segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pesquisa: metade das PMEs acredita estar imune contra ciberataques

Olhar Digital
A Symantec anuncia os resultados da sua Pesquisa 2011 sobre Conscientização das PMEs em Relação a Ameaças, que revelou que, ainda que o nível de conscientização seja elevado, as pequenas e médias empresas (PMEs) não se vêem como alvos de ciberataques. Consequentemente, elas não implementam as proteções adequadas para suas informações. A pesquisa examinou os níveis de conscientização das pequenas e médias empresas (PMEs) sobre os perigos das ameaças à segurança e quanto elas estão preparadas para se defender contra eles. Foram entrevistadas 1.900 organizações em todo o mundo, incluido o Brasil.

"Nossa pesquisa mostra que as PMEs são bem vulneráveis a ataques cibernéticos e que é mais importante do que nunca que elas tomem medidas para manter suas informações seguras. Mesmo com orçamentos apertados e recursos limitados, mudanças simples, como educação e boas práticas, podem reforçar significativamente o perfil de segurança das PMEs em relação aos ataques cibernéticos", afirma Steve Cullen, vice-presidente sênior de marketing mundial para PMEs e cloud da Symantec Corp.

Destaques da pesquisa

• As PMEs estão familiarizadas com as ameaças à segurança

A pesquisa mostrou que mais de metade das PMEs está familiarizada com as diferentes ameaças à segurança dos negócios, incluindo ataques direcionados, registro de digitação e os riscos que vêm com o uso de smartphones nos negócios da empresa. Mais da metade (54%) afirmou que o malware pode causar perda de produtividade, e 36% reconheceram que os hackers podem ter acesso a informações confidenciais. Além disso, os entrevistados disseram que um ataque direcionado poderia afetar os negócios. 46% afirmaram que um ataque direcionado também causaria perda de receita, e 20% disseram que poderia afastar clientes. 

• As PMEs não se vêem como alvos

Surpreendentemente, embora conheçam o perigo dos ciberataques, as PMEs não se sentem em risco. Na verdade, 50% das PMEs entendem que, por serem de pequeno porte, não estão em perigo – acham que são principalmente as grandes empresas que têm que se preocupar com ataques. Isso contradiz diretamente as evidências. De acordo com dados da Symantec.cloud, desde o início de 2010, 40% de todos os ataques foram dirigidos a empresas com menos de 500 funcionários, em comparação com apenas 28% dirigidos a grandes companhias.

• PMEs não estão tomando nenhuma medida

Por não se verem como alvo, muitas das PMEs não estão tomando as precauções básicas para proteger suas informações. Enquanto dois terços restringem as pessoas que têm informações de login, impressionantes 63% não protegem as máquinas usadas para serviços bancários online e 9% não tomam precauções extras para os mesmos serviços. Mais da metade (61%) não usa antivírus em todos os desktops, e 47% não contam com segurança para servidores/serviços de correio eletrônico.

Recomendações

Para manter seguras as informações corporativas confidenciais, existem três práticas simples que as PMEs podem seguir para se protegerem contra ciberataques:

• Oriente os funcionários - Desenvolva orientações sobre segurança da Internet e treine os funcionários a respeito do tema e sobre as ameaças mais recentes. Parte do treinamento deve se concentrar na importância de mudar as senhas regularmente e proteger os dispositivos portáteis.

• Avalie seu status de segurança - As PMEs enfrentam maiores riscos em relação às suas informações confidenciais, por isso é fundamental contar com proteção. A violação de dados pode significar a ruína financeira para uma pequena ou média empresa. Identifique o que você precisa proteger. É importante entender os riscos e falhas de segurança para que você possa tomar medidas para proteger as informações. 

• Aja - Seja proativo e desenvolva um plano de segurança. Considere itens como políticas para senhas, proteção de endpoints, criptografia, segurança de e-mails e ativos da Web. Você também deve avaliar o que seria melhor para atender às necessidades de sua organização, serviços locais ou hospedados.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Mercado explora nicho de produtos voltados a obesos

James Melik
Na Grã-Bretanha, o aumento do número de obesos já fez o sistema de saúde importar mesas de operação maiores dos Estados Unidos, país conhecido pela grande parcela de pessoas acima do peso. Guinchos especiais, macas e ambulâncias também foram comprados para transportar pacientes maiores ao hospital.

O empresário americano Scott Kramer ressalta o potencial de lucro desse nicho crescente de mercado. Conta que o primeiro produto comercializado por sua empresa foi o vaso sanitário Big John, cuja circunferência é 48 cm maior que a padrão, aumentando em 75% a área do assento. A peça pode aguentar até 363 quilos.

Mundo mais pesado

O empresário lembra que "as pessoas estão ficando mais pesadas no mundo em desenvolvimento, à medida que (os países emergentes) se tornam mais ricos".
"Eles querem comer o que nós (dos países desenvolvidos) comemos. E deixam de andar de bicicleta para dirigir um carro. Enquanto a ingestão calórica aumenta, o nível de exercícios diminui. A consequência natural é aumentar o peso", diz.

"Hospitais e os institutos de medicina legal não são geralmente equipados para obesos. Aí os bombeiros precisam ser acionados para remover o corpo. É importante manter a dignidade nesse momento"
Keith Davis, do Goliath Caskets

A empresa de Kramer vende vários produtos voltados à parcela da população acima do peso, inclusive acessórios que ajudam na higiene de quem não consegue lavar determinadas partes de seu corpo. Do berço ao túmulo, as empresas estão aproveitando as oportunidades desse mercado. Keith Davis, do Goliath Caskets, funerária especializada em caixões de grande porte, lembra que a obesidade "é uma epidemia".

"É importante que a gente alivie o constrangimento das famílias dos obesos (no momento do funeral)", explica. "Hospitais e os institutos de medicina legal não são geralmente equipados para obesos. Aí os bombeiros precisam ser acionados para remover o corpo. É importante manter a dignidade nesse momento", ressalta.

Mais gastos

As empresas Big John e Goliath Caskets podem ter encontrado uma oportunidade de negócios entre os obesos. Mas, para outros empresários, a obesidade representa um problema. O aumento de tamanho e peso dos frequentadores de teatro, por exemplo, tem causado grande impacto financeiro na hora de projetar novas salas.

O consultor de projetos arquitetônicos para teatros Gene Leitermann diz que, além dos assentos maiores, as novas salas precisam de espaço extra para garantir a acessibilidade de quem precisa.

"Tem havido um aumento constante no espaço para as pernas e na largura dos assentos nos auditórios ao longo dos últimos cem anos. Mas, se você olhar para os últimos 20 anos, (verá que) o aumento é muito mais acentuado", diz.

Segundo o consultor, nas últimas duas décadas os auditórios tiveram um aumento de área de cerca de 30% para acomodar o mesmo número de pessoas de antes. Além das salas, banheiros e outros espaços também são maiores. "Esse espaço precisa de mais dinheiro para ser construído e mantido."

Falta de opção

Catherine Schrodetzki, ativista para os direitos de pessoas obesas, diz que há muitas oportunidades inexploradas e que alguns produtos em tamanho maior ainda não estão disponíveis para o bolso dos consumidores médios.

"Precisamos de estilos que nos agradem e não roupas pensadas para um obeso qualquer. Estamos falando de 47% da população que hoje está acima do peso"
Catherine Schrodetzki, ativista

A ativista também discorda do argumento de que produtos voltados para obesos precisam ser mais caros, porque gastam mais para serem produzidos. Uma das razões apresentadas por Schrodetzki é que os obesos, em geral, ganham menos que os demais.

Ela também reclama da falta de opção em lojas de roupas. "Precisamos de estilos que nos agradem, e não roupas pensadas para um obeso qualquer", diz. "Estamos falando de 47% da população que hoje está acima do peso", diz.

Para empresas que estejam tentando abocanhar uma parcela desse mercado, Schrodetzki sugere que os fabricantes "olhem para nós, façam pesquisas, falem conosco, descubram por que não estamos comprando em sua loja".

sábado, 14 de janeiro de 2012

Como administrar seu negócio sem estresse

Priscila Zuini
E-mail, família, contas para pagar. Não deve haver um ser neste planeta que escape de uma rotina estressante. Com os empreendedores, as coisas podem ser ainda piores e a administração da pequena empresa pode ser motivo para dor de cabeça.

Mesmo assim, até quem não é expert em gestão e finanças consegue administrar um negócio de forma mais prazerosa. Para Reinaldo Messias, consultor do Sebrae/SP, o estresse é causado pela falta de planejamento. “O empresário se estressa com coisas que poderiam ser evitadas”, diz. Confira a seguir seis dicas para administrar seu negócio de forma mais tranquila e menos dolorosa.

1. Enxergue a realidade
O primeiro passo para uma administração sem estresse é não se enganar. Enxergue seu negócio e o ambiente econômico em que ele está inserido com clareza. “Comece a dar uma olhada e se informar sobre o que está acontecendo no mundo. Alguns indicadores ajudam a entender melhor o seu negócio e a economia”, diz Messias. Conhecendo bem este cenário, estabeleça metas. “Quem não tem meta não sabe para onde vai”, explica. “O ideal é investir em inovação e competitividade e não ficar esperando para ver quanto vai vender no mês”, ressalta.

2. Planeje mesmo
As metas fazem parte de um processo de planejamento. Para o consultor do Sebrae/SP, os empresários devem levar a sério o momento de planejar e usar dados reais. “O planejamento deve ter propósito, processos, pessoas, parcerias e prazer para não ter estresse”, ensina.
Para isso, seja claro e objetivo com os objetivos que quer para sua empresa. Isso inclui manter o foco na oferta de produtos e serviços. “Não venda um produto que não combina com o seu negócio só porque um cliente pediu”, diz Messias.

3. Use capital próprio
Use todo o capital próprio que você tiver para investir no negócio. “Dinheiro lá fora custa caro, ainda mais em tempos de restrição ao crédito”, diz o consultor. Financiar o negócio com o seu dinheiro ou dos sócios pode valer mais a pena do que ficar dependente de instituições financeiras.

4. Controle o estoque
Ter estoque é excelente para não perder vendas. Mas pode ser um problema quando significa perder dinheiro. “Ter estoque é bom, mas quando é alto, ele consome o capital de giro”, explica Messias. Por isso, para gerir o seu negócio de forma mais tranquila, é preciso conhecer bem o que você vende e o que compra. Um estoque controlado e bem organizado evita dor de cabeça na hora de organizar as contas da empresa.

5. Conheça o cliente
A preocupação com as vendas pode ser amenizada com uma equipe de vendedores bem preparada e conhecendo bem quem é o seu público-alvo. “Siga as pegadas do cliente e descubra os desejos que ele tem, os preços que ele espera encontrar, onde é melhor atendido e o que mais o agrada”, diz. Rastrear os hábitos de consum - quem é, o que faz e o que compra - serve para amenizar o estresse de momentos ruins.

6. Seja o líder da sua empresa
Quem não se dedica à empresa integralmente ou não acompanha o dia-a-dia operacional do negócio corre o risco de deixar as decisões para outras pessoas. “Não deixe o funcionário ser mais líder do que o empresário. Lidere o processo e tome as decisões importantes. Para isso, é preciso estar presente mesmo que de forma virtual”, ressalta Messias.

É trabalho do líder também cuidar para que a empresa seja ética. “Cumpra com as obrigações legais, tributárias, trabalhistas e comerciais. Por trás de uma empresa não ética, tem sempre alguém estressado”, afirma.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A importância dos aspectos emocionais no design

Robson Moulin
Donald A. Norman, professor de psicologia cognitiva, formado em Ciências da Computação e Engenharia Elétrica pelo MIT e Doutor em Filosofia e Psicologia pela Universidade da Pensilvânia, foi também professor de Ciência da Computação. Norman explica a importância dos aspectos viscerais, comportamentais e reflexivos no design, como a emoção implica nas escolhas feitas, assim como a qualidade e usabilidade dos produtos.

O autor cita uma coleção de bules, com variantes, seja por um belo design mais nada utilizável ou com um aspecto mais desajeitado, mas com muita praticidade. A escolha no uso de cada objeto depende do contexto: se pela necessidade de rapidez ou simplesmente por estética. Outro fator entra no meio dessas escolhas, a história e a emoção que o objeto traz.

Existem três tipos de design:
O design visceral. Preocupa-se com a aparência;
O design de comportamento. É o prazer e a eficácia de uso;
O design reflexivo. Traz os aspectos emocionais. Esse por sua vez é inseparável e faz parte de nossa cognição, no qual toda nossa percepção e pensamentos são tingidos em nosso subconsciente.

Muitos objetos trazem emoções fortes e positivas, criam o apego, amor e felicidade, assim como trazem emoções fracas e negativas criando raiva e infelicidade. Norman cita uma experiência que teve ao criticar uma criação do designer Michael Grave em um programa de radio, um bule que apesar de ser bonito possuía um difícil manuseio, onde se corria um risco de derramar a água.

Mas ficou impressionado quando um ouvinte ligou e disse: “eu amo meu bule”, pois quando acordava e se dirigia até a cozinha sorria ao ver o objeto e dizia que apenas era necessário ter um pouco de cuidado. O legal era sorrir pela manhã.

Na década 80, Em seu livro The Design of Everyday Things, Norman não levou em consideração a emoção, mas apenas a utilidade, função e usabilidade, criando objetos lógicos e mal concebidos, pois faltava a emoção necessária para que as pessoas se apaixonassem pelos produtos.

Hoje com os grandes avanços científicos pode-se ver a importância gerada por meio da cognição humana interligada com as emoções para a vida cotidiana, certamente a usabilidade é um fator de muito valor, mas sem diversão, prazer, alegria, ansiedade, medo, raiva nossa vida seria incompleta.

O afeto faz julgamentos e determina se as coisas no ambiente são perigosas ou seguras, boas ou ruins, a emoção é a experiência consciente do afeto. Para algumas pessoas, principalmente as mais lógicas, o design visceral ou o design da aparência já se torna suficiente para gerar algum tipo de emoção, mas essas por sua vez não são a maioria.

Hoje, graças a diversos estudos da psicologia cognitiva, tecnologia e design, essas questões são consideradas, pois se compreende: o valor atribuído a um objeto seja ele utensílio e/ou aparelho tecnológico está diretamente relacionado à experiência afetiva do usuário. O fetiche que as marcas causam e suas inovações estão sempre diretamente ligadas as necessidades de cada individuo por um todo, seja na usabilidade ou no impacto em suas emoções. 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ser competente apenas não é garantia no mercado

Daniel Paulino de Souza
Seth Godin, autor de Permission Marketing, disse certa vez que estamos presos na tal “Armadilha da Competência”. Ele define competência como “fazer algo de forma previsível e confiável, procurando resolver uma situação ou problema particular”. Quem é competente é também previsível e confiável e aqui surge o problema – as pessoas são assim em situações ou problemas particulares e no nosso mundo atual a última coisa que precisamos é de gente previsível. Precisamos mesmo é de pessoas com visão ampla, pró-ativas.

Com cada vez mais burocracia precisamos de flexibilidade e com cada vez mais rigidez e regras precisamos de criatividade. Quer saber porque isso ocorre? Simples! Foi dessa forma (sendo competente e previsível) que empresas e pessoas alcançaram sucesso. Mas como disse Raúl Candeloro, “Experimente pedir um cachorro quente no McDonald’s e você vai ver o que acontece”.

O competente tem receio de mudanças, já que mudança obrigatoriamente nos faz entrar em um território desconhecido e questionar a própria competência, o que se chama resistência. E obrigar alguém assim a se reinventar é doloroso. Como mudar significa “perigo”, essas pessoas tão competentes criam barreiras e obstáculos para mudanças, é o medo do novo.
Não é à toa que as novas empresas e casos de sucesso na Internet são fruto do trabalho de jovens.

É muito comum em reuniões quando os chefes ou encarregados perguntam o que há de errado e o que fazer para mudar o cenário alguém dizer: “a empresa tinha que fazer isto, a empresa tinha que fazer aquilo”. Sempre alguém tem que fazer. Nunca ele, vendedor. É comum transferir a responsabilidade, eu mesmo já passei por empresas onde esse tipo de funcionário “antigo” é comum. Há uma dificuldade enorme de chamar para si a responsabilidade pessoal pelos seus próprios resultados e isso já é um plano pronto para essas pessoas.

O mitologista Joseph Campbell definiu o herói como alguém que se testa, aventurando-se em território desconhecido, arriscando sua identidade e depois volta da aventura com um presente para a comunidade. Este final é muito importante – heróis não são egoístas. Essa é a solução, gente, precisamos de heróis, seja herói.

Ter uma habilidade especial não é o que identifica um herói, não precisamos ter visão de raio x ou voar, muito menos ter problemas com criptonita, mas sim correr o risco, se aventurar rumo à jornada do conhecimento e escolher caminhos nada convencionais, mas que também tragam as maiores recompensas. Isso sim nos torna heróis.

Quebrar paradigmas, pensar diferente e o que ninguém pensou, andar por onde ninguém ainda andou, fazer o que ninguém nunca fez, enfrentar o que ainda não foi enfrentado de fato. E, porque não, vender o que ninguém nunca pensou em vender. Não procure a segurança e a estabilidade da competência; ao acomodar-se, será logo engolido pelo próximo. Competente ou herói? Qual você quer ser? Coloque um pouco de heroísmo nas suas ações, haja mais, venda mais, arrisque-se mais.