sábado, 3 de julho de 2010

Dinheiro de plástico

Tatiana Alcalde

Atualmente, o cartão de crédito pode ser encontrado nas mãos de 22% dos brasileiros de baixa renda, com rendimentos mensais entre 151 e 499 reais, ou seja, 34,1 milhões de pessoas ou 32% da população economicamente ativa. Esse segmento da baixa renda possui 15% dos 79 milhões de cartões em circulação atualmente no país e em 2006 foram responsáveis por 5,6% de todo o volume movimentado por cartões de crédito, atingindo o patamar de 8,7 bilhões de reais.

De acordo com estudo de mercado "O cartão com instrumento de crédito na baixa renda", realizado pelo Banco Itaú, nos últimos dois anos, o volume de transações de cartões de crédito da baixa renda cresceu em ritmo mais acelerado que o mercado total, com avanço de 31,8% em 2005 e 23,6% em 2006.

A pesquisa, que é parte do estudo "Indicadores do mercado de meios eletrônicos de pagamento", realizada mensalmente pela organização financeira, reafirma que a familiaridade do brasileiro com o cartão de crédito ganha espaço.

"Os principais motivos são a substituição de outros meios de pagamento, aumento da rede de aceitação e principalmente as facilidades de prazo e parcelamento que o cartão oferece", explica Fernando Chacon, diretor de marketing de cartões do Itaú.

O cartão de crédito para essa população de baixa renda é o segundo meio de pagamento mais usado e o principal meio de financiamento da baixa renda. Nesse caso, o dinheiro de plástico é responsável por 54% das compras, enquanto o crediário representa 23% e o parcelamento da fatura do cartão, 11%. A baixa renda analisada parcela, em média, R$88,70.

"Poucos no segmento analisado tem mais de um cartão e geralmente o usam para si, para a família e amigos. É o mesmo uso que se fazia do cheque, a grande diferença é que no cartão, ele pode reordenar o pagamento da fatura, parcelando", comentou Chacon.

Sonhos de consumo

Segundo estudo da Latin Panel sobre "O Consumidor na Era Lula (2002–2006)", para a classe D/E, a reforma da casa é o primeiro sonho de consumo (29%), seguido por compras (23%), pagamento de dívidas (15%), poupança (11%) e construção (10%).

Entre os que iriam às compras, se tivessem maior renda, 64% comprariam móveis e 33% eletroeletrônicos. Uma surpresa: 29% comprariam mais comida.

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