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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Geração Y: 73% em 2025

Francisco A. Madia

2025 não está tão longe, não. E lá, em 2025, 73% da força de trabalho no Brasil será constituída por pessoas da Geração Y, os nascidos nas décadas de 1980 e 1990. A sociedade de serviços já terá alcançado a velocidade de cruzeiro e o mundo será completamente diferente do que foi até o final do milênio e também diferente do que é hoje. Dentre os principais desafios das empresas que sobreviverem e quiserem prosperar nesse novo mundo, o maior de todos é como reter seus talentos da Geração Y.

Recentemente passou pelo Brasil DeAnne Aguirre, sócia sênior da Consultoria Internacional Booz & Company, e, em entrevista a Rafael Sigollo, do jornal Valor Econômico, contou um pouco do aprendizado e recomendações que sua empresa vem fazendo a seus clientes na tentativa de atrair e reter os talentos da Geração Y.

Deanne começa enfatizando a importância de se criar um contexto adequado para esses executivos, “o primeiro motivador, e o mais importante, é ter colegas com quem se gosta de trabalhar. Igual ou mais importante que o salário é a possibilidade de se ter muitas experiências diferentes. Para a Geração Y, progredir não é subir numa escada, mas aprender a fazer coisas novas. Ter uma jornada flexível gera mais motivação que o dinheiro, uma vez que não separam o que fazem no trabalho do que fazem fora do trabalho. Vivem uma mistura de tudo isso em tempo integral”.

Assim, Deanne lembra que os Y “não se preocupam com horários e recusam-se a bater ponto na entrada e na saída: trabalham o tempo todo. Julgam, também, da maior relevância, ter um impacto positivo na comunidade ou na sociedade por meio do trabalho. Preferem servir a marcas que fazem o bem e sempre escolherão, entre duas oportunidades de trabalho, a que pontificar por esse compromisso”.

E fala da componente universal dos Y: “Um em cada três dos amigos mais próximos de alguém da Geração Y tem uma origem étnica diferente da sua. Na pesquisa que realizamos em todo o mundo e com centenas de empresas constatamos que 78% dos Ys sentem-se totalmente confortáveis trabalhando com pessoas de qualquer lugar do mundo. Em pesquisas com as gerações anteriores, esse percentual não ultrapassava  27%... E todos eles, ao contrário do que se diz e se comenta, pretendem começar e terminar numa mesma empresa, desde que sejam submetidos permanentemente a novos desafios, ou seja, serão fiéis e leais onde a mudança permanente seja a única componente fixa.

E tudo isso diz respeito apenas a uma parcela da Geração Y que ainda permanecerá interessada em trabalhar em empresas. A maior parte, até mesmo porque é assim que se organizará a sociedade de serviços, preferirá empreender, trabalhar de forma independente, ser dona do próprio nariz.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sob o comando da geração Y

Katia Simões
Para Mathieu Carenzo, diretor administrativo do Centro para Empreendedorismo da IESE Business School, de Navarra, na Espanha, os jovens que conseguirem alinhar a velocidade da tecnologia com conhecimentos mais profundos sobre o mercado e o comportamento das pessoas tendem a construir empresas bem-sucedidas em um curto espaço de tempo

No que a chamada geração Y se difere das demais gerações de empresários?
Atualmente, os jovens empreendedores se diferenciam daqueles das gerações passadas por conta de um contato mais próximo das novas tecnologias, Web 2.0, por exemplo, e pelo enfoque global de seus negócios. Considero mais importante, porém, ressaltar os pontos comuns entre as diferentes gerações de empreendedores de sucesso: a criatividade, a inovação e o compromisso.

No que o imediatismo, típico de quem cresceu no ritmo da internet e dos computadores, pode ajudar na administração dos novos negócios? No que pode atrapalhar?
O imediatismo é uma das características, entre outras, da nova economia. Saber aproveitá-lo é uma das chaves do sucesso. Controlar o fluxo de informação em um tempo reduzido permite reagir de maneira mais rápida e eficaz. Por outro lado, é importante não deixar de lado a reflexão e a estratégia, o que requer tempo. O êxito provavelmente consiste na capacidade do empreendedor em desenvolver seu negócio com critério, utilizando as ferramentas da nova economia para sustentar as vantagens competitivas.

Justamente por serem muito imediatistas, quererem tudo para agora, eles correm o risco de serem menos persistentes e desistir dos negócios na primeira frustração? Como driblar esse comportamento?
A constância e o compromisso são característica necessárias ao êxito de qualquer empreendedor, independentemente da idade. Não considero que os jovens empreendedores sejam menos dotados de tais características.

Na sua opinião, quais os principais fatores que moldam esse tipo de empreendedor, capaz de abrir o próprio negócio quando a maioria dos amigos ainda vive de mesada?
A vontade de ter o controle de sua própria vida, a confiança em sua própria capacidade de conquistar o sucesso, a necessidade financeira e a "cultura familiar" são fatores importantes na hora de abrir um negócio sendo jovem, ou seja, com pouca experiência profissional.

Eles são mais bem informados porque recebem uma avalanche de informações ao mesmo tempo, mas por outro lado, tendem a ser mais superficiais. Como equilibrar essa balança quando se está à frente de um negócio em mercados altamente competitivos?
Não acho que sejam os jovens empreendedores mais ou menos superficiais. Eles têm uma cultura adaptada aos novos modos de consumo e de comunicação. É preciso ter cuidado em não aplicar variáveis de avaliação do passado a situações atuais. Os comportamentos dos "nativos" (nascidos/educados com a internet) são muito diferentes dos "não-nativos" na hora de comunicar, aprender e negociar. Os empreendedores jovens nativos que terão a capacidade de se desenvolver nos dois "mundos" conquistarão grandes êxitos.

Quais as vantagens de se empreender muito cedo? E as desvantagens?
A principal, na minha opinião, é o desenvolvimento precoce de experiências e atitudes específicas da criação de empresas como são o multiasking e o aprendizado da liderança induzido pelo crescimento de uma empresa e da equipe realizadora. Tendo isso em vista, o processo empreendedor é o resultado de uma decisão e não de uma vocação ou uma pré-disposição genética: qualquer pessoa pode ser empreendedora. Cada vez mais, as pesquisas demonstram que existe uma relação entre o nível de estudos e a capacidade de criar um negócio com êxito. Portanto, as desvantagens principais dos jovens empreendedores são a falta de experiência setorial e a falta de conhecimento.