diretor do Grupo 5 sec Brasil, explica que a rede de franquias de lavanderias trabalha com quatro tabelas diferentes para que os preços se adéquem à realidade local.

"Em Alagoas o pessoal trabalha com tabela zero, a mais barata. Isso porque a concorrência lá ainda é contra a lavadeira de rio", relata Carvalho.

"A gente tem de estar antenado para respeitar as necessidades de cada micro região. Dentro da Grande São Paulo, eu tenho cinco grupos de lojas e o pessoal trabalha nas tabelas 1, 2 e 3", explica o diretor do Grupo 5àsec Brasil.

Segundo ele, a diferença de preços entre uma tabela e outra é de 12% a 15%."Varia de acordo com o poder aquisitivo da população de cada cidade e local."

Na opinião de André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), "a política de salário mínimo fez com que o consumidor, sobretudo em regiões pobres como Norte e Nordeste, incorporasse hábitos no cotidiano que passaram a estimular a inflação”.

"A gente observa, quando faz os indicadores de preço, que os custos são maiores em regiões como Sudeste e Centro-Oeste, mas os índices não mostram tão claramente, como faz essa pesquisa do Banco Central, as diferenças regionais de preço", pondera Braz.

Carestia

Um levantamento informal feito pela reportagem sobre o custo da alimentação nas proximidades de prédios do Banco Central, em diferentes regiões, ilustra os dados da pesquisa da própria entidade.

Nas proximidades da sede do BC, em Brasília, o preço do prato feito, por exemplo, que é um produto comum a todas as regiões brasileiras, é R$ 12, o mais elevado entre as cidades observadas. Entre o ano passado e 2014, o preço desse prato foi reajustado em 20%.

Já em Recife, o custo do prato feito - conhecido em várias regiões como PF - foi reajustado em 28,57% entre um ano e outro, mas, mesmo assim, na cidade ele sai por R$ 9.


Disponível em http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/grande-sp-e-brasilia-tem-os-maiores-custos-de-vida-do-pais. Acesso em 21 abr 2014.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Para super ricos, SP deve se tornar 8ª cidade mais importante do mundo

Viviam Klanfer Nunes
O Brasil é um país para se ficar de olho, pois nos próximos 10 anos sua principal cidade, São Paulo, passará da 18a posição para a 8a  posição na lista das cidades mais importantes do planeta, pelo menos na opinião dos investidores super ricos, com fortuna acima de US$ 100 milhões. A projeção consta no “The Wealth Report 2012”, pesquisa realizada pela consultoria Knight Frank e pelo Citi Private Bank, divulgado na última quinta-feira (29).

Mudanças de cunho econômico, estrutural e social poderão levar o mundo a uma nova organização. As mudanças geram dúvidas se as cidades tradicionalmente posicionadas como as mais importantes do mundo, como Londres (Inglaterra) e Nova York (EUA), conseguirão manter suas posições, com o crescimento da importância de cidades de países emergentes, como Pequim e Shangai, ambas localizadas na China.

São Paulo

Mas as coisas não mudarão tão cedo. Para este ano, boa parte dos entrevistados ainda acredita que Londres reinará absoluta na primeira posição. Os entrevistados da América Latina, porém, acreditam que a liderança ficará com Nova York, seguida de Miami. Para eles, Londres ficará na terceira posição.

No geral, os participantes da pesquisa apontaram como as dez cidades mais importantes no mundo atualmente: Londres (Inglaterra), Nova York (EUA), Hong Kong (China), Paris (França), Singapura (Singapura), Miami (EUA), Genebra (Suíça), Shangai (China), Pequim (China) e Berlim (Alemanha), nesta ordem.

Em 10 anos, porém, os entrevistados acreditam que a ordem será a seguinte: Londres, Nova York, Pequim, Shangai, Singapura, Hong Kong, Paris, São Paulo (Brasil), Genebra e Berlim.

São Paulo, portanto, passa da 18ª posição para a 8ª em 10 anos, sendo o sétimo País a apresentar a maior velocidade de crescimento. Os entrevistados levam em consideração diversos elementos como segurança, abertura econômica e estabilidade social e política, por exemplo.

A pesquisa ainda pontua que as principais cidades brasileiras são Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, e que a nossa política econômica será a base para o crescimento do País. Além disso, observa o estudo, o banco de desenvolvimento brasileiro é mais rico do que o banco mundial.

domingo, 29 de abril de 2012

Nova York é a cidade mais competitiva do mundo, segundo pesquisa

France Press
Nova York, Londres e Cidade de Cingapura ocupam os três primeiros lugares no ranking das cidades mais competitivas do mundo realizado pela unidade de inteligência da revista "The Economist", divulgado nesta segunda-feira. Paris e Hong Kong ocupam empatadas o quarto lugar e São Paulo ficou em 62º lugar.

A classificação, encomendada pelo banco americano Citigroup, leva em conta 120 cidades em sua "comprovada capacidade de atrair capitais, empresas, talentos e turistas", indicou o Citigroup em um comunicado.

"Certamente, o dinamismo econômico está ocorrendo também em outros lugares, particularmente nas cidades asiáticas, mas as cidades americanas e europeias têm valores históricos que lhes dão uma forte vantagem competitiva", afirmou o diretor de previsões europeias, Leo Abruzzese, citado no comunicado.

Depois de Paris e Hong Kong, as dez cidades mais competitivas do mundo são Tóquio, Zurique, Washington, Chicago e Boston.

Um total de onze cidades europeias ficaram no Top 30, incluindo Frankfurt (11), Genebra (empatada em 13º), Amsterdã (17) e Estocolmo (empatada em 20º).

Dez cidades dos Estados Unidos também estão neste grupo: San Francisco (empatada em 13º), Los Angeles (19) e Houston (empatada em 23º).

Quinze das 20 cidades consideradas por ter mais "força econômica" estão na Ásia: doze cidades chinesas, entre elas Tianjin, Dalian e Shenzhen encabeçam a lista; mas também Cidade de Cingapura, Bangalore (Índia), Ahmedabad (Índia) e Hanói.

A primeira cidade da América Latina dentro do ranking geral é Buenos Aires em 60º lugar, na frente, inclusive, de São Paulo (62) e Santiago (68).

A África do Sul figura na liderança do continente africano, com Johannesburgo (67), Cidade do Cabo (73) e Durban (94), na frente do Cairo (113), Nairóbi (115), Alexandria (116) e Lagos (119).

No Oriente Médio, Dubai é a mais bem classificada (40), antes de Abu Dhabi (41), Doha (47), Tel Aviv (59), Kuwait (80) e Muscat (86), enquanto que Beirute está no posto 117 e Teerã no 120.

domingo, 27 de junho de 2010

São Paulo será 6ª cidade mais rica do mundo até 2025, diz ranking

BBC Brasil

A cidade de São Paulo, a 5ª maior do mundo em população, pode se tornar a 6ª mais rica do mundo até 2025, segundo um ranking compilado pela consultoria econômica internacional PricewaterhouseCoopers.

De acordo com o estudo, a capital paulista, atualmente na 10ª posição do ranking das mais ricas do mundo, deve crescer 4,2% em média ao ano até 2025, ultrapassando cidades como Paris, Osaka e Cidade do México.

Com um crescimento semelhante, o Rio de Janeiro deve passar da 30ª para a 24ª posição no ranking.

Outras sete cidades brasileiras (Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Fortaleza e Salvador) devem figurar no ranking das 150 cidades com maior PIB no mundo em 2025, segundo o levantamento.

O estudo realizado pela PricewaterhouseCoopers destaca o crescimento acelerado das economias emergentes, que deve elevar de 39 para 48 o número de cidades de países em desenvolvimento entre as 100 maiores do ranking.

"Se olharmos para a projeção de crescimento do PIB de 2008 para 2025 das maiores cidades de países emergentes e de países desenvolvidos, a comparação é impressionante.

Cidades como Xangai, Pequim e Mumbai, por exemplo, têm um crescimento projetado de 6% a 7% ao ano em termos reais, enquanto cidades como Nova York, Tóquio, Chicago e Londres devem crescer somente em torno de 2% ao ano em média", observa John Hawksworth, diretor do setor de macroeconomia da PricewaterhouseCoopers.

Índia e China

A cidade de Mumbai, centro financeiro da Índia, deve ser a que mais posições subirá no ranking entre as 30 primeiras, segundo o levantamento, saindo da 29ª posição atual para a 11ª em 2025.

No mesmo período, a capital da China, Pequim, deve saltar do 38º para o 17º lugar, enquanto Xangai, o centro financeiro chinês, deve subir da 25ª para a 9ª posição.

O ranking das cidades com o maior crescimento do PIB daqui até 2025 é liderado por duas cidades vietnamitas - Hanói e Ho Chi Min -, com uma elevação média de 7% no período.

Entre as 30 cidades com o maior crescimento econômico no período estão ainda 12 cidades indianas e 9 chinesas.

As três primeiras posições do ranking - Tóquio, Nova York e Los Angeles - devem se manter inalteradas até 2025.

O estudo da PricewaterhouseCoopers foi baseado nas estimativas de população e crescimento das Nações Unidas, da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e de governos locais.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A cidade que enriqueceu com calcinhas

Thiago Cid

A cidade de Juruaia, no sudoeste de Minas Gerais, tem aproximadamente 8.300 habitantes e mais de 140 confecções de lingerie -- uma confecção para cada 60 habitantes. É um município que prosperou graças ao dinheiro da venda de calcinhas e sutiãs. De acordo com a Associação Comercial de Juruaia, o PIB da cidade cresce a uma taxa média de 30% ao ano desde 2005. Essa história de dinamismo, porém, é recente. Até o meio da década de 1990, Juruaia era um vilarejo cuja principal fonte de renda, o café, amargava um crise. A guinada começou em 1991, quando o então prefeito Rubens Lacerda anunciou na televisão, no país todo, que a cidade ofereceria incentivos para atrair empresas.

O resultado ainda não foi o esperado. Apenas um industrial de Goiás, que fabricava calcinhas populares, mudou-se para a cidade. Ele não imaginava que seu modesto negócio acenderia o espírito empreendedor da cidade. A primeira fábrica durou menos de dois anos, mas serviu de exemplo. Em 1992, duas empresárias abriram a segunda confecção. Em 1993, outras três confecções já estavam em funcionamento. “Vimos que era a oportunidade do momento”, afirma Joelma Reis, que começou a fabricar lingerie em 1993 e hoje tem uma loja de 750 metros quadrados no centro da cidade.

As funcionárias da primeira empresa, que logo fechou as portas, decidiram insistir no ramo. Onélia de Mello foi uma delas. “Naquela época, meu marido plantava café. Falei para ele deixar a lavoura e abrir uma confecção comigo”, diz. O casal vendeu o patrimônio que tinha disponível -- seis sacas de café -- e comprou três máquinas de costura caseiras usadas. No início, Onélia e o marido, Dair, compravam peças para descosturar e ver como eram feitas, numa engenharia reversa de confecção. O marido era responável pelo corte dos moldes e Onélia costurava. Quinze anos depois, a empresa do casal, a D´Mellos, conta com 17 funcionários e fatura aproximademente R$ 1 milhão por ano. 

Histórias como as de Joelma e Onélia são comuns na cidade. Apesar de veteranas no mercado, novos empreendimentos, surgidos há menos de cinco anos, também têm sucesso. A advogada Ana Cristina Dias preferiu deixar os tribunais de lado, abriu sua confecção há dois anos e está satisfeita.
Juruaia produz cerca de 350 mil peças de lingerie por mês, e com elas fatura R$ 4 milhões, de acordo com o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, João Batista da Silva. “As lingeries rendem mais que as 100 mil sacas anuais de café e os 20 mil litros diários de leite que produzimos”, afirma Silva. 

Juruaia se tornou o terceiro maior polo produtor de roupas íntimas femininas do Brasil, atrás de Fortaleza, no Ceará, e Nova Friburgo, no interior do Rio de Janeiro. A produção municipal corresponde a 15% do total de lingeries fabricadas no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil. A prefeitura e os empreendedores pretendem diferenciar a produção da cidade, no futuro, não pela quantidade, mas pela sofisticação. O ímpeto empreendedor da pequena cidade já até despertou a atenção no exterior. O site de notícias americano Global Post enviou um repórter para que retratasse as peculiaridades de Juruaia, onde um terreno de 200 metros quadrados no centro não sai por menos de R$ 150 mil.

Histórias de Juruaia:

- as confecções e lojas de lingerie de Juruaia empregam aproximadamente 3.500 pessoas, ou 45% da população. 
- as pequenas empresas locais precisam de mais mão de obra qualificada, apesar de o Sebrae oferecer na cidade cursos de design, corte e costura e administração. “Costureira experiente aqui é disputada a tapa”, diz a empresária Lúcia Ioria.
- a produção de roupas íntimas femininas na cidade consome, por mês, 10 toneladas de tecido. 
- além dos produtos fabricados serem, na maioria, destinados a mulheres, elas também controlam cerca de 80% das empresas. Isso cria situações peculiares, principalmente aos olhos de forasteiros. Não é raro uma mulher encontrar outra na rua, mosrtrar a alça do sutiã que usa e dizer: “olha a nova peça que eu criei!” 
- todas as administrações municipais, desde os anos 90, tiveram como prioridade alimentar a vocação de polo de lingerie. 
- a cidade promove, anualmente, um dos principais festivais de moda íntima do pais: a Feira de Lingerie de Juruaia, ou Felinju.