segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Como a Ambev conseguiu faturar mais mesmo com os brasileiros bebendo menos

Tatiana Vaz  
Depois de crescer a taxas próximas de dois dígitos, o setor de bebidas não avançou uma gota sequer no ano passado – de janeiro a setembro (dados mais recentes), o volume de cerveja vendido caiu 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Das empresas do setor, a Ambev foi a que manteve o copo meio cheio: teve queda apenas de 0,2% no volume, segundo relatório de analistas do Banco Fator.

A companhia ainda elevou sua participação no mercado de cervejas em 1,5 ponto percentual para 69,6% e viu suas ações subirem 33,9%, de dezembro de 2010 a 2011, em relação à queda de 17% do Ibovespa no mesmo período. Como a empresa conseguiu tal proeza? Por meio de uma estratégia (a mesma que deve ser adotada neste ano) baseada em:

Aumento de preço
O valor cobrado pela Ambev por hectolitro de bebida vendida, de janeiro a setembro, foi de 180 reais, 6,5% maior que o praticado pela companhia em 2010, o que acarretou um aumento de receita no terceiro trimestre de 2011 de 10,6%. Esse aumento todo de preço só foi absorvido pelos consumidores com sucesso porque a empresa os convenceu a pagar mais por cervejas como Bohemia e Original, consideradas premium em função do valor superior à média dos produtos consumidos. Isso graças aos ...

...Investimentos em marketing
As despesas de vendas e marketing da companhia foram essenciais para que a Ambev pudesse agregar mais valor às suas marcas e, assim, cobrar mais por elas. Nos últimos cinco anos, as despesas com iniciativas comerciais representam cerca de 24% da receita como um todo – porcentagem que deve se manter estável em 2012 pela importância desse investimento para o negócio, segundo analistas do Banco Fator. Outra ação que deve ser mantida para este ano é a de apostar em...

...Marcas premium
No ano passado, a Ambev lançou a marca Budweiser no Brasil, além de reforçar as vendas da cerveja Stella Artois, alguns dos produtos da companhia voltados para o segmento que cresce com mais rapidez que o de bebidas convencionais, aponta relatório do Banco Fator. O aumento no consumo de bebidas premium será, de acordo com os analistas, o grande diferencial da Ambev para crescer nos próximos anos. Além de aumentar a margem de venda das bebidas, a iniciativa ainda amplia o mix de produtos da companhia e reduz a sazonalidade dos resultados, já que esses tipos de cervejas costumam ser consumidas em qualquer estação do ano.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Relacionamento é o ponto chave nas estratégias digitais

Felipe Morais
Um conceito que sempre venho defendendo é que o relacionamento é a chave de sucesso para estratégias digitais. E ao ler estudos de mercado que mostram dados como “50% das pessoas compram de lojas que confiam” e que “18% das pessoas seguem as marcas que consomem”, começo a ver que não estou tão errado assim.

Vários são os motivos que fazem uma pessoa seguir uma marca, porém eu acredito que o maior deles é o poder que as redes sociais têm de gerar uma conversa – relacionamentos são baseados em confiança e conversas.

Sites, redes sociais, blogs, mobile, games… são vários os pontos de contato que o consumidor tem disponíveis para se relacionar. E é lá que as marcas têm que estar.

Nem sempre as vendas são feitas apenas na loja. Não adianta ter apenas uma loja virtual e acreditar que terá vendas com certeza. Se fosse assim, a taxa de rejeição (pessoas que entram no site e saem sem converter) não seria de 98% para o e-commerce no Brasil. Falta o relacionamento, o entendimento, as conversas com o público. As marcas colocam produtos, anunciam e falam, mas não ouvem.

Baseado nessa presença, em ouvir, em pensar menos em vendas e mais em entender o consumidor, um case bem interessante é o portal Mulher 360, do Walmart. Assim como existe o Saraiva Conteúdo, o foco aqui não está em vendas e sim em gerar conteúdo que possa gerar um relacionamento, um entendimento de público e aí sim, vendas. O foco do portal é a mulher.

Hoje, a mulher já representa quase 55% das vendas online. Em 2009 as mulheres representavam apenas 40% e o poder de decisão delas está cada vez maior. Com ticket médio de R$ 475,00 e comprando livros e DVDs em primeiro lugar e eletrônicos em segundo (segundo pesquisa da SophiaMind) o poder da mulher hoje cresceu muito. E mulheres, por histórico, valorizam muito mais o relacionamento e a afetividade do que o homem. Basta ver em pesquisas sobre casamentos o quanto as mulheres dão mais importância do que os homens.

Segundo matéria do site da revista Exame, o foco desse portal não está nas vendas. Para alguns, isso pode parecer um absurdo, infelizmente. Para mim – e acredito que para muitos que trabalham com internet – é uma proposta interessante e mostra que a marca está entendendo a web além das vendas. Espero essa ser uma tendência forte em 2012.

O portal irá abordar questões sociais das mulheres, como seu papel no mercado de trabalho, economia, empreendedorismo, saúde, carreira entre outros assuntos. O site vai também abrir espaços para mulheres contarem as suas histórias com entrevistas e depoimentos. O conteúdo não tem nada de muito inovador – ao primeiro momento – mas como diria Alexandre Santos, ex-locutor da TV Bandeirantes “é disso que o povo gosta”.

As pessoas gostam de saber de história de pessoas comuns, que são como elas. Trazer a comunicação para a realidade da vida do consumidor. E claro, o projeto terá outros pontos de contato, como o Twitter e Facebook.

Aqui cabe mais um conceito que aprendi com o grande Marcelo Sant’Iago: as estratégias de comunicação continuam as mesmas, o que muda é a forma como nos relacionamos com as pessoas. Tá aí um case que vai nos mostrar isso. 

sábado, 21 de janeiro de 2012

O e-commerce nas pequenas e médias empresas

Silvio Tanabe
Se as previsões da e-Bit (empresa provedora de informações sobre o e-commerce no Brasil) se confirmarem, o comércio eletrônico deverá ter encerrado o primeiro semestre de 2011 com um faturamento de R$ 8,8 bilhões, o que representa mais do que todas as vendas somadas em 2008 (R$ 8,2 bilhões). Os números mostram a força e o crescimento do setor, que deve chegar aos R$ 20 bilhões até o final do ano.

Com o mercado em expansão, é natural que as pequenas e médias empresas se sintam estimuladas a investir neste canal de vendas, na esperança de aproveitar o momento de explosão do e-commerce. No entanto, o comércio eletrônico não traz apenas oportunidades.
Recebo semanalmente várias solicitações de empresários dos mais diversos segmentos interessados em investir em soluções de e-commerce. Todos querem saber todos os detalhes sobre os recursos da plataforma, segurança, gestão dos estoques, sistema de pagamentos, atualização de produtos, preço e prazo de implementação.

Ninguém pergunta sobre como promover a loja ou atrair consumidores. Poucos se mostram interessados quando eu faço esse questionamento, como se estivesse falando sobre um assunto sem relação nenhuma com o que precisam.

A preocupação com a promoção e a publicidade só aparece em um segundo momento, quando a loja já está no ar mas sem o índice de visitações nem de compras esperado.
É quando surgem também as dúvidas: o que estou fazendo de errado? Por que meu concorrente vende mais? Por que a loja dele aparece na frente da minha no Google? Mas até chegar a este ponto a empresa talvez já tenha perdido tempo e dinheiro que poderiam ter sido investidos na promoção e publicidade que a diferenciariam.

Conscientizar-se de que o “aparecer” é tão importante quanto o “estar” na internet é o maior desafio da PME para tornar sua operação de e-commerce relevante para os negócios. Afinal, de pouco adianta ter uma loja bem estruturada se o cliente não sabe que ela existe.

Outro engano comum é considerar que basta investir em publicidade para aparecer e ter retorno. A loja pode até se tornar conhecida, mas será que isso é suficiente para persuadir o potencial cliente a comprar?

Para começar a resolver estas questões de destacar sua operação de e-commerce no mercado, há seis pontos essenciais que precisam ser levados me consideração:

1. Aprenda como o seu cliente pensa
Atualmente as empresas medem resultados usando apenas dois indicadores: taxa de conversão e número de transações. É uma forma muito limitada de avaliação pois é como se observasse apenas a ponta de um iceberg. Na verdade o consumidor passa por várias etapas para realizar uma compra na internet. Ele pesquisa produtos, marcas e preços, escolhe e compara as condições oferecidas pelas lojas, busca opinião de outros clientes na própria loja ou nas redes sociais. E cada um desses procedimentos tem peso em sua decisão em relação à escolha do item e da loja que vai preferir.

2. Domine os fatores-chave de sucesso
Fator-chave de sucesso é o aspecto essencial para um negócio ser bem sucedido em sua área de atuação. No e-commerce, três fatores-chave são preço competitivo, prazo de entrega e comodidade para pagamento. Sem eles não há chance de concorrer no mercado – então invista para estar pelo menos no mesmo patamar que os seus concorrentes nestes indicadores. Aproveite todas as oportunidades de contato com o cliente para medir o seu grau de satisfação nestes três aspectos por meio de uma rápida enquete e aprimore seus fatores-chave de sucesso.

3. Crie um diferencial
Se a sua empresa se destacar em um ou mais fatores-chave de sucesso em relação aos concorrentes e ao mercado em geral, parabéns. Você obteve um diferencial e deve explorá-lo para se tornar uma referência e atrair consumidores para a sua loja. Oferece o preço mais baixo, a entrega mais rápida ou as melhores condições de pagamento do mercado? Não tenha vergonha de escancarar estes benefícios no site. Mesmo não sendo o mais barato, o mais rápido ou que aceita qualquer pagamento, sua empresa pode criar um diferencial. Pode ser a única em seu segmento a ter maior variedade de uma determinada categoria, oferecer produtos exclusivos, fazer as promoções mais criativas. Avalie o mercado, perfil do seu público-alvo e a sua loja e descubra quais diferenciais você pode explorar.

4. Marque presença na internet
Até aqui você se dedicou a criar bons motivos para os consumidores visitarem e comprarem na sua loja. Agora precisamos divulgar que ela existe e a melhor forma de fazer isso é por meio da publicidade online. O primeiro passo é investir onde poderá se encontrado com mais facilidade: em buscadores como Google, Yahoo! e MSN Bing. Afinal, a primeira coisa que a maioria das pessoas faz quando precisa de alguma coisa na internet é acessar um desses sites. Estar nas primeiras colocações das pesquisas significa grandes chances de atrair clientes em potencial para o seu site.

Há duas formas de fazer isso. Na chamada otimização em sites de busca (SEO), a aplicação de uma série de técnicas fazem seu site ser visto como mais relevante em relação a outros e assim conseguir as melhores colocações na pesquisa de uma determinada palavra-chave. Na publicidade em sites de busca (SEM), você investe em links patrocinados (um tipo de classificado ao lado dos resultados da pesquisa) ou redes de conteúdo (seus anúncios aparecem junto com o conteúdo relacionado aos seus produtos em sites, blogs e portais parceiros do buscador). Há diversas formas de publicidade online, mas o SEM e o SEO são as mais indicadas para começar a promover a sua loja.

5. Relacione-se com seus clientes
Mesmo que esteja interessado em um produto, você já sai comprando na primeira abordagem do vendedor? É muito provável que não. Porém, no papel de vendedor da loja virtual, é isso que você espera de todo visitante que entra no seu site, não é mesmo?
Até agora viemos preparando o terreno. A pessoa pesquisou pelo produto, encontrou o seu site, achou o diferencial interessante e resolver visitá-lo. Gostou das ofertas, dos produtos e das informações e… resolveu não comprar desta vez. O que você faz?

Se for um bom e atencioso vendedor, mesmo se depois de toda sua ajuda o cliente optou por não efetivar a compra, você deixou o seu cartão para ele se lembrar da loja. Podemos fazer o mesmo por meio da newsletter. No e-commerce, o e-mail de um cliente vale ouro. Tenha ou não feito a compra no momento, ao deixar o seu e-mail para receber a newsletter ele está autorizando você a estabelecer um relacionamento com a sua loja.

Por isso o e-mail marketing é considerado hoje como a principal ferramenta de relacionamento com os consumidores. Desde que, é claro, seja bem utilizada. Para gerar resultados efetivos, esqueças as listas e as mensagens genéricas que só geram spam para se dedicar a construir uma base de e-mails de pessoas realmente interessadas nas ofertas da sua loja. Use ferramentas de disparo de e-mails que forneçam relatórios pormenorizados. Monitore o que as pessoas se interessaram, faça uma segmentação e personalize suas mensagens de acordo com esses interesses.

É muito mais trabalhoso, mas os resultados compensam. No Brasil, há casos de empresas que aumentaram a taxa de cliques por e-mail aberto (indicador de interesse pelas ofertas) de 0,2% para 19%. Tenha consciência de que e-mail marketing é uma forma de relacionamento e não venda direta. Invista em uma base de dados e em tecnologias que possibilitem transformar esse relacionamento em vendas, e não em spam.

6. Aprenda com os líderes de mercado
Acompanhe sistematicamente os grandes portais de e-commerce tanto no Brasil quanto no exterior. Assine as newsletters, siga-as nas redes sociais, visite e navegue nos sites semanalmente em busca de novidades. Estas empresas investem pesadamente no aprimoramento da usabilidade, em novos recursos e formas de relacionamento e, se você souber avaliar, podem ser uma excelente fonte de aprendizado para a sua própria loja.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

De todos os profissionais com ensino superior no Brasil, 60% são mulheres

Viviam Klanfer Nunes
Um estudo que buscou analisar a força de trabalho nos países emergentes revelou que no Brasil, por exemplo, de todos os profissionais com formação superior que entram no mercado de trabalho, 60% são mulheres.

Nos Emirados Árabes Unidos, esse percentual chega a 65% e na China, a 47%. Foram feitas cerca de 4.350 entrevistas com profissionais graduados provenientes do Brasil, Rússia, China, Índia, e Emirados Árabes Unidos.

O estudo, feito pelo Center Work-Life Policy e entitulado ‘The Battle for Female Talent in Brazil’ (A Batalha por Talentos Femininos  no Brasil), mostrou, ainda, que mais de um terço das mulheres brasileiras com idade entre 18 e 23 anos estão matriculadas no ensino superior.

Mulheres ambiciosas

O estudo pontuou que embora grande parte das mulheres altamente qualificadas em todo o mundo é altamente ambiciosa, essa ambição do sexo feminino nos países emergentes chega a ser extraordinária.

Nos Emirados Árabes Unidos, 92% das mulheres se consideram muito ambiciosas. Na Índia esse percentual chega a 85%. Na China, na Rússia e no Brasil, 65%, 63% e 59% das mulheres se consideram muito ambiciosas, respectivamente.

Como medida de comparação, apenas 36% das mulheres norte-americanas se consideram super ambiciosas. A ambição é tão forte que 80% ou mais dos profissionais do sexo feminino tanto no Brasil, na Índia, como nos Emirados Árabes Unidos aspiram alcançar o topo no que diz respeito à carreira profissional.

Mulheres comprometidas

O estudo ainda mostrou que além de ambiciosas, as profissionais femininas também estão dispostas a se dedicar para alcançar o topo. Cerca de 80% das entrevistadas desses países afirmaram que estão dispostas a se dedicar além do exigido pelas empresas em que trabalham.

O mesmo percentual também respondeu que amam seus empregos atuais. Apesar dos números mostrarem o potencial da força de trabalho feminina, essas profissionais ainda encontram fortes barreiras para se dedicar a carreira, como problemas relacionados às pressões familiares.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Estupro no BBB: Ibope despenca e anunciantes da Globo temem prejuízo ainda maior

Correio do Brasil
estupro
Se o estupro na casa do Big Brother Brasil 12 existiu e seria uma jogada de marketing, o tiro errou o alvo. Nem a audiência melhorou e os patrocinadores do reality show estão preocupados com o estrago causado às suas marcas, após a divulgação de um possível crime, debaixo do edredom. Pesquisa do Ibope, divulgada na manhã desta terça-feira, após o paredão deste fim de semana, revela que o BBB 12 atingiu a pior cotação junto aos telespectadores, com 20 pontos, em média, enquanto a versão anterior, já em declínio, rendeu 22 pontos. Na Grande São Paulo, cada ponto equivale a 58 mil domicílios ligados no programa.

No caixa da TV Globo, a história mal contada também está prestes a gerar um rombo milionário. Nas agências, que representam os anunciantes AmBev (Guaraná Antarctica), Fiat, Niely, Schincariol (Devassa) e Unilever (Omo), cada um com uma cota de R$ 20,6 milhões para o patrocínio desta temporada, o ambiente é fúnebre. Ninguém confirma ou nega, ainda, o cancelamento dos contratos, mas um graduado publicitário, falando em condição de anonimato ao Correio do Brasil, antevê mais problemas à frente.

– Se o estupro for realmente confirmado e isso se transformar em um processo criminal, ficará muito difícil manter o programa no ar com o apoio dos atuais patrocinadores. O desgaste para estas marcas seria incalculável – afirmou.
Os R$ 103 milhões arrecadados pelal TV Globo, neste caso, passariam a custar infinitamente mais às indústrias, que já começaram a calcular o impacto negativo do noticiário sobre as marcas de seus produtos.

– As empresas devem estar preocupadas para saber o que aconteceu de fato e avaliar como isso pode repercutir sobre as marcas envolvidas – disse o professor Júlio Moreira a jornalistas. Ele é professor de branding (marcas) do curso de pós-graduação em Comunicação da ESPM.

Investigação em curso

Daniel teria se aproveitado do momento em que a colega de cama estava desacordada para manter relações sexuais com ela, debaixo do edredom

Além de demitir, sumariamente, o ator Daniel – que teria estuprado a colega de espetáculo Monique – a TV Globo colocou o esquadrão de advogados em prontidão máxima, para o caso de o delegado Antônio Ricardo, da 32ª DP, seguir adiante com o inquérito aberto na véspera, logo após divulgadas as imagens do casal sob o cobertor. O caso tomou um vulto ainda maior quando a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, encaminhou um ofício ao Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro pedindo “providências” contra um suposto estupro programa.