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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Terceira idade: uma nova classe consumidora

Carlos Pires
5 de outubro de 2013
Não há dúvidas de que o número de idosos no mundo está aumentando rapidamente. Um dos indicadores é a estimativa das Nações Unidas de que cerca de 800 milhões de pessoas com mais de 60 anos estavam iniciando os preparativos para a aposentadoria ou já estavam contemplando a possibilidade em 2012. A previsão é de que esse número pule para 2,03 bilhões até 2050. Não é diferente no Brasil. Recente pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que a expectativa de vida do brasileiro aumenta quatro meses a cada ano. Subiu de 62,5 anos, em 1980, para 73,7, em 2010.

Enquanto o impacto desse crescimento sobre os orçamentos governamentais está sendo discutido de maneira intensa, um número muito pequeno de varejistas e fabricantes tem notado que essa mudança etária pode gerar incrementos às suas receitas. Essa “nova geração” de idosos está mais ativa, mais preocupada com a saúde e mais rica do que nunca. No Reino Unido, por exemplo, as pessoas com mais de 50 anos são responsáveis por 80% das compras de automóveis "top de linha”.

O poder de consumo dessas pessoas representa uma grande oportunidade. As estimativas do censo de 2012 dos Estados Unidos mostram que famílias chefiadas por pessoas de 55 a 64 anos de idade possuem uma renda mediana de US$ 55.748 em comparação com a renda de US$ 49.659 daquelas famílias chefiadas por pessoas de 25 a 34 anos de idade.

Um dos focos da terceira idade é gastar seu dinheiro com alimentos e bebidas. Outro levantamento no Reino Unido indica que as pessoas entre 50 e 64 anos gastam 50% mais com produtos alimentícios do que aquelas com menos de 30 anos. À medida que os consumidores vão ficando mais velhos, eles mudam sua abordagem em relação aos alimentos que consomem, e para prolongar um estilo de vida ativo, focam em produtos mais saudáveis. Deste modo, a atitude mais sensata dos fabricantes e dos varejistas é tratar esse segmento do mercado como uma dos pontos primordiais em suas estratégias de negócio.

A criação de um produto direcionado é somente o início. Com algumas grandes marcas percebendo o crescimento dessa classe, é provável que em breve encontremos, no mercado local, lançamentos de produtos alimentícios com quantidade de acidez reduzida, fórmulas nutricionais que colaborem para um envelhecimento saudável, texturas fáceis de ingerir e embalagens leves, como já acontece no Japão, por exemplo.

Entretanto, a maneira de se comunicar com esse público é tão ou mais importante do que a criação de um produto. Os fabricantes precisam reconhecer que os consumidores mais velhos se comportam de maneira diferente dos consumidores mais jovens. Não se trata somente do fato de que eles gastam menos com roupas e mais com alimentos e produtos saudáveis, mas eles têm o tempo e a vontade de pesquisar produtos específicos. Eles são menos influenciados pelas propagandas, buscam produtos de qualidade e são fiéis às marcas que representam valor.

Torna-se, portanto, de extrema importância oferecer o maior número de informações possíveis aos consumidores. Nos dias atuais, não se pode esquecer a utilização da internet para esse fim. Grande parte do aumento do acesso à internet está sendo impulsionada por grupos de pessoas com idade mais avançada. As mídias sociais também têm papel fundamental na troca de informações sobre determinado produto. Para as redes varejistas, os focos são priorizar o desenvolvimento de uma navegação fácil em suas páginas da Web e oferecer serviços de entrega convenientes.

Outro ponto que também deve ser observado é a estrutura física oferecida. Vagas especiais, caixas exclusivos, escadas rolantes adaptadas são itens básicos, mas que não devem ser os únicos. Redes de supermercados na Europa, por exemplo, oferecem aos idosos carrinhos de compra equipados com lupas. Características atraentes aos olhos de consumidores mais velhos serão diferenciais no momento de escolha do local onde fazer compras.

O aumento de consumidores idosos não é uma moda passageira, trata-se de um fato da vida. Hoje vivemos uma mudança da estrutura populacional, com o aumento da expectativa de vida e os jovens dividindo com os idosos a base da pirâmide demográfica. Os executivos e as empresas que já estiverem prontas para atender essa nova demanda serão as que conseguirão mais destaque no mercado.

Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/terceira-idade-uma-nova-classe-consumidora/80639/. Acesso em 09 out 2013.

sábado, 7 de setembro de 2013

Terceira idade vai às lojas na internet

Roberta Gerhard Döring      
7/10/2011
Terceira idade vai às lojas na internet
Mudança de hábitos. Essa é a ideia inicial oferecida pela tecnologia que vem conquistando pessoas no mundo inteiro, desde a criança faz pesquisas pela internet até a dona de casa que realiza compras online. Recentemente, o que antes parecia algo distante da realidade aconteceu: o número de idosos que passa horas em frente ao computador também cresceu.

De acordo com um estudo levantado pela e-bit, 9% dos e-consumidores que afirmaram terem sido influenciados por alguma rede social no momento da compra tinham entre 50 e 64 anos, e atualmente 25% dos clientes na web informam ter mais de 50 anos. “Diante disso, existe a necessidade de olhar com carinho para as redes sociais, onde se pode divulgar produtos e serviços a milhares de e-consumidores de forma muito rápida”, comenta Alexandre Ribeiro, diretor da Aligattor Marketing Digital (São Paulo/ SP) .

“Na sua grande maioria, os idosos são pessoas bem informadas, aposentados ou que possuem cargos ou empregos que disponibilizam tempo e acesso à tecnologia para realizar este tipo de compra online”, afirma o analista de sistemas e gerente de projetos da BitNet Brasil Informática, Sandro Felipe Pinheiro dos Anjos (São Leopoldo/RS). Segundo ele, geralmente, esse público procura por produtos que facilmente podem ser comprados e sem a necessidade de tocá-los ou vê-los pessoalmente, tais como artigos eletrônicos.

Conveniência, comodidade, rapidez e cumprimento dos prazos. Essas são as características buscadas pelos consumidores que optam pelo varejo eletrônico. Mas como trabalhar a questão da linguagem a ser utilizada para atender a terceira idade no e-commerce? De acordo com Ribeiro, é necessário que se tenha cuidado para que o website seja criado atendendo os requisitos de usabilidade, a fim de facilitar a vida do o usuário na hora de escolher e comprar um produto com tranquilidade.

Conforme Sandro dos Anjos, os sites para comércio eletrônico são padronizados e tendem a atender as necessidades inclusive deste público mais idoso. Mas no geral, segundo ele, o site deve ser limpo e com menus bem organizados, além de não fazer uso de muita tecnologia nova, pois dificulta para aqueles que possuem navegadores desatualizados. “Um item muito importante é a questão da segurança, que deve estar bem visível ao usuário, deixando o mesmo tranquilo para realizar suas compras”, comenta.


Disponível em http://www.exclusivo.com.br/Noticias/60524/Terceira-idade-vai-%C3%A0s-lojas-na-internet.eol. Acesso em 28 ago 2013.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Anote aí 66: Games; Idosos; Empreendedorismo; Celebridade; Mídias Sociais

YURI, Debora. Eu jogo, tu jogas, todo mundo joga Gameficação é a palavra do momento: entenda o que é gameficar, como colocar o conceito em prática, conheça cases de sucesso e descubra por que, afinal, tudo está convergindo para isso. Próxxima, nº 33, outubro de 2011, pp. 32-40.

STEFANO, Fabiane. Mais velho e mais rico Os brasileiros entre 50 e 70 anos de idade estão se tornando mais numerosos. Mesmo com mais gastos de previdência, isso é mais uma oportunidade para a economia do país. Exame, ano 45, edição 1003, nº 21, pp. 70-72.

PARENTE, Milena. Preparado para empreender? O sonho de abrir o próprio negócio faz parte dos desejos de muitos brasileiros. Mas, nem sempre, a vontade, o capital, a determinação e o preparo emocional são suficientes se utilizados separadamente. Acompanhe dicas de profissionais e identifique-se com algumas estórias de quem empreendeu e ‘deu certo’. Gestão & Negócios, nº 35, pp. 38-48.

PINHO, Flavio. Quanto custa contratar uma celebridade? Quem são e quanto cobram os famosos mais procurados para movimentar os eventos corporativos – e o que esperar deles. Pequenas Empresas Grandes Negócios, nº 274, novembro de 2011, p. 18.

TEIXEIRA, Rafael. O poder da multidão As mídias sociais impuseram uma nova ordem nas empresas. Mais poderosos, os consumidores passaram a circular à vontade pelo mundo virtual, com a capacidade de influenciar a opinião pública e construir (ou destruir) a reputação de uma marca. Descubra como cair nas redes e mobilizar um universo de fãs para seu negócio. Pequenas Empresas Grandes Negócios, nº 273, outubro de 2011, pp. 38-52. 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Terceira idade possui potencial de consumo pouco explorado

Paula Furlan
O  aumento da expectativa de vida e a melhora da qualidade de vida para a terceira idade tornam o Brasil um país com população idosa crescente. E, com isso, cresce também seu potencial de consumo. A presidente da Shopper Experience, presidente da divisão latino-americana da Mystery Shopping Providers Association e diretora da Mystery Shopping Providers Association Europe, Stella Kochen Susskind afirma que há um potencial significativo para a mudança de cultura em serviços e atendimento aos idosos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente de pessoas com mais de 60 anos ultrapassa 21 milhões (PNAD 2008) – número que supera a população da terceira idade em países como França, Inglaterra e Itália. No Brasil, os maiores de 75 anos já são 5,5 milhões. De 1998 a 2008, a proporção de idosos na população nacional aumentou de 8,8% para 11,1%, sendo que o número de paulistanos com mais de 60 anos subiu 35%, chegando a 1,3 milhão. Em 2030, de acordo com dados Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) a população de idosos será maior que a de jovens (de 15 anos a 29 anos) – 26% conta 23,4% respectivamente. De modo geral, a cada quatro pessoas, uma tem mais que 65 anos.
“No Estado de São Paulo, dados atestam que 63% dos idosos viajam, no mínimo, uma vez por ano. Com esse potencial de negócio impulsionado pelo aumento da população com mais de 60 anos não há explicação lógica para não investir no atendimento adequado e na criação de produtos dedicados a essa faixa etária”, afirma a representante da Shopper Experience, participante do Conarec 2011.
Stella explica que ao entender os anseios do cliente da terceira idade, o empresário pode reduzir as perdas nas vendas do presente, além de antecipar produtos e serviços que podem potencializar o desempenho no futuro. “No contexto do consumo inclusivo, a Shopper Experience – empresa a qual  presido e que é especializada na avaliação do atendimento ao consumidor de diversos segmentos do varejo e de serviços financeiros por meio do cliente secreto – criou o projeto Peritos da terceira idade. Com a iniciativa, a empresa recruta maiores de 60 anos de todo o Brasil interessados em atuar como profissionais em testar o atendimento prestado aos consumidores seniores”, diz. O Peritos da terceira idade surgiu da análise de atendimento de clientes secretos idosos – profissionais liberais, aposentados e donas de casa que integram a equipe de pesquisadores sêniores.
Hoje, 3% da base de pesquisadores da Shopper Experience é formado por integrantes da terceira idade. 

terça-feira, 10 de maio de 2011

A web que encanta a velha guarda


Correio Braziliense
“Escreva uma carta, meu amor. E diga alguma coisa, por favor. Diga que você não me esqueceu. E que o seu coração ainda é meu…”, soava a voz de Roberto Carlos no rádio de dona Marlene Bezerra. O romantismo do rei inspirava colocar em prática a principal forma de comunicação entre os apaixonados da época: cartas e telegramas. Os tempos mudaram, claro, mas as declarações escritas continuam a inflamar relacionamentos. Do papel para o e-mail. Do telefone ao Skype. Do recado de geladeira aos 140 caracteres do Twitter. A geração com mais de 65 anos — que acompanhou meio que assustada essa transição — agora não se acanha com as novidades tecnológicas e avisa que está definitivamente on-line.

Dona Marlene tem 76 anos e é muito grata ao surgimento da internet. Em 1952, Geraldo Dantas apareceu na porta da escola e conquistou a menina de 17 anos. Os pais não gostavam do romance. A filha era nova demais para namorar. Mudaram-se para o Rio de Janeiro. As inúmeras cartas trocadas demoravam, algumas se perdiam, não chegavam. Os telefonemas com hora marcada ficaram cada vez mais raros e difíceis. Seguiram a vida. Casaram com outros amores sem nunca esquecer o que ficou no passado. Talvez ele já tivesse morrido, pensava.
Mais de 60 anos depois, viúva do primeiro casamento e divorciada do segundo, ela se aprontava para dormir depois de chegar de uma festa. De costas para a TV, arrumava a cama quando ouviu uma voz do passado. Pensou por alguns instantes se poderia ser ele. Virou-se para a tela e reconheceu de imediato a voz e o semblante. Era, mais calvo, grisalho e ainda charmoso, Geraldo em um programa de entrevistas do Amazonas. Estava na hora de recuperar um amor perdido no tempo. Emocionada, dona Marlene mandou um e-mail para a produção da emissora para saber o paradeiro do amado. Deu certo. Ele ainda lembrava muito bem daqueles olhos castanhos de Marlene. “Aí, a internet funcionou a toda bala!”, conta.
Ele em Manaus, ela em Petrópolis (RJ). Conectados pelo mundo virtual. Foram revelações, poemas, lembranças enviadas por e-mail e algumas vezes por ano trocadas pessoalmente no principal ponto de encontro do casal: Brasília — onde mora a filha de Geraldo. As conversas ficaram frequentes, como dona Marlene mesmo diz. Foi preciso comprar um notebook para ter mais liberdade. E então, virtualmente amaram-se, perdoaram-se e, principalmente, aprumaram-se com fervor.
Contudo, o último e-mail foi enviado em 24 de dezembro de 2010. Geraldo dizia estar tranquilo para a cirurgia de vesícula do dia seguinte. E Marlene preparava as malas para voar ao encontro do namorado. Ele não resistiu e morreu aos 88 anos, antes que ela pudesse chegar. “Nunca é tarde.
Infelizmente o tempo foi curto, mas vivido intensamente. E graças à internet, que matava distâncias e saudades, vivi grandes momentos deste grande e caloroso amor”, diz. Por mais alguns segundos, aproveita para destacar a importância da tecnologia para unir as pessoas, independentemente da idade.
Os preferidos
E este não é um caso único. Pode acontecer com os mais de 14 milhões de idosos brasileiros — o equivalente a duas vezes a população do Paraguai —, que cada vez mais conhecem os encantos da web. Dos internautas acima de 60 anos, 90% são homens e gastam mais de cinco horas on-line semanalmente, de acordo com a pesquisa da empresa de soluções em segurança Panda Security. O estudo, realizado em dezembro com 16.850 pessoas, revela que 98% deles navegam para checar os e-mails, 67% procuram atividades de lazer, 64% leem notícias e 58% usam serviços bancários. Por enquanto, as redes sociais ainda não estão entre os preferidos. Mas existem os adeptos: 28% têm perfil na rede e 11% participam de fóruns ou blogs.
E esse número vai aumentar. A população idosa cresce, e muito, no Brasil. Segundo dados do Censo 2010, divulgado na semana passada, o segmento passou a representar de 3,3%, em 1991, para 4,3% em 2000 e 5,8% em 2010. No Centro-Oeste, o percentual de crianças em 1991 era de 11,5% — e caiu para 7,6% no último ano. A expectativa é de que, em 2025, a população idosa brasileira seja de 35 milhões de pessoas — 21 milhões a mais do que neste momento.
O ex-presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria Renato Maia acredita que este número ainda seja superado por causa das novas condições de vida da população. “O conceito de velhice mudou. O passado foi um período em que, as pessoas mais velhas eram afastadas das atividades sociais. Hoje, os idosos estão mobilizados a participar ativamente da sociedade”, explica. O médico acredita que com mais acesso a educação, cultura e renda, os idosos se deram conta de que os anos a mais que ganharam devem ser vividos intensamente. O computador incentiva a ideia e é uma nova oportunidade de conhecimento e relacionamento, uma estratégia poderosa que essa geração de internautas estão sabendo aproveitar muito bem.
As mães e os PCs
A Intel realizou uma enquete on-line com 1,5 mil internautas brasileiros em abril deste ano. Pelo menos 39% disseram que as mães querem ter um computador novo — e só para elas. O principal motivo para o uso de 33% é a possibilidade de manter a conectividade com toda a família e o de 29,6% é por causa do trabalho. Apenas 15,1% são capazes de utilizar todas as ferramentas do computador e da rede. Mas 11,2% gostam de jogar e têm perfil nas redes sociais. Já 27,3% dizem que elas pedem ajuda só de vez em quando.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Terceira idade: país terá 64 milhões de idosos em 2050

Ali Hassan
O Brasil passa por uma profunda transformação nas faixas etárias da população. Segundo o relatório ‘Envelhecendo em um Brasil mais Velho’, lançado pelo Banco Mundial, o País pode tirar proveito dessa transição para impulsionar o desenvolvimento econômico e social e evitar dificuldades sociais, fiscais e institucionais no futuro. Segundo o estudo, o País terá 64 milhões de idosos em 2050, 29,7% da população total, mais que o triplo do registrado em 2010. As alterações no perfil da população devem-se a três fatores principais: aumento da expectativa de vida de 50 para 73 anos, queda na mortalidade infantil e diminuição da taxa de fecundidade. 


“Durante os próximos anos, até 2020, o Brasil passará pelo chamado bônus demográfico, quando a força de trabalho é muito maior do que a população dependente. O país poderia aumentar o seu PIB per capita em até 2,48 pontos percentuais por ano nesse período. Mas esse enorme dividendo não é automático, depende de instituições e políticas que transformem as mudanças demográficas em crescimento", avalia um dos principais autores do estudo, Michele Gragnolati.

Oportunidades e desafios -  Segundo  pesquisa do Sebrae-SP sobre a sobrevivência e mortalidade das empresas, a média de idade dos empreendedores que constituíram empresas entre 2003 e 2007 foi de 37 anos. Especificamente quanto aos empreendedores com 50 anos ou mais, o estudo mostrou que essa faixa etária tem uma participação estável na abertura de empresas de 12% a 16%. De acordo com os resultados obtidos, as chances de sobrevivência no mercado são similares, independente da faixa etária dos proprietários. Entretanto, experiência dos empreendedores, principalmente como empregado ou autônomo no ramo, é um fator que ajuda a empresa a se manter no mercado, em seus primeiros anos. Entre as empresas que permaneceram em atividade, 63% dos proprietários tinham alguma experiência no ramo. Das empresas que fecharam no período, esse índice era de 51%.

Cenários - Entre os fatores que contribuem para o fechamento prematuro dos negócios, o estudo ressalta que foram identificados seis conjuntos de fatores: ausência de comportamento empreendedor, ausência de um planejamento prévio adequado, deficiências no processo de gestão empresarial, insuficiência de políticas públicas de apoio aos pequenos negócios, dificuldades decorrentes da conjuntura econômica e impacto dos problemas pessoais sobre o negócio.
Já o estudo “Cenários para as Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo 2009/2015” aponta oportunidades em empreendimentos que contemplem produtos e serviços para a terceira idade. Entre as tendências de negócios, o estudo sugere o desenvolvimento dos cursos de educação online, de lojas especializadas para a crescente população com mais de 60 anos, de shoppings virtuais e de bairro e empreendimentos que contemplem ecossoluções e compromisso com a responsabilidade social.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Idoso é público-alvo interessante, comprova IBGE

Marcelo Brandão
Segundo estatísticas do IBGE, no ano 2000, 30% dos brasileiros tinham de zero a 14 anos, e os maiores de 65 representavam 5% da população. Em 2050, esses dois grupos etários se igualarão: cada um deles representará 18% da população brasileira. Se em 2000 o Brasil tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em 2050 esse contingente poderá atingir os 13,7 milhões, representando um crescimento em torno de 4,16% ao ano.

A expectativa de vida dos mais velhos, segundo o mesmo levantamento, será de 81,3 anos em 2050. Nessa toada, vivendo mais e melhor, a terceira idade passa a ser um nicho de mercado muito interessante para empresas de diferentes segmentos.
Números que, além de traduzidos em um enorme potencial de vendas, podem se tornar uma interessante fonte de mão de obra. Se compararmos a taxa de atividade profissional das mulheres idosas brasileiras com a de países europeus, por exemplo, vemos que o Brasil, México e Argentina se destacam com uma taxa em torno de 20%. Um cenário que não deixa dúvidas para a valorização dessa parcela da população.
Pensando nas diferenças
Não investir no atendimento adequado, na criação de produtos e inclusive postos de trabalho, pode ser um erro fatal para empresas e comércio. Um bom exemplo dessa visão otimista de mercado pode ser notado na linha de calçados da loja Perere de São Paulo. A loja foi pioneira no ‘comfort shoes’ no Brasil, uma linha de calçados pensando especialmente na terceira idade – que representa, atualmente, 40% dos clientes da loja.
Segundo Patrícia Guedes, proprietária da loja. o conceito de ‘comfort shoes’ surgiu há 17 anos quando ela sentiu falta de ter aqui no Brasil, marcas de calçados de conforto – conceito já bastante difundido na Europa. Assim, a empresária decidiu inaugurar a primeira loja desse tipo de calçados no País.
A princípio ela trabalhava somente com marcas importadas. Hoje o portfólio se expandiu e devido à procura, a loja começou a trabalhar com calçados de marca própria também.
“O consumo desse tipo de calçados é alto. Pelo público feminino ainda é maior, mas os homens também compram, entretanto, com mais moderação e parcimônia”, explica Patrícia sobre sua cartela de clientes.
Turismo
Só no Estado de São Paulo 63% dos idosos viajam, no mínimo, uma vez por ano. O turismo da terceira idade já movimenta R$ 20 milhões por ano no Brasil. Para a maioria das agências de turismo do País este público representa, hoje, em média, 25% das vendas.
A maioria utiliza portais de vendas online, onde oferecem uma grande variedade de destinos e serviços. Os destinos internacionais e os de cunho religioso vem em primeiro lugar. Os nacionais têm como carro chefe as cidades do nordeste brasileiro, seguido do sul do País.
Para Antonio Torino Neto, diretor comercial da agência Vamos Turismo, o período de maior procura deste público é “fora da temporada”, já que nas temporadas, eles se equivalem às férias da grande maioria e portanto, são muito visitados pelos familiares (filhos e netos).
Para Torino este público adora viajar e quer se sentir seguro na hora da compra e serem tratados com dignidade e muita educação. “Eles estão voltando a ser crianças novamente, porém com um poder de escolha bem mais apurado e com as condições de negociação muita aguçada. Oferecer um serviço de qualidade, com excelência e se possível, demonstrar a satisfação dos que já utilizaram, faz toda a diferença”, comenta Torino.
Para o setor de turismo o mercado vem crescendo e quem tiver a sensibilidade para tratar este nicho de consumidores terá um diferencial de receita muito grande nos próximos 10 ou 15 anos. “A grande dificuldade que encontramos hoje é a de sensibilizar as cadeias que são os fornecedores de serviços. Atualmente é difícil encontrarmos tarifas já preparadas para este mercado e quando solicitamos nem sempre elas vêm com a base tarifaria que o governo orienta”, comenta Torino sobre as dificuldades que o setor de turismo brasileiro enfrenta para se equiparar aos mercados internacionais.
Parcela produtiva
Um público que viaja mais vive mais e com mais qualidade, é também um público produtivo. Foi pensando assim, que algumas empresas tomaram iniciativas para valorizar e ajudar na inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho.
A rede Pizza Hut, da Grande São Paulo, por exemplo, há sete anos criou o “Programa Atividade”, projeto que proporciona emprego e renda para profissionais com mais de 60 anos.Já passaram pelo programa 200 pessoas e, atualmente 10%, do quadro de funcionários da rede são desse faixa etária. “Fortalecemos a nossa equipe com cidadãos que possuem a experiência dos mais velhos, mas a mesma vontade de superar os desafios dos mais jovens” cita Reynaldo Zani, gerente geral da Pizza Hut SP. Só neste ano a rede abriu mais 50 postos de trabalho para estes profissionais.
Pioneira no Brasil na avaliação do atendimento ao consumidor, por meio do “cliente secreto”, a Shopper Experience é outra empresa que investe nessa tendência.
Para Stella Kochen Susskind presidente do grupo, “o mercado brasileiro ainda trata o consumidor com mais de 60 anos como um consumidor invisível”. Não convencida que empresários e gestores brasileiros estariam atentos a este gargalo, a empresa decidiu criar o projeto “Peritos da terceira idade”.
No projeto a empresa recruta maiores de 60 anos de todo o Brasil dando a eles uma oportunidade de trabalho e, ao mesmo tempo, analisa o atendimento aos clientes em idade avançada. O grupo é formado por profissionais liberais, aposentados e donas de casa, que representam hoje, 3% da base de pesquisadores da empresa. “Trata-se de um levantamento criterioso e amplo, que mostra aos empresários o dano financeiro e social causado por um atendimento equivocado”, explica Stella.
Uma iniciativa valiosa que ajuda o mercado a entender os anseios deste cliente e alerta o empresário na redução de perdas nas vendas, além de antecipar produtos e serviços que podem potencializar seu desempenho no futuro.
“Além disso, queremos fomentar o mercado de trabalho para os idosos. Estamos comprometidos em propagar o ‘consumo inclusivo’ – um modelo em constante evolução que acompanha a transformação da sociedade e dos consumidores”, argumenta Stella.
Informação adequada: consumidor fiel e satisfeito
As mídias televisiva e impressa continuam sendo os canais mais utilizados pelo idoso na hora de conhecer seus direitos. Alguns, já arriscam a navegar pela internet para se atualizarem sobre estas informações, mas ainda é uma parcela tímida.
Segundo a advogada Fabíola Meira, falta esclarecimento e atendimento adequado para fidelizar este consumidor. “Os idosos, assim como a população em geral, tem manifestado mais interesse na busca de informações sobre o que está correto ou não no mercado de consumo, na publicidade, nas ofertas, etc. No entanto, os idosos ainda não conseguem exercer este direito plenamente, sendo obrigados a recorrer ao Poder Judiciário ou aos órgãos de proteção e defesa do consumidor. Isso se deve em boa parte, aos muitos fornecedores que não demonstram preocupação em ouvir suas dúvidas, sugestões ou reclamações”, afirma a advogada.
Para ela, a única forma do Código ser respeitado e dos fornecedores terem fidelizados esta classe de consumidor é o cumprimento disposto na legislação no tocante à informação (clara, ostensiva, com letras grandes, em língua portuguesa, que não induzam em erro ou equivoco quanto aos dados essenciais). “Os principais problemas estão na disposição das informações no comércio em geral. As diferenças entre preço à vista e preço parcelado, taxa de juros, diferença de preço nas diversas modalidades de pagamento ou de cartão, são alguns exemplos”.
É imprescindível que os fornecedores estejam atentos a isso. Ignorar um atendimento diferenciado é ledo engano. Muitos idosos apresentam alto poder aquisitivo e, por consequência, poder de consumo.
A vulnerabilidade, natural em razão da idade e das conseqüências desta fase da vida, leva à falta de compreensão de muitos aspectos no momento da compra ou da contratação de serviços.
Assim, se fornecedores e gestores tiverem pleno conhecimento destas deficiências e alterarem a forma de atendimento para este consumidor, ao mesmo tempo em que estarão cumprindo o Código de Defesa do Consumidor e visto com bons olhos pelos órgãos de proteção e defesa e pelo Poder Judiciário, certamente terão clientes satisfeitos, fidelizados e seguros.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Apenas 7% dos idosos brasileiros reservaram dinheiro para a velhice

Gladys Ferraz Magalhães


Apenas 7% dos brasileiros reservaram algum dinheiro para velhice, segundo revela estudo realizado pela Bupa Health Pulse. De acordo com o levantamento, no Brasil, 64% das pessoas não se preparam para a velhice em termos de reservar dinheiro ou de pensar em como ser assistido no caso de não poder cuidar de si próprio, sendo que 76% acreditam que a família estará lá para dividir o ônus de cuidar deles.

A pesquisa revelou ainda que 53% dos 1005 entrevistados no Brasil nem sequer começaram a pensar na velhice, sendo que 46% dos brasileiros não se preocupam em envelhecer. Ao todo, o estudo ouviu 12.262 pessoas em 12 países.

“É realmente animador ver que tantos brasileiros não se sentem velhos e acolhem bem a chegada da velhice, mas as pessoas não podem ficar despreocupadas com o envelhecimento. O Brasil, assim como muitos países, vem enfrentando uma crise na assistência médica e social. Muitos pensam que seus parentes estarão prontos para cuidar deles, mas nossas estruturas familiares estão mudando e as pessoas precisam começar a planejar e conversar o quanto antes sobre a futura assistência que terão”, disse o diretor-médico da Bupa International, Dr. Sneh Khmka.

Outros dados

Ainda de acordo com o relatório, os brasileiros são os mais otimistas quanto à terceira idade (17%) contra a média global de 3%, sendo que 95% dos brasileiros com 54 anos ou mais não se consideram velhos.

Apesar de 84% dos entrevistados no País dizerem que o padrão de assistência ao idoso  no Brasil é pobre e 96% acharem que a assistência governamental precisa melhorar, 42% dos brasileiros acreditam que o Estado deve bancar a assistência ao idoso, enquanto que 39% pensam que a assistência do governo deve ser apenas para pessoas de baixa renda.

Por outro lado, de fato, apenas 3% dos brasileiros pensam que o governo cuidará deles quando envelhecer, com 35% das pessoas planejando usar as próprias economias e investimentos quando chegarem na velhice.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Anota aí 26: Shoppings; Curso; Rentabilidade; Consumidor; Atendimento

BORGES, Bruna. Novos shoppings abrem oportunidade para MPEs Fluxo de pessoas, segurança e propaganda do local atraem empresários. Folha de S. Paulo, 19 de setembro de 2010, Caderno Negócios, pp. 1-3.


OSCAR, Naiana. Brasileiro faz curso até de madrugada para subir na vida Renda mensal das famílias que têm alguém com ensino superior é até 158% maior do que as de que têm no máximo o ensino médio. O Estado de S. Paulo, 10 de outubro de 2010, Caderno Economia, p. B6.


GUIRALDELLI, Daniela. Diversificação rentável A fim de se manterem atuantes em um cenário cada vez mais competitivo, empresas do atacado distribuidor abrem novas frentes de negócio para atenderem as necessidades de um novo perfil de consumidor. Revista Distribuição, ano 18, nº 183, outubro de 2010, pp. 84-87.


SUSSKIND, Stella Kochen. O consumidor invisível Por que as empresas não enxergam o potencial de consumo da terceira idade?. Marketing, ano 44, nº 453, outubro de 2010, p. 22.


STELLA, Michele. A arte de atender bem O atendimento ao cliente pode ser um diferencial no seu negócio como comprometê-lo. Especialistas garantem que este é um ponto estratégico para qualquer empreendimento e dão dicas para evitar erros e marcar pontos a favor da empresa. Meu Próprio Negócio, ano 9, nº 92, p. 42-46.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Anote aí 20: Patrocínio; Celular; Enfrentamento; Design; Web

MURAD, Fernando. Patrocínio não garante preferênciaMarca do patrocinador não influencia comportamento de compra dos torcedores de futebol. Meio & Mensagem, ano XXXII, nº 1412, 07 de junho de 2010, p. 36.

ABREU, Adriana. Celular vira ferramenta para conquistar clientes Empresários divulgam promoções e oferecem serviços por Bluetooth. Folha de S. Paulo, 25 de abril de 2010, Caderno Negócios, p. 4.

ANTUNES, Marcel. Enfrentando os grandes Como ‘lutar’ de igual para igual com uma empresa de grande porte que oferece os mesmos produtos e serviços que a sua?. Gestão & Negócios, nº 22 pp. 56-57.

NITSCHE, Rique. Design é tornar tangível uma intenção de transformação Os limites da minha linguagem representam os limites do meu mundo. Revista da ESPM, ano 16, volume 17, nº 3, maio-junho de 2010, pp. 124-129.

BOTTONI, Fernanda. Velho é quem acha que a web é só dos jovens Pessoas com mais de 55 anos que acessam a web têm maior grau de escolaridade e padrão de vida mais alto que a média dos usuários brasileiros. Próxxima, nº 20, julho de 2010, pp. 56-61.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Pesquisas buscam entender idosos

Eduardo Duarte Zanelato

Talent, de um lado, e HSBC, de outro, realizam pesquisas para entender idosos e traçar um panorama da sua situação financeira, respectivamente.

Além da classe C, outro nicho de mercado vem sendo estudado com cuidado por agências e anunciantes para se chegar a uma comunicação mais eficaz. Alvo de algumas pesquisas, idosos são tratados como importante fonte de lucros.

Conforme divulgado na edição impressa do M&M, a Talent desenvolveu um estudo chamado "A Idade do Poder", editado em livreto e desenvolvido pelo Departamento de Mídia da agência. A análise foi feita a partir de diversos dados reunidos no estudo referentes ao público das classes A/B com mais de 50 anos.

Pelo estudo, a agência concluiu que se trata de um consumidor com alto poder de compra, com vontade de consumir e que 'acredita na vida'. Além disso, por ser composto por número considerável de idosos, é um público barato para ser comunicado: como aposentados têm mais tempo livre, os anunciantes podem se aproveitar de espaços e horários mais baratos para veicular campanhas para esse nicho.

De forma complementar a essa pesquisa, o Departamento de Planejamento conduziu uma pesquisa conceitual que auxiliou criativos da agência a criar a comunicação da edição de 2008 do concurso Talentos da Maturidade, projeto do Banco Real voltado a criações de pessoas acima dos 60 anos.

A pesquisa apontou uma mudança no perfil do aposentado que, entre outras mudanças, deixou de ser um consumidor passivo e dependente da família e passou a ver a aposentadoria como uma nova fase da vida, durante a qual poderá realizar projetos que não puderam sair do papel anteriormente. Para Mariana Gogswell, diretora geral de Planejamento da Talent, nessa fase "as pessoas concedem mais espaço a si mesmas".

De olho nos planos de previdência

No mesmo sentido da Talent, há quatro anos o HSBC realiza uma pesquisa de âmbito mundial intitulada "O Futuro da Aposentadoria", que auxilia o banco em suas estratégias de venda de planos de previdência. Realizada em 21 países, entre os quais o Brasil, participaram da pesquisa 21 mil pessoas entre aposentados e trabalhadores que vivem majoritariamente em áreas urbanas.Em 2007 a pesquisa anunciava algo parecido ao que a Talent apontou em sua pesquisa: 93% das pessoas entre 60 e 79 anos consideravam-se em condições 'razoável', 'boas' ou de 'muito boa saúde'.

Além disso, 71% delas apontavam que queriam continuar trabalhando o máximo que pudessem, até quando se sentissem aptas para tanto. Nesse mesmo sentido, a maioria não sentia medo de lidar com a situação financeira na aposentadoria.

O principal apontamento da pesquisa deste ano, entretanto, é preocupante. A conclusão da pesquisa de 2008, divulgada esta semana, é de que grande parte dos brasileiros poderá ter renda insuficiente quando se aposentar. Além disso, a pesquisa aponta que a metade dos entrevistados acredita ser do governo a responsabilidade de arcar com os custos de aposentadorias; a expectativa de que isso aconteça, entretanto, é menor: apenas 36% acreditam que isso irá acontecer.

A pesquisa afirma, ainda, que a população prefere que o poder público incentive a previdência complementar ao invés de aumentar impostos para que consiga suprir as necessidades da população.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Os idosos vêm aí

Jimmy Cygler
Igdal, minha editora, recomendou-me o livro A Revolução dos Idosos, de Frank Schirrmacher: “Leia-o antes de ir adiante com o projeto de seu livro sobre os idosos”. Em noite de insônia, peguei o livro como quem precisa tomar óleo de rícino. Comecei a ler e a sensação de purgante acentuou-se; uma escrita seca sobre um tema não excitante, mas importante. Por algum motivo, não consegui largar o “bichinho”. Quando o sol raiou, já devorara um terço do livro. Na terceira madrugada, o livro estava rabiscado do início ao fim (com lápis, claro, como indico no meu livro Quem mexeu na minha vida?).

Desde então, estou tão apavorado com o que vem por aí, quanto excitado com as imensas oportunidades de negócios que estão brotando. Há décadas, Peter Drucker já alerta para os profundos impactos da maior revolução demográfica da história da humanidade. Mas, até ler o livro do Frank, isso ficou na minha mente como uma mera informação para uma oportunidade mercadológica, pois os idosos deterão a maior parte do poder de consumo.

Porém, o buraco é mais embaixo: Schirrmacher afirma que, pela primeira vez, eles serão maioria: “as japonesas chegam hoje, em média, aos 85 anos... de cada duas meninas, uma viverá mais de 100 anos, e um de cada dois meninos viverá provavelmente 95 anos... no ano 2050 haverá na China cento e cinqüenta milhões de pessoas acima dos 80 anos”.

Apesar das piadas sobre previsões, as demográficas demonstram ser bastante confiáveis, com desvios de menos de 3,5% ao longo dos últimos 40 anos. “...teoricamente, o ser humano pode chegar hoje à idade de 700 anos!... o risco de câncer, que aumenta durante toda a vida, diminui na idade avançada... uma pessoa pode ser mais sadia, criativa e jovem com 90 anos, do que com 80...” Parece loucura, mas está lá, “preto-no-branco”. Somos das gerações mais longevas e as próximas serão mais ainda: “...teremos então uma Terra circulando no universo como um lar de velhos...”.

O que muda na sua vida? Por que ‘revolução dos idosos’? O problema está na relação entre as gerações. Seremos um fardo para os jovens e levaremos a acusação, a esperança e a lembrança de nossa grande promessa: “por que vocês não morreram”? Os idosos são, e serão, alvo da mais ampla orquestração racista que um grupo já sofreu: “Os jovens matam os velhos destruindo sua identidade. A guerra conduzida com meios psicológicos destrói a auto-estima...” A insinuação de que pessoas com 60 ou 75 anos não podem trabalhar é preconceituosa. Para elas, o fim da vida será marcado por angústia, doença, solidão, demência e morte. Vêm-nos à mente imagens de asilos, onde os velhos são tratados como “lixo” humano; algo que não ocorrerá conosco, claro...

Não me refiro só ao choque entre gerações: ninguém os critica mais do que eles mesmos, que se sentem culpados por agredir a natureza ou por meramente existirem. “Estamos sendo enxotados para o exílio. Convivemos com o sentimento de que tudo que fazemos é errado e representa um crime, senão a nós próprios, então a nossos filhos e a nosso meio ambiente”.

É preciso manter a autoconfiança dos idosos, pois nossa cultura depende desta postura. O interessante é que a maioria está feliz: “Mais de 2/3 afirmaram que podiam controlar suas próprias vidas e que se sentiam independentes. Nove em cada 10 idosos ainda têm objetivos marcantes”. Os que pensavam positivamente sobre os idosos viveram, em média, sete anos e meio a mais.

Como poderemos viver psiquicamente os 50 anos que nunca foram previstos e habituar o ser da Idade da Pedra a uma experiência de vida cinco vezes maior? “Um dos cenários mais prováveis é que os idosos substituirão a família pela Internet”, pois no mundo eletrônico, as capacidades físicas não são um fator limitador. E sugere, também, investir na educação: “Acabem com a lavagem cerebral para seu próprio bem. A educação é a intervenção cirúrgica mais eficaz que podemos imaginar”.

Agora, imagine este cenário apocalíptico colocado em uma matriz SWOT ou PFOA (Potencialidades, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Consegue calcular quantos negócios novos surgirão? Os “early birds”, ou seja, os que estão sempre antenados nas novidades, saberão tirar pleno proveito disto e sairão na frente com produtos e serviços voltados a esta imensidão de pessoas com poder aquisitivo e tempo, exatamente aquilo que os jovens não têm sobrando.

Quem sabe não estamos perante um tsunami maior até do que o fenômeno da China, considerada hoje “o chão de fábrica do planeta”. E você? Irá surfar nesta onda ou será arrastado por ela?