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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PMEs aumentam faturamento após investimento em embalagens

Priscilla Oliveira
01/10/2014
 
Observando as ofertas na prateleira, qual estaria mais propensa ao interesse do consumidor: a que se parece com as demais ou a que possui traços e cores inovadoras? Provavelmente, a segunda opção chamaria mais atenção. Isso porque produtos diferentes e com visuais mais atrativos tendem a se destacar naturalmente. Entendendo a importância de trabalhar a embalagem tanto quanto o conteúdo, as pequenas e médias empresas estão apostando cada vez mais em destinar parte dos recursos financeiros em alterações no rótulo.

Estudo de cores, pesquisa de identidade visual e adaptação a tecnologias de conservação do produto são alguns dos pontos avaliados e considerados antes de alterar qualquer artigo. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 75% das empresas que investiram em design obtiveram aumento nas vendas. Além disso, ao buscarem modernizações, elas também conseguiram reduzir os custos de produção em 41%.

O investimento na apresentação, hoje, deixou de ser superficial para tornar-se primordial à sobrevivência de uma marca. “O frasco é o ponto de contato do consumidor com o produto. Principalmente para quem atua com bens de consumo, ele representa um grau de relevância muito alto. Em lojas de conveniência, por exemplo, onde se tem menos trabalho de vendedor, o artigo precisa se vender por si só”, conta Roberto Kanter, Diretor Executivo do Canal Vertical e Professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Primeiros passos

Contratar um designer gráfico para compor a equipe fica fora da realidade de muitas pequenas e médias empresas, mas buscar ajuda especializada é possível e o primeiro passo a dar. Alguns escritórios conseguem ajustar preços de acordo com porte da companhia e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) possui um corpo de profissionais capacitado no tema, em parceria com a Associação Brasileira de Embalagens (Abre).

Um dos maiores erros de um empresário é acreditar que pode dar conta sozinho, utilizando uma forma amadora. “Não dá para fazer de qualquer jeito, sendo essencial contratar escritórios de design. Alguns eles estão, hoje, em incubadoras de faculdades, inclusive. E o custo é muito acessível. Atualmente, não faz mais sentido se contentar com uma criação artesanal, mas ainda existem os que ignoram a relevância desse investimento. É miopia de alguns empresários achar que o foco deve estar apenas na produção. A indústria investe em produção e pensa pouco no Marketing. Alguns pensam de forma muito conservadora e veem a estratégia apenas como publicidade. Existem outras vertentes”, conta Roberto Kanter.

Por outro lado, existem os empreendedores que já chegam ao mercado usando a embalagem como grande diferencial e que buscam constante evolução a partir de novos estudo de criação. “A Do Bem, que é uma PME, se criou assim desde o início e vem crescendo. Há uma preocupação de se estabelecer no mercado via embalagem, com cores escolhidas taticamente”, afirma o professor.

Mudanças radicais

Criada há 10 anos, a Lettuca começou vendendo biscoitos amanteigados em embalagens simples, fechadas no grampo e com uma produção artesanal. Os pacotes vendidos possuíam 500 gramas ou um display com 20 unidades. Após observar a tendência por alimentos funcionais, o idealizador Leonardo Muller decidiu investir em biscoitos do tipo orgânicos. Além de buscar algo saudável e gostoso, ele optou por criar um pacote atrativo. O proprietário participou do projeto do Sebrae e deu andamento à construção de uma nova imagem.

A marca Lettuca passou a ser secundária e o biscoito Fibratto tornou-se o carro-chefe da pequena empresa. “Foi feito um reposicionamento e uma designer viabilizou o nova modelo. O projeto demorou seis meses para ser concluído e a gramatura do biscoito foi revista. De 500 gramas foi para 245 gramas, atendendo ao consumo de uma semana. E a versão de uso rápido ficou em 75 gramas. O lançamento da nova imagem ocorreu em junho de 2013 e o faturamento dobrou, bem como o número de funcionários. Não mudamos a receita, mudamos o apelo comercial”, conta Érico Marchi, responsável pela Área Comercial da Lettuca, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Pouco mais de um ano após estrear nas prateleiras, o novo design foi premiado como terceira melhor embalagem de família de produtos pela Abre. “Foi espetacular ser reconhecido e em tão pouco tempo. Tivemos uma nova visão do mercado e ele, uma nova visão de nós. A maior parte de nossos investimentos mira na apresentação, uma vez que não temos capital ainda para mídia. É a nossa forma de se destacar entre os concorrentes”, conta Érico Machi.

Cultura da empresa

A Botica de Banho, empresa de perfumaria, também foi uma das vencedoras do Prêmio Abre. Campeã na modalidade embalagem de micro e pequena empresa, a fabricante de aromas vem se firmando como inovadora nos frascos e kits que vende. Em 2010, outra medalha foi recebida pela linha masculina. Apostar em estudos e no desenvolvimento de recipientes diferenciados faz parte da cultura da empresa, que tem parcerias com agências de design para a criação da parte visual.

A concepção de novos estilos possui grau altíssimo de importância para os gestores. “Penso que a apresentação precisa ter uma história. Além disso é necessário associarmos função à beleza. O cliente não quer mais o básico, por isso nossos produtos transmitem sentimentos. Acreditamos também no relacionamento, em fazer coisas únicas para pessoas únicas” diz Claudia Spring, Diretora e Criadora da Botica de Banho, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A empresa pretende continuar a investir em novos modelos e planeja criar, em 2015, uma linha cujo tema será a simplicidade. “Vamos levar algo sutil e belo, mas com um toque de sofisticação, que é o condutor de nossas ações. Tentamos pensar de forma sofisticadamente simples e fazer tudo de maneira descomplicada, mas com um toque de glamour", conta Larissa Muhlbauer, responsável pelo Marketing da Botica de Banho, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Questão de sobrevivência

Outra empresa reconhecida pela Abre foi o Café do Centro. Com quase 100 anos de história, a média empresa se destacou no módulo competitividade internacional com produtos de exportação e ficou em segundo lugar na categoria. Produtora e distribuidora de seus grãos especiais, a marca investiu na história das regiões de plantio de café do Brasil para idealizar suas embalagens. “Existem diversos produtores e queríamos nos diferenciar deles, com isso contratamos uma empresa de design para criar essa embalagem. Foi um trabalho longo porque a designer precisava conhecer a empresa para criar algo que fosse a nossa cara”, conta Rodrigo Branco Peres, Diretor Executivo do Café do Centro, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A companhia realiza muitas transações B2B e, para os empresários do ramo de cafeterias, ter um diferencial entre os fornecedores é sinônimo de mais negociações. Além da bebida, são criadas personalizações em xicaras e cafeteiras com o nome do fabricante, de forma fazer o cliente lembrar a todo momento que tipo de café ele está tomando. A divulgação dos produtos é feita apenas em anúncios de revistas especializadas. A maior mídia para a empresa é o boca a boca.

Por este motivo, ser atraente em todos os níveis em que é manipulado é fundamental para que a marca seja procurada e exista. “Concorremos com empresas top, precisamos criar nosso diferencial. E também é importante lembrar que a embalagem deve conservar o produto sem afetar sua qualidade. Utilizamos tecnologia para que o grão fique protegido e, neste caso, o pacote é mais do que beleza, ele faz o item ser melhor”, conta Rodrigo Branco Peres.


Disponível em http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/planejamento-estrategico/31831/pmes-aumentam-faturamento-apos-investimento-em-embalagens.html?utm_medium=e-mail&utm_campaign=Newsletter+Dia&utm_source=mail2easy. Acesso em 01 out 2014.

sábado, 27 de julho de 2013

Embalagens certas elevam vendas de produtos

New Trade
Publicado em 13-08-2012
Não basta ser bonita, a embalagem tem que ser funcional e adequada ao produto vendido para ganhar o consumidor na competitividade com as outras marcas no momento da compra. A importância do design e de uma boa embalagem aliados à qualidade do produto tornam aspectos importantes na aquisição do mesmo, já que 81% das escolhas dos consumidores são tomadas no ponto de venda. Para auxiliar empresas de micro e pequeno portes a impulsionar o aumento das vendas, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) possui um setor de consultoria no quesito de design de criação de novas embalagens. Empresas mineiras que já realizaram essa troca, tiveram um aumento significativo de vendas.

O designer e professor coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), membro do Conselho e atual Coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), Fábio Mestriner, analisa que a embalagem é intrínseca ao produto às vistas do consumidor. Mestriner esteve na capital mineira na última terça-feira para participar da comissão julgadora dos projetos do 3º Prêmio Sebrae Minas Design. "Nas pesquisas que fizemos - é dado de pesquisa - o consumidor não separa a embalagem do conteúdo. Para as pessoas, representam uma única entidade, a embalagem participa e interfere na concepção que formam do produto", salienta.

Investimento

De acordo com Mestriner, os pequenos empresários podem valorizar os produtos pela embalagem para conquistar o consumidor, já que não entram no mercado com uma propaganda pesada. "Há um ‘mundo’ de produtos e 90% deles não têm apoio de propaganda e marketing, eles têm a embalagem como único recurso para competir. Se houver uma boa embalagem, o consumidor sabe o que vê ali. A embalagem, para a pequena empresa, pode ser grande aos olhos dos consumidores. Se bem utilizada, desenvolve a pequena empresa, a região, os estados, impulsiona as vendas, ganha força e vai crescendo e começa a puxar os fornecedores para ela", analisa.

Na avaliação de Mestriner, o consumidor se influencia pela compra de um produto em relação a outro pelo que está vendo. "Ele não sabe se a empresa é grande ou pequena. Dou sugestão ao empresário para ir ao ponto de venda e colocar, lado a lado, as embalagens dos concorrentes e avaliá-las.  preciso ter embalagem equivalente às outras, as inferiores são descartadas. Fazer compras no supermercado tem testemunhas, as pessoas olham, observam os produtos que os outros estão comprando - e os produtos dão depoimento da pessoas", avalia o designer.

Na disputa pelo consumidor, cada produto compete na sua categoria, sendo que a embalagem tem um papel decisivo. De acordo com o professor, "81% das decisões são tomadas nos pontos de vendas, tendo a embalagem como mediadora do processo".

Para deixar os produtos de pequenas empresas mais competitivas, o Sebrae e a Abre realizaram um convênio que durou quatro anos, para desenvolver projetos de novas embalagens para os empreendimentos. Em todo o Brasil, foram atendidos, aproximadamente, 500 projetos, com quase três mil embalagens desenvolvidas. "Há casos em que houve aumento de mais de 500% nas vendas, registros que mudam a vida de uma pequena empresa. As embalagens favorecem muito a pequena empresa", destaca o designer. O convênio terminou, mas a consultoria oferecida pelo Sebrae continua.

Mestriner comenta que com o aumento do poder aquisitivo da classe C e D, as pessoas querem comprar o que não podiam antes; contuido, se percebem que a embalagem é inferior, substituem a compra por outro produto. O designer destaca que a embalagem tem que ser adequada ao produto que está embalando, não é só ser bonita, ela tem que ser pertinente à categoria e não ser inferior. "Por exemplo, molhos de pimenta, são em vidros, mas tem um que vem dentro da caixinha, informa ao consumidor que é diferente - uma linguagem através da qual, muda a percepção de valor.

Reformulação

A proprietária da Ormifarma (Organização Mineira de produtos Farmacêuticos Ltda.), Janine Oliveira Capelão, foi uma das participantes do projeto do Sebrae-MG e mudou, inclusive, a marca da empresa para Terraie. O crescimento no lucro já chegou a 15% e ainda falta metade dos produtos comercializados pela empresa para passar pela reformulação da embalagem. A estimativa é que as vendas cresçam ainda mais.

"Nós optamos por participar do projeto em 2010, precisávamos ‘repaginar’, trazíamos um nome que lembrava farmácia de manipulação. Trocamos o nome fantasia, criamos uma marca, escolhemos outra embalagem, layout. Estamos fazendo por etapas, queremos mudar todas as embalagens até o final do ano", avaliou Janine.

A empresa ao todo trabalha com 35 itens com segmentos de folha, flor e raiz, dentre cremes corporais e faciais, vendidos para clínicas de estéticas, como mascaras hidratantes, esfoliantes, creme de massagem, óleo corporal, banho de espuma, loção tópica.

De acordo com a proprietária, o aumento no valor do produto foi normal, como se fosse um reajuste de ano a ano, mas avalia que valeu a pena. "Sem dúvida, melhorou, tínhamos reclamações de vazamento, a anterior flip top era mais fraca, dificultava a saída do produto", pondera.

Outra empresa mineira de comida congelada, Light Life, conseguiu um aumento nas vendas de até 30% com uma nova roupagem, com mais qualidade e mais funcional. "Como já tínhamos um nome no mercado e consumidores fiéis, queríamos agregar valor, atrair outros consumidores. Fizemos um trabalho de reformulação, mudamos a logo, criamos novos rótulos e embalagens mais práticas com divisórias. A receptividade está ótima, os clientes se sentem atraídos pelo produto e as vendas hoje aumentaram", comenta a proprietária, Ernestina Cotta. Ela salienta que precisou aumentar o custo do produto em 5%, mas que não houve nenhuma reclamação, questionamento.


Disponível em http://www.newtrade.com.br/noticia/embalagens-certas-elevam-vendas-de-produtos&utm_source=SendBlaster&utm_medium=email&utm_term=newsletter%20120814&utm_content=newsletter&utm_campaign=newsletter%2011092. Acesso em 26 jul 2013.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mais da metade das inovações falha no PDV

Janaina Langsdorff
Em cada dez itens e conceitos testados pela indústria brasileira, mais da metade chegará às gôndolas com grandes possibilidades de fracasso. A conclusão é de uma pesquisa feita pela Bases, área da Nielsen que estuda o provável desempenho de uma inovação. A análise leva em conta 12 parâmetros, cada um classificado dentro de quatro escalas (excelente, pronto, arriscado e fracasso), conforme o potencial de sucesso do produto e o seu grau de preparo para ser lançado ao mercado.

As chances de êxito são garantidas somente para aqueles que tiverem atingido os graus “pronto” ou “excelente” em todos os fatores avaliados. Mas o rigor da metodologia não para por aí. Bastam apenas dois apontamentos na zona do “fracasso” para considerar o produto “tão fraco quanto o seu ponto mais fraco”, compara Chris Adrien, diretor da Bases. Os profissionais da Nielsen já examinaram 130 mil iniciativas em 60 países desde 1977.

No Brasil, a área reprovou 54% dos 430 conceitos testados nas áreas de alimentação, limpeza, higiene pessoal e medicamentos OTC (isentos de prescrição médica) nos últimos quatro anos. Esse mesmo índice se repete também no estudo de 600 itens efetivamente lançados globalmente. 

“Cruzamos a teoria brasileira com a prática observada em outros países para extrair os 12 fatores de sucesso”, explica Juliana Acquarone, da Bases Brasil.

Os escorregões acontecem principalmente em dois quesitos: no poder de atração do produto e no desejo de compra. Globalmente ou localmente, segundo a Bases, o que importa é diferenciar a marca no ponto de venda e oferecer itens capazes de solucionar problemas rotineiros. “A responsabilidade do produto é ser relevante”, sublinha Eduardo Bonelli, gerente de marcas da japonesa Ajinomoto, dona da marca Miojo em parceria com a Nissin. 

Embalagens mais adequadas à entrega do benefício prometido ou até uma nova cor já são suficientes para romper as referências da categoria, a que apresenta melhores índices de aprovação no estudo da Nielsen. “Mas os produtos hoje são muito parecidos”, constata Juliana.

Performance mais satisfatória foi encontrada na indústria alimentícia

Performance mais satisfatória foi encontrada na indústria alimentícia
Crédito: Nielsen Bases




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Consumidores não entendem rótulos

Roseani Rocha
Controlar a alimentação é a maneira mais popular de ficar em forma. Mas um estudo mundial da Nielsen publicado nesta terça-feira, 24, aponta que quem tenta entender os alimentos que está consumindo a partir dos rótulos nutricionais dos produtos passa por dificuldades.

A pesquisa online foi realizada com 25 mil consumidores, de 56 países, entre 31 de agosto e 16 de setembro, de 2011. Entre os pesquisados, 53% consideraram estar acima do peso ideal e 78% acreditam que a dieta é o primeiro passo para perder peso (seguida de exercícios físicos, opção para 69% dos pesquisados).

Quando o assunto é a compreensão dos rótulos nutricionais, 52% dos consumidores disseram entender “apenas em parte” as informações nutricionais e as embalagens dos produtos; 41% dos consumidores afirmaram entender “a maior parte” das informações; e 7% disseram não entender de forma alguma. Na América Latina, 46% entendem “em parte”, 48% entendem a maior parte e 6% não entendem os dados.

A análise também apontou um problema de credibilidade da informação. De 10 informações das embalagens analisadas no estudo apenas três foram consideradas críveis para mais de 20% dos pesquisados: conteúdo calórico (33%), vitaminas (28%) e percentual de gordura (23%).

“O principal ponto do estudo é servir como referência para a melhoria dessa comunicação ao consumidor. A indústria só teria a ganhar se ensinasse o consumidor a saber que tipo de produto ele está consumindo. Alguns grupos de marcas que souberam comunicar forma de utilização e benefícios dos produtos foram as que mais ganharam”, avalia Claudio Czarnobai, analista de mercado da Nielsen.

Sobre o fato de que em 2008, o número de pessoas que diziam entender “a maior parte” das informações no rótulo era maior que o índice atual – 44% em 2008, contra 41% este ano -, Czarnobai acredita na hipótese de que a própria evolução da indústria possa ter levado a isso. As inovações acabariam levando a uma comunicação mais complexa, por exemplo, no caso de produtos com mais química ou mesmo no caso dos alimentos funcionais. Outra hipótese seria o acesso de camadas socioeconômicas mais baixas a novas categorias de produtos. Esta também seria parte da explicação para o fato de que consumidores da América Latina declararam maior conhecimento dos rótulos que a população dos países asiáticos, que em geral têm melhor grau de escolaridade. “A China pode ter pesado, por ter uma grande base de população ainda não muito instruída. A população urbana passou a superar a rural há apenas um ano”, disse.

Embora a responsabilidade pela informação nutricional esteja na indústria, o analista acredita que as agências de publicidade que atendem as empresas poderiam contribuir com campanhas, anúncios e uma comunicação mais clara. Já sobre o fato de dois terços dos pesquisados não acreditarem nos conteúdos e os europeus se destacarem nesse quesito, o executivo sugere que isso seja resultado do maior grau de desenvolvimento do mercado e, logo, do consumidor europeu, o que o torna mais crítico. “Não basta fazer um produto que se diz saudável, mas também mostrar ao consumidor os reais benefícios”, aconselha Czarnobai.

Posição da indústria

Convidadas a comentar os dados da pesquisa, duas de três gigantes do ramo alimentício deram sua posição. Ressaltando que falava exclusivamente pela Kraft Foods e em relação ao mercado brasileiro especificamente, Fábio Acerbi, diretor de assuntos corporativos da companhia, destacou que seria interessante verificar se os resultados para o Brasil são compatíveis com as médias globais, pois acredita que o grau de entendimento e até de interesse pela leitura dos rótulos varia em diferentes geografias. De fato, o estudo mostra que os consumidores da América Latina afirmaram ter maior compreensão dos rótulos que os da Ásia, mas ficam atrás dos países da América do Norte, com destaque para os EUA.

“Imagino que até pela grande quantidade de informações nos rótulos no nosso país, sendo algumas delas de caráter mais ‘técnico’, é possível que realmente alguns consumidores não compreendam totalmente seu conteúdo. Analisando por outro ângulo, pode-se dizer também que essa grande quantidade de informações permite que cada consumidor busque no rótulo aquela informação que para ele ou ela é mais relevante. Muitos podem buscar apenas a tradicional informação sobre calorias, mas outros podem verificar a presença de algum ingrediente específico, quantidade de sódio, gorduras ou qualquer outra informação de seu interesse”, ponderou Acerbi.  

Sobre o aspecto credibilidade das informações, o executivo afirma que o Brasil tem um ambiente bastante regulado, com agências governamentais ou não governamentais bastante ativas, e um setor industrial bastante desenvolvido. Ressaltou que por parte da Kraft Foods, todas as informações são prestadas “com muita transparência e precisão”. Por fim, definiu a rotulagem de produtos no Brasil como bastante completa. Para ele, já faz tempo que o consumidor dispõe de muitas informações sobre qualquer produto.

Já a Nestlé acredita que os dados nutricionais dos produtos devem ser transparentes, responsáveis e informativos, contribuindo para que os consumidores façam escolhas com conhecimento e que compreendam o papel de cada alimento em uma dieta saudável e equilibrada. Por meio de um comunicado, a empresa garantiu que “sempre se antecipou às iniciativas para garantir que o consumidor fosse informado com o máximo de transparência”, citando como exemplo o fato de ter implementado a tabela de rotulagem nutricional em seus produtos mesmo antes deste procedimento se tornar legislação.  

A companhia afirma que lançou em 2005 uma plataforma mundial de comunicação nos rótulos, chamada Nestlé Nutritional Compass, com objetivo de orientar os consumidores a adotar hábitos de vida saudáveis em sua rotina e a tomarem decisões mais conscientes com base em informações nutricionais e dicas de nutrição, saúde e bem-estar disponíveis nos rótulos dos produtos. O programa foi implementado em mais de 80 países e está presente em todos os rótulos dos produtos Nestlé. 

Essa plataforma de comunicação com os consumidores iniciada nos rótulos, segundo a empresa, hoje também permeia outros pontos de contato como o digital e revistas. Além desta, outra iniciativa é aplicar voluntariamente o Guideline Daily Amount (GDA) em todos os seus produtos, “por se tratar de uma comunicação transparente a respeito de sua composição nutricional”. No Brasil, a Nestlé é uma das empresas pioneiras na utilização desse tipo de comunicação em seus rótulos, e foi nomeado por aqui como Guia Nutricional. Neste caso, garantem, o objetivo é traduzir ciência em informação clara aos consumidores e fornecer orientações para auxiliá-los na aplicação do dado nutricional dos rótulos à sua alimentação diária.

Por fim, justificando como evita que seus consumidores caiam no grupo que compôs a maioria dos pesquisados Nielsen, ou seja, dos que não compreendem as embalagens, a Nestlé aponta que possui diversos canais destinados a atendimento dos clientes. Além dos contatos impressos nas embalagens, destaca seu site e o Serviço Nestlé ao Consumidor como fontes de esclarecimento.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mesmo perseguidas, sacolas se afirmam como ferramenta de marketing

Sylvia de Sá


Foi-se o tempo em que lugar de sacola era em casa ou no lixo. Cada vez mais criativas, as embalagens são verdadeiros outdoors ambulantes, que promovem marcas e transmitem a identidade das empresas. Com o aumento da demanda por ações sustentáveis, elas também representam uma oportunidade para as marcas que desejam criar sacolas retornáveis para manter-se por mais tempo nas ruas e na vida dos consumidores.


O Boticário, Richards e Pão de Açúcar são alguns dos muitos exemplos de marcas que apostam em embalagens cheias de atitude e podem chamar tanta atenção quanto os produtos que carregam. Com a crescente preocupação com o meio ambiente, no entanto, as empresas têm vivenciado o desafio de transformar suas sacolas de vilãs para mocinhas.

Uma alternativa é criar embalagens que podem ser utilizadas como ecobags. Foi o que a Richards fez. Quem compra as roupas da marca carioca de moda masculina recebe uma sacola que pode servir posteriormente, por exemplo, para uma ida à praia. Ganha o consumidor, o meio ambiente e, principalmente, a marca, que aumenta o tempo de vida da sacola que estará sendo desfilada por aí.

Clichês sustentáveis

As companhias e a indústria precisam estar de olho nas tendências e necessidades quando o assunto é cuidar do meio ambiente. O foco em sustentabilidade tem feito com que as sacolas e as embalagens de produtos fiquem em uma posição de risco e acabem por contribuir para uma imagem negativa da marca que carregam. “As empresas que não se preocuparem com a sustentabilidade estarão na contramão do tempo”, ressalta Maurício Groke, especialista e Presidente da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), em entrevista ao Mundo do Marketing.

Mas é necessário cuidado para não cair nos “clichês sustentáveis”. Quando o assunto é matéria-prima, não dá para dizer que um determinado insumo é maléfico, enquanto outro faz bem ao meio ambiente. Na disputa plástico X papel, ninguém é vitorioso ou perdedor. Tudo depende da necessidade e do objetivo de cada empresa.

“Temos um papel importante de desmistificar o que é ou não sustentável. Não dá para dizer que um material é melhor que o outro, mas sim que é adequado para aquela utilização. Não podemos condenar. As marcas já se mostram preocupadas, mas falta ainda esclarecimento”, acredita Groke.

Plástico ou papel?

Como tudo que vira tendência, a sustentabilidade é a bola da vez. Há 22 anos no mercado desenvolvendo, fabricando e distribuindo embalagens em mais de 12 mil pontos de venda brasileiros, a Antilhas viu o uso de plástico, que era praticamente o mesmo do papel, cair para 26% de sua produção.

O modismo, no entanto, parece estar perdendo a força e, segundo a empresa, há uma retomada do plástico. Por ser mais resistente e possibilitar o reaproveitamento, o material ganha destaque justamente nas sacolas que têm pretensão de permanecer por mais tempo ao lado dos consumidores.

Nas lojas verdes do Pão de Açúcar, em São Paulo, os clientes não encontram mais as famosas sacolinhas plásticas, que geram tanta polêmica. Para suprir a ausência, a empresa oferece caixas plásticas e sacolas de papelão biodegradáveis. Outra alternativa são as embalagens retornáveis. Uma semana após o lançamento das ecobags, as unidades de Vila Clementino e Indaiatuba já tinha comercializado mais de cinco mil sacolas reutilizáveis, como a da foto ao lado.

Sacolas e shoppings

O aumento do ciclo de vida das embalagens exige também que as empresas inovem e criem opções diferenciadas para se destacarem na multidão. As sacolas nunca foram uma ferramenta de Marketing tão importante. A primeira função é proteger e ajudar no transporte. Mas tão importante quanto isso é promover a marca e angariar possíveis compradores.

Em centros comerciais e shoppings, elas podem ganhar ainda um terceiro propósito: posicionar marcas no mesmo patamar. “Dentro de um shopping, a rede que possui duas mil lojas ou a que tem 20 pontos de venda contam apenas com uma loja cada. Então a sacola que circula lá possui o mesmo peso de divulgação naquele espaço. É a forma mais democrática e mais barata de uma marca divulgar que está presente ali”, diz o Presidente da ABRE.

Elas também são um meio eficiente de contar uma novidade ao mercado. No lançamento das lojas Nativa Spa, em Curitiba, Salvador, São José do Rio Preto e São Paulo, O Boticário investiu em embalagens diferenciadas e aumentou as chances de se destacar no mercado. Definitivamente, as sacolas não carregam apenas produtos, mas também a força da marca que estampam.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Anote 37: Embalagem; Mulher; Celular; Varejo; Estratégia

VASCONCELLOS, Marcos de. Embalagens se dividem para crescer Questões ambientais e consumidor solitário são novos focos do setor. Folha de S. Paulo, 14 de novembro de 2010, Caderno Negócios, pp. 1-3. 


SANTOMAURO, Antonio Carlos. Mulher, o sexo forte da web brasileira Perfil da mais ativa internauta e maior consumidora online do País. Próxxima, Especial 2010, pp. 104-107.


CRUZ, Renato. Só 17,5% dos donos de celular são da classe A/B Consumidores de baixa renda já são maioria até mesmo nos planos pós-pagos. O Estado de S. Paulo, 28 de novembro de 2010, Caderno Economia, p. B16.


MENEZES, Jamille. Raio X do varejo Pesquisa realizada pela Kantar WorldPanel traça um perfil do pequeno varejo independente e mostra o que os varejistas fazem para melhorar sua vendas. Abastecimento, ano 4, n.º 24, novembro/dezembro de 2010, pp. 20-27.


DIB, Ana Cristina. O mestre da estratégia Um dos pensadores econômicos mais conceituados da atualidade, o professor indiano Vijay Govindarajan acredita que, hoje, a inovação acontece primeiro em países emergentes como Brasil, Índia e China. Pequenas Empresas Grandes Negócios, nº 262, novembro de 2010, p. 14.   

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A influência das cores na decisão de compra

Harlley Alves

A abordagem quanto ao potencial das cores para inspirar as pessoas não é recente, mas, aos poucos, vem despertando ainda mais o interesse de profissionais de diferentes segmentos. Todos apostam no uso da cor para atrair clientes e tornar mais agradável o processo da compra. Nesse sentido, profissionais de departamentos de marketing e de outras áreas de criação passam a estudar com maior empenho as reações psicológicas das cores, sua influência no consumidor e as reações que vão causar ao serem dispostas na linha de montagem das indústrias, estabelecimentos comerciais, lojas, vitrines, nos produtos e nas embalagens.

O assunto foi o destaque do curso “Cor, ferramenta de marketing do século XXI”, realizado dia 07/11, em São Paulo-SP. No evento organizado pelo MundoCor, a palestrante Thelma Tomb indicou a cor como um dos melhores recursos para iniciar a conexão entre o consumidor e um ambiente ou produto.

Thelma, que é designer e consultora de cores, disse que a interação com um objeto ou ambiente provoca reações físicas e emocionais que envolvem o contato com a cor. Segundo ela, o marketing pode usar esse impacto a seu favor, porque de todas as formas de comunicação não-verbal, a cor é a que transmite mensagens mais rapidamente, disse a consultora.

“Nós não percebemos o quanto prestamos atenção nas cores. Estima-se que sessenta por cento da decisão de compra está baseada nelas, que iniciam um processo subliminar de simpatia, criando marcas positivas para a compra do produto”, lembrou. Ela ressalta que a associação dos estímulos de cada cor ao design busca as respostas necessárias para que um produto seja diferenciado de seus concorrentes, ainda que similares. Quando em pontos de venda, resulta em uma sensação de boas-vindas, que incentiva o retorno à loja.

“Incluir um projeto de cores no desenvolvimento de um produto pode aumentar suas vendas”, avisa. De acordo com Thelma, a cor estimula a compra quando existe um equilíbrio entre o produto e seu local de venda. Uma harmonia que envolve o desenvolvimento do produto – incluindo seu design, função e tonalidades – e a forma como esse é apresentado no ponto de venda. “Nessas condições usamos a cor como um chamariz que impulsiona para a compra, transmitindo mensagens em um conjunto que sinaliza, atrai o olhar do consumidor, instiga as emoções, e cria uma conexão entre o produto e consumidor, que pode, inclusive, aumentar as vendas”.

A estilista Thaís Helena, de São Paulo-SP, compareceu à palestra por entender a cor como item fundamental de seu trabalho. Ela realiza consultorias na área de estilo pessoal e harmonização de lojas em shopping centers. “As cores evidenciam o ser humano e suas atividades. Uma loja cuja vitrine não apresenta uma composição adequada, não chama a atenção do público, assim como certos tons valorizam certos biotipos e não outros. Se a composição das cores na vitrine não combina, o consumidor nem repara na roupa”, conta.

A designer de interiores Helena Cristina Teixeira Borges, que veio de Uberlândia-MG para acompanhar o evento tem opinião semelhante. “A cor é decisiva na concepção do projeto. Se for mal escolhida, ‘apaga’ todas as outras qualidades do espaço. Para evitar esse receio, é preciso trabalhar constantemente com o círculo de cores, que foi um ponto muito bem-lembrado. E a partir daí, montar um projeto de cores, conciliando o gosto do cliente e a funcionalidade da loja.”

Algumas dicas para a construção de ambientes com a cor

A consultora de cores Thelma Tomb indica o círculo das cores, de Goethe, como um grande recurso para produzir a combinação de cores, ‘por ajudar a visualizar as misturas, tonalidades e contrastes’. Na seqüência, ela apresenta algumas combinações e efeitos considerados por ela como eficientes:
• Os tons de verde também podem ser usados como cores neutras, substituindo as cores branca e bege.
• Tons suaves de pêssego e rosa favorecem a tonalidade da pele.
• Cores complementares justapostas realçam contornos e criam profundidade.
• Amarelo e tons metálicos aumentam a circulação de áreas pouco visitadas.
• Azul favorece estabelecimentos jurídicos e financeiros, pois transmite confiabilidade.
• Tons de amarelo, azul e verde diminuem o estresse provocado em ambientes sem janelas.
• Cores próximas no círculo das cores criam uma atmosfera acolhedora.
• Texturas suaves com cores fortes criam ambientes sofisticados.
• O branco utilizado na totalidade do espaço, associado a formas e design, confere um ar moderno e minimalista.