domingo, 19 de setembro de 2010

O papel do slogan na construção de marca

Mario Mattos


Palavra criada pelos Celtas, povo que ocupou o centro da Europa entre os séculos 1.000 a.C. e 400 a.C., o slogan era utilizado originalmente como um grito de guerra, com a finalidade de motivar os guerreiros para a luta através do estímulo a vínculos racionais e afetivos com seu povo.
Mas a finalidade do slogan hoje lhe confere ainda muita semelhança com sua origem, pois mantém seu papel de mobilização para determinada ação - de consumo – e de construir vínculos com as marcas, sendo um importante recurso no processo de construção de marcas fortes e reconhecidas.
Para cumprir eficientemente este papel, um slogan deve trabalhar ao mesmo tempo e integradamente forma e conteúdo. Como bem registrou o escritor francês Oliver Reboul em “O Slogan”, “sua força é inseparável de sua forma“, ou “uma idéia com força de venda”.

Com relação à forma, para atingir seu objetivo é importante que o slogan seja curto, conciso, simples e claro, mnemônico (fácil de memorizar), eufônico (com sonoridade agradável) e preferencialmente bonito do ponto de vista estético.

Quanto ao seu conteúdo, ele precisa ser preciso na missão de transmitir a mensagem desejada, que pode ser:

* Associação a atributos funcionais – Bombril, 1001 utilidades; Tomou Doril, a dor sumiu; Sedex – Mandou. Chegou;
* Associação a atributos emocionais – Perdigão, Se é de coração, é de verdade; Coca Cola, Abra a felicidade;
* Definição de posicionamento - Gol, Linhas aéreas inteligentes; Band, Integridade na informação;
* Definição de posicionamento de preço - Telha Norte, Preço baixo é nosso forte;
* Atribuição de qualidade – Bosch Car Service, Qualidade e todos os serviços ao seu alcance; Vivo, Conexão como nenhuma outra; Mercedes-Benz Classe E, Insuperável;
* Diferenciação – Toyota Camry, Sofisticação elevada à máxima potência;
* Tradição – Bohemia, desde 1853; Safra, Tradição secular de segurança;
* Liderança - Boston Medical Group, Líder mundial em saúde sexual masculina;
* Globalização - No Brasil e no mundo, HSBC; O mundo, as pessoas e a Brasken;
* Transmissão de um novo conceito – Tim, Você, sem fronteiras; Omo, Porque se sujar faz bem; Natura, Bem estar bem; Santander, Valorizando idéias por uma vida melhor;
* Impacto sobre a compra – Claro, Escolha; Veja, Indispensável;
* Identificação – Itaú, Feito para você; Casas Bahia, Dedicação total a você; Leroy Merlin, A casa da sua casa; Vale, Cada vez mais verde. E amarela; Brasil, Um país de todos;
* Entre outros.

Mas se o conteúdo tem papel importante na construção da marca, surge uma questão sobre o uso de slogan em inglês no Brasil. Em um primeiro olhar a pergunta parece fazer sentido uma vez que diversas marcas se utilizam deste idioma aqui, como por exemplo:

* Honda - The power of dreams;
 
* Avon – The company for women;
* Nissan – SHIFT_the way you move;
* Purina – Your pet. Our passion;
* Hyunday – Drive your way;
* LG – Lifes Good;
* Volvo – Life is better lived together;
* Philips – sense and simplicity;

E se olharmos do ponto de vista do consumidor, qual a sua percepção do uso do inglês associado às marcas? A discussão pode ser aprofundada de duas formas: compreendendo qual a percepção gerada pelo uso do inglês, a despeito da compreensão de seu conteúdo, e entendendo o nível de conhecimento dos consumidores sobre o idioma.

Uma pesquisa realizada pela GfK, com 1.500 consumidores brasileiros, procurou auxiliar nestas questões. De início pode-se dizer que o inglês é reconhecido como uma língua universal, sendo assim há um bom entendimento e aceitação do seu uso nas mensagens publicitárias.

E, independentemente da compreensão da frase, algumas mensagens são transmitidas quando se utiliza um slogan em inglês. Em especial, há uma associação da marca com qualidade, sofisticação e prestígio, transmitindo segurança pela associação com uma marca global, do primeiro mundo. Assim, se o posicionamento da marca for consistente com estes valores, o uso do inglês irá reforçar este posicionamento, mesmo que o público alvo não tenha compreensão da língua e do conteúdo da mensagem.

Agora, vejamos como se dá a questão da compreensão do idioma. Segundo o estudo, 32% dos entrevistados afirmaram entender inglês, sendo 28% um pouco; 2% quase tudo e 2% tudo. Ou seja, já estamos tratando de um universo restrito a cerca de 1 em cada 3 consumidores brasileiros.

Como confirmação desta declaração, estes entrevistados foram solicitados a apresentar sua compreensão sobre 5 slogans em inglês. Como resultado, daqueles que afirmaram compreender o inglês, 82% não conseguiram compreender corretamente nenhuma das 5 frases.

Em resumo, do total dos consumidores brasileiros, 4% entendem bem o inglês; 2% entendem alguma coisa; 26% dizem que entendem, mas não entendem; e 68% assumem que não entendem o inglês.

Ainda segundo a pesquisa, o perfil de quem entende inglês, com destaque, é composto por: homens, jovens, solteiros, com escolaridade mais elevada, executivos e profissionais liberais. A grande questão é: se o público alvo da marca é este, perfeito! O slogan em inglês transmite o conteúdo de sua mensagem. Se não, apenas o conteúdo genérico daqueles atributos relacionados anteriormente (sofisticação, global, etc.) é percebido.

Entretanto, o desafio de construção de slogans eficientes não se limita à questão do idioma de Shakespeare. Em grande parte, nossos consumidores têm limitações para compreender também mensagens escritas no idioma de Oswald de Andrade.

De fato, quando apresentados a um slogan em português, 64% dos entrevistados apresentaram entendimento correto da mensagem; 6% entendimento errado e 30% nenhum entendimento do que a empresa queria transmitir com a frase.

Este cenário ajuda a compreender a baixa associação entre slogans e marcas. Entre diversas marcas testadas, em inglês e português, a maior associação correta foi de apenas 30% dos entrevistados, no caso de “Natura” e “Bem estar bem”. Esta reflexão busca destacar os cuidados importantes na construção e uso desta poderosa ferramenta de construção de marca - o slogan, em especial na atenção que deve ser dada ao consumidor alvo da mensagem, nas suas características demográficas, atitudinais, regionais etc.

E, para finalizar, dois usos exemplares de slogans em um mesmo universo de bebidas alcoólicas:

* 51, Uma boa idéia – em português, simples e de fácil compreensão, forte e impactante, voltado para um público amplo e, no geral, com menor grau de instrução;
* Keep walking, Johnnie Walker – em inglês, simples e direto, fortemente associado à essência da marca, voltado para um público alvo similar ao perfil que entende o idioma.

sábado, 18 de setembro de 2010

Uso correto do marketing sensorial pode ajudar a vender mais

Heloiza Camargo


A música ambiente de uma loja ou o cheiro que os clientes sentem ao entrar nela podem não ser por acaso. Muitas vezes, o que está por trás disso é a aplicação do marketing sensorial, uma estratégia que visa despertar os cinco sentidos do consumidor para vender mais. Esse tipo de ação faz o cliente associar a marca a uma sensação boa, o que o leva a comprar mais, explica Marcelo D´Emidio, chefe do departamento de marketing e pesquisa da graduação da ESPM.

Segundo D’Emidio, o conceito do marketing aliado aos cinco sentidos chegou ao Brasil há cerca de quatro anos e as primeiras unidades a adotá-lo foram lojas conceito, aquelas em que o principal objetivo é transmitir a identidade da marca, sem necessariamente vender o produto em si. Depois, os varejistas perceberam que mexer com os sentidos poderia ser bom para os negócios e adotaram alguns princípios dessa estratégia nos pontos de venda convencionais. D’Emidio acredita que qualquer negócio feito para o consumidor final (B2C) pode se valer do marketing sensorial.

Para mostrar como um mesmo sentido pode ser trabalhado de maneira diferente em lojas conceito e tradicionais, D’Emidio dá um exemplo: “Enquanto na primeira você opta por um som ambiente que de alguma forma transparece a identidade da marca (mais lento ou mais urbano, por exemplo), na unidade convencional a música escolhida é aquela que aumenta o consumo, sem ter necessariamente alguma ligação com a marca.”

Com o crescimento do uso do marketing sensorial no varejo, aumentou também o número de consultorias especializadas em implantá-lo. “A consultoria traz conhecimento científico e pesquisas embasadas, que ajudam na hora de decidir em qual sentido do cliente a empresa deve investir. Há, porém, empreendimentos que aliam os sentidos às suas marcas de maneira empírica, como as padarias e docerias. Afinal, é quase óbvio que o cheiro dos alimentos ali servidos atrai mais gente”, afirma D’Emidio.

A rede de nuts glaceados Nutty Bavarian é um exemplo de empresa que aplica o marketing sensorial de forma empírica. Com um faturamento de R$ 18 milhões em 2009 e meta de atingir 130 pontos de venda nos próximos anos em todo o país, com foco no Rio de Janeiro e Santa Catarina, a franquia tem no marketing sensorial o seu principal motivador de vendas.

Numa pesquisa realizada pela empresa com pouco mais de 300 frequentadores de shoppings, 66,7% deles afirmaram ter sido motivados a comprar os produtos da Nutty Bavarian quando sentiram o cheiro das nuts glaceadas. O estudo mostrou ainda que a primeira sensação que vem à cabeça das pessoas quando elas pensam na marca é o odor adocicado das nozes, avelãs e amêndoas. “O produto feito na hora exala um aroma que atrai os clientes e cria uma identidade que é quase tão forte quanto a imagem de nossos quiosques. E isso sem precisar borrifar essências nos pontos de venda, como fazem muitas redes”, conta Adriana Auriemo, responsável pela criação da franquia no país.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Anote aí 19: Consumidor; Perdas; Luxo; Financeira; Shopper

SODERI, Catia. Consumidor multicanal Ações em vários canais devem ser pensadas de forma sistêmica para otimizar resultados e reforçar o relacionamento das empresas com os clientes. Consumidor Moderno, ano 15, nº 149, julho de 2010, pp. 62-64.


BORGES, Bruna. Pequeno lojista não se previne contra perdas Furtos e danos a mercadorias reduzem a lucratividade de empresários. Folha de S. Paulo, 29 de agosto de 2010, Caderno Negócios, pp. 1-3.


FERREIRINHA, Carlos et al. O mercado de luxo no Brasil 2009-2010 Estudo MCF/GFK mostra que setor vem resistindo bem à crise no país e mais investimentos das marcas confirmam que mercados emergentes como este são maior aposta que os mercados maduros. HSM Management, ano 14, nº 82, volume 5, setembro de 2010, pp. 42-52.


GHIURGHI, Flavia. Saúde financeira Saiba por que ter um bom suporte na área de contabilidade é vital para qualquer empresa. Gestão & Negócios, nº 24, pp. 36-38.


TURLÃO, Felipe. Hora da verdade O segmento de shopper marketing começa a ser discutido no Brasil. Meio & Mensagem, ano XXXII, nº 1.426, 13 de setembro de 2010, p. 28.

Seja um empreendedor gestor e aumente as suas chances de sucesso

Marco Túlio Fumis


Você tem uma ideia, muita coragem, ousadia e vontade de empreender. Faz as contas, aperta daqui, puxa dali e finalmente abre seu negócio. A satisfação é enorme e a convicção de que tudo dará certo é o maior combustível para investir toda a sua energia no projeto. E com muito suor e trabalho, as coisas começam a acontecer. O negócio prospera, a empresa cresce, é necessário contratar mais gente, criar áreas específicas e pensar nas próximas etapas. De repente você começa a perceber que está faltando braço e cabeça para tomar conta de tudo que é necessário. No entanto, as oportunidades continuam a aparecer... E a escapar de suas mãos.
Se você caro empreendedor, já passou por isto ou está enfrentando esta situação não se desespere. Você não e o único! Esta cena é muito frequente e acontece com grande parte dos empreendedores que criam negócios de sucesso em sua fase inicial. Porém, o próximo passo é o responsável por definir a continuidade do seu sonho ou o começo da decadência. Costumo defini-lo como o dilema “EXECUTOR X GESTOR”.
A maioria dos empreendedores que alcançam sucesso no início de seus negócios são exímios executores. Conseguem transferir suas ideias para a prática e colocam a mão na massa para levar o projeto adiante. São, ao mesmo tempo, estratégico e operacional, comercial e financeiro, comprador e vendedor. Participam de todos os processos e têm a confiança de quem sabe o que está fazendo. Muitos acreditam que serão capazes de continuar a fazer isto conforme o negócio vai prosperando.
Poucos se lembram que, em algum momento, é necessário mudar a estratégia e começar a delegar antes que seja tarde. Pois, a medida que um negócio cresce e prospera, novos desafios aparecem e o volume de atividades diferentes aumenta. Se um empreendedor não percebe este momento ou não abre mão de sua vontade ou habilidade de executar, poderá ter sérios problemas e colocar tudo a perder.
Um negócio possui três fases: start-up, crescimento e maturidade. A fase da maturidade é a que requer mais atenção, grande dose de humildade e visão por parte do empreendedor. Este é o momento de parar de executar e começar a gerir seu empreendimento. Ou seja, gerir significa encontrar maneiras e processos para manter o negócio em trajetória ascendente, sem que tudo ou a maioria das ações seja efetuada apenas pelos fundadores.
É a hora de compartilhar responsabilidades com as pessoas que vem mostrando capacidade de assumir tarefas mais importantes e essenciais para o bom andamento do negócio. Para que isso aconteça, este capital humano deve ter sido criado e desenvolvido ao longo do tempo sob o risco de não atender as demandas quando estas aparecerem.
Os empreendedores que pensam grande sabem quando esta hora chega; quando é preciso dividir para ganhar mais. Sabem que, a partir de determinado momento, por mais competentes que sejam, não conseguirão dar conta de tudo e para o negócio continuar crescendo terão que pendurar a camisa de executores e vestir, com orgulho e serenidade, a farda de gestores, contribuindo e muito para a prosperidade de seu sonho.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Classe C quer cores, extravagância e fartura

Priscila Zuini


A classe C já reúne 50% da população brasileira e carrega no bolso um terço da renda do país. São 37 milhões de famílias com renda mensal entre 3 e 10 salários mínimos, que respondem por 430 bilhões reais da renda anual da população. Para Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, a classe C não é um segmento, ela é o próprio mercado e muitas empresas já estão aprendendo a vender para ela.

Uma fatia que engorda ainda mais o mercado consumidor da classe C é a mulher. Na classe A, 25% da renda vem da mulher, enquanto na classe C essa participação chega a 41%. Meirelles acredita que a saída da mulher para o mercado de trabalho potencializa o poder de consumo, principalmente em relação aos serviços e produtos de beleza.

A velha história de que a classe C compra pelo preço também é derrubada por Meirelles. "O grande desafio das empresas é oferecer um produto que tenha bom custo-benefício", explica. Para entender melhor onde o que quer este público, o site Exame conversou com Renato Meirelles, que falou ainda sobre a melhor maneira de atingir a classe C.

EXAME - O mercado já conhece o potencial desta nova classe média? 
Renato Meirelles - Se pegarmos um histórico dos últimos 15 anos, estamos no que eu costumo chamar de terceira fase do mercado de baixa renda. Na primeira fase, as empresas ignoravam esse público, pensavam nele como um segmento. Na segunda fase, que foi entre 2000 e 2002, elas começaram a pensar que ele existia e que tinham que olhar melhor para ele. Depois da queda do Lehman Brothers, ficou claro que aquele não era um novo mercado, era o mercado da maioria.  Eles representam 81% dos cartões de crédito e 88% das compras em supermercados. Movimentam 834  bilhões de reais. Não é um segmento, é o verdadeiro mercado brasileiro.

EXAME - O Brasil tem estrutura para atender essa demanda? 
Meirelles - O Brasil vive em 2010 o primeiro ano da melhor década da história, tudo aponta para isso, os números do consumidor e da macroeconomia. Quem souber entender como funciona o consumo dessa nova classe média vai ser uma empresa de sucesso.

EXAME - As pequenas empresas também têm chance com a classe C?
Meirelles - Sim, isso abre uma enorme chance para os empreendedores. Elas tem um grande diferencial competitivo, que é estar perto desse público. Elas conhecem os consumidores, têm barriga no balcão e isso traz uma experiência real, do dia a dia mesmo. O outro lado positivo é que com a economia crescendo cada vez mais o potencial empreendedor tem ainda mais oportunidades. 
EXAME - As empresas já estão de olho nisso? 
Meirelles - A gente tem observado que elas estão no gerúndio, ainda no processo de estar indo melhorar, estar indo conhecer. Os pequenos tem isso mais claro. O mercado mudou, ele é mais sensível a esse tipo de demanda. Percebemos que o varejo entendeu a classe C primeiro, a indústria veio atrás e os bancos só agora estão prestando atenção.

EXAME -  Quais os principais setores que podem ganhar com o crescimento desse mercado consumidor? 
Meirelles - Diria que, principalmente, a indústria de serviços de beleza, por uma saída maior da mulher no mercado de trabalho que exige que ela cuide mais de aparência. Tecnologia e informática, como venda de computadores, cursos e manutenção, e o setor ligado à educação, como o de cursos profissionalizantes também têm destaque. Isso potencializa o pequeno empreendedor que quer abrir uma franquia de informática, por exemplo. Na classe C, o dinheiro que usam nesse tipo de coisa não é visto como gasto, mas como investimento. Quando ela gasta com isso, entende que está gastando para melhorar a qualidade de vida. 

EXAME -  Para atender a essa demanda, as empresas devem ter projetos específicos? 
Meirelles - Elas precisam entender se o portfólio de produtos dialoga ou não com o consumidor. Se você quer vender para todos, mire na classe C. É a verdadeira classe média brasileira. Se você puder vender para esse público, pode atender as classes A, B, D e E. A classe C se sente excluída se você falar só com a classe A e B, por exemplo. E tem mais, essa história de produto vagabundo e baratinho já não atrai esse público. O grande desafio das empresas é oferecer um produto que tenha bom custo-benefício. A baixa renda não compra mais só pelo preço. 

EXAME -  Existe uma maneira correta de se comunicar com a nova classe média?
Meirelles - Ele quer ter uma linguagem própria. Se for tratado como a classe A e B ele vai sentir um certo estranhamento. Ele gosta de uma comunicação mais colorida, por que as referências culturais e os padrões estéticos são outros. É alegre, é colorido, é extravagante, é farto. Diferente dos tons pasteis que a classe A gosta tanto. 

Vale lembrar que esse público é mais fiel às marcas do que nas outras classes sociais, já que o custo do erro é muito maior. Na hora de precificar, por exemplo, a linguagem direta funciona muito melhor. Se custa 100 reais e tem 30% de desconto, é melhor falar que de 100 sai por 70. Ele prefere um relacionamento pessoal, aquele do varejo tradicional e não o autoserviço. Quem tem um atendimento assistido, em que o vendedor oferece e mostra o produto, tende a ganhar vantagem.