quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Brasil melhora em ranking de corrupção, mas isso não é bom

Beatriz Souza
03/12/2014

Manifestante segura cartaz contra corrupção durante protesto em Porto Alegre

O Brasil subiu três posições no ranking de corrupção elaborado pela organização Transparência Internacional. De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, o país está na 69ª posição no Corruption Perception Index (Índice de percepção de corrupção, em tradução livre).

Foram avaliados 175 países - os que ficaram nas primeiras posições são os menos corruptos. O ranking foi feito com base em notas que vai de 0 a 100. Quanto mais próxima de zero, mais corrupto é o país.

O Brasil registrou 43 pontos, um a mais do que no ano passado. Com isso, o país subiu 3 posições em relação ao ranking de 2013 - mas isso não é uma boa notícia.

Primeiro, porque com esta pontuação o Brasil continua sendo considerado mais corrupto que nações como Ruanda, Namíbia, Cabo Verde, Emirados Árabes, Turquia e Cuba. Na América Latina, o Brasil está atrás de Chile e Uruguai, ambos com 73 pontos e na 21ª posição do ranking. Veja quais são os 40 países mais corruptos do mundo.

Além disso, o avanço em apenas um ponto pode ser um sinal de que o Brasil está estagnado no assunto. E em termos de corrupção nacional, estagnação é um péssimo sinal.

Segundo Alejandro Salas, diretor regional para as Américas da Transparência Internacional, cada ano sem melhoras significa mais 365 dias perdidos no processo de fortalecimento das instituições do Estado e da melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Para o especialista, o sutil avanço do Brasil no ranking pode ser explicado porque com algumas reformas pontuais contra a corrupção, mas que, na prática, não trazem avanços em questões centrais. 

O caso do escândalo da Petrobras é um exemplo, segundo Salas. "Ao invés de fazer uso positivo de sua influência como líder geopolítico, o Brasil mostra sinais de estagnação e até mesmo de atraso, permitindo o abuso de poder e o roubo de recursos do país para o benefício de poucos", afirmou o diretor em texto publicado no estudo.

A culpa também é sua

Apesar das críticas aos agentes públicos, Salas diz também que o cidadão comum tem sua parcela de responsabilidade pela corrupção. "Parece pouco realista pensar que os que se beneficiam da corrupção serão aqueles que vão trabalhar para erradicá-la", afirma.

Ele diz que os membros da sociedade civil também são culpados em vários níveis: quando subornam um policial para se livrar de uma multa, quando justificam o voto em um político corrupto usando a famosa frase "ele rouba mas faz" e quando simplesmente se conformam com a ideia de que a corrupção é inevitável.


Disponível em http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/brasil-melhora-em-ranking-de-corrupcao-mas-isso-nao-e-bom?utm_source=newsletter%26utm_medium=e-mail%26utm_campaign=news-diaria.html. Acesso em 03 dez 2014.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

56% dos anúncios digitais não são visualizados, aponta Google

Proxxima
03 dez 2014

56% dos anúncios digitais não são visualizados, aponta Google 

Mais da metade dos anúncios digitais (56,1%) não são visualizados por humanos, diz o relatório divulgado nesta quarta-feira, 3, pelo Google.

“Com o avanço de novas tecnologias sabemos que muitos anúncios display nunca têm a oportunidade de serem vistos pelo usuário”, afirmou Sanaz Ahari, gerente de produto do Google, em um post no blog oficial da empresa.

Esses anúncios aparecem fora da área visível da janela do navegador. E se os robôs forem levados em conta, ainda menos anúncios são vistos pelas pessoas que os anunciantes querem atingir.

O relatório chega em um momento difícil para o universo digital. Fraude e inventário de má qualidade levantam dúvidas sobre a capacidade da indústria em entregar o que é vendido para os anunciantes.

A publicação desses dados pelo Google, a maior empresa de ad-tech do mundo, deve aumentar as preocupações dos profissionais sobre a confiabilidade na indústria publicitária digital. Os resultados apresentados pela gigante de buscas estão baseados em informações coletadas do Doubleclick e de sua rede display no mês de outubro.

O relatório detalhou outros dados sobre viewability com base em dados coletados em julho. O Ad Age salienta que o Google tem um produto de viewability chamado Active View, o que pode explicar a publicação do estudo.


Disponível em http://www.proxxima.com.br/home/negocios/2014/12/03/56-dos-anuncios-digitais-nao-sao-visualizados-aponta-Google.html. Acesso em 03 dez 2014.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Como avaliar uma empresa?

Administradores.com
26 de julho de 2014


Conhecer o valor de uma empresa e o que determina tal valor são formas inteligentes de tomar decisões sobre investimentos. No momento de negociação, saber como calcular o valor de uma empresa torna-se um diferencial, portanto. Para realizar a avaliação de empresas há vários métodos e modelos diferentes, que variam de acordo com o propósito da análise. Existem os que mostram como avaliar uma empresa para venda ou compra, como avaliar uma empresa pelo faturamento, como avaliar uma empresa de serviços, entre outros. Além disso, há profissionais dedicados especificamente à análise de instituições e à compatibilização dos modelos à realidade de cada organização.

Por ser uma atividade complexa, não há como estabelecer apenas um modelo de avaliação, mas é possível destacar algumas questões a serem consideradas em qualquer contexto de análise desse tipo. Primeiramente, é preciso estar ciente de que há vários modelos disponíveis, como já citado. De acordo com Aswath Damodaran, autor do livro "Avaliação de Empresas", pode-se realizar a avaliação pelo fluxo de caixa descontado, avaliação relativa e modelo de precificação de opções. No âmbito de cada um desses métodos, há ainda vários outros, dentre os quais um deve ser escolhido.

Essas escolhas precisam ser guiadas pelas características da empresa avaliada, principalmente nível de lucros, potencial de crescimento, fontes de aumento de lucros estabilidade de alavancagem e política de dividendos, segundo Damodaran. Encontrar um modelo compatível com a empresa e suas peculiaridades é tão importante quanto a compreensão dos modelos, colocação correta dos dados e análise das informações colhidas.

Considerando essas questões, aqui estão sete passos para melhores avaliações de empresas, que podem ser aplicados em qualquer contexto de análise:

1. Minimize o viés no processo de avaliação: o problema da maioria das avaliações é o viés que permeia o processo. Os analistas que trazem fortes visões preconcebidas sobre a situação de uma empresa subavaliada ou superavaliada ou têm a sua compensação financeira ligada aos resultados da avaliação, provavelmente geram análises que refletem essas distorções. Melhorar os modelos de avaliação é uma forma de minimizar tais distorções.

2. Use modelos simples. Embora as novas tecnologias possibilitem o uso de modelos complexos, os modelos que exigem menos informações podem terminar sendo os mais claros, muitas vezes.

3. Respeite as leis básicas da economia. Não respeitar essas leis gera erros grotescos em avaliações. Considerar que uma empresa crescerá numa taxa maior à da economia, por exemplo, sem critério que comprove isto, gerará uma avaliação duvidosa.

4. Evite enfeitar as avaliações. Não acrescente elementos que não podem ser comprovados, apenas para conseguir um valor vantajoso para quem está vendendo ou comprando (dependendo da situação). Mantenha a avaliação fiel à realidade da empresa. Hipóteses de crescimento ou lucro devem ser tratadas como tal.

5. Lembre-se de que não há duas empresas idênticas. Muito da avaliação relativa tem a ver com a premissa de que se pode identificar empresas que se parecem com a que está sendo avaliada. Na realidade, não há duas empresas iguais, portanto o conceito de empresa comparável é subjetivo. Por isso, é necessário lembrar que as diferenças entre as empresas comparadas é que estabelecerão o tom das análises.

6. Conte uma história, mas analise os dados. Contar uma história para justificar por que uma empresa deve ser negociada por este ou aquele valor é válido, mas precisa haver apoio dos dados. A justificativa "narrativa" por si só apoiará as preconcepções sobre a empresa. Por isso é preciso analisar cuidadosamente os dados, verificando se a história contada faz sentido e provendo detalhes que a comprovem.

7. Cuidado com os puristas. Para cada tipo diferente de abordagem de avaliação de empresas, há puristas que exigem o uso imutável de seus métodos preferidos. Porém, a avaliação não se beneficia de regras absolutas e nem se presta a elas. O ideal, então, é unir bom senso, pragmatismo e flexibilidade para adaptar as regras de acordo com as demandas da análise, sem alterá-las, mas buscando encontrar o melhor e mais claro resultado.


Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/como-avaliar-uma-empresa/90628/. Acesso em 30 nov 2014.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A regra 10-20-30 para apresentações de sucesso

PEGN
29/07/2014

Não faça ninguém dormir: 10 slides é um bom número para uma apresentação (Foto: Reprodução)

Você é do tipo que sua frio e passa noites em claro se precisa encarar uma apresentação em público? Saiba que não está sozinho.

Vender bem uma ideia é um desafio permanente para qualquer empreendedor, ainda mais quando se está em busca de recursos financeiros para tirar um projeto do papel.

Uma das máximas é a regra 10-20-30 de Guy Kawasaki, que já foi colaborador e “chefe evangelizador” da Apple (uma espécie de missionário da marca). Hoje, ele dirige um fundo de venture capital – o Garage Technology Ventures – e está acostumado a ver muitas apresentações ruins.

Em um post muito engraçado em seu blog “How to Change the World”, ele explica que chegou a essa regra depois de ouvir centenas de apresentações de startups em busca de capital – e se entediar muito com isso. A fórmula é simples:

10 slides – Para Kawasaki, 10 é um excelente número de slides para uma apresentação em PowerPoint. A explicação dele é que um ser humano normal não consegue compreender mais de dez conceitos diferentes em um só encontro. “Se você precisa de mais de dez slides para apresentar seu negócio, você provavelmente não tem um negócio”, diz. Ele também lista os dez tópicos que um investidor de venture capital leva em conta em uma apresentação:
1. O problema
2. Qual a solução
3. Qual o modelo de negócios
4. Valorize a mágica/tecnologia
5. Marketing e vendas
6. Competição
7. Equipe
8. Projeções e conquistas
9. Status atual e cronologia
10. Recapitule e chame para a ação

20 minutos – Você deve apresentar os 10 slides em 20 minutos. Kawazaki recomenda o tempo reduzido para aproveitar os 40 minutos restantes para discussão e dúvidas – isso se não houver nenhum problema técnico para colocar a apresentação no Data Show ou se os investidores não tiverem de sair mais cedo, além de terem chegado atrasados.

30 pontos – Use uma fonte grande – tamanho 30 – nos slides. A experiência de Kawazaki é que a maioria prefere usar uma letra menor para poder acumular mais informações em cada tela. Na opinião dele, isso não funciona. “A maioria das apresentações que eu vejo estão com um texto de tamanho 10. O máximo de texto possível é colocado em um slide, e então o apresentador lê o que está escrito. No entanto, assim que a audiência percebe que você está lendo, ela avança na sua frente, já que consegue fazer isso mais rápido do que você fala. O resultado é que o palestrante e o espectador ficam sem sincronia”, diz.


Disponível em http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/07/regra-10-20-30-para-apresentacoes-de-sucesso.html. Acesso em 30 nov 2014.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Se fossem um estado, favelas seriam o 5º maior do Brasil

Marina Pinhoni
06/08/2014

Menino com camiseta do Brasil em favela do Rio de Janeiro 

É no Shopping JK Iguatemi – reduto do comércio de alto padrão e ponto de encontro da classe alta paulistana – que será lançado, nesta quinta-feira, o livro “Um país chamado favela”, fruto de extenso mapeamento realizado em comunidades de todo o Brasil.

“A escolha do local não foi aleatória”, afirma a EXAME.com Renato Meirelles, presidente do instituto de pesquisa Data Popular, que escreveu o livro em parceria com Celso Athayde, criador da Central Única das Favelas (CUFA).

Segundo Meirelles, um dos principais objetivos da publicação é justamente quebrar preconceitos e abrir canais de discussão sobre as mudanças sociais e econômicas que aconteceram nas favelas brasileiras na última década.

“Queremos criar pontes entre a favela e o asfalto. Também convidaremos todo mundo quando o livro for lançado nas comunidades”, diz o especialista.

Entre os dados que chamam a atenção no livro está o total de pessoas que moram hoje em favelas: aproximadamente 12 milhões. O valor é maior do que a população total do Rio Grande do Sul, quinto estado mais populoso do Brasil.

De acordo com o pesquisador, 65% dos moradores de favelas pertencem à classe média. Só este ano, o grupo deve movimentar 64,5 bilhões de reais. Para se ter uma ideia da pujança, o valor é semelhante ao PIB da Bolívia, que em 2013 registrou 30,6 bilhões de dólares (o equivalente a cerca de 69 bilhões de reais). O salário médio dos moradores das comunidades também subiu: de R$ 603, em 2003, para R$ 1.068, em 2013.

“O crescimento do emprego formal foi essencial para o aumento da renda até aqui, mas é o empreendedorismo que vai levar a favela além”, afirma Meirelles.

Como ainda há barreiras para o acesso de grandes empresas, os moradores encontram nos pequenos negócios a oportunidade para atender à grande demanda interna de consumo. Refeições para fora, padarias e salões de beleza estão entre as opções mais recorrentes.

Apesar da melhora na qualidade de vida e no grau de instrução, o pesquisador afirma que ainda faltam políticas públicas de inserção social e melhora na infraestrutura. Segundo ele, “73% dos jovens da favela têm escolaridade maior do que a dos seus pais, mas faltam cursos profissionalizantes”, diz.

Felicidade

“Sabe o famoso refrão: ‘eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci'?  Ele se tornou uma realidade objetiva e concreta”, afirma Renato Meirelles sobre o fato de que 94% dos moradores entrevistados declararam na pesquisa que se consideram felizes.

Ao contrário do que se poderia imaginar, a maioria absoluta das pessoas gosta e tem orgulho do local em que vive, e não tem vontade de sair nem se o salário dobrasse, de acordo com o livro.

A presença da violência ainda é muito marcante, pois 55% das pessoas entrevistadas consideram a favela em que vivem um pouco violenta, e outros 18% muito violenta. As atividades ilegais do tráfico também são notadas por 65% dos moradores. No entanto, há um otimismo revelado na crença de que o problema tende a diminuir nos próximos meses.

"É fato que a maioria acredita que a comunidade está melhor com presença das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), por exemplo, mas isso está longe de ser considerado a solução", diz Meirelles.

Apesar de todos os problemas, um dos motivos primordiais para a satisfação seria o bom relacionamento com as pessoas e a confiança que é estabelecida no local.

“Todo mundo conhece todo mundo. As mães que trabalham, por exemplo, não se preocupam em deixar os filhos com uma vizinha. É muito comum um comerciante ‘vender fiado’, pois sabe que o cliente vai pagar”, afirma o pesquisador.

Meirelles também acredita que o senso de convivência e utilização do espaço é exercido de maneira mais intensa. “Todo lugar vira lugar, na ausência de espaços para diversão e cultura", diz. "As pessoas se reúnem nas lajes, nas praças, nas ruas”.


Disponível em http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/favelas-no-brasil-ja-sao-mais-populosas-que-o-estado-do-rs. Acesso em 30 nov 2014.