sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mulheres magras vendem mais

Adnews

Mulheres que assistiram o vídeo de um desfile de moda como parte de estudo americano foram quatro vezes mais propensas a recusar um snack oferecido após a exibição do que as que só foram entrevistadas. O motivo? A ditadura da magreza imposta pelas passarelas. O estudo diz que ao ver o desfile as mulheres ficam com a auto-estima baixa, se sentindo mal.

A pesquisa foi organizada por professores da Villanova University, em parceria com a faculdade de Nova Jersey, com o apoio do hidratante Dove. A marca se inspirou na "Campanha pela Real Beleza", anúncios que foram veiculados mundialmente enaltecendo a beleza feminina natural. Segundo dados do estudo, os anúncios com mulheres magras tendem a fazer a mulher se sentir inferior, mas fazem a marca vender mais.

O resultado da pesquisa mostra que 42% das 194 universitárias entrevistadas, com idades entre 18 e 24 anos, demonstraram expressão negativa quanto aos relacionamentos amorosos, vida sexual, beleza e condição física após ver modelos magras.

A crise nos deixa mais imorais?

Juliana Belda

Você já reparou se, para não perder o emprego em meio a tantas demissões, o comportamento do seu empregado anda diferente? Será que ele não está mais condescendente e solícito, anda mentindo, ou até mesmo flertando com você e com os demais sócios e diretores?

Pode ser que sim. Uma pesquisa divulgada pela revista Time revelou que 28% de 1200 trabalhadores americanos entrevistados cometeriam atos imorais para se manterem empregados diante do atual contexto econômico. Sendo que 13% deles mentiriam; 2% tomariam como mérito próprio o trabalho de outra pessoa ou flertariam com seus chefes e 4% fingiriam concordar com os interesses de seus superiores.

Segundo a chefe de RH da empresa que encomendou a pesquisa, as pessoas planejam o Natal, as férias, os casamentos e feriados, mas não pensam a longo prazo sobre sua carreira e por isso acabam apelando para essas atitudes quando se veem encurraladas.

Certamente, uma política de transparência pode evitar esse tipo de comportamento na sua empresa, afinal é o medo e a incerteza que desencadeiam tal “falsidade corporativa”. Mas, de qualquer forma, mantenha os olhos abertos.

C, D e E não se submetem aos padrões de consumo

Pegn

'Bonito é aquilo que eu posso pagar'. É assim que as classes C, D e E, base da pirâmide social, pensam sobre os produtos que desejam consumir, segundo pesquisa feita pela consultoria A Ponte. Para as classes de menor renda, interessa mais aquilo que está próximo de sua realidade, informa o site InfoMoney.
O estudo foi feito de maneira inusitada: os participantes foram convidados a fotografar imagens daquilo que eles mesmos consideram esteticamente bonito, tanto com relação aos produtos consumidos, quanto às marcas ou lugares que desejam freqüentar.
A primeira constatação da pesquisa é que essas classes não desejam estar submetidas aos padrões de consumo e imagem impostos pela sociedade, principalmente através da cultura de massa. Esta primeira observação dialoga de forma positiva o que foi dito do Brasil em matéria produzida pela revista britânica 'The Economist'.
Segundo a reportagem, na mídia, sobretudo nas novelas, a imagem transmitida, e que serve de guia para o consumo - nesse caso, da classe média - é a de 'pessoas brancas, bem vestidas, servidas por empregados, morando em lugares onde o verão parece ser perpétuo'. A pesquisa da consultoria A Ponte mostra que esse padrão é bem distante das classes mais baixas, e que estas reivindicam, por exemplo, a maior participação dos negros na TV e no cinema.
Quanto ao consumo, a pesquisa aponta que há uma sobreposição entre o que é atrativo e a possibilidade de consumo. O que é muito caro, muito distante, não é amplamente reconhecido como bonito.
Muitas das fotografias remetiam a marcas populares, ou a lojas de varejo em que os produtos podem ser comprados em longos crediários, com parcelas acessíveis ao bolso destes consumidores. De acordo com André Toretta, um dos publicitários responsáveis pela pesquisa, não há preocupação quanto aos juros, ou o tempo do financiamento. 'Para estas classes, o preço do produto é o preço da parcela, não importa o tempo que levará para pagar'.
O publicitário explica que a noção de juros é relativa para eles. 'Antes do acesso ao crédito, os empréstimos que faziam eram informais. Pagar juros para o agiota que mora no mesmo bairro é muito mais caro que pagar as prestações de um produto, portanto, para as classes mais baixas, a situação melhorou', declara.
Segundo Toretta, a falta de informações sobre educação financeira que a maioria tem impossibilita pensar em cálculo de juros compostos, comparação entre pagamento à vista e parcelado, dentre outras noções.
As imagens que os membros das classes C, D e E consideram mais bonitas, tanto no centro, quanto na periferia, são relacionadas principalmente ao consumo. 'Isso demonstra felicidade e um deslumbramento por entrar no mercado, podendo consumir', diz Toretta.
Ele destaca que as próprias vendas para essas classes visam sua inclusão na sociedade de consumo. 'As vendas para a classe média geralmente são de exclusão, personalização. 'Eu quero ter o que mais ninguém tem' é o princípio. Já para a base da pirâmide, ocorre justamente o contrário, para garantir a esses consumidores o que todos os outros já têm', conclui.

Pequenos também devem investir em branding

Viviane Danin

As marcas passaram a exercer um papel ainda mais importante em um mundo de mercados globalizados e novas tecnologias da informação. As relações com os produtos e objetos sofreram alterações consistentes. Pode-se dizer que as marcas nesse novo contexto histórico são o ponto-chave para estratégias de sobrevivência das empresas.
E de que maneira empresários e designers devem projetar e administrar as marcas? Perguntas como essa encontram respostas no livro Branding Design e Estratégias de Marcas, de Álvaro Guillermo, lançado recentemente pela Demais Editora.
O livro ajuda principalmente o pequeno empresário a encontrar exemplos que demonstram os benefícios da marca e de uma boa assessoria profissional nessa área.
Assim como desenvolvem seus planejamentos estratégicos, seus planos de marketing e de comunicação, as empresas devem criar suas estratégias de marca. Segundo Guillermo, “estratégias de marca permitem preservar a identidade, mesmo com proprietários e administradores de perfis diferentes. Ajudam, por exemplo, a profissionalizar empresas familiares, estabelecem ações de médio e longo prazo”.
No entanto, é importante saber que projetos estratégicos de marcas são de longo prazo. Além disso, é preciso conhecer o passado, ter ações claras para agir no presente e preparar os cenários para colher resultados no futuro.
Guillermo é arquiteto, designer e mestre em Educação, Arte e História da Cultura. Seu livro é útil para profissionais de propaganda, mas tem o foco nos empresários, inclusive de pequenas e médias empresas. A publicação traz exemplos vividos e realizados pelo escritório Arte In, no qual Álvaro é diretor. Apresenta também cases que ajudam a entender o mercado.
Segundo o autor, “num mundo globalizado, as diferenças se aproximam e, cada vez mais, nos parecemos com os outros. Chegamos a padrões que pasteurizam nossas vidas. Por isso, é preciso cuidar bem da marca e conhecer bem seus diferenciais, aquilo que faz sua empresa ser singular. Seja diferente mas não tente ser o que não é. Utilize sempre a verdade”. É uma boa lição.

Cresce o número de pessoas que moram sozinhas. O que elas querem?

Katia Simões

Quando, em meados dos anos 90, a consultora de marketing americana Faith Popcorn apresentou ao mundo o conceito do encasulamento (cocooning, em inglês) para retratar a tendência do isolamento das pessoas nas metrópoles, muitos torceram o nariz e outros ignoraram a previsão. 

Segundo ela, o morador das grandes cidades passaria parte do seu tempo livre divertindo-se em casa. Fosse por temer a violência urbana ou por gostar da comodidade da vida moderna, ele daria preferência, por exemplo, a assistir um filme na TV ou no vídeo em vez de ir ao cinema. Ou fazer ginástica na própria esteira em lugar de ir à academia. A previsão de Popcorn confirmou-se mesmo em sociedades tipicamente familiares como as latinas e transformou-se no que os estudiosos do comportamento humano passaram a chamar de hiperindividualismo. Ao estudá-lo, percebe-se que o isolamento acontece até quando se anda na rua com o iPod plugado na orelha, uma tentativa de desligar-se do entorno e mergulhar numa diversão própria.

A tendência ao hiperindividualismo, consolidada em paí ses como a Inglaterra, onde um terço das casas tem apenas um morador, e a França, em que 50% dos domicílios de Paris são habitados por uma só pessoa, já é realidade também por aqui. O número de brasileiros que moram sozinhos dobrou na última década e soma mais de 6 milhões de pessoas. A estimativa é que até 2016 chegue a 12 milhões de indivíduos, um exército três vezes maior que a população do Uruguai ou que a soma dos moradores da Dinamarca e do Paraguai. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11,07% dos 54,6 milhões dos domicílios brasileiros registrados pelo censo de 2006 abrigavam apenas um morador. "Esse universo tende a crescer mais nos grandes centros urbanos, já que hoje os casamentos são menos duradouros, as famílias são menores e um número cada vez maior de pessoas prefere ter o próprio canto a ter que dividi-lo com a família ou com os amigos", afirma José Augusto Domingues, professor de comportamento do consumidor do curso de MBA da Escola Superior de Propaganda e Marketing. "Há também um aumento da expectativa de vida da população, o que faz ampliar esse bolo dos solitários com a participação da terceira idade." Na visão de Domingues, esse ainda é um movimento típico de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte, que oferecem serviços e produtos que facilitam a vida de quem vive sozinho. E é também um fenômeno das classes A e B, cujo nível cultural e econômico é mais alto.

Levantamento feito pelo Ibope Mídia apontou São Paulo como a cidade que mais abriga pessoas que moram sós no Brasil, o equivalente a 6% da população, num total de 720.000 domicílios. As mulheres são maioria: formam 53% do bloco do eu sozinho, enquanto os homens somam 48%, sendo os indivíduos entre 35 e 54 anos maioria (53%) entre os solitários paulistanos. E o que eles consomem? O levantamento do Ibope Mídia revela que 62% se dizem adeptos de marcas mais refinadas, 34% não escondem que freqüentemente compram produtos por impulso nos supermercados, 33% daqueles que têm mais de 20 anos concordam com a frase "eu só penso em trabalho", e 52% admitem que se preocupam muito consigo mesmos. 

Se você pensa em ter a turma dos independentes entre seus clientes, prepare-se: com hábitos muito próprios e personalidade na maioria das vezes pouco agregadora, os singles, como são também chamados, não são fáceis de serem fisgados. Disposto a entender melhor quem é esse consumidor cuja força cresce a cada dia, o Instituto Marketing Analysis Brasil acaba de colocar no mercado um estudo fresquinho envolvendo oito das principais capitais do país. O resultado mostra que os independentes são consumidores mais exigentes, que buscam melhores preços e só concordam em adquirir itens mais caros se isso trouxer valores agregados como qualidade e durabilidade. "Eles ficam menos tempo em casa, por isso procuram produtos e serviços que facilitem a vida, que sejam duráveis, mais concentrados e em porções menores", diz Paloma Zimmer, analista da pesquisa. O estudo revelou, entre outras coisas, que os singles enxergam as compras como uma atividade de lazer (42%), costumam ir mais a bares e restaurantes que a média da população (42% contra 21%), assim como fazem suas refeições em redes de fast- food com muita freqüência (36%). São também bons compradores de bebidas alcoólicas (45%) e de doces e chocolates (66%), o que os faz responsáveis hoje por 40% do consumo de produtos embalados individualmente e preferem encontrar em um único endereço tudo o que procuram (leia o quadro De olho no próprio umbigo, na pág. 56). Sem contar que os solitários navegam em média 54 minutos por dia na internet, contra os 34 minutos gastos pela maioria da população. 

"Quem conseguir conquistar sua confiança terá uma estrada de boas oportunidades de ofertas de produtos e de serviços pela frente", afirma Eduardo Ayrosa, professor de comportamento do consumidor da Fundação Getulio Vargas-RJ. Para isso, é essencial não só conhecer seus hábitos de vida e de consumo, como suas necessidades no dia-a-dia, que esbarram em coisas simples, como a pouca flexibilidade de horário de alguns prestadores de serviço à mudança das porções de alimentos, bebidas e produtos de limpeza, ainda concebidos para uso familiar. 
MANUAL DO INDEPENDENTE 
O que fazer para conquistar a preferência da turma que não divide a casa com ninguém 

ADOTE uma comunicação segmentada, que fale diretamente a esse público, oferecendo-lhe serviços e produtos sob medida a preço justo 
TRABALHE com horários flexíveis. Atender fora do expediente comercial e nos fins de semana faz a diferença
OFEREÇA serviço de delivery, principalmente em horários alternativos. Quanto menos tempo o cliente que vive sozinho perder, melhor
ESCOLHA com qual subgrupo dos solitários você deseja trabalhar: o das pessoas jovens ou o da terceira idade. Seus hábitos de consumo são bem diferentes, assim como a forma de conquistá-los. Os primeiros são mais fiéis a bens duráveis, têm menos tempo e valorizam a praticidade. Já os idosos se preocupam principalmente com o preço e a comodidade
TENHA uma boa variedade de produtos na quantidade e nas dimensões certas. Evitar desperdício é o que eles mais querem 
APOSTE em meios não convencionais de marketing e valorize o tratamento personalizado. Vale oferecer tarifas especiais, promoções nas compras pela internet e setorizar parte da loja com produtos voltados a esse universo
TREINE a equipe para que conheça produtos e serviços em profundidade e possa promover uma consultoria e não uma simples venda. Trata-se de um consumidor mais informado e exigente do que a média.
Ao constatar que os singles eram ótimos clientes de suas lojas, principalmente os da terceira idade, a rede Villareal Supermercados, de São José dos Campos, interior de São Paulo, não dormiu no ponto. Há pouco mais de um ano vem trabalhando de olho nesse público e promoveu algumas mudanças no layout da loja e no mix de produtos. "O primeiro passo foi oferecer pães, doces, massas, molhos, frutas e verduras em porções menores, e o reposicionamento dessas ofertas em locais nobres", diz Flávio Almeida, sócio-diretor. "O resultado foi um aumento de 30% na venda dessas linhas." Em seguida, a rede ampliou o volume de itens com esse perfil, que hoje já soma mais de 250 produtos, e passou a fazer um cadastro mais completo desse público através do mailing de seu cartão-fidelidade. "Outro fator que chamou a nossa atenção foi a boa participação dos independentes nos cursos gratuitos oferecidos pelo Villareal, o que nos levou a pensar em temas mais específicos para as suas necessidades", afirma Almeida. O próximo passo, segundo o empresário, será investir em uma comunicação mais focada nas suas expectativas, algo que vá além da inclusão de produtos no catálogo de promoção da loja. Visando atrair cada vez mais esse consumidor, a próxima loja a ser inaugurada pela bandeira abrigará uma cafeteria, para funcionar como ponto de encontro de solitários dispostos a jogar conversa fora. "A idéia é vender produtos, serviços e comodidade", diz Almeida.

Foi apoiada nesse tripé que a Enoteca Decanter, de Belo Horizonte, há um ano negociou com seus fornecedores estrangeiros a entrega de vinhos em meia garrafa, uma demanda da própria clientela. Hoje são 30 variedades, entre tintos, brancos e de sobremesa que já chamam a atenção nas prateleiras em razão da boa variedade da procedência. São rótulos chilenos, argentinos, italianos, uruguaios, franceses, portugueses e espanhóis, com preços 50% menores que nas embalagens convencionais. "Fomos pioneiros na comercialização de meia garrafa e a iniciativa já responde por 15% do volume de vendas, com tendência a crescer, pois o número de pessoas que moram sozinhas aumenta a cada dia", diz o enólogo Lisandro Vieira. "Para atrair ainda mais esse público, nos transformamos numa loja de vinhos com enogastronomia, o que facilita a degustação da bebida dentro da enoteca."

Sem fazer um estudo mais profundo, apenas ouvindo um pouco mais a própria clientela, o Pet Center Marginal, com lojas em São Paulo, passou em 2003 a funcionar na madrugada justamente para atender melhor quem vive só. "São pessoas com horários e hábitos diferentes, que permanecem menos tempo dentro da loja, mas sabem exatamente o que procuram e exigem um padrão de atendimento e qualidade acima da média da maioria dos clientes", diz Eugênia Fonseca, responsável pela área de marketing. Para 2009, a rede pretende lançar um serviço especial para facilitar a vida desse público. Trata-se do Day Care, uma espécie de creche para animais, que poderão ser deixados ali por algumas horas do dia, com espaço de convivência e sociabilização para pets, área de exercícios, um monitor para entretenimento e adestramento de comandos básicos, além de ofurô para banhos relaxantes ou estimulantes. O preço? "Semelhante ao cobrado pelas creches infantis, na faixa dos R$ 700 por mês", afirma Eugênia.

Na opinião da consultora Katia Bello, sócia da Opus Design, empresa especializada em comunicação estratégica de varejo, todos os ramos podem ter os singles como clientes potenciais, basta avaliar com atenção suas necessidades e oferecer-lhes as melhores condições de compra, sejam elas dentro ou fora da loja. Todavia, quem tira mais proveito desse grupo são os setores de serviço e entretenimento. Nos Estados Unidos, onde em 30 anos o número de pessoas que moram sozinhas aumentou 50%, os singles movimentam US$ 80 milhões por ano. No Brasil não há estatísticas precisas. Estimativas da Associação Brasileira de Agentes de Viagem (Abav) sinalizam que eles respondam por 30% das viagens de turismo realizadas no país; já o Sindicato de Lavanderias e Similares no Município de São Paulo (Sindilav) acredita que 20% dos serviços das lavanderias na cidade demandam dos singles. Uma fatia significativa, considerando-se que o setor movimenta no estado R$ 400 milhões por ano, segundo José Carlos Larocca, presidente da entidade.

Independentemente da área a ser explorada, a consultora Katia Bello reforça a necessidade de se conhecer melhor o grupo dos independentes. "O mercado ainda insiste em pensar que os desejos, carências e expectativas desse público são iguais e não percebe que esse grupo tem diversos subsegmentos de estilo de vida e perfis de comportamento e consumo", afirma. Evidentemente, um homem na faixa dos 40 que mora sozinho tem perfil completamente diferente de outro, na faixa dos 60, que também mora sozinho. E eles, claro, são diferentes das mulheres nas mesmas condições. E é a essas diferenças de comportamento que se deve ficar atento.

É o que vem fazendo a indústria da construção civil, que, de olho no bloco do eu sozinho bem abastado e já estabelecido, passou a conceber edifícios que atendam às suas necessidades e não mais às das famílias com filhos. Alguns prédios de um ou dois dormitórios lançados na cidade de São Paulo, por exemplo, já substituem o clássico playground por uma bem equipada sala de ginástica, e oferecem áreas de convivência para animais. Opções, cá pra nós, bem mais úteis para quem mora só e tem apenas um animal de estimação como companheiro.

Os especialistas afirmam, ainda, que é preciso praticar um preço justo e não inflacionar os custos só porque esse público tem mais renda para gastar com as próprias necessidades e desejos. É prática bastante comum no mercado de alimentos, por exemplo, cortar pela metade a quantidade oferecida na embalagem, mas reduzir apenas 25% do preço. "A maioria das empresas ainda não equacionou a questão da segmentação desse mercado, que está cada vez maior e mais complexo", diz o professor Ayrosa. "Ainda há uma percepção errada de que o single pode e deve pagar mais, o que torna grande parte desses produtos e serviços muito caros." Portanto, interessados em embarcar nessa tendência devem abrir os olhos e desenhar suas ofertas na medida certa, sem exagerar na dose e no preço, pois esse consumidor, que sabe exatamente o que quer, tende a responder por boa parte do mercado num futuro próximo.
DE OLHO NO PRÓPRIO UMBIGO 
Perfil de comportamento daqueles que vivem sozinhos segundo consultores 

- São exigentes, só adquirem produtos mais caros se implicar em maior valor agregado, principalmente, qualidade e durabilidade 
- Gostam de fazer as coisas do seu próprio jeito. Dificilmente compartilham suas decisões 
- Costumam ver os animais de estimação como bons companheiros e investem no seu bem-estar
- São auto-suficientes. Sabem exatamente o que buscam no ponto-de-venda e onde está cada item. Têm um nível de informação superior ao da média dos consumidores
- Valorizam a praticidade, a comodidade, o conforto e a conveniência
- Navegam na internet mais tempo que a maioria das pessoas
- Permanecem nas lojas menos tempo que os demais clientes 
- Preferem fazer suas compras em um único lugar que tenha produtos de diferentes segmentos
- Investem boa parte de seu dinheiro em benefício próprio. São bons consumidores de serviços de estética e bem-estar 
- Adoram viajar, porque possuem mais tempo e verba para o lazer 
- Dão preferência aos serviços de delivery pela praticidade 
- Estão entre os principais consumidores de serviços voltados à manutenção e arrumação da casa.