quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Sorvete para cães e gatos movimenta mercado pet

Priscilla Oliveira
22/10/2014

 

Os negócios do setor pet encontraram no Brasil uma grande oportunidade para implantação de novas linhas de produtos e serviços. Concomitantemente, o ramo de sorvetes se vê em um momento de novas possibilidades, em um período marcado pela criatividade das empresas na ampliação dos portfólios e na criação de novos modelos de negócio. Um grupo de empreendedores, observando os dois mercados, decidiu unificar os setores e passar a oferecer picolés para animais de estimação. A novidade vem atraindo cada vez mais donos de cães e gatos, que adotaram a sobremesa no cardápio dos bichinhos.

As chances de sucesso são promissoras em um país tropical, onde faz calor em qualquer estação e são gastos R$ 15,2 bilhões em produtos pet por ano, segundo dados de 2013 da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). O Brasil encerrou 2012 com cerca de um animal doméstico para cada dois habitantes, o que incentiva ainda mais a multiplicação de investimentos na área. São cerca de 37,1 milhões de cães e 21,3 milhões de gatos, e a tendência é que este número aumente ainda mais.

Os pequenos empresários são os que mais apostam nos artigos para os amigos de quatro patas, favorecidos pela pulverização típica desse mercado. “No exterior, principalmente nos Estados Unidos, há uma gama imensa de itens para cachorro. Foi quando me perguntei por que aqui não tinha algo do gênero. Com R$ 500 mil em investimento inicial, em 2010, montei minha fábrica. Aos poucos, fui apresentando nosso produto. Aonde ele chega, é sucesso. Hoje, existem versões frutadas, além dos sabores básicos de rações, em potes, palitos e sachês”, conta Paulo Silva, Diretor Comercial da Ice Pet, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Agradar ao comprador

Oriundo do mercado pet, Paulo Silva já sabia como lidar com a parte de logística e industrial, que foi desenvolvida por ele. Os estudos para adaptação do doce para os bichos ele teve que contratar à parte. “Os sorvetes tradicionais são de massa ou leite ou à base de água. Para o cachorro isso muda muito, porque não pode ter lactose, gordura ou açúcar. Com isso, tivemos que aprender, em diversos testes, como chegar em uma fórmula perfeita, que interessasse tanto o animal quanto ao dono”, conta o Diretor Comercial da Ice Pet.

As linhas de sabores também obedecem normas veterinárias, como não oferecer chocolate para caninos e felinos. Para que tudo seja feito dentro da legalidade, um laboratório realiza testes de aceitação e palatabilidade. As ideias nem sempre vão adiante. Às vezes não existe a rejeição do cão, mas ela vem por parte dos compradores. Um exemplo foi o sabor menta, que tinha fortes argumentos para ser campeão de vendas, por deixar o hálito melhor, mas foi rejeitado pelos donos, mesmo tendo agradado aos cachorros.

Uma das grandes atenções para quem atua no ramo é o dono do bichinho. Quem escolhe quando e o sabor do produto que será consumido é um humano, que utiliza a sua própria cultura como parâmetro no ato da compra. Assim como as pessoas ainda evitam tomar um picolé no inverno, o mesmo acontece com os pets. “Precisamos construir o entendimento de que sorvete se consome no frio. Quem compra é o dono e ele é quem acha que sorvete causa gripe e dor de garganta. Essa é a dificuldade do setor, provar que picolé pode ser consumido em todas as estações”, conta Alessandro Pinhal, Diretor da Unifood, detentora da marca Sorvecão, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Desafios internos

Quem se lança no negócio sem nenhum conhecimento no mercado pet e de sorvetes tem que estudar e aprender na prática a lidar com os dissabores da inovação. Com um investimento inicial de R$ 250 mil, a Unifood foi criada por cérebros de engenheiros, que nada sabiam do ramo de sorvetes. “Ambos os setores são uma grande novidade. Tivemos que fazer cursos para entender, foram cinco meses elaborando algo igual ao que um ser humano come. Sentamos com técnicos de alimentos e veterinários e chegamos à concepção dos sabores picanha, frango e frutas – manga, menta e morango”, relata Alessandro Pinhal.

Enfrentar lojistas com uma nova gama de itens e ainda convencê-los a instalar uma geladeira em seus pet shops também não foi tarefa fácil. “Sabíamos que tínhamos um grande produto nas mãos, só precisaríamos usar nosso poder de persuasão e levar a nossa visão para eles. Visitamos mais de 100 clientes e apenas cinco rejeitaram. Pode ser que eles mudem de ideia”, diz Pinhal.

Ter um novo olhar estratégico pode ajudar a impulsionar os negócios. No caso das fabricantes, isso pode também ajudar a reduzir custos e chegar a novos públicos. O modelo inicial da Ice Pet vendia o produto congelado, juntamente com um freezer. Na reformulação que a empresa sofreu em 2013, o sorvete passou a ser transportado líquido, sendo congelado apenas no ponto de venda. O novo formato permitiu que a empresa ampliasse sua expansão para todos as capitais do Brasil e também para o exterior. Hoje, os cães de países como Portugal, Espanha e Alemanha podem saborear o picolé brasileiro. Os 270 pontos, conquistados quando o produto era vendido sólido, saltaram para dois mil, gerando mais empregos e retorno financeiro.

Portas abertas

Se na versão para humanos ele ainda é tido como item supérfluo, para os animais ele pode chegar a até ser substituto de uma refeição em ocasiões especiais. Nas clínicas veterinárias, o snack gelado é utilizado em pré e pós-operatório, quando o animal não pode ingerir alimento sólido. Além disso, facilita a administração de medicamento, tanto líquidos quanto comprimidos.Os empreendedores tem no uso profissional mais uma vertente para o produto.

A primavera e o verão são as temporadas em que a adoção do sorvete é testada com maior recorrência pelos lojistas e clientes. Isso porque o atributo de refrescância ainda pesa mais do que qualquer outro benefício. “Esses empresários podem aproveitar a boa época para reforçarem suas ações.  O sorvete é um alimento amado por todos, muitas vezes associado a um carinho, e as pessoas querem levar isso ao seu bichinho”, conta Eduardo Weisberg, Presidente da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), em entrevista ao Mundo do Marketing.

A indústria de sorvetes enxerga com bons olhos mais esse leque de produtos e a expansão da gourmetização do produto. “O poder aquisitivo do brasileiro aumentou e ele se permite comprar itens que tragam bem-estar próprio. Quando o animal de estimação é tratado como parte da família, nada melhor do que incluir ele nas compras de picolés diferenciados. Isso só prova o quanto nosso setor ainda tem para expandir no Brasil” afirma o Presidente da ABIS.


Disponível em http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/mercado/32003/sorvete-para-caes-e-gatos-movimenta-mercado-pet.html?utm_campaign=Newsletter+Dia&utm_medium=e-mail&utm_source=mail2easy. Acesso em 22 out 2014.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O que é gestão comercial?

Administradores
26 de julho de 2014


A gestão comercial envolve a gerência dos recursos que fazem parte da atividade comercial, como o próprio nome já diz. Toda empresa no mercado tem que lidar com esse lado do seu negócio, porém nem toda organização possui profissionais equipados com as técnicas gerenciais específicas da área. A importância desse tipo de gestão está justamente em concentrar esforços particulares na eficiência das vendas, atendimento ao cliente, logística da atividade comercial, entre outros aspectos e processos gerenciais.

Entre os conhecimentos relevantes para a gestão comercial estão alguns como gestão de pessoas e tecnologia da informação, por exemplo, que possibilitam o aumento da rentabilidade, bem como a flexibilização do processo de comercialização. Técnicas e estratégias de relacionamento com o cliente, assim como conhecimento das características e hábitos de consumo da população também devem fazer parte do leque de conhecimentos da gestão comercial.

As atividades e competências exercidas pelo profissional ligado a esta área, ou por um departamento de gestão comercial de uma empresa, são variadas. Mas, em geral, estão ligadas ao processo de comercialização e seus diferentes estágios. Estes são alguns exemplos dos conhecimentos que devem ser buscados e aplicados para a eficiência da gestão comercial:

- Conhecimento das operações básicas do varejo e identificação das informações necessárias à otimização destas operações (incluindo a definição de uma tecnologia informática para obtenção e análise de informações neste sentido)
- Estruturação dos produtos oferecidos em “famílias”, aplicando a administração por categoria
- Definição do capital de giro necessário para manter o estoque (com base em giro médio diário e prazos de reposição)
- Análise de perfis de clientes
- Análise da concorrência e definição de métodos para o estabelecimento de preços e promoções
- Implantação de sistemas de comércio eletrônico.

Carreira

Em relação a opções de carreira e áreas de atuação, quem trabalha com gestão comercial pode fazê-lo de muitas formas diferentes. Gerência de lojas ou operações, analista de resultados e supervisor de operações são algumas funções dentro da gestão comercial. Por se tratar de setor em expansão, a área também oferece oportunidades para analistas de pesquisa de marketing, analistas de localização de ponto estratégico para o negócio, assessores ou coordenadores de operações, assistentes e coordenadores ou gestores de varejo ou de atacado. O salário varia de acordo com as atividades exercidas.

Apesar de a questão "O que é gestão comercial?" ter uma resposta clara e talvez já conhecida, os desdobramentos dessa área de atuação estão se desenvolvendo para acompanhar as transformações do mercado, que demandam profissionais cada vez mais diferenciados e que pensem fora da caixa no que diz respeito a vendas e processos de comercialização.


Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/o-que-e-gestao-comercial/90626/. Acesso em 20 out 2014.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Copiar embalagem de concorrente viola direitos da propriedade industrial

Livia Scocuglia
14 de outubro de 2014

 

Copiar embalagem de um produto da marca concorrente configura violação dos direitos da propriedade industrial. Nesses casos, o registro de desenhos industriais e depósitos de pedidos de patentes dos produtos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) são essenciais para provar o direito sobre o produto como um todo.

Foi assim que a multinacional Kiss Nail e a distribuidora Imbecor — que comercializam as unhas postiças da marca imPress — ganharam liminar da 6ª Vara Cível de São Paulo,  barrando a circulação de unhas postiças da marca Quick. As empresas foram representada pelos advogados Andreia de Andrade Gomes e Marcus Cosendey Perlingeiro, sócios de TozziniFreire Advogados.

As companhias alegaram que desde que o produto foi lançada pelas concorrentes, a imPress constatou queda de 20% nas vendas.

Na decisão, a juíza Gislaine Conrado considerou as provas de que a multinacional Kiss Nail e a distribuidora Imbecor detêm a propriedade do desenho industrial relativo à embalagem do produto. Por isso, entendeu que houve violação aos direitos da propriedade industrial.

“Está clara a utilização indevida do desenho industrial em questão. E como as embalagens são realmente muito semelhantes e, portanto, hábeis a levar os consumidores a erro, também é evidente que essa situação beneficia indevidamente quem não é titular do desenho industrial.”, afirmou a juíza.

Com a decisão, as distribuidoras de cosméticos Unike e You Care estão proibida de utilizar, distribuir, veicular ou comercializar produtos em frascos ou embalagens similares aos das autoras da ação, sob multa diária de R$ 10 mil no caso de descumprimento da decisão.

A decisão: http://s.conjur.com.br/dl/decisao-deferindo-liminar-propriedade.pdf
Decisão que determinou multa diária: http://s.conjur.com.br/dl/decisao-deferindo-liminar-propriedade1.pdf
Processo 1019239-76.2014.8.26.0100


Disponível em http://www.conjur.com.br/2014-out-14/copiar-embalagem-concorrente-viola-propriedade-industrial. Acesso em 15 out 2014.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sete tendências de comportamento da nova geração

Renata Leite
08/10/2014
Os jovens, hoje, já não se contentam mais em comprar apenas um produto. Eles estão atrás de experiências que deem significado à aquisição e justifiquem, inclusive, o compartilhamento da vivência com amigos nas redes sociais. O consumo pelo consumo tende a diminuir cada vez mais nos próximos anos, o que representa um desafio e tanto para as marcas. Como conversar com essa nova geração? O primeiro passo é entender que as prioridades mudaram e se refletem em sete novas tendências de comportamento.

A primeira questão a ser levada em consideração é que o tempo desses consumidores se tornou mais caro. Após uma overdose de estímulos diretos das marcas, de conteúdos e de informações, as pessoas estão deixando um pouco de lado o multitasking, ao menos em determinados momentos do dia, para buscarem uma tranquilidade mental. O sentimento de cansaço as leva a cultivarem práticas que visam a uma paz interior e mais leveza na vida. Já não é qualquer oferta aquela capaz de ganhar a atenção dos jovens.

A tendência do “Mindfullness” fica clara na crescente busca por experiências espirituais, de ioga, de massagem, de SPA e de relaxamento. “As pessoas estão mais preocupadas com o bem-estar, com seus horários, em terem uma vida mais focada e regrada, que as permita dar mais atenção à família. Elas querem soluções mais certeiras, estão procurando um produto determinado e não uma multiplicidade de oportunidades”, resume Carol Althaller, pesquisadora de tendências especializada em comportamento do consumo, cultura urbana e comportamento jovem, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Consumismo com os dias contatos?

Esses comportamentos se posicionam como opostos ao consumismo, mas não completamente, já que representam um alento no cotidiano ainda corrido. A meditação, por exemplo, é muito praticada em metrópoles como Nova York e Londres como uma forma de repor energias e aguentar o ritmo acelerado de vida. Não é um modelo alternativo ao sistema, mas uma forma de garantir a performance nele.

Algumas marcas já estão conseguindo tirar vantagem desse novo comportamento do consumidor, como a Selfridges, que criou em suas lojas o No Noise, espaço para quem busca momentos de paz e tranquilidade. A iniciativa promovida no início de 2013, ia além das vendas, convidando os consumidores a entrarem na “Sala do Silêncio”, encontrando a calma no meio da multidão. No local criado para o relaxamento, eram proibidos sapatos, celulares e outras distrações do Século XXI, que deveriam ser deixados em lockers disponíveis.

Há também produtos que estão sendo lançados já dentro dessa nova filosofia, como o Slow Cow, bebida que promove o efeito inverso dos energéticos. O produto chegou ao Brasil no fim do ano passado, com os jovens como público-alvo. Entre os slogans da bebida estão “Mais calma. Mais foco” e “Relaxa o nervo. A noite é longa”. O líquido azulado promete ajudar a manter a concentração e o desempenho no dia a dia atribulado, mas tudo com calma. Parece contraditório? Para a nova geração, não é.

Passagem para fora da realidade

Esse comportamento de busca pela tranquilidade leva à segunda tendência: as pessoas estão atrás de atividades em que as façam se desligar da realidade e viver algo completamente novo. A nova geração é de Experiential Seekers. “Os consumidores passam a ter valores pós-materialistas, em que buscam experiências em vez de produtos. As pessoas estão indo para o festival Burning Man, no meio do deserto, para passar uma semana trocando coisas. Elas querem ser protagonistas, fazer parte de algo maior e não apenas comprar um item”, analisa Carol.

Nessa tendência, entram os festivais de música como o Tomorrowland, que acontece pela primeira vez no Brasil em 2015 e teve todos os 180 mil ingressos vendidos em apenas três horas. Uma solução mais simples e acessível às marcas foi a iniciativa da Farm de montar uma feira no meio da Gávea, bairro da Zona Sul carioca, em que eram oferecidos obras de arte, quitutes e peças suas e de parceiras. A ação tirou suas consumidoras do lugar comum de adquirir roupas e acessórios da marca em sua loja para ganharem uma experiência muito mais rica e completa.

Um dos reflexos desse comportamento dos jovens está em sua preferência por fazer uma viagem do que uma compra. “A nova geração mira no que dá prazer e não no que dá dinheiro. Ele faz o que gosta, mesmo que ganhe menos e é por isso que ele tende a investir no que realmente provoque uma experiência diferenciada, como uma viagem. Ele está menos preocupado em comprar e mais em criar algo dele, mais autoral e econômico, simultaneamente. Isso nos leva à terceira tendência: a Cultura Maker”, diz a pesquisadora.

Cultura “maker”

Mais do que nunca, as marcas precisam apurar suas observações em relação ao que motiva os consumidores, à percepção deles em relação aos produtos, ao momento de compra e até ao de descarte. “O consumidor está num processo de empoderamento, no qual ele customiza e cria alternativas para os bens e serviços. Os usos podem ser completamente diferentes ao que a empresa idealizou no momento de produção”, diz a antropóloga do consumo Hilaine Yaccoub, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Hilaine oferece, ao lado de Carol Althaller, o curso Culturelab Tendências e Consumo, que começa no próximo dia 13 no Studio 512, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Em quatro aulas, a dupla buscará desconstruir certezas e estereótipos e entregar ferramentas para profissionais e empreendedores serem capazes de olhar e interpretar os detalhes da vida cotidiana. A ideia é que eles possam prever marolas que tendem a se tornar ondas e até tsunamis no futuro próximo.

Outro novo padrão comportamental que vem ganhando essa intensidade nos últimos tempos é o de cobrança por direitos e responsabilidades civis por parte das marcas. A quarta tendência passa pela habilidade de os consumidores trackearem e quantificarem tudo. Eles assumiram o controle e estão mais focados em suas compras. Os discursos vazios são mais fáceis de serem desmascarados em simples pesquisas em sites como o “Reclame Aqui”. As empresas que abraçam causas em prol de todos tendem a sair na frente nesse contexto, como é o caso do Meu Rio, rede que mobiliza cariocas e já conseguiu exercer pressões para a aprovação da Lei da Ficha Limpa e para a manutenção de um projeto social na comunidade do Cantagalo, cujo terreno seria cedido para uma empreiteira.

Dinheiro já não é tudo

Se por um lado a internet facilitou essa participação maior – basta lembrar das mobilizações de junho de 2013, que começaram nas redes sociais –, a web também abriu portas para as marcas, na quinta tendência das New Currencies. Ela alterou a forma de se pensar o varejo. As lojas passaram a vender a partir de um tweet, foto ou post com uma hashtag. E menções nas redes sociais podem valer como novas moedas de troca para, por exemplo, baixar livros ou músicas. O dinheiro já não impera mais como único protagonista das relações econômicas, principalmente quando fazer o que se gosta é o que importa e isso não necessariamente significa ganhar suficiente para comprar coisas.

A sexta tendência aponta para a emergência de debates de temas relacionados às desigualdades por padrões de etnias, nacionalidades, religiões e sexualidade. Esses assuntos estão sendo discutidos a todo momento, especialmente nas redes sociais, o que leva a mudanças de comportamento: homens estão se assumindo mais sensíveis, mulheres estão lutando por direitos iguais em diferentes esferas sociais, diversas composições familiares estão surgindo – e aparecendo em comerciais de TV.

Campanhas de marcas como a Diesel e a Barney’s já deram voz a questões feministas que estão sendo levantadas e defendidas nas redes sociais. Apropriar-se dessas temáticas e se posicionar em relação a elas pode ser interessante para as marcas desde que alguns cuidados sejam tomados. A Nestlé lançou recentemente um vídeo captado por uma câmera colocada nos seios de uma mulher. A peça mostrava como essa parte do corpo feminino é olhada por todo o tempo enquanto ela caminha pelas ruas.

Cuidado na execução

A causa era boa – o combate ao câncer de mama –, mas a execução levantou polêmica, especialmente entre feministas. “Pode fazer sentido para a marca falar com esse nicho e tratar do empoderamento da mulher, mas é preciso ter coerência. Dove aproveita o tema muito bem ao retratar a mulher comum em suas propagandas”, conta Carol.

A sétima tendência aponta para oportunidade para marcas que promovam ações que unam as pessoas. Diferentes grupos sociais querem dialogar entre si e estar junto. Existe uma busca por sociabilidade, aprendizado e lazer. Ocorrem movimentos como a volta dos karoquês, onde se pode chegar sozinho e rapidamente se juntar a um grupo e fazer amigos quase que instantaneamente, assim como a criação de novos espaços para saborear comida de qualidade, como os foodtrucks, nos quais já na fila é possível trocar ideias sobre o que irá pedir e criar laços.

Esse tipo de relação é potencializada pela internet, que favorece a formação de grupos que ganham dimensões de movimentos culturais. Um exemplo é o caso do Passinho Carioca, estilo de dança que começou a ser compartilhada na web e levou a encontros nas ruas para embates performáticos. O objetivo é estar junto, aprender e mostrar habilidades.


Disponível em http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/comportamento-do-consumidor/31888/7-tendencias-de-comportamento-da-nova-geracao.html?utm_medium=e-mail&utm_source=mail2easy&utm_campaign=Newsletter+Dia. Acesso em 08 out 2014.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Inovação no varejo

Maurício Morgado
GVExecutivo
vol. 7, n. 5, set/out 2008


Resumo: No varejo, inovação significa a capacidade de o varejista captar e entender as mudanças nos desejos e necessidades dos clientes e de a elas responder continuamente. “Inovação” tornou-se, ultimamente, uma palavra de moda. Por essa razão, às vezes seu sentido é usado indiscriminadamente. Especificamente no varejo, a inovação ocorre de várias formas. A mais evidente é a maneira como o varejista articula o conjunto composto por linha de mercadorias, visual merchandising, perfil e treinamento de equipe, precificação, mensagem e tipo de propaganda e, inclusive, local em que instala sua loja. A FNAC e a Livraria Cultura, cada uma com seu estilo, são outros dois ótimos exemplos desse processo.