quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Crescem reclamações contra propaganda enganosa

Maria Paula Autran
Miojo sem frango, promessas de um iogurte milagroso e a compra de um cruzeiro que não consegue ser realizado. Essas foram algumas das razões que fizeram consumidores insatisfeitos reclamarem no Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) contra grandes empresas.


De fevereiro a junho deste ano, a instituição recebeu 35 denúncias, das quais 20 eram de consumidores. No Procon-SP, as denúncias subiram de 1.534 para 2.321 no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período de 2009.

"Publicidade enganosa é aquela que não tem coerência com a oferta ou omite informação, induzindo a pessoa ao erro", explica a advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Mariana Ferraz.

E, para evitar problemas depois de comprar um produto e descobrir que foi enganado, ela recomenda que o consumidor reúna todas as provas da oferta, como panfletos e anúncios.
O advogado e professor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Fernando Monteiro diz que, além de reclamar, é importante saber se prevenir.

"Normalmente as empresas querem dar as informações por telefone. Se você vai comprar um carro, peça todas as informações por escrito. Ou você pode ligar e gravar a conversa", afirma.
Ele recomenda ainda que, caso se sinta lesado, o consumidor faça uma representação ao Ministério Público, além de procurar os órgãos de defesa do consumidor.

A vendedora Sandra Lopes conta que comprou um produto para tirar verrugas, mas o líquido não surtiu efeito.

Ela diz que entrou em contato com a empresa, mas não obteve resposta e agora pensa em procurar a Justiça. "Foi dolorido e sofrido. Na televisão, parecia uma coisa imediata, mas a verruga não saiu e a pele ficou irritada", diz.

Guardar sempre a nota fiscal e desconfiar de ofertas mirabolantes e preços abaixo da média são as dicas da presidente do Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, Lúcia Pacífico. "Eles gostam de vender produtos com defeito. Por isso a importância da nota", afirma.

O professor de direito do consumidor da PUC-SP Marcelo Sodré lembra ainda que é preciso atentar para os asteriscos em panfletos.

"Eles têm de ser legíveis, o consumidor deve ter acesso a essas informações. Elas têm de ser claras e escritas", diz.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mulher se diz fiel às marcas, mas é sensível a preço menor

Valor Online


Quanto mais jovens as donas de casa, maior a influência da mãe sobre a escolha dos produtos de limpeza. Mas à medida que essa dona de casa ganha mais confiança, deseja fazer as próprias escolhas. A maioria se diz fiel às marcas, mas uma boa parte é sensível a preço menor e novidades, segundo pesquisa feita para o Valor, pela Sophia Mind.
A mulher mais madura quer imprimir sua identidade à casa, diz Priya Patel, diretora de higiene e limpeza da Unilever. " É por isso que uma marca como Omo, por exemplo, com 52 anos, precisa sempre se renovar, para não ficar parecendo a marca de sabão da avó " , diz ela. Uma das versões mais recentes de Omo é o sabão em pó com " Active Clean " (um sistema que, segundo a fabricante, proporciona " sensação de roupa recém-lavada " ). O lançamento do Omo Multiação Tanquinho em 2009 trouxe explicações mais contundentes no rótulo: " limpeza superior até a 3ª lavagem " . " Descobrimos que a dona de tanquinho usa a mesma água três vezes para lavar suas roupas - começando pelas peças da família, depois lençóis e toalhas e, por último, panos de limpeza " , diz Priya. Focada nas mães, a marca Omo mudou a comunicação na última década. Deixou de lado a brancura mais branca para valorizar o lado bom da sujeira, com o slogan " Se sujar faz bem " .

A maioria das entrevistadas (65%) é fiel às marcas, segundo levantamento feito pela Sophia Mind, mas 46% são sensíveis a testar produtos de preço menor. Esta é a brecha que vem sendo aproveitada pela Química Amparo, dona da marca Ypê, líder em detergentes líquidos e que também está na briga em sabão em pó e amaciante. " Nossa meta é oferecer a melhor relação custo-benefício " , diz João Augusto Geraldine, gerente de marketing de Ypê. A empresa lançou um amaciante com cápsulas de perfume, " que faz o cheiro durar mais nas roupas e ele custa o mesmo que um convencional " .

A Ypê também apela para a consciência ambiental, outro ponto reconhecido por mais da metade (53%) das entrevistadas pela Sophia Mind (embora apenas 12% concordem em pagar mais por produtos ecologicamente corretos). O sabão em pó " Ypê Ecológico " traz no rótulo a foto de uma criança com um aquário e a explicação: " a fórmula é livre de fosfato, e não interfere no oxigênio das águas, preservando assim a vida aquática " .

Na tentativa de levar mais valor agregado aos produtos, a P & G investe no Ariel líquido, que recebeu mais um nome instigante: " sete soluções " . Ele custa 10% mais do que a versão em pó. " Os produtos líquidos proporcionam um desempenho superior, sem a necessidade de esforço pessoal no processo " , diz Sílvia Andrade, gerente de marketing da linha de cuidados com o lar. Para ilustrar a ideia, a P & G acaba de lançar uma campanha em que a jogadora de futebol Marta discute com a mãe a evolução da mulher nos campos e na tarefa de lavar roupas. " Uniforme limpo, só esfregando " , comenta a mãe, Dona Teresa. Marta ensina que não. " Basta trocar o sabão em pó por Ariel líquido " , diz a craque.

Mas alguns hábitos continuam bem parecidos com os das antigas gerações. Segundo a pesquisa da Sophia Mind, nas residências do país, apenas 11% das entrevistadas têm companheiros que participam da limpeza doméstica. 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Anota aí 25: Virtual; Perdas; Familiar; Textil; Crise


GHIURGHI, Flavia. Interação total Empresas aderem às comunidades virtuais para garantir proximidade com o público e otimizar produtos e serviços. Gestão & Negócios, nº 23, pp. 64-67.


BRUNO, Adriana. Perdas mínimas Em um setor onde as margens são apertadas, investir em um programa de redução de desperdício é uma questão de sobrevivência e de melhoria da eficiência no varejo. Abastecimento, ano 4, nº 22, julho/agosto de 2010, pp. 42-45.


NAJJAR, Eduardo Rienzo et all. Berço de empreendedores: a verdade sobre a empresa familiar O tema Sucessão e Governança está sendo analisado pelo mundo corporativo com mais atenção, nós últimos anos, com especial interesse no segmento das empresas familiares. Revista da ESPM, ano 16, volume 17, nº 3, maio-junho de 2010, pp. 84-89.


ROSA, André. Por trás de cada peça de roupa, diversas oficinas de costura Cadeira produtiva das confecções envolve o trabalho de várias pequenas empresas prestadoras de serviço. Diário de S. Paulo, 27 de junho de 2010, Caderno Negócios, p. 6.


MURAD, Fernando. Crise, desafio da comunicação Apesar de mais atentas à questão, companhias ainda sofrem prejuízos financeiros e de reputação por falta de estrutura e transparência para lidar com situações adversas. Meio & Mensagem, ano XXXII, nº 1.421, 09 de agosto de 2010, pp. 38-39.

Ascensão: classe D consome mais que a B em quatro categorias de produtos

Camila F. de Mendonça


A baixa renda está consumindo mais. Neste ano, a classe D já superou a classe B quando o assunto é consumo de alimentos, vestuário, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar e remédios.

De acordo com levantamento feito pelo instituto de pesquisas Data Popular, a maior diferença está nos gastos com alimentação dentro do lar. Neste ano, a classe D deve gastar R$ 68,2 bilhões com este item – número que equivale a 23,4% do total de gastos esperados, considerando todas as classes, com os produtos do grupo, de R$ 292 bilhões.

Já a classe B deve gastar em torno de R$ 45,4 bilhões com alimentos, 15,5% do total esperado para este ano. A diferença entre os dois segmentos da população é de R$ 22,8 bilhões.

Outros segmentos

Na categoria móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar, a classe D deve gastar em torno de R$ 1 bilhão a mais que a classe B neste ano. Ao todo, a baixa renda deve desembolsar R$ 16,3 bilhões com este item. Já a classe B deve gastar R$ 15,3 bilhões. Ao todo, espera-se que os consumidores gastem R$ 87 bilhões com itens eletrônicos em 2010.

Confira na tabela abaixo as categorias de produtos que a classe D consome mais que a B, o valor que deve ser gasto por esses segmentos até o fim deste ano e o valor total de gastos esperados para cada segmento:

           A classe D já ultrapassou a B em quatro categorias de consumo         
Grupo 
  Gastos classe D  
  Gastos classe B  
    Total de gastos 2010*    
Alimentação dentro do lar 
R$ 68,2 bilhões 
R$ 45,4 bilhões 
R$ 292 bilhões 
Higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar 
R$ 11 bilhões 
R$ 11 bilhões 
R$ 59 bilhões 
Vestuário e acessórios 
R$ 12,7 bilhões 
R$ 12,5 bilhões 
R$ 74 bilhões 
Móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar 
R$ 16,3 bilhões 
R$ 15,3 bilhões 
R$ 87 bilhões 
Medicamentos 
R$ 9,9 bilhões 
R$ 9,8 bilhões
R$ 51,5 bilhões 
Fonte: Data Popular
*Previsão

Massa de renda: classe D ultrapassa B pela primeira vez

Neste ano, a massa de renda dos consumidores da classe D deve superar a da B. O levantamento do Data Popular mostra que o poder de compra da baixa renda deve ficar em R$ 381,2 bilhões, ao passo que o da classe B deve ser de R$ 329,5 bilhões. Ao todo, os brasileiros terão em torno de R$ 1,38 trilhão para gastar neste ano.

A renda disponível dos consumidores da classe A neste ano está estimada em R$ 216,1 bilhões e da classe E em R$ 25 bilhões. Apesar do crescimento da classe D, em termos de consumo, a classe C continua sendo a fatia que tem mais renda disponível para gastos, de cerca de R$ 427,6 bilhões.

Sobre os dados

O levantamento projetou os gastos considerando um crescimento do PIB de 7% neste ano. São considerados da classe D aqueles que recebem de R$ 511 a R$ 1.530. E da classe B, aqueles com ganhos entre R$ 5.101 a R$ 10.200.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Brasil ocupa posição 50 em ranking de como empresas tratam consumidores

Flávia Furlan Nunes


O Brasil ocupa a 50ª posição, em um ranking com 139 países, no tratamento que as empresas dão aos seus consumidores, revelou o Fórum Econômico Mundial  em sua Pesquisa de Opinião Executiva, divulgada no dia 9 de setembro.

De acordo com o advogado especialista em Direito do Consumidor, Arthur Rollo, a avaliação é positiva, mas não representa a realidade de todos os segmentos.

“Isso varia muito de empresa para empresa. Basta ir ao ranking de reclamações do Procon que verá que telefonia, bancos, cartão de crédito são segmentos que costumam trazer problemas de informações na venda de produtos”, afirmou, completando que sempre as mesmas empresas estão no topo do ranking, o que denota uma falta de vontade de mudar a situação.

Ele disse, porém, que o segmento de alimentação quase não tem reclamação, porque preza muito o consumidor. “Em termos de regras, estamos bem, mas até a aplicação há um bom caminho”, disse ele, dando como exemplo o decreto que trouxe regras mais rígidas aos SACs (Serviços de Atendimento ao Consumidor), que ainda não sanou os problemas.

Ranking

O ranking questionava “Quão bem as empresas do seu país tratam os consumidores?”. As respostas variavam de um (geralmente tratam mal) a sete (são altamente responsáveis e prezam a retenção dos consumidores).

A nota média no Brasil foi de 4,9, a mesma dada a países como Eslovênia, Peru, Quênia, Porto Rico, Chile e Senegal.

De acordo com Rollo, o que falta no Brasil, para que o país suba mais posições, é uma atuação melhor das agências reguladoras. “Falta fiscalização e uma atuação conjugada das agências reguladoras com os órgãos de defesa do consumidor. As agências acabam passando a mão na cabeça das empresas e neutralizando os órgãos”, destacou.

Confira, na tabela abaixo, a lista dos dez países em que as empresas melhor orientam seus consumidores:

Como as empresas tratam os consumidores em seu país?
Posição
País
Pontuação
Japão
6,4
Áustria
6
Suíça
6
Suécia
5,8
Islândia
5,7
Hong Kong
5,7
Dinamarca
5,7
Taiwan
5,6
Nova Zelândia
5,6
10º
Bélgica
5,6
Fonte: Fórum Econômico Mundial