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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mesmo perseguidas, sacolas se afirmam como ferramenta de marketing

Sylvia de Sá


Foi-se o tempo em que lugar de sacola era em casa ou no lixo. Cada vez mais criativas, as embalagens são verdadeiros outdoors ambulantes, que promovem marcas e transmitem a identidade das empresas. Com o aumento da demanda por ações sustentáveis, elas também representam uma oportunidade para as marcas que desejam criar sacolas retornáveis para manter-se por mais tempo nas ruas e na vida dos consumidores.


O Boticário, Richards e Pão de Açúcar são alguns dos muitos exemplos de marcas que apostam em embalagens cheias de atitude e podem chamar tanta atenção quanto os produtos que carregam. Com a crescente preocupação com o meio ambiente, no entanto, as empresas têm vivenciado o desafio de transformar suas sacolas de vilãs para mocinhas.

Uma alternativa é criar embalagens que podem ser utilizadas como ecobags. Foi o que a Richards fez. Quem compra as roupas da marca carioca de moda masculina recebe uma sacola que pode servir posteriormente, por exemplo, para uma ida à praia. Ganha o consumidor, o meio ambiente e, principalmente, a marca, que aumenta o tempo de vida da sacola que estará sendo desfilada por aí.

Clichês sustentáveis

As companhias e a indústria precisam estar de olho nas tendências e necessidades quando o assunto é cuidar do meio ambiente. O foco em sustentabilidade tem feito com que as sacolas e as embalagens de produtos fiquem em uma posição de risco e acabem por contribuir para uma imagem negativa da marca que carregam. “As empresas que não se preocuparem com a sustentabilidade estarão na contramão do tempo”, ressalta Maurício Groke, especialista e Presidente da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), em entrevista ao Mundo do Marketing.

Mas é necessário cuidado para não cair nos “clichês sustentáveis”. Quando o assunto é matéria-prima, não dá para dizer que um determinado insumo é maléfico, enquanto outro faz bem ao meio ambiente. Na disputa plástico X papel, ninguém é vitorioso ou perdedor. Tudo depende da necessidade e do objetivo de cada empresa.

“Temos um papel importante de desmistificar o que é ou não sustentável. Não dá para dizer que um material é melhor que o outro, mas sim que é adequado para aquela utilização. Não podemos condenar. As marcas já se mostram preocupadas, mas falta ainda esclarecimento”, acredita Groke.

Plástico ou papel?

Como tudo que vira tendência, a sustentabilidade é a bola da vez. Há 22 anos no mercado desenvolvendo, fabricando e distribuindo embalagens em mais de 12 mil pontos de venda brasileiros, a Antilhas viu o uso de plástico, que era praticamente o mesmo do papel, cair para 26% de sua produção.

O modismo, no entanto, parece estar perdendo a força e, segundo a empresa, há uma retomada do plástico. Por ser mais resistente e possibilitar o reaproveitamento, o material ganha destaque justamente nas sacolas que têm pretensão de permanecer por mais tempo ao lado dos consumidores.

Nas lojas verdes do Pão de Açúcar, em São Paulo, os clientes não encontram mais as famosas sacolinhas plásticas, que geram tanta polêmica. Para suprir a ausência, a empresa oferece caixas plásticas e sacolas de papelão biodegradáveis. Outra alternativa são as embalagens retornáveis. Uma semana após o lançamento das ecobags, as unidades de Vila Clementino e Indaiatuba já tinha comercializado mais de cinco mil sacolas reutilizáveis, como a da foto ao lado.

Sacolas e shoppings

O aumento do ciclo de vida das embalagens exige também que as empresas inovem e criem opções diferenciadas para se destacarem na multidão. As sacolas nunca foram uma ferramenta de Marketing tão importante. A primeira função é proteger e ajudar no transporte. Mas tão importante quanto isso é promover a marca e angariar possíveis compradores.

Em centros comerciais e shoppings, elas podem ganhar ainda um terceiro propósito: posicionar marcas no mesmo patamar. “Dentro de um shopping, a rede que possui duas mil lojas ou a que tem 20 pontos de venda contam apenas com uma loja cada. Então a sacola que circula lá possui o mesmo peso de divulgação naquele espaço. É a forma mais democrática e mais barata de uma marca divulgar que está presente ali”, diz o Presidente da ABRE.

Elas também são um meio eficiente de contar uma novidade ao mercado. No lançamento das lojas Nativa Spa, em Curitiba, Salvador, São José do Rio Preto e São Paulo, O Boticário investiu em embalagens diferenciadas e aumentou as chances de se destacar no mercado. Definitivamente, as sacolas não carregam apenas produtos, mas também a força da marca que estampam.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Twitter cria ferramenta de marketing de localização


Proxxima
Divulgado durante a Ad Age Digital Conference, o novo painel do Twitter - chamado de painel do seguidor - ajuda as marcas a conhecerem seus clientes que, no todo, enviam 140 milhões de tweets diariamente na plataforma que tem apenas cinco anos de existência. “A geo-relevância para tweets e contas patrocinados permite que o anunciante atinja sua audiência na área geográfica correta”, diz o presidente de receitas do Twitter, Adam Bain. “Uma empresa regional que está disponível somente em uma determinada parte do país pode, agora, promover sua conta ou tweets em áreas metropolitanas apropriadas. 

Se você quiser anunciar o termo “jeans” apenas para o público de Cleveland, agora você pode fazer isso. Tweet por tweet, para cada tweet orgânico ou pago, nós somos capazes de dizer o que é relevante, inclusive por seguidores e não-seguidores, e lhe dizer se você tem perdido seus seguidores”, afirma Bain.

A ferramenta geo-alvo do Twitter está disponível para 210 cidades nos Estados Unidos e mais 100 países, disse o executivo, que também contou que o microblog adicionará mais cidades e países ao longo de 2012. Os tweets geo-alvo são fundamentais para captar o alto volume de dinheiro que os analistas garantem que está disponível no mercado publicitário regional, com a calda longa formado por pequenas empresas e anunciantes vinculados a uma determinada região geográfica. No Brasil, o McDonald´s já tem testado os tweets geo-alvo. No Canadá, tweets enviados do país mencionam produtos típicos como torta de pêssego e milk-shake de chocolate e café.

O geo-alvo do Twitter é baseado em um agregador de dados que os próprios usuários fornecem através do comportamento ao tuitar. Por exemplo, se um usuário aparece como baseado em São Francisco, mas envia a maior parte de seus tweets a partir de Los Angeles, uma empresa de Los Angeles seria capaz de orientar o usuário no Twitter.

Painel do seguidor

A segunda funcionalidade anunciada pelo Twitter é o painel do seguidor. A ideia de painel não é nova quando se trata de lançamentos do Twitter. Para cada um de seus produtos de publicidade existentes, o Twitter oferece ao anunciante painéis individuais que mostram o desempenho da campanha bem como os tweets individuais que mais têm repercussão entre os clientes. O novo painel de instrumentos fornece uma análise mais profunda da audiência de seguidores que a marca construiu no Twitter - onde estão, como cresceram ao longo do tempo, nível de engajamento - e mostram um vislumbre de outros interesses.

"Este produto é projetado para responder a pergunta que mais temos ouvido do anunciante: Quem são meus seguidores?", afirma Bain. "Agora, profissionais de marketing podem entender o seu público e reagir melhor a este público através da melhoria das suas campanhas." O Twitter permite que os anunciantes conheçam seus clientes com base em vários sinais públicos como, por exemplo, as bios (biografias) do usuário, o tipo de lista em que estão e, claro, na sua localização. O painel do seguidor está disponível para todos os anunciantes que trabalham com o Twitter na promoção de produtos, o que inclui tweets patrocinados, trend topics e contas patrocinadas. O painel permite que os anunciantes vejam o que seus anúncios e conteúdo realizam em termos de re-tweets, seguidores, unfollows, cliques e outras ações.

Taxa alta

Um dos primeiros clientes de publicidade do Twitter foi a Radio Shack, e o CMO, Lee Applbaum, comentou o uso do painel de instrumentos de análise. Em dezembro, a Radio Shack lançou um trend topic patrocinado sob a hashtag #ineedanewphone. O painel analytics da Radio Shack mostrou que, em 24 horas após o lançamento, o trend topic patrocinado - que havia sido retuitado pelo porta-voz da Radio Shack - gerou 65 milhões de impressões e teve uma taxa de participação de 8,8% (a taxa média de participação no Twitter é de 3%-5%). Adicionalmente, a empresa pode medir o sucesso do Twitter com o gasto de marketing porque a Radio Shack viu as vendas da plataforma wireless aumentarem em dois dígitos nos três dias que se seguiram aos trend topics patrocinados. "O ROI dessa iniciativa de mídia social foi estratosférico para nós", afirmou Applbaum.

As novas funcionalidades do Twitter chegam um ano depois dos produtos lançados pelo Twitter no mesmo evento do ano passado, quando o microblog tinha apenas seis anunciantes. Agora, o Twitter tem mais de 600 anunciantes e 80% deles são anunciantes que repetem negócios, o que totaliza 6 mil campanhas. O presidente de receita explica que a ferramenta de autoatendimento colabora na construção para a cauda longa do Twitter e que a empresa espera expandir o número de anunciantes de 600 para 60 mil.

US$ 120 mil/dia

O difícil é descobrir o preço de um tweet patrocinado - baseado parcialmente nos leilões de palavras-chave com um custo de participação - ou conta patrocinada, que também tem o preço fixado com base no custo por engajamento, mas, nesse caso, medida conforme o número de seguidores. Já um dos outros produtos patrocinados, os trend topics, custam US$ 120 mil por dia.

As ferramentas de autoatendimento para publicidade do Twitter e os produtos patrocinados estarão disponíveis para quaisquer anunciantes ainda este ano. Claramente, esse produto é destinado a concorrer com a ferramenta de autoatendimento do Facebook, que é extremamente popular entre as empresas de pequeno e médio porte.

De acordo com dados do eMarketer, o Facebook faturou US$ 1,86 bilhão com receita publicitária em todo o mundo no ano passado, enquanto o Twitter arrecadou US$ 45 milhões. A maior parte da receita do Facebook, US$ 1,12 bilhão (60%), foi gerada a partir de pequenas empresas, mais propensas a usar as ferramentas de autoatendimento. Agora que os anunciantes podem acompanhar o que acontece no Twitter, como resultado de seus tweets orgânicos ou patrocinados, as marcas poderão entender sobre o que os seguidores gostam e do que não gostam e também saberão o que podem e o que não podem pedir aos consumidores.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Marketing no varejo: ações planejadas

Lia Nara Bau
Conhecer o público-alvo e ter vendedores de fato capacitados para o processo de vender são alguns ‘segredos’ para o sucesso de uma loja. Além disso, o atendimento é a ferramenta-chave para vencer a concorrência e alcançar o que todos desejam: destaque no mercado. “Observo muitas empresas que investem muito em marketing, propaganda, mas na hora de atender o cliente se apresentam com um funcionário despreparado ou até desmotivado. E esse contato, lá na ponta, põe a perder tudo que foi investido antes”, salienta Valquíria Garske, consultora especializada em ações de marketing de relacionamento, com mais de 15 anos de experiência e atuação no mercado brasileiro e da América Latina.


Valquíria, que tem formação em administração de empresas, durante sua carreira atuou como gestora de operações em grandes empresas de serviços e atualmente dirige a Neo Sales Soluções em Atendimento e Televendas (Porto Alegre/ RS). Em entrevista ao Jornal Exclusivo, ela fala sobre as ferramentas de marketing e a profissionalização do varejo.

Jornal Exclusivo –O consumidor mudou muito nos últimos anos. Quais são hoje as ferramentas marketing para esse novo consumidor?

Valquíria Garske - A tendência tão comentada com marketing ‘one to one’ na década passada agora é fato. Telemarketing, e-mail marketing e mala direta são algumas ferramentas que podemos usar para chegar cada consumidor com uma comunicação dirigida. O novo marketing precisa de banco de dados, CRM, informações pessoais de seus clientes para fazer comunicação diferenciada.

Jornal Exclusivo - Qual o maior desafio para o varejo na atualidade?

Valquíria Garske - Coletar dados: quem são seus clientes (nome, idade, sexo, moradia), o que eles compram, com que frequência mais compram, qualquer ação de marketing direto necessita dessas informações. E essas informações estão vivas dentro da loja, todo dia. São fáceis de coletar. Mas o varejo pouco se utiliza desse recurso.

Jornal Exclusivo - Como é possível vencer a concorrência e se destacar no mercado?

Valquíria Garske - Primeiro é pela personalização no atendimento, desde que o cliente chega na sua loja até o pós-venda. A maioria dos clientes acaba não se sentindo conectado com uma loja especificamente, salvo raríssimas exceções que já mantêm contato através dos cartões com bandeira própria, por exemplo. Mas é pouco recurso para um mercado tão competitivo. A indústria tem usado o telemarketing ativo com eficácia para atender seus clientes, mas o varejo ainda não aprendeu como tirar proveito disso.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Consultoria cria modelo para identificar potencias clientes

Thiago Terra


Na eterna busca das marcas pelo consumidor, a Intrabase lança uma ferramenta capaz de identificar microrregiões em capitais e regiões metropolitanas para direcionar estratégias de Marketing. Com estas informações, as empresas conseguem levar serviços relevantes de acordo com o perfil de consumo em cada canto do país, de acordo com classe social, renda, despesas, entre outras informações que antes não eram consideradas de forma segura.
O trabalho do BCB, criado pela Intrabase, é mostrar que dentro dos 60% de domicílios da classe C no Brasil existem perfis de comportamento de consumo diferenciados que podem ser oportunidades para empresas de diversos segmentos. A ferramenta de costumer retail utiliza o georreferenciamento para mapear um prospect dentro de uma região específica, verificando qual o cliente que tem o perfil de consumo ideal para determinada categoria de produto ou serviço.
Por outro lado, após reunir as informações do futuro cliente, a BCB junta as informações de consumo com a performance da empresa visando enxergar as oportunidades e as fraquezas do mercado, informações que ajudam no processo estratégico de qualquer empresa. As microrregiões encontradas nas capitais e regiões metropolitanas do Brasil totalizam 15% dos domicílios do Brasil.
Comportamento e consumo em domicílios

Deste total, 60% são da classe C. Neste universo, a ferramenta da Intrabase detectou 66% de penetração de cartão de crédito. Nas microrregiões com menor penetração deste serviço, 79% dos domicílios têm despesas com pagamento a prazo, o que demonstra uma oportunidade clara para as empresas de cartão de crédito.

Assim como é possível analisar o comportamento e o consumo de produtos e serviços financeiros nos domicílios brasileiros, a ferramenta identifica o potencial de segmentos como o varejo, com indicadores para roupas, calçados, acessórios, eletro-eletrônicos e móveis. Em outras palavras, a empresa que utiliza esse serviço determina o “mix” que servirá como fonte de informação micro-regionalizada.
Entre os dados coletados pelo BCB estão nível de renda, consumo de telefonia fixa, DDD, poupança, endividamento, despesas com produtos financeiros, plano de saúde, previdência, automóvel e média de gastos com cartão ou cheque. “Controlando o grau de assertividade da ferramenta, se consegue trazer para qualquer mix de produtos uma estimativa de cada região”, garante Lia Tomboline, Gerente de Consultoria da Intrabase, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Oportunidades de mercado

Para o mercado de beleza, por exemplo, a ferramenta ajuda na segmentação de produtos de higiene, perfume, cremes, shampoo e tudo o que pode ser encontrado em um domicílio. Na avaliação do BCB em 2009, constatou-se que a classe C é a que mais gasta em cosméticos no Brasil, cuja concentração é na região Nordeste. “Por isso que as estratégias de comunicação não podem se espelhar umas nas outras. Para adquirir força de vendas é preciso que a marca esteja de acordo com a relevância para cada microrregião”, afirma Lia.

Um dos maiores bancos do país já utilizada a ferramenta. O projeto em fase inicial com foco em cartão de crédito identificou que 58% dos domicílios da classe C têm o plástico e onde há menor penetração há uma tendência de financiar mais as compras. Em média, os gastos por mês em compras a prazo ou no cartão de crédito chegam a R$ 538,00.
A comparação feita entre todas as microrregiões do país oferece informações preciosas para segmentos diversos. “Se existe o financiamento de um imóvel, este consumidor pode ter um cartão de crédito também. Em regiões com alta penetração de classe C, ainda é baixo o índice de penetração de cartões de credito. Mas, no Sul a classe C tem maior potencial de consumo que no Norte e Nordeste”, explica a Gerente da Intrabase.
Perfil de consumo

Entre os domicílios pesquisados, além das informações sobre os cartões de crédito, 1% faz algum pagamento a prazo e 81% estão com financiamentos em aberto. Porém, a despesa mensal por domicílio, nos três grupos, é similar. “O percentual de domicílios que efetivamente fazem pagamento a prazo têm um carnê, ou outro meio que não o cartão, o que significa a perda de oportunidade para empresas de cartões”, diz Lia.

A ferramenta permite também enxergar um cliente atrativo para um produto qualquer passando primeiro pelas informações de mercado, onde o serviço ou produto tem penetração e potencial específico para cada necessidade. “Fazemos uma clonagem para dimensionar todas as regiões com a mesma característica e as mesmas oportunidades. Assim mapeamos microrregiões com atrativos que tenham o perfil de consumo que uma empresa procura”, conta Lia. Até para fechar projetos de parceria a ferramenta consegue direcionar para o melhor segmento. Com a BCB, empresas podem procurar parcerias com informações mais detalhadas, priorizando lugares e otimizando o trabalho desenvolvido.
É possível trabalhar com as informações da carteira de clientes assim como microrregionalizar e relacionar com as caracteristicas do cliente. São duas opções: usar somente as informações adquiridas ou as que já existem. “Depois disso, criamos uma matriz para direcionar a aquisição de prospects. Esta ferramenta pode ser usada nos segmentos de farmácias, viagens, supermercado, vestuário, casa & lazer, além dos mistos, o que inclui interesses especificos”, completa Lia Tomboline, Gerente de Consultoria da Intrabase, em entrevista ao Mundo do Marketing.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O quinto P do marketing


Sérgio Luís Domingues
Muito além de um “modismo” passageiro, a personalização é uma megatendência comportamental de mercado, e, portanto, deve ser incorporada ao marketing mix somando-se aos consagrados quatro “Ps” (Produto, Preço, Prazo e Promoção) para tornar-se o quinto “P” do marketing; já que esta nova ferramenta de marketing vem ao encontro dos desejos do consumidor moderno que demonstra claros sinais de querer ser tratado de forma exclusiva e personalizada.

A ciência, no anseio de elaborar o remédio mais eficaz a cada organismo, está se valendo de informações genéticas do paciente para preparar medicamentos específicos a cada pessoa. A grande maioria dos remédios – cerca de 90% – só faz efeito em menos de metade da população. A categoria de remédios que tem o menor percentual de eficácia é a dos medicamentos para câncer, que fazem efeito em apenas 25% dos doentes.

Ir mudando o tratamento até a resposta desejada, como se faz hoje em dia, nada mais é que um método primitivo de tentativa e erro. Mas o futuro da medicina aponta para outra direção. Os cientistas estimam que em menos de 20 anos os tratamentos serão muito mais precisos: vem aí a era da “farmacogenética”. Uma ciência que vai produzir remédios usando as informações personalizadas do projeto genoma que destrinchou o código genético do ser humano. No futuro, a farmacogenética desenvolverá medicamentos específicos para cada pessoa. Tudo isso a partir de um mapa genético armazenado em computador.

A personalização hoje mais do que nunca tem espaço para se firmar como realidade de mercado, visto que a tecnologia de armazenamento e processamento de informações, bem como de interligação de banco de dados, propiciam a criação de superconjuntos de informações tão personalizados sobre os consumidores, fazendo com que seja possível desvendar quase todos os nossos gostos e preferências pessoais acerca de praticamente tudo o que consumimos, seja em termos de cultura, lazer, vestuário, alimentação ou veículos automotores.

Um exemplo de cruzamento e rastreamento de dados entre computadores, descrito por Stephen A. Cone na obra Além do ano 2000: o futuro do marketing direto:

Um funcionário de uma rande empresa que viveu por sete anos na Flórida e adorava seu conversível esporte recebe uma importante promoção e tem de ir morar em Boston até o final do ano. O funcionário põe à venda sua casa na Flórida e começa a procurar uma residência em Boston, cancela algumas assinaturas de jornais e revistas locais. Várias semanas antes da mudança, recebe uma correspondência do fabricante do conversível dizendo que, se planeja levar o carro para Boston, deveria prepará-lo para o inverno em uma concessionária autorizada, imediatamente após a chegada. Além disso, o fabricante menciona alguns modelos de carros com tração nas quatro rodas e com tração dianteira que poderia considerar agora que terá de trafegar na neve e até faz uma oferta especial.

A carta explica ainda que, se comprar um desses modelos, o funcionário poderá deixar o conversível durante os meses de inverno em uma das diversas concessionárias autorizadas da região de Boston, reservando-o para a temporada de verão, ou, caso prefira vender o conversível antes de se mudar, o fabricante pode cuidar disso e entregar um novo carro no novo endereço em Boston. Detalhe: o funcionário não avisou a ninguém que estaria mudando. Os dados foram prospectados nas pesquisas de motivo de cancelamento de assinaturas de revistas e jornais locais na Flórida.

A mídia personalizada

Atualmente, a personalização chega a quase todos os setores da atividade econômica. A mídia impressa edita jornais e revistas com páginas a mais ou a menos de acordo com as preferências de seus leitores. Os anúncios já trazem o nome completo dos consumidores, impresso no exemplar de assinante que é entregue em seu domicílio.

Enfrentando problemas de circulação estagnada, os jornais começaram a customizar suas notícias, propagandas e até as páginas de editorias e esportes, a fim de chamar a atenção dos leitores das áreas nobres. O Los Angeles Times, tem sete edições para áreas específicas, destinadas às comunidades circunvizinhas.

No início de 1991, a Newsweek foi uma das primeiras revistas de grande circulação a introduzir uma sofisticada tecnologia de impressão conhecida como encadernação seletiva. O serviço, alimentado por técnicas computadorizadas de impressão e por database marketing, permite que os anunciantes alcancem somente os assinantes que desejam.

Baseados em uma combinação de dados demográficos com comportamento de compra, a Newsweek vem utilizando a técnica para customizar suas edições para os leitores, adicionando páginas na revista de acordo com o interesse da pessoa que a recebe, sua idade, trabalho e atividades de lazer.

A TV por assinatura já permite a visualização de ângulos de câmera personalizados pelo assinante, fazendo ainda, uma interatividade que fará com que as atuais redes de canais abertos de televisão, repensem o conceito de “horário nobre”. Cada telespectador poderá assistir ao seu programa favorito, em dia e horário que desejar, pois a TV por assinatura permite a gravação digital e aleatória da programação.

As estações de rádio seguem cada vez mais rumo à personalização com seus ouvintes, tornando-se o parceiro local e tático dos anunciantes. Novos formatos que possam atender às necessidades dos ouvintes e anunciantes entre um grupo geodemográfico ou um determinado perfil psicológico, em qualquer mercado, têm sido desenvolvidos ao longo dos
anos.

O rádio também tem se esforçado para se tornar um “cidadão” da comunidade. Isso pode ajudar os anunciantes a fortalecerem as alianças entre o comércio varejista com promoções e eventos. Como o rádio está entre as mídias mais portáteis, pode ser utilizado para transmitir importantes mensagens lembrando a marca, excepcionalmente, junto no ponto de venda.

O culto à personalidade


Tanto Faith Popcorn como John Naibitt anteviram em seus livros de previsões de tendências e megatendências na economia, o “triunfo do indivíduo ou a egonomia”. O que podemos chamar aqui de culto à personalidade.

Freud nos disse que o ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. Tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade. Assim, o ego é originalmente criado na tentativa de enfrentar a necessidade de reduzir a tensão e aumentar o prazer. E não há nada mais prazeroso do que nos sentirmos únicos, exclusivos e ouvindo nosso nome pronunciado por um estranho. Algumas empresas já se aperceberam disso e personalizaram seus anúncios nos quais o leitor se depara com seu nome completo impresso na peça publicitária. Por isso, o que deve ser pensado em termos de marketing neste início de século XXI é a desmassificação do mercado de massa para a personalização deste mesmo mercado.

Atualmente, segundo as previsões de Popcorn e Naibitt, a tendência é ser bastante individual, em vez de apenas mais um no grupo. Assim, meu argumento de incluir a personalização como uma das ferramentas do marketing mix vem ao encontro de todos esses fortes indicadores sociais de hábitos do consumidor.

Os consumidores estão preferindo cada vez mais produtos personalizados. Pois querem que suas necessidades sejam totalmente satisfeitas. Estamos na era da diversidade e as pessoas querem sentir-se como se estivessem adquirindo algo especial.

Desde 1998, a Mattel disponibiliza em seu site na internet a possibilidade de personalização das bonecas Barbie. As meninas podem escolher a tonalidade da pele da boneca, a cor dos olhos, o penteado, a cor dos cabelos, as roupas, os acessórios e o nome. Elas também preenchem um questionário onde falam sobre suas predileções na boneca.

Quando a Barbie personalizada é entregue pelo correio, as meninas encontram o nome que deram à boneca na embalagem junto a um pequeno texto que descreve sua personalidade.

A Custom Foot, uma empresa de Westport, Connecticut, com cinco lojas, tira 13 medidas dos pés das mulheres e envia o resultado eletronicamente para a Itália. Os sapatos são feitos sob medida e levam em conta o formato e as saliências dos pés de cada cliente.

A Bigcicle Industrial Company em Kokubu, Japão, fabrica bicicletas sob encomenda em uma linha de montagem. As bicicletas com medidas fornecidas pelo cliente são entregues duas semanas após os pedidos, sendo que a empresa oferece 11.231.862 variações de seus modelos, a preços 10% acima dos preços dos modelos prontos.

No Brasil, a personalização industrial chegou há mais de uma década nas
tintas de alvenaria. O cliente procura o revendedor, lá é orientado sobre o sistema de personalização das cores, escolhe as de sua preferência diante dele, a tinta é colocada na máquina juntamente ao corante, cuja dosagem é ajustada por computador e, em minutos, a tinta personalizada é entregue.

A personalização e a privacidade


À medida que forem surgindo softwares capazes de “rodar” em poderosos hardwares, os bancos de dados poderão se comunicar livremente, inclusive com o auxílio da Internet, aumentando ainda mais a velocidade e a interatividade de conexão entre as informações a cerca dos consumidores que terão seus dados circulando a velocidades sequer imaginadas pelo mais ávido roteirista de ficção científica de Hollywood.

A partir do momento em que os profissionais de marketing vão se habituando a trabalhar com esses novos parâmetros tecnológicos, capazes de fornecer combinações infinitas de dados sobre os consumidores, as novas necessidades e desejos dos que esperam atenção personalizada, e que estão dispostos a pagar por ela, poderão ser atendidas, sejam elas uma em 100 ou a 10 milhões de clientes.

Parece ficar cada vez mais claro que é praticamente impossível se ter personalização e ter controle sobre a privacidade.

Na rede, as empresas têm motivos fortíssimos para colecionar dados sobre os consumidores. A internet permite que as companhias ofereçam serviços e anúncios personalizados a seus clientes, mas antes é preciso ter no banco de dados as preferências de cada um. Da forma como a falta de privacidade na web vem se generalizando a cada dia, apesar dos mecanismos criados para tentar freá-la, em breve as metrópoles se parecerão com as pequenas cidades do interior em um aspecto: todo mundo saberá tudo sobre a vida dos outros.

Por exemplo, se uma locadora vende a listagem de predileção de filmes de seus clientes a outras empresas, seria ético o cidadão começar a receber mala direta pornográfica em seu endereço, ou através de e-mail, apenas porque em seus dados da locadora consta que este gênero de filme é o mais locado por ele durante o mês?

Nos Estados Unidos, após um repórter ter conseguido tais informações sobre um cidadão, e este ter negado a locação dos filmes, o Congresso americano rapidamente aprovou uma lei proibindo locadoras de fornecer informações a indivíduos ou a profissionais de marketing.

Ainda nos Estados Unidos, a Farrell`s, uma loja de sorvetes, vendeu sua lista de aniversários de crianças para o serviço de seleção do Exército Americano, que a utilizou para certificar-se de que jovens que completam 18 anos sejam engajados no serviço militar.

Visto por este prisma, e, à luz destes breves exemplos, não se pode deixar de temer a figura “orwelliana” do “Grande Irmão” a nos bisbilhotar a todos diuturnamente.

O problema é que não se pode frear a tecnologia, nem direcioná-la para a prática comercial do bem. O mesmo banco de dados funcionando à velocidade da luz pode servir às legítimas ações de marketing, bem como a empregadores que investigam se o candidato esteve, ou está envolvido com indenizações trabalhistas.

Logo, é importante para os homens de marketing tentar compreender melhor os pontos de vista de seus consumidores no que tange à privacidade, bem como tomar muito cuidado para evitar tropeços que possam denegrir a reputação da empresa, da indústria, e o valor de troca a logo prazo, que, afinal, é a razão de existir do marketing, com ou sem personalização.

Desta forma, meu argumento inicial de que a personalização deve ser encarada como o quinto P do marketing encontra respaldo na prática cada vez mais rotineira de empresas que estão atentas às mudanças ambientais de seus mercados.

Veremos ainda os defensores da privacidade do cidadão travarem batalhas sobre o que é ético ou não nessa briga pela obtenção de informações sobre o consumidor. Mas o fato é que diante dos argumentos e fatos expostos, a personalização, passará dentro em breve a ser considerada – a exemplo do que proponho hoje –, como o quinto p do marketing.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cliente misterioso como ferramenta de marketing

Thiago Terra


Um cliente que entra no ponto-de-venda precisa receber um atendimento de alto nível que atenda suas necessidades e que explore todas as possibilidades de vendas para a empresa. Porém, nem sempre assim. Por isso que empresas investem cada vez mais em pesquisas de cliente misterioso. Esta metodologia usa pessoas comuns que simulam uma compra e avaliam os pontos determinantes para um bom ou mal atendimento feito pelas empresas contratantes.
Pensamos na satisfação do cliente como o foco principal do atendimento, mas nem sempre é o mais importante. De acordo com Paulo Carramenha, diretor geral da GfK Brasil, empresa do Grupo GfK, especializado em pesquisa, medir a satisfação é preciso, porém deve haver a percepção se os clientes mais importantes estão satisfeitos. Outros aspectos como retenção e lealdade estão ligados ao atendimento e com a ajuda da pesquisa de cliente misterioso é possível saber onde a empresa precisa melhorar para suprir necessidades racionais e emocionais do consumidor.
Longe de ser um mistério para os colaboradores, este tipo de pesquisa pode ser aplicado em diversos segmentos e, segundo Maria Cecília Perez, gerente de desenvolvimento da Bare Associates International, empresa mundial de cliente misterioso, é preciso que os funcionários saibam da ação para que dêem o melhor em cada atendimento.
Cliente misterioso, mas nem tanto
Durante o Fórum ABA Rio de Pesquisa, que ocorreu no Rio de Janeiro este mês, o cliente misterioso foi desvendado, pelo menos com relação à sua aplicação nas empresas. Com o objetivo de monitorar a qualidade e aumentar a retenção de clientes, companhias do ramo de serviços saem em desvantagem com relação ao varejo, por exemplo. “A qualidade de serviços é mais difícil de ser avaliada que a qualidade de produtos. O cliente misterioso não deve ser usado para traçar planos estratégicos. É eficiente para uma empresa que busca uma decisão rápida, de objetivo tático”, diz Paulo Carramenha, da GfK.
Esta ferramenta funciona para melhorar e treinar a linha de frente das equipes de atendimento, mostrando e, principalmente, aplicando a forma correta e o comportamento adequado do funcionário diante do consumidor. Além disso, uma pesquisa de cliente misterioso pode ajudar a descobrir novos benchmarks. “É possível descobrir o que os concorrentes estão fazendo e definir os pontos de destaque destas empresas”, aponta Carramenha.
Para que um programa de cliente misterioso dê resultado é preciso que os funcionários estejam envolvidos e saibam que serão avaliados. “Sempre orientamos as empresas a falar para seus funcionários porque assim eles tratarão todos os clientes da mesma maneira. O que podem ocultar é a periodicidade”, conta Maria Cecília Perez, da Bare. De acordo com ela, o período da pesquisa é definido pela empresa, mas a recomendação é de que seja feita quatro vezes no mínimo por ano ou todo mês.
Satisfação dos verdadeiros clientes
A retenção de clientes pode ser mais importante do que adquirir um novo, de acordo com Carramenha. “Reter um cliente é cinco vezes mais rentável para a empresa do que adquirir um novo. Mas um cliente retido nem sempre é feliz ou está satisfeito”, acredita. “Ao se sentir um “prisioneiro” de uma marca, ele mudará de marca na primeira oportunidade”, completa o diretor geral da GfK Brasil.
Por isso é necessário definir os clientes-chave das empresas, aqueles que representam 20% dos consumidores, mas que geram 80% das receitas. Por conta destes clientes, as companhias precisam entender os seus padrões de comportamento e suas principais necessidades. Como todo consumidor, as formas práticas de relacionamento são baseadas nas necessidades racionais, ou seja, quando o que antecede uma compra é a questão ‘o que eu ganho com isso?’.
Por outro lado, todo cliente possui necessidades emocionais e o motivo da compra está no sentimento que ele terá usando aquela marca. Tudo isso está envolvido na pesquisa de cliente misterioso já que o objetivo é medir a aderência dos funcionários aos padrões definidos para o atendimento no ponto-de-venda.
A escolha do misterioso ideal
Para realizar estas pesquisas, empresas contratam e treinam pessoas para desenvolverem uma avaliação anônima dos padrões de atendimento das empresas e identificar as possíveis operações que não se coligam. “Avaliamos a atitude dos funcionários frente a uma situação específica. Além disso, percebemos a presença e a correta utilização de materiais promocionais, sinalização, posicionamento, limpeza, tempo de espera ou resposta e a qualidade de produtos e serviços”, diz Carramenha.
Na Bare Associates International a escolha dos pesquisadores não segue um perfil profissional necessariamente. Qualquer pessoa maior de 18 anos e que tenha o 2º grau completo pode fazer a pesquisa. Hoje temos cerca de 25 mil cadastrados no site e cada empresa avalia os seus pesquisadores”, explica Maria Cecília ao site. “O ideal é usar pessoas comuns, com o mesmo perfil dos clientes que se quer estudar. Não é bom usar entrevistador porque ele é treinado para fazer perguntas”, completa Carramenha.
Entre os projetos desenvolvidos pela Bare, estão postos de gasolina, restaurantes, empresas do ramo de varejo, de franquias, bancos e redes de hotelaria. “Um dos que sempre fazem pesquisa de cliente misterioso é a Vivenda do Camarão assim como a adidas no Brasil”, aponta a gerente de desenvolvimento da Bare em entrevista ao site.

sábado, 24 de julho de 2010

Mapas mentais como ferramenta de planejamento

Flávio Levi


Mapa mental ou Mind Map é uma ferramenta de organização e planejamento muito semelhante a um diagrama. Foi criado pelo inglês Tony Buzan e auxilia na gestão de informações e compreensão de ideias, por gerar uma fácil visualização e boa estruturação de todas as informações necessárias, além de facilitar o processo de memorização e estimular os dois lados do cérebro e incentivar a criatividade.
Com um mind map você pode organizar, reunir e filtrar ideias, pode analisar uma estrutura de informações, verificar a relação entre pontos chave e, além de tudo, terá uma forma visual associativa de todas as etapas em um planejamento ou processo. Ou seja, terá a visualização de diversos elementos de uma vez, aumentando a probabilidade de integração e associação criativa entre todos os elementos.
O mapa mental assemelha-se muito a um fluxograma, mas de uma forma menos linear e mais processual. Você tem uma ideia central e a partir dela vai gerando diversas ramificações de tópicos e sub-tópicos, seguindo algumas cores e formas, a fim de organizar visualmente cada etapa do processo, já que anotações monocromáticas não estimulam o cérebro da mesma forma que anotações coloridas, com formas e imagens.
Mas e daí, o que eu faço com tudo isso?
Com um Mind Map em mãos, você pode utilizá-lo como base para tomada de decisões, já que tem de forma visual e organizada todos os elementos da operação. Através dele você sabe quais direcionamentos pode tomar e isso facilita para ver o processo como um todo. Você também poderá utilizá-lo para organizar e ordenar o processo de planejamento e de brainstorm, além de representar estruturas de campanhas, check-lists, etc.
Como o mind map estimula a criatividade, ele aumenta a possibilidade de geração de novas ideias, além de encorajar o lado lúdico, de humor e de inovação para que se chegue a ideia criativa com mais facilidade.
Como construir um mind map
Você pode fazer seu mind map através de algum programa específico (veja algumas sugestões abaixo) ou pode fazer à mão mesmo, o que é recomendado para os primeiros mapas, de forma a assimilar melhor o funcionamento. O ideal em um mind map é a utilização de cores, já que foi comprovado através da psicologia que as cores, formas, dimensões elementos inusitados facilitam no processo de memorização e leitura. Então, caso vá fazer em uma folha de papel, separe canetas coloridas; caso faça no computador, ele já permite essa função.
Tenha sempre em mente um tópico principal.
Assim que registrar esse tópico, comece em forma de raiz a colocar os sub tópicos e assim por diante. Utilize a folha na horizontal, sempre separando tudo e sem utilizar textos longos. Se possível, separe os tópicos por cores, pois facilita a trilha de leitura, afinal um mind map deve ser sempre olhado seguindo um fluxo de informações.
Tony Buzan defende que a criação de um bom mind map acontece em cinco etapas:
Etapa 1: disparando as ideias
Coloque a ideia central do mind map e em seguida deixe rolar as ideias por aproximadamente 20 minutos, de forma rápida, sem muito tempo para pensar, já que fazer o cérebro trabalhar em alta velocidade o liberta do pensamento padrão e encoraja novas ideias. Mesmo que as ideias pareçam absurdas, não as descartem, elas podem fornecer novas perspectivas e derrubar velhos hábitos.
Etapa 2: primeira reconstrução e revisão
Faça uma curta pausa após a etapa 1. Deixe o cérebro descansar e se integrar às ideias geradas. Após esse repouso, faça um novo mind map com as principais ideias identificadas – categorize e construa a hierarquia, ordenando de uma forma visual mais agradável o seu mapa e facilitando a procura de associações. Mesmo que encontre ideias repetidas, mantenha-as caso façam sentido dentro do contexto. Em certos casos essa repetição pode mostrar a importância de alguns pontos e, a partir destes pontos, podem surgir alguns novos conceitos.
Etapa 3: incubação
A criatividade súbita vem quando o cérebro está relaxado, seja dormindo, correndo, ou meditando. Estes estados de espírito permitem que o processo de pensamento se espalhe para as áreas mais distantes do cérebro, aumentando as possibilidades de descoberta mental. Entre outras palavras, a etapa 3 diz que você deve relaxar entre a etapa 2 e 4, para que suas ideias fluam melhor.
Etapa 4: segunda construção e revisão
Após a incubação, o cérebro terá uma percepção mais “fresca” do que no primeiro e segundo mind map. Então agora é hora de fazer outro disparo como na etapa 1, mas dessa vez considerando todas as informações colhidas e integradas nos estágios anteriores, de forma a surgir um mind map final, refinado, compreensível e legível.
Etapa 5: estágio final
Após ter um mind map final (o que foi elaborado na etapa 4), você tem em mãos uma ferramenta de fácil visualização de qualquer situação, planejamento ou informação. É é neste momento que deve ser feita uma análise geral do mind map e, se preciso, feito novas associações e a inserção de novos elementos que possam conduzir a avanços.
Procure trabalhar com a folha ou página na horizontal, o que permite um melhor aproveitamento do espaço. Algumas vezes considere utilizar imagens para representar os tópicos, facilitando ainda mais a leitura.

Cada programa tem a sua forma de trabalho; alguns são mais flexíveis para ilustrações e outros mais focados no conteúdo. Independente da ferramenta, o conceito é sempre o mesmo.

Algumas referências
·         Mapas mentais (ótima fonte brasileira sobre o assunto);
·         iMindMap (site oficial do Tony Buzan);
·         Descrição de mapa mental na Wikipédia (em português);
·         EasyMapper (brasileiro).
Programas para mapas mentais
·         MindManager Pro 7 (simples, prático e totalmente integrável com o Office);
·         ConceptDraw MindMap (compatível com Windows e Mac);
·         Visual Mind;
·         FreeMind (open source para Windows, Mac e Linux).
Eu utilizo o MindManager Pro, por ser de fácil utilização e totalmente integrável com o Office. Mas o ideal é testar a ferramenta que mais se adapte à sua forma de trabalhar. Não deixe também de consultar as fontes de referência, que possuem diversos modelos para utilização de mind maps.

sábado, 3 de julho de 2010

Database Marketing não é tecnologia. É geração de negócio

Bruno Mello

Ao bater na porta da Diretoria de Marketing falando sobre Database, o profissional corre o risco de ouvir que este é um assunto para o departamento de tecnologia. Ainda nos dias de hoje, poucos têm a exata noção de que o uso correto do Database Marketing possibilita a diminuição dos custos, aumenta a rentabilidade e permite conhecer a fundo o cliente com o objetivo de oferecer produtos e serviços sob medida.

Mais utilizando entre bancos, montadoras de automóveis e empresas de assinaturas, o Database ainda é pouco usado pela maioria das empresas no Brasil. Com um faturamento que chegou a R$ 1 bilhão em 2007, segundo dados da Simonsen Associados em estudo da Associação Brasileira de Marketing Direto, o Database passa a ser uma ferramenta cada vez mais importante para operadoras de telefonia e até para administrações públicas.

Mas, segundo especialistas ouvidos pelo Mundo do Marketing, o grande problema ainda está na visão das empresas e do próprio profissional de Marketing. Falta a eles saberem o principal: o Database Marketing está diretamente ligado ao negócio. “Os dados só dão resultado se estiverem orientados para o negócio”, afirma Luiz Pizani, sócio-Diretor da PHD Brasil. “O Database tem que nascer na estratégia do negócio”, completa Alessandro Regente, Diretor da Group1 no Brasil.

A visão correta

De acordo com Vicente Criscio, Presidente da Direkt, “O Database é uma importante ferramenta para gestão do negócio e para a estratégia de Marketing. Se a empresa tiver uma base bem construída, formatada e atualizada, ela tem uma história rica sobre o consumidor e isso é importante para ter uma relação duradoura com o cliente”. Aurélio Lopes, co-presidente da Giovanni+Draftfcb, emenda: “O Database é uma oportunidade que se bem usada pode trazer retorno até no curto prazo porque lhe dá foco, segmentação e inteligência”.

Um dos principais problemas para o sucesso desta ferramenta está na aplicação. A começar pela qualidade dos dados, pela unificação de sistemas e das milhares de informações geradas pelas empresas. “A falta de padronização aumenta os custos e pode duplicar clientes”, argumenta Alessandro Regente, da Group1, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Para Luiz Pizani, da PHD Brasil, a cultura de qualidade de dados precede a qualificação das pessoas e o Database tem que virar uma cultura da empresa. “As empresas precisam ter a capacidade de cruzar os dados que elas têm sobre o cliente. Algumas estão se preocupando de maneira errada: estão limpando e enriquecendo a sua base, mas não estão evitando a entrada de dados errados”.

Os dados não são frios

Por se tratar de dados à primeira vista, alguns desavisados podem concluir que se trata de uma ferramenta basicamente tecnológica. “O pessoal de Marketing tem que perder o medo em se envolver com Ti. Não tem segredo. Não é tecnologia: é geração de negocio”, ressalta Leonardo Barci, sócio-diretor da YouDb, empresa criada neste ano pela agência Fábrica Comunicação Dirigida com um investimento de R$ 600 mil para atuar neste segmento.

Sobre o preconceito que liga o Database ao departamento de tecnologia das empresas, Vicente Criscio, da Direkt, informa: “O dado é frio quando é visto de maneira isolada, mas se a empresa trabalha com a informação, há um conhecimento maior do cliente e a possibilidade de ter um relacionamento duradouro”. O conhecimento do cliente é um dos maiores ganhos desta ferramenta.

Se o Marketing tem o cliente como foco, é importante ter os dados do cliente no centro do negócio também. Neste sentido, o comportamento do consumidor pode ser avaliado e medido constantemente. “Tem como observar variações de comportamento do consumidor estatisticamente”, aponta Luiz Pizani, da PHD Brasil, em entrevista ao site. “Uma operadora de telefonia celular tem que saber quantas vezes um cliente reclamou. Com isso, ela pode identificar a perda de assinantes”, exemplifica Vicente Criscio, da Direkt.

Segmentação e rentabilidade

Sem esta ferramenta, as empresas acabam tratando todos os clientes de forma igual. O processo de Database Marketing possibilita conhecer com lupa cada cliente e segmentá-lo. Mesmo assim, não é recomendável tratar um a um, pois seria economicamente inviável, salienta Vicente Criscio. “Trabalhamos com a Net, que tem pelo menos três milhões de assinantes, e é muito difícil fazer um relacionamento 1to1, mas é preciso saber quais clientes são bons e quais são melhores que os outros. Estatisticamente, o cliente que traz mais valor é uma minoria. Logo, saber quem é o cliente não só é uma questão de melhorar o relacionamento, mas de racionalizar a operação”.

Mesmo assim, ainda existe a possibilidade de erros. Há estudos que mostram distorções porque usam orientações e dados errados. “Às vezes o profissional usa dados estatísticos até corretos, mas toma decisões erradas”, avalia Luiz Pizani, da PHD Brasil, que tem clientes como Serasa, Tim, Itaú, Unibanco, Banco do Brasil, Vivo e Governos. “Veja no ponto que chagamos: os estados estão usando a qualificação de dados para aumentar a arrecadação”, informa.

Enquanto isso, ainda há empresas que tomam decisões baseadas no mercado, em movimentos externos e esquecem de olhar para o seu cliente. “Tem que saber o que o cliente comprou, sem contar as informações sobre os produtos e até sobre os fornecedores”, garante Pizani. “Embora a informação seja importante, o principal é saber usá-la. As empresas pensaram em comprar tecnologia, mas não estão preocupadas no serviço e às vezes quando vai ver estas informações estão com o pessoal de Ti”, emenda Leonardo Barci, da YouDb.

Além do profissional de Marketing ficar atento a esta ferramenta, é preciso ter capacidade de levantar informações relevantes e monitorá-las constantemente. “Tudo que é feito em Database Marketing é preciso ter recorrência. A empresa tem que fazer uma atualização constante se não tem que fazer tudo de novo”, garante Vicente Criscio.

Para as agências de Marketing de Relacionamento e Direto, o Database torna-se cada vez mais importante. “O Marketing Direto tem que ter um entendimento do consumidor mais profundo”, salienta Leonardo Barci. Na Giovanni+Draftfcb, que é a junção de agências de publicidade e de relacionamento, esta realidade resultou em um contrato que trará R$ 1 milhão de receita. “Não sugiro o Database para todos os meus clientes, eu recomendo. Temos um compromisso grande com resultados”, garante Aurélio Lopes.