quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ser competente apenas não é garantia no mercado

Daniel Paulino de Souza
Seth Godin, autor de Permission Marketing, disse certa vez que estamos presos na tal “Armadilha da Competência”. Ele define competência como “fazer algo de forma previsível e confiável, procurando resolver uma situação ou problema particular”. Quem é competente é também previsível e confiável e aqui surge o problema – as pessoas são assim em situações ou problemas particulares e no nosso mundo atual a última coisa que precisamos é de gente previsível. Precisamos mesmo é de pessoas com visão ampla, pró-ativas.

Com cada vez mais burocracia precisamos de flexibilidade e com cada vez mais rigidez e regras precisamos de criatividade. Quer saber porque isso ocorre? Simples! Foi dessa forma (sendo competente e previsível) que empresas e pessoas alcançaram sucesso. Mas como disse Raúl Candeloro, “Experimente pedir um cachorro quente no McDonald’s e você vai ver o que acontece”.

O competente tem receio de mudanças, já que mudança obrigatoriamente nos faz entrar em um território desconhecido e questionar a própria competência, o que se chama resistência. E obrigar alguém assim a se reinventar é doloroso. Como mudar significa “perigo”, essas pessoas tão competentes criam barreiras e obstáculos para mudanças, é o medo do novo.
Não é à toa que as novas empresas e casos de sucesso na Internet são fruto do trabalho de jovens.

É muito comum em reuniões quando os chefes ou encarregados perguntam o que há de errado e o que fazer para mudar o cenário alguém dizer: “a empresa tinha que fazer isto, a empresa tinha que fazer aquilo”. Sempre alguém tem que fazer. Nunca ele, vendedor. É comum transferir a responsabilidade, eu mesmo já passei por empresas onde esse tipo de funcionário “antigo” é comum. Há uma dificuldade enorme de chamar para si a responsabilidade pessoal pelos seus próprios resultados e isso já é um plano pronto para essas pessoas.

O mitologista Joseph Campbell definiu o herói como alguém que se testa, aventurando-se em território desconhecido, arriscando sua identidade e depois volta da aventura com um presente para a comunidade. Este final é muito importante – heróis não são egoístas. Essa é a solução, gente, precisamos de heróis, seja herói.

Ter uma habilidade especial não é o que identifica um herói, não precisamos ter visão de raio x ou voar, muito menos ter problemas com criptonita, mas sim correr o risco, se aventurar rumo à jornada do conhecimento e escolher caminhos nada convencionais, mas que também tragam as maiores recompensas. Isso sim nos torna heróis.

Quebrar paradigmas, pensar diferente e o que ninguém pensou, andar por onde ninguém ainda andou, fazer o que ninguém nunca fez, enfrentar o que ainda não foi enfrentado de fato. E, porque não, vender o que ninguém nunca pensou em vender. Não procure a segurança e a estabilidade da competência; ao acomodar-se, será logo engolido pelo próximo. Competente ou herói? Qual você quer ser? Coloque um pouco de heroísmo nas suas ações, haja mais, venda mais, arrisque-se mais. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Pesquisa desvenda hábitos dos telespectadores brasileiros

Consumidor Moderno
Telespectadores brasileiros estão mudando seus tradicionais hábitos de consumo de vídeo em busca de um conteúdo mais variado. Esse é um dos principais resultados do Barômetro de Engajamento de Mídia da Motorola Mobility, estudo realizado pela Vanson Bourne, especializada em pesquisas do mercado de tecnologia.

A pesquisa revela que os telespectadores mais jovens estão impulsionando a adoção de novos serviços, como vídeo via internet, e que consumidores no Brasil, e outros mercados emergentes estão começando a adotar mídias de relacionamento para ampliar suas experiências de televisão e vídeo. De acordo com o estudo, os laptops rivalizam com a televisão na veiculação de conteúdo de vídeo em residências desses dois países.

Os resultados também mostram que, globalmente, enquanto os serviços free-to-air estão disponíveis para 65% dos telespectadores, em comparação com os 60% dos serviços de TV paga, a preferência do usuário continua sendo pela TV por assinatura. No Brasil, 66% dos usuários têm acesso a serviços gratuitos e 60% no Brasil têm acesso a serviços pagos.

O estudo de hábitos de consumo de vídeo foi realizado com cerca de 9 mil consumidores em 16 mercados e aponta que as mídias de relacionamento estão mudando a maneira como o consumidor assiste a vídeos, embora a taxa de adoção varie de acordo com a região. No Brasil 61% dos entrevistados, respectivamente, já usaram e-mail, chat via mensagem instantânea ou rede de relacionamento para conversar com amigos que assistiam ao mesmo programa ou conteúdo de vídeo.

Em comparação, 46% dos entrevistados em nível global já compartilharam conteúdo dessa maneira. Dos 61% dos brasileiros que usam redes sociais enquanto assistem a conteúdo de vídeo, 46% disseram que esse tipo de comportamento já é parte normal da experiência de telespectador. E 82% dos pesquisados brasileiros disseram que estariam dispostos a trocar suas operadoras de TV por outras que oferecessem esses serviços integrados.  

Também aumentou o número de novas tecnologias para assistir a televisão e vídeo. Atualmente, 33% dos brasileiros possuem um televisor de alta definição (HD), e 57% esperam comprar um aparelho HD nos próximos 18 meses. Em comparação, 4% das pessoas já possuem um televisor 3D, e 53% dos pesquisados do Brasil planejam adquirir esse tipo de modelo nos próximos 18 meses. Em nível global, 76% dos entrevistados ou possuem ou planejam adquirir um televisor HD nos próximos 18 meses, e 29% esperam adquirir um aparelho 3D no mesmo período.

“A pesquisa mostra claramente uma mudança no horizonte televisivo, com a massificação dos serviços de assinatura e o aumento da integração com atividades sociais como os chats e as redes de relacionamento via internet”, afirma Steve Bullock, vice-presidente e gerente-geral de Go-to-Market da divisão de Home para a Motorola Mobility na América Latina. “Conforme avançarmos na era da televisão via internet, a capacidade dos provedores de serviços de diferenciar suas ofertas se tornará ainda mais importante, à medida que os consumidores busquem valor adicional em suas assinaturas. A boa notícia, de acordo com os resultados da pesquisa, é que existe uma disposição de pagar por esses novos serviços, desde que seu valor faça sentido.”

Em nível global, as pessoas assistem a uma média de 16 horas de televisão e vídeo por semana. Os telespectadores brasileiros ficam muito próximos da média mundial, com 14 e 16 horas, respectivamente. Sua ‘dieta’ de conteúdo consiste principalmente em serviços abertos gratuitos e por assinatura, embora 21% dos brasileiros acessem a conteúdo de televisão e vídeo via internet.

Em termos de preferência de serviços, apenas 21% assistem exclusivamente a conteúdo da grade de programação ou conteúdo ao vivo, e um pouco mais de um terço afirma que consome semanalmente, em partes iguais, a conteúdo programado e outros serviços (tais como vídeo via internet, programas pré-gravados, por exemplo, DVDs e programação sob demanda).

Novos serviços

Os mercados emergentes demonstram a disposição de ampliar suas experiências televisivas com novos serviços. Ao todo, 42% dos brasileiros gostariam de ter algo que os ajudasse a conectar dispositivos pessoais ao televisor, para compartilhar músicas, filmes e fotos, e que também oferecesse suporte contínuo. O estudo mostra que 37% dos telespectadores do Brasil querem ter recomendações com base nos programas assistidos anteriormente, e que possam compartilhar esse tipo de conteúdo com os amigos. Em nível global, 23% dos entrevistados gostariam de ver um serviço de televisão que oferecesse recomendações e 26% gostariam de ter dispositivos e serviços conectados.

“A pesquisa mostra claramente um mercado diverso. Embora estejam surgindo tendências bem definidas, cada região apresenta desafios e oportunidades próprias”, disse Bullock. “Provedores de serviços precisam desenvolver um entendimento aguçado das necessidades culturais, tecnológicas e econômicas de seus clientes em cada mercado e ter a agilidade de implementar serviços que atendam a necessidades e anseios específicos. Isso significa ter o conteúdo e as plataformas para oferecer novos serviços de vídeo e reagir às exigências dos clientes rapidamente, em vez de adotar uma abordagem padronizada.”

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CRM social ajuda as empresas nas redes sociais

Por José Jarbas
Algumas empresas no Brasil têm receio sobre como e quando agir nas redes sociais. A verdade é uma só: ou você age ou remedia as consequências. E remediar, neste caso, pode custar bem caro. Segundo uma pesquisa realizada pelo IBOPE Zogby, o prejuízo anual causado pelo mau atendimento chega a U$ 338.5 bilhões nos principais países do mundo. E o valor médio do prejuízo com cada relação de negócio perdida nos EUA é de US$ 289.

E o que o mau atendimento tem a ver com o CRM social? Tudo. O mau atendimento leva à má reputação nas redes sociais e o CRM social é a estratégia de gerenciamento da relação de uma empresa com seus consumidores nestas redes. Se quiser saber mais sobre o CRM e o consumidor social e entender as principais diferenças com o CRM tradicional, este infográfico ilustra bem o conceito.

As mídias sociais são levadas pela comunidade e elas são orgânicas. Os consumidores não irão esperar pela sua ação nas redes sociais para depois difundirem ideias, reclamações ou elogios sobre sua companhia. Eles irão fazer, mesmo sem sua permissão ou conhecimento. E em tempos de redes sociais, um call center mal treinado, um site mal feito ou um funcionário no PDV mal humorado podem ser o estopim para milhares de consumidores com uma impressão negativa e às vezes distorcidas de todo o seu negócio.

Vale lembrar: no Brasil 60 % da população está nas redes sociais e cada brasileiro tem, em média, 273 contatos nestas redes. Faça a matemática da força que um post sobre sua marca/produto pode ter. A boa notícia é que sua empresa pode e deve utilizar as redes sociais como um termômetro e como um canal direto com seu consumidor. Para tanto, é necessário ter a estratégia e a filosofia do CRM social implementadas e utilizar a ferramenta adequada. Com isso, a menor suspeita de insatisfação com a marca ou produto pode ser localizada e iniciado então um plano para reverter a situação, sanar o problema e melhorar aquele ponto negativo.

Na EX Design utilizamos o eCRM123. Um software web brasileiro simples e fácil de operar. Ele permite monitorar via gráficos diversos canais de redes sociais e ainda interagir com ele em um mesmo ambiente via cloud computing. Se sua empresa ainda não tem algo parecido, precisa ter, pois monitoramento é uma das chaves do CRM Social. O objetivo deste tipo de ferramenta é facilitar a interação da empresa com os diversos canais de redes sociais. Ao integrar um software como este em seu website, e-mail marketing, SAC, rede social e PDV por exemplo, cria-se um ambiente propício e amigável para que o consumidor interaja imediatamente com a empresa na menor necessidade. 

Porém, não basta apenas ter a ferramenta adequada. A empresa toda (não apenas um departamento) deve estar engajada e alinhada para receber a interação dos consumidores e tomar medidas quase que imediatas, uma das premissas do CRM social. A Coca Cola Company, por exemplo, tem uma página web intitulada Os princípios online das mídias sociais, com a qual, de maneira transparente, tenta explicitar seu comprometimento total com as redes sociais.

Por fim, devemos aceitar que a comunicação não é mais só B2C. Também é C2C e C2P (Customer to Prospect). Então por meio do CRM social façamos o B2C proporcionar um ambiente favorável às boas indicações no C2C (customer to customer) para não queimar o C2P. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Neuromarketing: a propaganda que lê nossos desejos

Bernardo Staut
Entrar na mente inconsciente dos consumidores pode ajudar nas vendas de festividades. O que chamamos de “compras de Natal” está longe de ser apenas um exercício de adquirir presentes para nossos amigos e familiares. É, na verdade, um comportamento complexo que envolve leis e rituais sociais e psicológicos, com origem em um passado remoto.

Por exemplo, os psicólogos evolucionistas debatem se as mulheres compram mais do que os homens por causa de nossos ancestrais – a colheita e o armazenamento eram feitos mais por mulheres.

Antropologistas já observaram nosso instinto quase primitivo de personalizar cada presente embalando-os. Os psicólogos também veem os presentes festivos como uma forma de manter e prender relações.

“Comprar” é um comportamento complexo que pode ser usado para manipular os consumidores. Cientistas apontam para as lojas que usam aromas como canela para atrair as carteiras. Cores e música de acordo com o momento do ano também ajudam.

Mas agora as lojas querem dar um passo a mais para conquistar clientes: usar “neuromarketing” – máquinas que leem sua mente enquanto você escolhe um presente. A companhia californiana NeuroFocus desenvolveu um fone de ouvido que consegue calcular a atividade eletroquímica do cérebro de um consumidor andando pelo shopping.

Isso oferece “conhecimento e ideias sobre como os consumidores percebem as marcas, produtos, embalagens, marketing e propaganda, no nível subconsciente e em tempo real”, comenta A. K. Pradeep, chefe da empresa.

A companhia argumenta que o marketing tradicional é fraco. Perguntas e respostas deixam de lado nossas preferências inconscientes. Por exemplo, muitas pessoas que preferem o gosto da Pepsi escolhem Coca-Cola – e os donos das empresas de refrigerante iriam adorar saber por quê.

Espiar a mente inconsciente nos dá dicas de como capturar a atenção e ligar emoções com os sentidos. E isso pode ser usado de várias maneiras: do jornalismo a um trailer de filme.

Mas nem todos estão convencidos da efetividade do processo. O cientista Mike Page, da Universidade de Hertfordshire, comenta que o neuromarketing nos mostra onde a atividade acontece, mas não o conteúdo associado a ela.

“A sondagem cerebral não consegue distinguir entre emoções diferentes, como amor e nojo. Isso seria uma restrição chave para definir as intenções de um consumidor. No fim, a ciência da compra é comportamental e não neural: ações falam mais alto do que imagens cerebrais”.

Uma coisa é certa: o frenesi de comprar no fim de ano é um caso de comportamento humano tão marcável quanto os rituais indígenas, por exemplo. Só os ingleses vão gastar cerca de 36 bilhões de reais em compras online apenas no Natal, e muito mais nas ruas. Desse jeito nem precisamos de neuromaketing, não é?

domingo, 8 de janeiro de 2012

Onze milhões de brasileiros vivem em favelas, mostra IBGE

Diogo Martins
Cerca de 6% da população brasileira, o equivalente a 11.425.644 pessoas, viviam em favelas no ano passado. Os dados constam no Censo Demográfico 2010 – Aglomerados Subnormais, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que busca retratar a diversidade de assentamentos irregulares no país, conhecidos como favelas, invasões, grotas, mocambos, palafitas, entre outros, chamados pelo instituto de aglomerados subnormais.

As duas unidades mais ricas da federação, São Paulo e Rio de Janeiro, reuniam a maior parte dos moradores de favela. Do contingente de 11.425.644 de habitantes de aglomerados, 4.738.811 estavam nos dois Estados.


São Paulo concentrava 2.715.067 pessoas vivendo em condições de precariedade, ao passo que o Rio de Janeiro tinha 2.023.744 de sua população em aglomerados desse tipo. De acordo com o IBGE, foram identificados 6.329 aglomerados subnormais em 323 municípios, 5,8% dos municípios brasileiros. Nessas favelas, foram contabilizados 3.224.529 domicílios particulares ocupados. Desse total, 49,8% encontravam-se no Sudeste do país.

Em seguida, segundo o levantamento do IBGE, as regiões Nordeste e Norte possuíam, respectivamente, 28,7% e 14,4% de representação de domicílios em aglomerados. O instituto aponta que a ocorrência era menor nas regiões Sul (5,3%) e Centro-Oeste (1,8%).

O IBGE observa que as características dos aglomerados subnormais variam em cada localidade. O instituto diz que os aglomerados frequentemente ocupam áreas menos propícias à urbanização, como encostas íngremes no Rio de Janeiro, áreas de praia em Fortaleza, vales profundos (grotas) em Maceió, baixadas permanentemente inundadas  em  Macapá,  manguezais  em  Cubatão, igarapés e encostas em Manaus.

O IBGE considera aglomerado subnormal um conjunto de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, até período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e de maneira desordenada.