sábado, 8 de maio de 2010

Supervisores gastam apenas 16% do seu tempo com atividades de liderança

Administradores

Estudo envolvendo mais de 100 equipes de supervisores e gerentes de empresas de todo o Brasil revelou falhas desses profissionais no gerenciamento e treinamento de funcionários. Segundo a pesquisa, mais da metade do tempo de trabalho dos supervisores é gasto para resolver problemas (29%) ou em atividades administrativas (30%), como reuniões, despacho de papelada, checagem de e-mail e telefonemas. Atividades importantes, como treinamento, ocupam somente 1% do horário de trabalho dos gestores. 

De acordo com o estudo, realizado pela Proudfoot Consulting no primeiro trimestre de 2008, a atividade de supervisão propriamente dita ocupa apenas 16% do tempo dos supervisores. Esse índice representa menos da metade do valor considerado adequado (35%), segundo especialistas da consultoria. 
Para o presidente da Proudfoot, João Currito, a falta de planejamento das atividades e o baixo mentoring e acompanhamento que recebem de seus superiores com relação às suas atividades do dia-a-dia são as principais causas do desperdício de tempo de supervisores e gerentes. “Todo profissional possui metas de produção e performance. Falta aos supervisores e gerentes mais suporte por parte de seus superiores e o efetivo acompanhamento e suporte às suas atividades na empresa”, avalia. 
Outro fator que chamou a atenção no resultado da pesquisa foi o baixo investimento em treinamento de pessoal, responsável por apenas 1% do tempo de trabalho. O nível considerado ideal pelos especialistas da Proudfoot é de 20%. “As empresas devem sempre manter o foco no aperfeiçoamento profissional de seus funcionários. Como conseqüência desse investimento, a produtividade sofreria um impacto positivo”, afirma Currito. 
Atividades sem valor agregado também refletem diretamente na produção das empresas. Segundo o levantamento, 17% do tempo total de trabalho dos supervisores é destinado a processos que não geram nenhum resultado prático. Segundo a consultoria, para obter-se um nível de produção satisfatório, esse percentual não deveria ultrapassar a marca de 5%.
Currito lembra ainda os resultados da última pesquisa feita pela Conference Board, uma entidade americana sem fins lucrativos, que entrevistou CEOs de grandes empresas da Ásia, Europa e Estados Unidos para listar os dez maiores desafios globais desses profissionais. “Quando questionados, 38,4% dos CEOs afirmaram que a excelência na execução é o principal desafio a ser vencido. Esse resultado reforça ainda mais a idéia de que é preciso investir e aperfeiçoar os trabalhos nos níveis de execução, isto é, nos níveis de supervisão e gerência, para alcançar uma produtividade cada vez mais alta”, ressalta. 

Rico do Brasil supera o da Suécia em IDH

Prima Página

Os brasileiros mais pobres vivem em condições de desenvolvimento humano comparáveis às da Índia, mas os 20% mais ricos, em situação melhor que a fatia mais rica da população da Suécia, Alemanha, Canadá e França. As informações estão no relatório do PNUD que analisa os números recentes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e cita um estudo europeu que conclui que países que atingiram alto desenvolvimento humano (IDH maior de 0,800) nos últimos anos, como o Brasil, ainda têm parte da população sofrendo privações comuns às de países do fim da lista.



O estudo “Desigualdade no Desenvolvimento Humano: Uma determinação empírica de taxas de 32 países” menciona cálculos que comparam a desigualdade em 32 nações ricas e em desenvolvimento. São elas: Austrália, Canadá, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Espanha, Suécia, Estados Unidos, Colômbia, Brasil, Peru, Paraguai, Vietnã, Indonésia, África do Sul, Bolívia, Quirguistão, Nicarágua, Guatemala, Índia, Gana, Camarões, Madagascar, Guiné, Costa do Marfim, Zâmbia, Etiópia, Moçambique, Burkina-Fasso.

Nessas nações, os números do IDH foram calculados para 5 estratos da população de acordo com a renda. No Brasil, a fatia mais rica tem um IDH de 0,997, próximo do máximo (1,000). O número é maior que o IDH do país que encabeça o último ranking, a Islândia (IDH de 0,968), e supera o valor correspondente aos 20% mais ricos de todos os outros países calculados, incluindo o do Canadá (0,967) e o da Suécia (0,959), terceiro e sétimo lugar na lista, respectivamente.

O atual IDH do Brasil, uma média de todo o país, é de 0,807, mas os mais pobres estariam sujeitos a condições correspondentes a um IDH de 0,610, ficando abaixo do segmento mais pobre da Indonésia (0,613), do Vietnã (0,626), do Paraguai (0,644) e da Colômbia (0,662). O IDH dos mais pobres brasileiros é comparável ao IDH da Índia (0,609).

"Os resultados mostram que a desigualdade no desenvolvimento humano foi bastante alta, e maior ainda em países em desenvolvimento”, afirma o relatório do PNUD. O texto acrescenta que a América Latina é o continente que apresenta as maiores desigualdades. No Brasil e em países como Guatemala e Peru, a diferença do IDH dos 20% mais pobres para o IDH dos 20% mais ricos só não é superior à de alguns países da África, como Madagascar e Guiné.

O relatório do PNUD ainda destaca outras formas de desigualdade. Segundo o documento, uma criança que nasce em algum dos 20 países do topo do ranking pode viver até os 80 anos, mas se ela nascer nos países de IDH mais baixo, sua expectativa de vida não é maior que 49 anos. Segundo a entidade, houve avanços importantes na maioria dos países, em especial nos índices de educação, mas, especialmente na África, alguns países tiveram retrocesso. “São preocupações centrais as extensas lacunas entre os ricos e pobres e entre homens e mulheres dentro dos países. Altos níveis de pobreza humana em muitos países em desenvolvimento requerem ações prioritárias”, conclui o texto.

Estudo aponta o Brasil como a 5ª economia em 2013

Andrei Netto 

O Brasil será a quinta maior economia do mundo já em 2013, pelos cálculos da PricewaterhouseCoopers, divulgados ontem, em Londres. Até lá, o País terá ultrapassado gigantes como Alemanha, Reino Unido e França. Os prognósticos econômicos indicam ainda que até 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) do grupo de sete maiores emergentes - chamado E-7 e formado por China, Índia, Brasil, Rússia, México, Indonésia e Turquia - será maior do que o do G-7. Cinco das 10 maiores economias, até 2030, serão países hoje tidos como emergentes.
O relatório leva em consideração o ritmo de crescimento e a valorização média das moedas de cada país para traçar perspectivas de médio e longo prazos. Para a PriceewaterhouseCoopers, E-7 e G-7 terão pesos equivalentes por volta de 2019. A diferença de riquezas vem caindo - em 2000, o PIB dos sete países mais ricos do mundo era o dobro dos países hoje considerados emergentes pela consultoria - e, este ano, deve sofrer sua maior redução: 35%. Após a ultrapassagem, a distância seguirá aumentando: em 2030, o E-7 será 30% mais rico que Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália (G-7).
"Em 2030, nossas projeções sugerem que o top 10 global do ranking de PIB terá a liderança da China, seguida dos Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Reino Unido", afirmou o relatório, assinado pelo diretor de Macroeconomia da PwC, John Hawksworth. Nesse horizonte, as 10 maiores economias serão, pela ordem: China, Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Reino Unido.
Entre os reposicionamentos, três chamam mais atenção: a China, que ultrapassa os EUA, a Índia, superando o Japão, e o Brasil deixando para trás todos os gigantes europeus. Outra constatação do estudo é que a economia indiana crescerá mais rápido que a chinesa na década de 20. "A influência do E-7 já é enorme e esta análise mostra que a questão não é se o E-7 ultrapassará o G-7, mas quando", explicou Ian Powell, economista da PwC.
Para Powell, as mudanças econômicas já resultam em uma nova geopolítica. "O G-7 já foi expandido para G-20 como o fórum-chave para decisões de economia global."
De acordo com a PwC, o Brasil contará com o crescimento e a exposição internacionais obtidas com a Copa do Mundo de 2014 e com a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Já a Rússia conta com superpoderes na área de energia e a Índia, graças a seu crescimento demográfico, passará a crescer mais que a China.
As estimativas da PwC são ainda mais otimistas sobre a performance dos países em desenvolvimento do que as feitas por Jim O"Neill, chefe de pesquisa em Economia Global do banco de investimentos americano Goldman Sachs e autor do acrônimo Bric, sigla com a qual destacou a emergência de Brasil, Rússia, Índia e China na década passada.
Segundo O"Neill afirmara em novembro do ano passado, a China superará os Estados Unidos em 2027. Sua previsão anterior, feita há sete anos, indicava que a ultrapassagem aconteceria em 2041.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Dez pontos essenciais para abrir uma empresa com sucesso

Zenaide Carvalho

“Você está, agora, diante de uma nova experiência. 
Dedique-se a ela de corpo e alma, 
e verá surgir o próximo degrau de evolução.” (Taniguchi)

Você detectou que tem capacidade empreendedora e pretende tornar-se um empresário, parabéns! Agora, observe os pontos essenciais abaixo para ter a sua idéia realizada com o máximo possível de acertos e muito sucesso:

1. Ver-se trabalhando no negócio

Imagine-se frente àquele tipo de empreendimento. Algumas pessoas resolvem abrir empresas somente porque ouviram dizer que o mercado está propício para tal atividade. Se você não sentir-se bem – fazendo o que gosta ou aprendendo a gostar da sua atividade – não será feliz e, consequentemente, seu negócio estará fadado ao fracasso. Se houver sócios, veja-os também, ao seu lado: é agradável? Estude, pesquise, conheça e adquira habilidades gerenciais, que são vitais a qualquer empresário.

2. Escolher um ponto adequado ao negócio

A escolha do ponto é vital para seu negócio. O que você deve considerar é se precisará do fluxo de muitas pessoas (neste caso considere um ponto de frente de rua ou em shopping) ou se seu negócio não depende deste fluxo. Verifique o valor do metro quadrado dos locais onde pretende instalar sua empresa e veja as outras opções como necessidade de estacionamento. Talvez a escolha de uma sala, ou de um galpão ou até mesmo um ponto em ruas secundárias pode resolver o seu problema de localização. Essa escolha deve levar em conta o conforto dos seus clientes, o fluxo de pessoas e ainda a distribuição do seu produto. E não deixe de considerar a venda pela internet.

3. Projetar quanto precisa para abrir a empresa

Faça as contas. Projete tudo que precisará, incluindo o capital de giro, que é o investimento necessário para suprir as despesas em períodos em que ainda não há entrada em caixa. Considere a compra de máquinas, instalações, reformas no ponto, consultorias e não esqueça do item “divulgação” do seu negócio. Projete sempre um investimento maior, para evitar surpresas.

4. Projetar receitas

Faça pesquisas sobre o tipo de atividade que pretende abrir em negócios similares. Descubra quanto é viável faturar nos meses iniciais. Projete Receitas menores e para, pelo menos, um ano e não se empolgue muito. Se as receitas surpreenderem positivamente, ótimo!

5. Projetar despesas

Aluguéis, energia elétrica, custo das mercadorias vendidas, telefone, salários, contador, taxas diversas, internet, impostos, divulgação, material de escritório, pro-labore dos sócios que trabalharão na empresa. Tudo isso e mais um pouco deve ser projetado para que você tenha a real noção de quanto irá precisar para manter a sua empresa aberta. Prudência não faz mal: projete despesas maiores.

6. Planejar o marketing (vendas, produtos, preço dos produtos, divulgação, distribuição)

Essencial na vida de toda empresa conhecer o marketing, sem vendas a empresa não existe. Para vender bem é necessário ter políticas para escolha ou lançamento de produtos, formas de divulgação da empresa, equipe de vendas forte, treinada e motivada, preços de produtos adequados à estratégia da empresa – não sem considerar o mercado – e uma distribuição eficiente. Isso tudo para atender àqueles que farão o seu sucesso: seus clientes internos e externos.

7. Conhecer as necessidades legais

Não deixe de legalizar sua empresa. Empreendimentos legalizados faturam até quatro vezes mais que os informais. Consulte um bom contador, que será seu braço direito na legalização do seu negócio, fazendo um planejamento tributário estratégico adequado a sua atividade.

8. Organizar a administração e gestão

Sem planejamento não há perpetuação. Organize sua empresa como se ela fosse futuramente transformar-se em uma franquia. Documente tudo, planeje o organograma, projete a sua necessidade de capital humano e como mantê-los na empresa. Elabore missão e visão da empresa, controles adequados e não esqueça que serão necessários alguns líderes para esse negócio andar.

9. Pessoas

As empresas são projetadas para realizar os sonhos de pessoas. Os seus, o sonho de seus clientes, de seus colaboradores, seus fornecedores e até, indiretamente das pessoas que você não conhece, através dos programas sociais governamentais que você mantém através dos impostos. Considere em todo o processo que todos precisam estar felizes, motivados, tendo alegria ao relacionar-se com sua empresa. As empresas têm uma missão social antes de mais nada. Pesquise o que essas pessoas desejam com o seu negócio, a sua atividade. E atenda a esses anseios. O lucro virá como conseqüência.

10. Escrever isso tudo no Plano de Negócios

Se você já pensou nos itens anteriores, agora é a hora de colocar isso tudo no papel e seja bem-vindo ao que chamamos de Plano de Negócios. Por mais simples que seja, o plano de negócios é o seu empreendimento no papel antes de você gastar dinheiro. Servirá para analisar a viabilidade naquela hora, local e com as pessoas que você tem em mente. Se não der certo no papel, reveja tudo, item por item, e refaça o que for necessário.

Filantropia de resultados

Renata Agostini 
Para empresas com histórico de liderança, a perpetuidade do sucesso muitas vezes está ligada à capacidade de buscar novas oportunidades mesmo quando tudo corre bem. Com presença em 80% dos lares brasileiros e faturamento de 15 bilhões de reais, a Coca-Cola Brasil é a terceira maior operação da empresa no mundo -- só fica atrás da matriz nos Estados Unidos e da filial do México -- e vem registrando contínuos índices de crescimento nas vendas. No entanto, ao esmiuçar as estatísticas do consumo de seus produtos, os executivos de marketing da empresa perceberam um flanco aberto justamente naquela que é hoje a mais importante fatia do mercado brasileiro: a baixa renda, responsável por cerca de 60% do consumo dos produtos da Coca-Cola no país. Apesar dos grandes volumes absolutos de venda, o brasileiro ainda consome menos o refrigerante que mexicanos, argentinos e chilenos. E, mostraram as pesquisas, o brasileiro da classe C está ainda mais distante da marca. Seu consumo é 30% inferior ao registrado nas classes populares de países vizinhos.
A culpa, segundo a conclusão dos executivos de marketing da empresa, não é apenas dos concorrentes, mas também da distância que separa a Coca-Cola desse novo mercado. "Esse é um mercado em que a disputa está cada vez mais acirrada e em que a cada dia há novos concorrentes. Sairá vencedor quem conseguir se aproximar dele primeiro", diz Cláudia Lorenzo, diretora de projetos especiais da Coca-Cola. Para chegar mais perto desse novo consumidor, a subsidiária brasileira criou um programa inédito no mundo, uma mistura de empreendimento social com marketing. Batizado de Coletivo, o programa é voltado para a educação de jovens na faixa de 17 a 25 anos. Com a participação de organizações não governamentais e associações de moradores, a empresa instala salas de aula em favelas e em bairros pobres de grandes cidades brasileiras. Nelas, são ministrados cursos de técnicas de vendas em varejo. Durante dois meses, os jovens aprendem como escolher e expor os produtos, gerenciar estoques e abordar os clientes. Ao longo do treinamento, eles são testados por seu desempenho em jogos que simulam o dia a dia de um pequeno varejo -- e os mais bem avaliados são encaminhados para entrevista de emprego nas fabricantes de Coca-Cola. Em uma espécie de trabalho de conclusão de curso, os participantes montam um plano de negócios que deve ser apresentado a um pequeno dono de bar ou mercadinho da comunidade, com sugestões de melhoria no estabelecimento. A Coca Cola ajuda a implantar o plano de negócios, oferecendo uma linha de microcrédito ao varejista no valor de 3 000 reais -- uma parceria da empresa com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e com a ONG Visão Mundial. Caso desejem abrir seu próprio negócio, os participantes do programa também terão acesso a uma linha de microcrédito -- no valor de 1 500 reais. Esse é o lado social do programa.
O lado marketing tem como objetivo aumentar a força de vendas em áreas pouco exploradas pela marca. A meta da Coca-Cola, ao final do programa, é transformar um em cada dez alunos em revendedor de seus produtos em seu bairro. Até agora o programa já formou 550 jovens em cinco favelas -- duas na cidade de São Paulo e três em Recife. A ideia, no entanto, é treinar 1 milhão de jovens até 2012, em 1 500 comunidades.
O formato do programa e os benefícios comerciais que a empresa espera obter com sua implantação são resultado de uma pesquisa de campo que começou em novembro de 2008. Durante cinco meses, 20 executivos da Coca-Cola foram enviados para conviver com famílias das classes C e D em diferentes regiões do país. Durante dois dias eles participaram de tarefas domésticas como se fizessem parte da família visitada sem se identificar como executivos ou revelar que trabalhavam para a Coca-Cola -- a abordagem das famílias foi feita por meio de um instituto de pesquisa. No processo de imersão, os executivos cozinharam, fizeram compras e foram a cultos religiosos. Com base na experiência, a equipe detectou, por exemplo, que raramente as famílias pensavam em se mudar do bairro onde viviam -- mesmo diante da perspectiva de melhora de renda. Eles também perceberam que os filhos desejavam contribuir com o rendimento familiar o quanto antes. Tais constatações levaram às diretrizes básicas do Coletivo: o projeto teria de ser desenvolvido dentro da comunidade, com foco em jovens e em geração de renda. "A gente se engana achando que de dentro de um prédio na praia de Botafogo é possível saber a melhor maneira de vender Coca-Cola numa favela", diz José Borda, vice-presidente de estratégia comercial da Coca-Cola, que participou de um projeto de imersão em Belo Horizonte. A estrutura das salas do Coletivo também foi pensada junto com representantes das comunidades, que desenvolveram o projeto em parceria com as agências de publicidade contratadas pela empresa.

O projeto voltado para a baixa renda no Brasil está sendo acompanhado com atenção pela matriz da Coca-Cola, em Atlanta. Caso dê certo, o modelo pode ser replicado em países como China e Índia, onde o potencial de vendas é enorme, mas o consumo per capita de produtos da empresa ainda é muito baixo -- respectivamente 6 e 2 litros per capita por ano. No caso brasileiro, o programa é crucial para que a companhia volte ao desempenho que já teve no passado. No início dos anos 90, a Coca-Cola chegou a ter 60% de participação no mercado brasileiro de refrigerantes. Tempos depois, viu sua participação cair para 48%, em um movimento que ficaria conhecido como a Guerra das Tubaínas (referência ao florescimento de uma infinidade de marcas de refrigerantes populares). As vendas foram se recuperando aos poucos. Hoje, a empresa tem 56,8% de participação -- uma posição invejada por marcas menores que, a seu modo, conhecem a linguagem e os desejos da nova classe C brasileira.