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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Marketing para o público infantil: problemas e considerações

Flávia da Silva Santos
29 de dezembro de 2014


Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada entre 2008-2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma em cada três crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos estão com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde.

Estudos estimam que 95% dos casos de excesso de peso em crianças estariam relacionados à má alimentação, os outros 5 % seriam resultado de fatores orgânicos. Em função de sua crescente influência e autonomia na escolha dos produtos adquiridos pela família, as crianças estão assumindo um papel cada vez mais importante nas decisões de consumo, o que as tornam um segmento de mercado cada vez mais visado nas estratégias de marketing das empresas de produtos manufaturados.

Pesquisas mostram ainda que crianças brasileiras influenciam cerca de 80% das decisões de compra de uma família. As categorias de produtos mais suscetíveis à influência infantil são os produtos alimentícios industrializados. Desses produtos, estão no topo da influência a compra de biscoitos e bolachas (87%), refrigerantes (75%), salgadinhos (70%), seguidos de achocolatados, balas, chocolates, iogurtes, macarrão instantâneo, cereais e sorvetes.

Tal fato é relevante, pois, os índices de crianças com sobrepeso acompanha o crescimento do volume investido no marketing infanto-juvenil pela indústria alimentícia.

Investigando a influência do marketing nas escolhas alimentares das crianças, as alunas do Centro Universitário Anhanguera de Niterói (UNIAN), Aline Andrade de Oliveira e Graziela de Almeida Pereira Lobo, sob a minha orientação, analisaram os rótulos de 22 produtos que apresentavam apelos atrativos ao público infantil (personagens, desenhos, brindes, etc). Dentre os alimentos foram revisados os rótulos de bolos industrializados, fast food, laticínios, cereais matinais, sucos prontos, empanados, bebidas achocolatadas, macarrão instantâneo, biscoitos recheados e salgadinhos.

O sódio esteve presente em quantidades excessivas (mais que 1,2 mg%), nas porções de bolos industrializados, sucos industrializados, bebidas achocolatadas, cereais matinais, empanados, salgadinhos, macarrão instantâneo e fast foods. Com relação ao biscoito recheado, se nos basearmos na rotulagem nutricional obrigatória recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para crianças de 7 a 10 anos, a ingestão de todo o pacote fornece 96% da quantidade recomendada diária para sódio.

Notou-se alta densidade energética nas porções de bolos, biscoitos industrializados, cereais matinais, frangos empanados, salgadinhos, macarrões instantâneos, fast foods, que normalmente são consumidos em quantidades superiores as porções apresentadas nas tabelas de informações nutricionais desses alimentos. A densidade energética é definida como a caloria disponível por unidade de peso.

Os alimentos industrializados induzem ao consumo excessivo de calorias, pois apresentam alta densidade energética, alta palatabilidade, além do baixo custo, fácil acesso e alto marketing. A alta ingestão de energia desencadeia o desenvolvimento da obesidade e, consequente, eleva o risco de diversas outras doenças, como as cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.

A análise dos ingredientes mostrou a presença de conservantes e edulcorantes (adoçantes) em sucos industrializados e gelatinas, que não é indicado para crianças que não apresentam diabetes.

Dentre os 22 alimentos analisados, 86,4% apresentaram alto teor de sódio, 45,4% apresentaram gordura saturada acima de 10% e, 63,6% se mostraram com alta densidade energética.

A rotulagem nutricional dos alimentos permite ao consumidor o acesso às informações nutricionais e aos parâmetros indicativos de qualidade e segurança do seu consumo.

Apesar da legislação brasileira de rotulagem de alimentos ser abrangente há ainda a necessidade de maior fiscalização para cumprimento das normas estabelecidas. Outro ponto a ser discutido é a adequação da informação nutricional presente nos rótulos à idade do público-alvo ao qual o alimento se destina.

Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/marketing/marketing-para-o-publico-infantil-problemas-e-consideracoes/96382/. Acesso em 29 dez 2014.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Aglomeração e valor de compra em centros de consumo de baixa renda

Izabelle Quezado; Rômulo Bernardino Lopes da Costa; Verónica Lidia Peñaloza Fuentes
Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 7, número 1, p. 49-64, MAR. 2014


Resumo: Diante do crescente potencial de consumo das camadas de baixa renda, esta pesquisa se baseia nas escalas de Babin, Darden e Griffin (1994) e de Machleit, Kellaris e Eroglu (1994) com o objetivo de investigar o comportamento de compra hedônico e utilitário relacionado à percepção de crowding (aglomeração) do consumidor de baixa renda em dois centros de consumo. A partir da pesquisa quantitativa, realizada com 404 consumidores em ambiente real de varejo, os resultados revelaram que os indivíduos dos dois locais mostraram-se propensos ao comportamento utilitário e demonstraram sentir-se mais incomodados pela aglomeração no centro de consumo com menor infraestrutura. Houve indícios de que esse incômodo foi menos intenso em consumidores hedônicos.



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Frequência de compra é maior em lares com crianças

Supermercado Moderno
13/04/2012
É o que revela pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel. Os dados do estudo mostram que 49% dos domicílios do País têm presença de crianças. A presença delas indica maior zelo dos pais e preocupação em oferecer os melhores produtos. Com isso, o consumo cresce bastante – estes lares representam 56% do volume de vendas em unidades entre 2005 e 2011, enquanto os domicílios sem crianças representam 44% do volume comprado.

“As donas de casa estão tendo filhos um pouco mais tarde e isso gera impactos no orçamento doméstico. Elas preferem ter uma situação mais confortável para dar uma vida melhor aos filhos. Por isso, os gastos são consideráveis”, explica Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel.

Em 2005, os lares com crianças, com donas de casa de até 29 anos, somavam 77% e os sem crianças 23%. No ano passado, essa situação mudou: 74% e 26%, respectivamente. Já na faixa entre 30 e 39 anos, a situação se manteve igual com 76% nos lares com crianças e 24% nos sem crianças.

Segundo a pesquisa, ter um bebê muda todo o orçamento da casa e os gastos ficam até 35% maiores do que em um domicílio sem a criança. Quando há presença de menores no lar, os pais são sempre mais cuidadosos e oferecem mais produtos para agradá-los. Esse comportamento impacta na cesta de compras. Nos lares com crianças, entram no carrinho de compras produtos como leite em pó e leite aromatizado, somando 42 categorias, em um total de 65 itens.

Na lista de compras dos lares com crianças de atém dois anos de idade, também entram o petit suisse e fralda descartável, aumentando para 44 categorias. Entre três e 12 anos, quem se consolida é apenas o leite aromatizado e são 41 categorias na cesta. Em ambas as idades, além de leite aromatizado, leite em pó, petit suisse e fraldas descartáveis, também entra deo colônia. Com isso, a cesta sobe para 45 itens. Nos lares sem crianças, essa mesma cesta tem em média 39 categorias.


Disponível em http://www.sm.com.br/Editorias/Ultimas-Noticias/Frequencia-de-compra-e-maior-em-lares-com-criancas-16815.html?utm_campaign=NEWSLETTER_2012_04&utm_content=utm_content%3DNEWSLETTER&utm_medium=e-mail&utm_source=mail2easy&utm_term=utm_term%3Dnoticias%2Bnewsletter. Acesso em 24 ago 2014.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Consumidores são estimulados pelo subconsciente

Lacerda Comunicação
Qua, 02 de maio de 2012 
Você sabia que algumas lojas de roupas mantêm o ar-condicionado numa temperatura mais elevada durante o inverno, para que o cliente tenha a sensação de que o tempo está ainda mais frio e, com isso, convencê-lo a comprar agasalhos? E que algumas lanchonetes borrifam aroma de bacon em seu ambiente para aguçar o paladar dos clientes? Ou ainda que a música de uma loja ou a essência que os consumidores sentem ao entrar nela podem não ser por acaso? A esse recurso utilizado por muitas empresas, principalmente no setor do varejo, damos o nome de marketing sensorial que é uma das ferramentas do neuromarketing.

Este termo foi cunhado, em 2002, por Ale Smidts, professor de marketing na Erasmus University, em Roterdã (Holanda). “O neuromarketing nada mais é do que entender quais são os desejos, impulsos, motivações e reações para então encontrar o “botão” comprar do cérebro da pessoa, e então estimular sua percepção para os produtos nas gôndolas”, afirma Ricardo Botelho, diretor da Neurobusiness. Ele explica que o ser humano percebe o mundo por meio dos cinco sentidos: visão, tato, olfato, audição e paladar. “Os impulsos captados por eles é que dão início ao processo perceptivo, onde os sensores internos captam influências do ambiente externo, gerando assim lembranças, bem-estar, saudades ou até mesmo repugnância”, enfatiza.

Para que os empresários possam conhecer um pouco mais sobre o neuromarketing e como aplicá-lo em seus negócios, a Neurobusiness Intelligence vem pela primeira vez em São José do Rio Preto ministrar treinamentos de Neuromarketing e Neuroliderança.

Localizada na capital paulista, a Neurobusiness Intelligence foi uma das empresas pioneiras no Brasil a utilizar o neuromarketing. Resultado da fusão entre a Vetorial Marketing, o Instituto de Neurolinguística Avançada (INA-PNL) e o Portal Venda e Lucro, a empresa iniciou suas atividades em 2007 com o objetivo de elevar o índice de competitividade e sucesso das empresas por meio das mais poderosas ferramentas de comunicação, marketing e vendas, acompanhando as tendências e as transformações dos novos tempos.

Para aperfeiçoar o seu trabalho, a Neurobusiness Intelligence fundou ainda o Instituto Brasileiro de Neuromarketing e Neurobusiness (IBRA Neuromarketing). O desenvolvimento do Instituto é dedicado à gestão do conhecimento e formação através da colaboração com universidades, escolas de negócios, institutos de pesquisa e outros organismos, professores especializados, a fim de validar e garantir os melhores graus específicos em Neurociências aplicada aos negócios.

A empresa tem como clientes Correios, TAM, Banco do Brasil, Claro, Franquia Kit Casa e empresas dos mais diferentes segmentos e diversos portes.


Disponível em http://www.catanduvananet.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2929:consumidores-sao-estimulados-pelo-subconsciente&catid=15:economia&Itemid=12. Acesso em 01 ago 2014.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Quem compra cuecas são as mulheres, e os anunciantes sabem disso

Leda Samara
09 de abril de 2014
 
O poder de decisão da mulher sobre as compras domésticas vai além do que muitos imaginam. Até na hora de renovar o seu guarda-roupa o homem deixa a tarefa para a companheira, o que explica o fato de que a maior parte das vendas de cuecas são feitas para o público feminino.

Uma pesquisa recente feita pelo instituto Data Popular revelou que 71% dos homens admite que quem escolhe e compra as suas roupas é a parceira, até mesmo as roupas íntimas.

Não é a toa que grande parte das propagandas de cuecas é direcionada para o publico feminino.  Galãs como Neymar, Cristiano Ronaldo, David Beckham e Marcio Garcia estampam anúncios e exibem corpos esculturais para a principal compradora de cuecas, a mulher.

Segundo o presidente do Data Popular, Renato Meirelles, o motivo não é o fato de que a mulher está cada vez mais escolarizada e inserida no mercado de trabalho, mas sim porque os homens preferem "evitar dor de cabeça". "O homem prefere mudar de ideia a discutir, não vê muita importância nessas decisões domésticas, é folgado", afirma.

Mas, e se um homem comum fizesse propaganda de cueca? Brincando com o ideal físico dos modelos de propaganda de cueca, o jornal britânico The Sun resolveu fotografar homens normais vestindo apenas a roupa de baixo imitando poses de modelos tradicionais. O resultado ficou bem diferente do que estamos acostumados a ver por aí.

A marca de roupas íntimas Lupo, cujo garoto propaganda é o jogador de futebol do Barcelona Neymar Júnior, reconhece que a mulher é a sua principal cliente, pois compra roupas para toda família.

"A mulher ainda é uma importante tomadora de decisão na hora da compra das cuecas.  É ela quem, na maioria das vezes, compra para os filhos, para o pai e para o namorado", confirma Carolina Pires, diretora comercial e marketing da Lupo.

Em uma de suas campanhas, a Lupo brinca com a mania dos rapazes de guardar suas "cueca da sorte". A ideia da empresa é acalmar as mulheres ao afirmar que tais cuecas, dignas da lata de lixo, podem ser trocadas pelas novas peças da linha da sorte da marca, que estampa símbolos de trevos de quatro folhas e ferraduras. Em um dos vídeos, Neymar aparece no início falando diretamente para o público feminino: "Mulheres do nosso Brasil, assistam a este vídeo", diz o jogador.

David Beckham. A rede sueca de fast-fashion H&M também direciona sua publicidade de roupa íntima masculina para o público feminino. O garoto-propaganda da marca é ninguém menos que o ex-jogador de futebol britânico, David Beckham. O galã lançou sua primeira linha exclusiva de cuecas em 2012 e o sucesso foi estrondoso. Um dos filmes da campanha tem mais de 10 milhões de visualização no Youtube. Beckham deve lançar em breve uma nova linha exclusiva, desta vez de roupas de banho masculinas.

Cristiano Ronaldo. No final do ano passado, outro galã famoso do futebol lançou sua linha de cuecas. O português Cristiano Ronaldo, que assim como Beckham já foi garoto-propaganda das roupas íntimas da italiana Armani, lançou a sua própria marca para competir com o britânico no mercado de cuecas.

O jogador do Real Madrid, conhecido pelo sua vaidade, lançou a CR7 Underwear num evento em Madrid com direito a uma foto sua de 19 metros de altura, usando apenas uma das cuecas da sua linha.

Pesquisa. Apesar do apelo de homens bonitos atingir mais o público feminino na hora de comprar cuecas, outro estudo feito pelo Data Popular constatou que 66% das mulheres gostaria que os seus parceiros participassem mais nas decisões domésticas, inclusive na escolha do vestuário.

A pesquisa foi feita em dezembro de 2013, com 2 mil mulheres casadas, de 53 cidades brasileiras. Segundo Carolina Pires, diretora comercial da Lupo, tal mudança na preferência da mulher já vem sendo constatada pelas marcas.

"As mulheres estão preferindo este tipo de homem. O homem pode e deve ser vaidoso, cuidadoso com suas roupas, exigente não só com a qualidade mas também com a beleza do que veste", afirmou.


Disponível em http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,quem-compra-cuecas-sao-as-mulheres-e-os-anunciantes-sabem-disso,181545,0.htm. Acesso em 24 abr 2014.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Oito dicas para negociar bem com fornecedores

Priscila Zuini
19/03/2014
entrevista de emprego
Uma negociação bem feita com fornecedores é essencial para que pequenas empresas sejam mais competitivas no mercado. Sem bons preços, os produtos podem ficar encalhados e isso significa prejuízo na certa. “Em qualquer tipo de negociação, a preparação é fundamental”, diz Álvaro Martins, professor de Negociação da BSP (Business School São Paulo).

Antes de sentar para discutir detalhes de uma nova compra, o empreendedor precisa ter um plano B em mente e procurar saídas do tipo ganha-ganha. “Neste caso, valor negociado é distribuído para que as duas partes ganhem de alguma forma”, explica Carlos Cruz, do Ibvendas. Confira a seguir oito dicas essenciais antes de ir negociar com fornecedores.

1. Tenha um plano B

Ficar nas mãos do fornecedor durante uma negociação é uma péssima estratégia. É preciso ter outras opções, caso não se chegue a um acordo. “O empresário tem que ir preparado para saber qual o plano B dele, se não der negócio. A ideia é se concentrar no interesse e não na disputa de posição”, sugere Cruz.

Ter uma alternativa faz parte do trabalho preparatório para uma negociação. Se há várias ofertas no mercado, a negociação fica mais vantajosa. “Sem alternativa alguma, ele já parte em uma posição muito desfavorável. O pior cenário é ir comprar e não ter mais ninguém que venda aquilo”, diz Martins.

Lembre-se de que o outro lado da mesa também vai pesquisar para conhecer seu negócio e é preciso ter informações para chegar a um acordo bom para todos.

2. Conheça seus limites

Além do plano B, o empresário precisa ter um limite, seja de preço, prazo ou condições, muito claro na cabeça. “Tenha bastante conhecimento da sua própria realidade, principalmente do ponto de vista financeiro. Estabeleça quais são seus limites e qual o preço máximo que pagaria”, diz Martins. Essa informação, claro, não deve ser revelada ao outro negociador.

3. Construa relacionamento

Uma relação de ganha-ganha tem como base a confiança. Construir um relacionamento com o fornecedor facilita a troca de informações e torna o momento da negociação menos crítico. “Quanto mais você deixar o outro confortável, mais informações vai conseguir, se tiver capacidade de fazer as perguntas certas”, diz Cruz.

4. Tente desvendar o outro lado

O relacionamento é também um passo para conseguir entender como pensa o negociador, quais são seus limites e plano B. “O principal é ter esse relacionamento, para ter o máximo possível de informação”, explica Martins.

5. Defina uma estratégia

Antes de pedir desconto ou mais prazo para pagar, pense em que tipo de estratégia é mais vantajosa para seu negócio. “Uma tática é mirar no limite do outro. Quando você deixa que ele abra a negociação, ele dá mais elementos para conhecer o cenário dele. A outra é mirar no seu valor alvo e forçosamente abrir a negociação”, afirma Martins. São estratégias diferentes que dependem de contexto, e da força de cada um na mesa de negociação.

6. Deixe a emoção de fora

Quando a emoção fala mais alto, os riscos de negociar mal aumentam. “As empresas devem racionalizar o processo de negociação”, afirma Cruz. Com informações precisas em mãos, é mais fácil controlar a emoção na hora. “Quando você se prepara melhor, tem muito mais condição de ter um emocional mais equilibrado, colocar a comunicação de forma mais apropriada e também de conseguir entender melhor as coisas”, complementa Martins.

7. Cuidado com a postura corporal

Emoção demais também pode ser percebida na postura corporal. “A postura muito agressiva não é conveniente porque uma hora a coisa pode virar”, diz Martins. Cuidado para não deixar transparecer nervosismo e ansiedade de fechar negócio. “A pessoa revela pelo olhar que a coisa está muito certa e o outro lado pode endurecer, por exemplo”, afirma o professor.

8. Não fale demais

Assim como a postura corporal, o empreendedor precisa ter o cuidado de não falar mais do que deve. Todas as informações dadas na negociação podem prejudicar o resultado final. “Não revele mais que o necessário. Revelar prazo é coisa que prejudica muito. Quando não tem experiência, o empresário vai de peito muito aberto e isso não é bom. Isso deixa a pessoa completamente na mão do outro lado”, indica Martins.


Disponível em http://exame.abril.com.br/pme/noticias/8-dicas-para-negociar-bem-com-fornecedores?page=1. Acesso em 23 mar 2014.

terça-feira, 4 de março de 2014

Não, as pessoas não compram produtos

Belle Cooper
20 de fevereiro de 2014
 
Há um famoso boato de que quando Steve Jobs inventou o iPod, todas as pessoas dos noticiários e das outras indústrias de tecnologia coçaram um pouco a cabeça. Os MP3 players estavam no mercado havia algum tempo. O que era tão diferente no iPod? Naturalmente, as pessoas apontaram muitas diferenças, mas o aspecto principal foi como Jobs o apresentou e comercializou: “1.000 músicas no seu bolso”.

Enquanto a concorrência dizia “1GB de armazenamento em seu MP3”, a respeito do produto, a Apple saiu à frente e fez do produto uma parte de você, que carregava 1.000 músicas no bolso. Nossos amigos do site “User Onboarding” escreveram um ótimo post e também construíram um gráfico mostrando como essa estrutura se apresenta em um nível superior:


Em particular, a imagem em si provou ser popular - compreensivelmente. É uma ótima maneira de descrever que o marketing inteligente foca nos benefícios em vez das características.

Eu ouvi pessoas falarem sobre os benefícios em vez dos recursos no marketing, mas resisti em entender a diferença. Para este artigo, explorei tal informação um pouco mais detalhadamente e descobri alguns exemplos de companhias que sabem fazer isso.

Características x benefícios: como perceber a diferença

Nossos amigos do User Onboarding explicaram a diferença entre as características e os benefícios:

“Pessoas não compram produtos; elas compram versões melhores de si mesmas. Quando está tentando ganhar clientes, você elenca os atributos da flor ou descreve o quão incrível é o fato de ela lançar bolas de fogo?”

Isso inclui ainda um tweet de Jason Fried sobre o assunto:

“‘Aqui está o que nosso produto pode fazer’ e ‘Aqui está o que você pode fazer com o nosso produto’ soam parecidos, mas são abordagens completamente diferentes”.

Lendo a respeito do tema, encontrei excelentes posts de blogs que se aprofundam ainda mais no tema. Um do blog Ideacrossing descreve as características como “o que seu produto ou serviço tem ou faz” e os benefícios como “o que os recursos significam e por que eles são importantes”. Na verdade, muitas vezes, produtos contêm recursos que nunca são utilizados e que podem ser “uma grande fonte de desperdício”.

Desse modo, parece que as características são o “quê” do seu produto ou serviço, enquanto benefícios representam o “porquê” deles.

Depois de tanto ler, finalmente resumi essa diferença em uma frase que torna mais fácil distinguir o que são as características e os benefícios:

“Característica é o que seu produto faz; benefício é o que o consumidor pode fazer com seu produto”.

Mas chega de teoria, vamos ver exemplos surpreendentes de algumas das melhores empresas lá fora. Para ter uma boa ideia de como as coisas funcionam na prática, achei que seria útil dar uma olhada em organizações renomadas que fazem uso dos benefícios na estratégia de marketing. Aqui vão alguns que encontrei:

Evernote: lembre-se de tudo

O Evernote não pode se lembrar de tudo por você. Na verdade, ele não pode se lembrar de nada – é um software. O que ele faz é oferecer recursos que permitem a você salvar e organizar coisas. Lembrar-se de tudo é o que você pode fazer com o Evernote – o benefício!

Twitter: inicie uma conversa, explore seus interesses e mantenha-se informado

O Twitter usou diferentes benefícios no slogan de sua página inicial, ainda assim ele se focou nos benefícios. Cada uma dessas três “coisas” você pode fazer com o Twitter. Não uma característica do produto.

Nest Thermostat: algo bonito é economizar energia

Gosto bastante desse exemplo por achá-lo extremamente inteligente. Em apenas seis palavras o slogan da marca diz qual é o maior benefício (você vai economizar energia), e algo sobre o que torna o produto único (ele é bem projetado; é “algo bonito”).

LinkedIn: seja ótimo no que faz

O LinkedIn foi ainda mais longe ao se referir ao consumidor no seu slogan. Ao dizer “Seja ótimo no eu faz” deixa claro que a ideia principal é que você vai ser ótimo no que faz se usar o LinkedIn. Em vez de empurrar as qualidades do produto ou o lema da empresa, ele se foca no consumidor.

Quais produtos, de fato, já impressionaram você? Eu adoraria saber suas ideias sobre o que é uma boa experiência junto a um produto.


Disponível em http://administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/nao-as-pessoas-pessoas-nao-compram-produtos/75728/. Acesso em 01 mar 2014.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cinco coisas que os comerciantes nunca lhe dirão

Ana Torres Pereira
27 Novembro 2013
 
Aumentar o ar condicionado, colocar uma música agradável ou ter uma loja perfumada são apenas algumas das técnicas utilizadas pelas marcas para convencer os consumidores a comprarem mais. O neuromarketing ou o marketing sensorial são duas ferramentas que já fazem parte de qualquer manual de gestão de consumo.

"A Neurociência do Consumidor veio trazer novas possibilidades às marcas, por via do seu contributo na produção de dados que permitam complementar ou aprofundar os processos de investigação relacionados com inovação e desenvolvimento de novos conceitos, subjacentes à criação de novos produtos", como refere André Zeferino, numa análise publicada na Netsonda. O marketing sensorial, como o próprio nome indica, quer estimular os vários sentidos. Esta estratégia que arrancou no Reino Unido já começa a ter alguma penetração nalguns mercados. Contudo ele não se aplica a todo o tipo de lojas ou de produtos.

De todas as técnicas, a focada na promoção e no desconto ainda é a rainha. Compre um e leve dois, receba desconto de 25% a 50% na compra do segundo artigo, acumule 50% do preço em cartão e volte cá para comprar de novo. E mais recentemente a aquisição de "vouchers" nos mais diferentes sites de descontos que "oferecem" não só produtos a preços mais baratos, como valores de dois ou mais serviços por metade do preço.

Para ser um consumidor consciente e só comprar o que precisa, é preciso ter os sentidos muito mais apurados, porque todos o vão querer convencer a comprar mais.

Preços: a tática do 99 dá ilusão de barato

As técnicas aplicadas ao preço podem dar a ilusão de que os artigos são mais baratos do que efetivamente são. A mais utilizada é a de não arredondar o valor, ou seja, um artigo que custa 9,99 euros dá a ilusão que é muito mais barato do que um que custe 10 euros e, no fundo, o que os separa é apenas um cêntimo.

Outra das tácticas utilizadas é não colocar a moeda, esta pouco utilizada em Portugal. No entanto, um produto que custa 30 é percepcionado de forma diferente se for colocado o preço de 30 euros. Ainda neste campo, colocar as letras mais pequenas na etiqueta ou no placar onde está fixado também poderá causar ilusão ao consumidor.

Olfato: uma loja perfumada

O uso de fragrâncias é bastante utilizado por marcas de automóveis e roupas, porém, um crescente número de empresas de diversos ramos já tem utilizado esse recurso do "branding" sensorial. De acordo com algumas análises de neuromarketing, um perfume traz lembranças e deixa o consumidor mais emotivo.

Segundo uma pesquisa alemã, perfumar o ambiente aumenta em até 15% a probabilidade de uma venda. Segundo a directora da empresa especializada em marketing olfactivo, Soluquim, Fernanda Menghatho, a estratégia tem a finalidade de sugestionar o consumidor pelas sensações que os aromas proporcionam. "A memória olfactiva é muito maior do que a memória visual", diz.

Restaurantes: as crianças é que mandam

Oferecer brindes ou colocar os chocolates e rebuçados perto da caixa de pagamento são algumas das técnicas utilizadas, principalmente em supermercados. Nos restaurantes de "fastfood", uma das técnicas mais utilizadas é oferecer brinquedos num dos menus infantis. Mas, mesmo noutro tipo de restaurantes o menu infantil poderá incluir, por exemplo, uma caderneta ou um livro para pintar.

Ainda na parte da restauração, algumas das técnicas passam por utilizar cores: por exemplo, o vermelho estimula o apetite. O consumidor fica com mais fome e come mais rápido, abrindo espaço para outros clientes poderem consumir.

Provadores: dar mais espaço e espelhos maiores

Numa loja de pronto-a-vestir quanto maior for o provador da roupa, mais à vontade o consumidor vai ficar. Isso poderá fazer com que ele passe mais tempo a experimentar vários modelos, aumentando assim a possibilidade de compra. Ainda dentro do provador, ter um espelho maior também poderá melhorar a experiência. No interior da loja, o pé direito e a amplitude do espaço poder-se-á tornar mais confortável para uma decisão de compra.

Alguns espaços também utilizam a técnica de aumentar a temperatura do ar condicionado, para apelar à compra. No caso de haver escadas rolantes, estas estão posicionadas de forma que tenha de percorrer vários sectores da loja.

Espaço: sentido inverso aos ponteiros do relógio

De uma forma espontânea quando entra num espaço comercial o mais habitual é seguir uma orientação no sentido dos ponteiros do relógio. Várias análises indicam que os clientes gastam 7% mais quando andam no sentido inverso, apesar de isso também causar desconforto e poder afastá-los das lojas. Desta forma, há locais dedicados ao consumo que procuram organizar--se para distribuir os produtos de forma a estimular o caminho natural e a prolongar a estada.

Quanto à música, um estudo no Reino Unido revelou que uma música agradável faz com que o consumidor possa ficar mais tempo na loja e ter vontade de voltar ou recomendar a outros.


Disponível em http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/coisas_que_os_comerciantes_nunca_lhe_dirao.html. Acesso em 09 fev 2014.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Empresas B2B vão reforçar uso de mídia social com foco em negócios

Revista Proxxima 
13 janeiro 2014
 
Tradicionalmente, anunciantes B2B têm tido uma dieta contínua de papéis brancos e tomado iniciativas para formar relacionamentos com prospectos. Mas segundo novo estudo realizado pela IDG Connect, compradores de TI vão passar a encarar a social media como a fonte de conteúdo mais importante para decisões de compra.

Quando comparado com conteúdo editorial e conteúdo pago, a social media é a fonte de informação menos crítica para os compradores de TI, diz o estudo. Mas, em dois anos, os compradores esperam que essa equação mude, dando à social media um aumento de 31% para 37% por influenciar decisões de investimento. No mesmo período, o peso para conteúdo editorial e pago cairá em 31% e 32%, respectivamente.

O social já está desempenhando um papel entre a grande maioria dos compradores de TI. De acordo com a pesquisa, 86% deles usam a social media para o processo de decisão de compra. Há alguns anos, a mídia social tinha um peso de cerca de 20% nas decisões; hoje, as conversações que antes se davam off-line estão migrando para redes sociais como Facebook, Twitter e Google +.

Os compradores estão colocando mais peso nessas conversações, ao mesmo tempo em que engajam os vendedores no processo de compra, afirma Bob Johnson, VP e analista da IDG Connect. Ele observa que os vendedores vão precisar oferecer aos compradores um caminho claro para a informação certa através dos canais sociais.

O estudo também constatou que os compradores engajados nas redes sociais estão muito mais interessados em conteúdo educacional do que conteúdo promocional ou transacional. Isso sugere que, embora a importância da social media esteja crescendo, ainda não é o local para fechar negócios.


Disponível em http://www.proxxima.com.br/home/negocios/2014/01/13/Empresas-B2B-vao-reforcar-uso-de-midia-social-com-foco-em-negocios.html. Acesso em 13 jan 2014.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Crianças: educação ou tecnologia?

Bruna Molina
19 de Dezembro de 2013
Um estudo da HSR Specialist Researchers, realizado pela Officina Sophia Retail em parceria com a eCGlobal Solutions, para detalhar o hábito de compra de brinquedos, mostra que presentear as crianças com jogos educativos e bonecos são preferência das mulheres em 25% e 23%, respectivamente. Já 26% dos homens dão jogos eletrônicos. A pesquisa foi realizada com 1849 pessoas da América Latina, sendo 517 brasileiras.

A lista segue com 13% de preferência por carrinhos e motos. Um dado interessante é que 36% dos consumidores do País assumiram que sempre compram o que as crianças pedem. Mais da metade dos entrevistados (57%) afirma que os eletrônicos são os preferidos pelos pequenos.

No Brasil, 62% dos consumidores preferem adquirir os produtos em lojas especializadas, opção de 53% da população de outros países da América Latina. Brasileiros que fazem compras pela internet correspondem a 14%, contra 7% da América Latina. A publicidade da televisão mostra sua força: 80% dos entrevistados compram produtos anunciados na TV.


Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/12/19/Criancas-educacao-ou-tecnologia.html?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=mmbymail-geral&utm_content=Crian%E7as:+educa%E7%E3o+ou+tecnologia?. Acesso em 25 dez 2013.

domingo, 27 de outubro de 2013

47% das pessoas já compraram algo que nunca usaram, diz pesquisa

Do G1, em São Paulo
22/10/2013
 
Movidos pelo impulso, 47% dos consumidores admitem que já compraram algum produto que nunca chegaram a usar, aponta levantamento divulgado nesta terça-feira (22) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

21% disseram acompanhar familiares ou amigos a lugares que extrapolam seu próprio orçamento apenas para 'não fazer feio'

O estudo foi feito nas 27 unidades da federação e revela que, apesar das compras por impulso,  88% dos entrevistados se autodeclaram conservadores ou moderados quando vão as compras.

A pesquisa aponta que 59% dos consumidores já compraram algo pensando “eu mereço”, mesmo sem ter condições financeiras para arcar com o produto.

Por conta das compras por impulso, outros 59% admitem que já ficaram “no vermelho” por adquirir algum bem que não precisavam ter comprado.

Entre os consumidores entrevistados, 62% assumiram que antes mesmo de receber o salário já pensam nas compras supérfluas que farão no mês seguinte. O percentual aumenta para 69% entre os entrevistados das classes C, D e E. Entre os consumidores das classes A e B, o índice é de 51%.

'Preocupação com a imagem'

De acordo com a pesquisa, 30% dos entrevistados já se sentiram discriminados por um vendedor e acabaram comprando o produto para provar que tinham condições financeiras de arcar com o custo.

Outros 21% dos entrevistados disseram que costumam acompanhar familiares ou amigos a lugares que extrapolam seu próprio orçamento apenas para “não fazer feio”. Este percentual sobe para 24% entre aqueles que são das classes C, D e E e cai para 15% entre os de maior renda.

O estudo revela ainda que 33% dos entrevistados confessam que já deram um presente muito acima de seu orçamento apenas para impressionar o presenteado e 43% disseram que, quando compram um produto recém-lançado no mercado, fazem questão de exibir a novidade para os amigos.

Sonhos de consumo

Com relação ao sonho de consumo, 30% tem como desejo adquirir a casa própria ou reformar e mobiliar o imóvel que já possuem.

O percentual se apresenta ligeiramente superior (32%) entre os entrevistados das classes C, D e E, enquanto que para os de maior renda, realizar uma viagem (18%) se destaca como o principal sonho de consumo.


Disponível em http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/10/47-dos-consumidores-ja-adquiriram-algo-que-nunca-usaram-diz-pesquisa.html. Acesso em 24 out 2013.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O consumidor está disposto a comprar roupas da Fiat e Coca-Cola?

Lilian Calmon
17/10/2013
Calçar um chinelo da Coca-Cola ou uma sapatilha do Fiat 500 é um indicativo de uma relação mais forte entre o consumidor e estas marcas. Mais do que retorno financeiro, as empresas que oferecem ao público roupas, acessórios e itens de decoração relacionados aos seus respectivos universos buscam transferir toda a sua bagagem simbólica para outros momentos da vida das pessoas. Este tipo de abordagem cria maior conexão com o usuário e tende a fortalecer ainda mais a sua preferência por um determinado produto. E cada vez mais, os brasileiros se mostram dispostos a experimentarem novas formas de relacionamento com as marcas com as quais se identificam.

Embora 52,5% das pessoas nunca tenham comprado um produto de uso pessoal relacionado a uma marca de consumo, 64,3% viriam a adquirir algo desse universo, de acordo com o levantamento do Mundo do Marketing e da LeadPix. As camisas são os itens mais escolhidos com 17% da preferência, seguidos por tênis com 16,2%. E, entre aqueles que admitem a possibilidade de compra, as camisas também aparecem em primeiro com 14,9%, tênis com 13,3%, copos e utensílios para a casa com 13,07%, e acessórios com 12,1%. A pesquisa conduzida em setembro foi respondida por 960 consumidores em todo o país, sendo 40,4% mulheres e 59,6% homens. A faixa etária variou entre 35 e 59 anos.

No exterior, as fanstores com itens de moda e colecionáveis ligados a grandes marcas são mais comuns do que no Brasil. Quando viaja para Nova Iorque, nos Estados Unidos, a médica Paula Cabral sempre visita a loja de três andares da M&M's na Times Square. Algumas vezes, ela não compra nada e apenas se diverte com o ambiente do lugar. “Vejo as pessoas saindo carregadas de sacolas, mas nem costumo fazer compras lá. Gosto de passear, me sinto no filme A Fantástica Fábrica de Chocolate”, compara.  A atmosfera da marca e a série de experiências que o consumidor vivencia numa loja desta natureza potencializam o desejo de aquisição de uma “lembrancinha”, segundo Andrei Scheiner, Consultor de Marketing e branding.

Fiat tem mais de 150 itens no seu Fiat Fashion

Para ir além da relação carro e motorista, a Fiat lançou há sete anos a plataforma Fashion Innovation Attitude, que trata de moda, comportamento, arte e cultura, buscando traduzir os atributos da marca como design e tecnologia. Umas das suas áreas de atuação é a Fiat Fashion, que comercializa mais de 150 produtos como roupas, bolsas, brinquedos, papelaria e itens colecionáveis baseados nos carros e em estilos de vida. “A Fiat patrocinou o São Paulo Fashion Week por cinco edições e lá apresentamos coleções em parceria com Alexandre Herchcovitch e com O Estudio, que foram vendidas em lojas multimarcas”, conta Rosália Andrade, Coordenadora de Projetos Especiais de Brand da Fiat, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A partir dessa experiência no mundo da moda, a marca italiana decidiu levar a plataforma para um número maior de pessoas. Em 2011, foi criado o e-commerce da Fiat Fashion, hoje seu principal canal de venda. A montadora também comercializa seus produtos na própria fábrica, em mais de 160 concessionárias e também nos eventos em que participa como o Salão do Automóvel de São Paulo. Em setembro, o site foi reformulado e ganhou um blog, alcançando uma média mensal de 300 compras.

Atualmente, o seu público é composto tanto por proprietários de carro da marca como por pessoas que não são donas de veículos, mas que compram os produtos por seu estilo e qualidade. Sem trabalhar com coleções tradicionais como Outono-Inverno e Primavera-Verão, a marca planeja relançar até o final do ano a linha inspirada no Fiat 500, considerada muito bem aceita ao ser lançada em 2011. Com design clean e sofisticação, a sapatilha do Fiat 500 foi uma das peças campeãs de venda e custava R$ 129,00. “Não é só fazer uma camiseta que tem a marca do Punto, por exemplo, mas buscar uma lavagem diferenciada, uma estampa exclusiva, uma modelagem confortável e de alta qualidade. Nos preocupamos com isso”, destaca Rosália Andrade.

Coca-Cola Clothing

A Coca-Cola Clothing é um exemplo de extensão de uma marca com boa aceitação no mundo fashion. A grife conta hoje com mais de 760 pontos de venda em todo o país. Antes, o comércio era exclusividade das lojas Colcci. Além da qualidade dos produtos, a atenção com o ambiente em que uma loja é construída também contribui para uma experiência positiva no momento de compra e, de imediato, ajuda a despertar a curiosidade das pessoas.

Foi o que aconteceu com Marcela Andrade quando viu pela primeira vez uma loja dentro de um contêiner. Surpresa com a novidade e interessada em investir no ramo, ela procurou a Container Ecology Store e hoje é uma franqueada da Coca-Cola Clothing. Há um ano e três meses com a unidade em Recife, em Pernambuco, Marcela conta que muitos consumidores ficam curiosos, entram na loja e querem tirar fotos no local, que reflete a identidade jovem, urbana e sustentável da marca. “O contêiner acaba sendo um cartão de visita, chama a atenção e é diferente das demais lojas em shopping”, conta. Com o negócio ainda em fase de maturação, ela espera uma melhoria nas vendas para os meses de novembro e dezembro.

Em geral, as empresas que investem em outros produtos relacionados às suas marcas são aquelas que possuem mais tempo de mercado e uma reputação consolidada. Na visão da Harley-Davidson do Brasil, a venda de roupas e acessórios faz parte do mesmo mundo que suas motos, porque os clientes desejam o “pacote completo”: moto, vestuário e grupo de amigos. Assim, a companhia que comercializa “motorclothes” há mais de 100 anos, não vê isso como risco e considera os itens como a maneira mais fácil de uma pessoa se aproximar da marca e vivenciar seu estilo de vida sem ter, necessariamente, uma moto.

Motorclothes

Muitas vezes, os produtos são usados por quem não é motociclista, mas que deseja compartilhar ideais universais de aventura, criatividade e irmandade num estilo norte-americano. No país e no restante do mundo, a compra pode ser feita nas concessionárias da marca.  Para 2014, a estratégia é atrair os clientes mais jovens com o lançamento de coleções com corte diferenciado e um visual que remete à rebeldia característica desse universo.

Embora o risco seja pequeno, o problema pode girar em torno de como as marcas trabalham a questão do preço em cada país.  Como a Coca-Cola é um produto de massa, o consumidor talvez não queira pagar R$ 100,00 numa camiseta vendida num quiosque de um shopping no Rio de Janeiro. “O brand equity da Coca é tão forte que permite trabalhar preços mais caros nessa extensão de linha, mas a questão é saber se o consumidor brasileiro vai comprar essa ideia”, avalia Andrei Scheiner, Consultor de Marketing e branding, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A situação é diferente quando se trata de uma jaqueta da Harley-Davidson, que custa muito mais caro do que uma Coca-Cola. Como o valor da moto é ainda mais alto, a compra de uma roupa da marca pode ser uma maneira mais barata de se aproximar dela. No levantamento do Mundo do Marketing e da LeadPix, 55% dos entrevistados estariam dispostos a pagar entre R$ 10,00 e R$ 60,00 num produto pessoal de uma marca de consumo. “Você pode comprar um copo da Coca-Cola numa loja varejista no Brasil. Então, entende-se que aquilo foi licenciado pela Coca e você pode ter produtos mais em conta. Não sei se a Coca-Cola está se posicionando de maneira mais premium em suas lojas no país”, pondera Andrei Scheiner.


Disponível em http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/marca/28967/o-consumidor-esta-disposto-a-comprar-roupas-da-fiat-e-coca-cola-.html. Acesso em 17 out 2013.