sábado, 21 de dezembro de 2013

Alcance do Facebook derruba engajamento

Revista Proxxima
19 de Dezembro de 2013
O indexSocial acaba de revelar, em sua análise de novembro, que as marcas chegaram a cerca de 640 milhões conexões no mês passado nas redes Facebook, Twitter e YouTube. Apesar do crescimento em audiência, a média de engajamento, que registrou índice de 0.12%, foi inferior à média de 0.35% do primeiro semestre do ano. A queda é reflexo da redução constante do alcance orgânico dos posts.

Audiência

O aumento de 7% na audiência das marcas (40 milhões de novas conexões) mexeu também com o ranking Top 10. O destaque do mês fica para a Garoto, que conquistou 1.2 milhão de novos fãs, ocupando o 4° lugar. Guaraná segue na liderança, com mais de 16.4 milhões de pessoas conectadas à marca, seguido de perto pela 2ª colocada no ranking, Coca-Cola. Skol (3ª) cresceu em ritmo menos acelerado que o mercado. O top 10 de audiência conta ainda com Hotel Urbano (5ª), Claro Brasil (6ª), Lacta (7ª), Brahma Futebol (8ª), Netshoes (9ª) e L’Oreal (10ª).

Crédito: Reprodução

Engajamento

O índice que mostra a interação entre consumidores e marcas segue liderado por Brahma Futebol (união dos diversos perfis de Brahma relacionados a futebol), que voltou a crescer no período e chegou a 4.7% de engajamento em novembro. Use Huck, CVC Viagens, Chiclets e Jack Daniels saem do ranking, que deixa de ser dominado por marcas de bebidas alcoólicas. Adidas Futebol (2ª) entra pela primeira vez na lista, assim como Emirates (4ª), Melissa (5ª) e Lenovo Brasil (7ª). Completam o top 10: Arezzo (3ª), Skol (6ª), adoro FARM (8ª), Garoto (9ª) e Loja Melissa (10ª).

Crédito: Reprodução

Share de engajamento

As 10 maiores marcas nesse segmento representam, no período analisado, 59.4% de todas as interações medidas pelo indexSocial. Só Brahma Futebol (líder em share de engajamento) representa 37% desse índice em novembro. Skol segue na segunda posição, apesar de registrar queda de 16.1% para 5.7%. Adidas Futebol estreia no ranking na terceira colocação com 3.5% de share de engajamento. O top 10 ainda é formado por: Garoto (4ª), Guaraná (5ª), Emirates (6ª), Stella Artois Brasil (7ª), Arezzo (8ª), Melissa (9ª) e a estreante Samsung Mobile Brasil (10ª).

Crédito: Reprodução

Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/12/19/Alcance-do-Facebook-derruba-engajamento-das-marcas?utm_campaign=fb_marcas&utm_source=facebook&utm_medium=facebook. Acesso em 19 dez 2013.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Existe vida fora do engajamento?

Jean Scatamachia
29 oct 2013
Estive em Londres nos últimos dias para visitar a Cross Media Live, uma feira concebida para que as empresas que prestam serviços de marketing, comunicação e mídia possam mostrar aos anunciantes e agências as novidades que criam e desenvolvem nas mais diversas áreas.

Durante os dois dias, só se falou de conteúdo e da sua importância neste novo mundo em que a informação corre mais rápido do que a velocidade da luz. Porém, o que mais me chamou a atenção, tanto nos estandes quanto nos seminários, é que todos, em algum momento, asseguram que ninguém sobreviverá sem engajar a audiência.

Sei que este conceito já é bastante difundido e comentado no Brasil e a maior prova foi o recente buzz gerado em torno do casamento do Twitter com a TV aberta. Só que, aqui, eles já estão indo mais fundo. Debatem o tempo todo sobre maneiras de unir plataformas não só para agregar audiência e criar maior efetividade para as campanhas, mas também para fazer com que o público participe constantemente desse processo.

Criaram até o MultiChannelMachine, um software capaz de criar soluções multimídia para personalizar, automatizar e integrar plataformas de mídia buscando o engajamento. E não param de repetir esta frase: “managed service for personalized, automated and integrated cross-media engagement”.

Entre todos, o discurso de um húngaro radicado há 20 anos em Londres foi o que mais me intrigou, apesar de ainda estar muito longe de me convencer. Ele defende que nenhuma plataforma de comunicação, sejam as tradicionais analógicas ou as digitais mais recentes, sobreviverá se não democratizar praticamente 100% do seu conteúdo.

Segundo ele, as redes sociais mudaram o comportamento de todos se relacionarem com a mídia e, por mais que muitos ainda tenham dúvidas, inclusive eu, as novas gerações, que têm tanta informação disponível, só buscam as notícias e as opiniões superficiais dos seus grupos e das suas tribos.

Ele finaliza o papo comigo dizendo que as notícias tradicionais e os artigos mais aprofundados, que abordam temas amplos e globais, morrerão em breve. Em menos de dez anos, sentencia.

Começo a achar que esse conceito está se espalhando lentamente pela Europa, inclusive numa tentativa clara de salvar alguns canais e alguns meios. Na Itália, começam a surgir estações de rádio com cerca de 70% ou 80% do seu tempo de arte dedicados aos ouvintes. Já ouvi uma estação em que o slogan é algo como ‘aqui a única voz é a sua’.

Além disso, não vejo mais nenhum veículo não se apoiar na já famosa “segunda tela” ou ter programas ou grandes espaços dedicados à fusão com redes sociais, mobile e outras mídias. Algumas delas de formas muito criativas e efetivas, ainda não exploradas no Brasil.

Mas isso pode ser tema para um próximo artigo. Agora, me despeço com uma provocação.

Aqui ainda há cidades com menos de 400 mil habitantes e com nove títulos de jornais diários, como é o caso de Bolonha. E no Brasil, onde a esmagadora maioria não tem o menor hábito de ler ou até mesmo de assistir a um programa cultural e educativo? E quando chegar o momento em que quase toda a população tiver acesso à internet e às redes sociais? O que será do nosso futuro em relação ao conteúdo dos meios de massa? Muitos se renderão a esse conteúdo 100% produzido por quem ouve, assiste ou lê para sobreviver?

Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/ponto_de_vista/2013/10/29/Existe-vida-fora-do-engajamento?utm_campaign=engajamento_vida&utm_source=facebook&utm_medium=facebook. Acesso em 19 dez 2013.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Seja didático ao falar com a classe C

Demetrius Paparounis
16 dec 2013
Se você precisa criar ou comunicar um produto para a classe C, um conselho: passe alguns dias na companhia do seu público-alvo. Pessoalmente!

Pesquisas são ótimas, claro, mas o contato pessoal traz insights que dificilmente você terá simplesmente assistindo à pesquisa atrás da parede de vidro – muito menos ouvindo o relatório numa sala de reuniões. Claro que é preciso tomar muito cuidado com o viés pessoal, mas viver um pouco a vida estrangeira dos mais pobres ajuda muito a diminuir o sotaque dos nossos produtos e das nossas campanhas.

Durante os dez anos em que atuei no segmento de revistas populares, tive a chance de conhecer inúmeras famílias de leitores. Essa experiência formou em mim a convicção de que a boa comunicação para a classe C geralmente precisa incluir generosas doses de didatismo - sobretudo se o produto ou a campanha falam de algo novo na vida dos mais pobres. Algo que os pais do seu público não tiveram a chance de conhecer.

Certa vez, visitando uma família de leitores na Bahia, uma história me marcou. A família tinha acabado de fazer sua primeira viagem de avião, comprada num pacote que incluía hotel. Depois de todas as dúvidas e inseguranças de quem voa pela primeira vez, eles chegaram ao quarto do hotel e viram aquela plaquinha pendurada do lado de dentro da porta com os dizeres: “Por favor, arrume o quarto”. No dia seguinte, antes de sair para passear, a hóspede de primeira viagem obedeceu àquela antipática placa e deixou tudo arrumadinho. Teria aproveitado melhor o serviço do hotel se quem lhe vendeu a viagem não viesse de um mundo onde as crianças se hospedam em hotéis desde o berço.

Recentemente, outras duas histórias me chamaram a atenção. Num colégio estadual que visitei em São Paulo, uma mãe me contou que a escola estava pedindo dinheiro para “a PM” pintar as paredes. “Eu não dou”, ela reclamava. “Nunca vi um carro da PM na frente da escola, agora eles querem dinheiro?” Simplesmente, ela não sabia que, em escolas públicas, existe a Associação de Pais e Mestres. Na roça onde ela cresceu não havia esse luxo. E depois ninguém achou importante explicar isso a ela.

A outra história aconteceu na última Black Friday com uma cabeleireira que eu conheço. Atraída pelos baixos preços, ela passou horas na fila de um hipermercado para comprar um tablet para o filho de 9 anos. “A única coisa que eu sabia era que precisava ter Android e wi-fi”, ela me contou, repetindo a exigência do filho.

Comprou um de duzentos e poucos reais, deu ao filho, mas, em vez de alegria, teve um fim de semana frustrante. O problema não foi com o aparelho em si – aliás, muito bom pelo preço -, mas a falta de uma informação básica. Ela não sabia que não dá para ligar o cabo de internet do computador diretamente no tablet. Na família dela, assim como na da maioria dos brasileiros, ninguém nunca tinha ouvido falar o que significa um roteador. E o presente passou o fim de semana inútil como aqueles brinquedos que vinham sem pilha na nossa infância.


Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/ponto_de_vista/2013/12/16/Seja-didatico-ao-falar-com-a-classe-C.html. Acesso em 19 dez 2013.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

As empresas estão com muita grana, mas investindo pouco

Vicente Vilardaga
09/12/2013

Um paradoxo ronda a economia dos Estados Unidos. Cinco anos após a crise financeira que ameaçou levá-lo à lona, o país ainda se recupera timidamente. O desemprego continua perto de 7% — altíssimo para os padrões americanos. E o PIB avança no máximo 3% ao ano.

Os consumidores continuam assustados. As empresas nunca investiram tão pouco — o que, por sua vez, derruba ainda mais a economia. Mas é aí que surge o paradoxo. A “América corporativa” nunca esteve em melhor forma. As bolsas atingiram recordes em novembro.

O lucro das companhias chegou a 12,5% do produto interno bruto americano, também um recorde. E  sobra dinheiro. Um levantamento da consultoria Economatica revela que o caixa das empresas abertas americanas chegou a 1,5 trilhão de dólares em 2013 — ante 1,1 trilhão de dólares em 2009. O que diabos está acontecendo com a maior economia do mundo?

A “incerteza” em relação ao futuro da economia americana é o culpado mais frequentemente citado para explicar o fenômeno descrito acima. De fato, mudanças abruptas nas regras do jogo econômico, crises e más notícias afetam decisões de investimento. Mas essa sempre pareceu uma explicação capenga para o caso americano.

O temor de uma hecatombe ficou no passado, e a economia, mal ou bem, avança. Mas o investimento teima em não voltar, e as empresas seguem acumulando caixa como se estivessem se preparando para o fim dos tempos. Coube ao economista britânico Andrew Smithers o mérito de trazer mais perspicácia à discussão.

Ele acaba de lançar o livro The Road to Recovery: How and Why Economic Policy Must Change (algo como “O caminho para a recuperação — como e por que a política econômica precisa mudar”). Ele defende que a principal causa da demora na recuperação da economia desde a crise de 2008 é a miopia corporativa que se alastrou pelos países ricos, especialmente Estados Unidos e Inglaterra. A culpa, para resumir, é do bônus.

Os excessos da remuneração variável foram, como se sabe, responsabilizados pelo comportamento desvairado de executivos de bancos que quebraram na crise de 2008. Seu incentivo era fazer apostas pesadas para ganhar uma bolada ao fim do ano. Se desse errado, perderiam no máximo o emprego. Para eles, portanto, o incentivo era arriscar o máximo possível para aproveitar os bons anos.

Smithers é o primeiro a ver nessa lógica a culpa também pela anemia econômica dos últimos anos. Para ele, quanto mais uma empresa paga em bônus atrelados ao desempenho de suas¬ ações, menos interesse seus executivos têm em investir o dinheiro que está no caixa. E mais a economia sofre.

O bônus atrelado à variação das ações surgiu para resolver um problema: executivos e acionistas pensavam diferente, e por razões financeiras. Executivos tinham incentivos para se dar bem no curto prazo, mesmo que, para isso, fosse preciso sacrificar o futuro da empresa e dos acionistas. Pagando em ações, segue a tese, o executivo é obrigado a pensar como acionista. A moda pegou. Até 1970, apenas 1% da remuneração de um executivo era baseada em ações. O percentual chegou a 70%.

No Brasil, a média é de 50%, segundo a consultoria Hay Group. Quanto melhor a empresa for na bolsa, mais dinheiro essa turma ganha. Smithers alega que esse “alinhamento” faz com que a cúpula das companhias abertas se transforme em escrava do curto prazo — e, no fim das contas, tome decisões que prejudicam o acionista no longo prazo. Ou seja, o contrário do que o tal “alinhamento” propunha. 

Recompra de ações

O investimento das empresas em novos projetos acaba se tornando a maior vítima. As companhias americanas nunca gastaram tão pouco na compra de máquinas e equipamentos. Investir em inovação e construir novas fábricas esvazia o caixa e só traz retorno depois de alguns anos. Investir, portanto, é mau negócio para quem está preocupado com o preço da ação hoje. Com o caixa abarrotado, as empresas têm usado parte do dinheiro para recomprar ações — também em escala inédita.

De acordo com Smithers, no início dos anos 70 as empresas devolviam aos acionistas (em forma de dividendos ou recompra de ações) 1 dólar para cada 15 investidos. Hoje, devolvem 1 dólar a cada 2 investidos. A multinacional General Electric, por exemplo, nunca teve tanto dinheiro em caixa — são 130 bilhões de dólares. E seus investimentos caíram todos os anos desde 2009. Em compensação, é uma campeã de recompras.

Em fevereiro de 2012, a empresa anunciou uma ampliação de 10 bilhões em seu programa de recompras para 2013, para 35 bilhões de dólares. A combinação das duas medidas tem como efeito prático a valorização das ações. É bom para o mercado acionário, é bom para os executivos. Mas, como o investimento de hoje é o lucro de amanhã, o efeito desse jogo para o futuro das empresas — e da economia — é deletério.

No Brasil, onde também há uma queda dos investimentos, os possíveis efeitos da cultura do bônus são muito menores. Isso acontece porque a representatividade das empresas de capital aberto é relativamente pequena e há um grande número de empresas familiares e estatais.

Um estudo publicado em 2013 por três pesquisadores das universidades de Nova York e Harvard revela que as empresas fechadas investem, em média, duas vezes mais do que as companhias abertas, justamente porque não têm a preocupação de elevar o valor de suas ações no curto prazo.

Assim, podem investir enquanto as outras colocam o pé no freio. Em tese, é a melhor maneira de gerar o lucro do futuro. As famílias Cargill e MacMil¬lan, que controlam a gigante americana do agronegócio Cargill, reinvestem na empresa 80% de seus dividendos. A companhia tem capital fechado. No Brasil, o  maior exemplo dessa dinâmica tem sido a Odebrecht. Controlada pela família desde a sua fundação, nos anos 40, a empresa vai investir 17 bilhões de reais em 2013, 30% mais que no ano passado.

Recentemente, fez uma aposta de 19 bilhões de reais ao ganhar o leilão de concessão do aeroporto do Galeão (junto com um sócio de Singapura) e também ganhou a concessão da rodovia BR-163. Até 2015 serão 53 bilhões de reais de investimento.

Como conciliar investimentos de longo prazo com o imprescindível papel do mercado de capitais numa economia moderna? É um debate tão antigo quanto insolúvel. Smithers propõe criar novas formas de unir os interesses de acionistas e executivos, incluindo nos critérios para o pagamento de bônus metas de investimento, por exemplo.

O problema será convencer o acionista, eufórico com o atual preço das ações, de que o sucesso de hoje pode significar seu próprio fracasso amanhã. O maior viciado em ganhos de curto prazo, afinal, é ele.


Disponível em http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1055/noticias/muita-grana-pouca-acao?page=1&utm_campaign=news-diaria.html&utm_medium=e-mail&utm_source=newsletter. Acesso em 12 dez 2013.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Fragilidade feminina

Luiz Gonzaga Bertelli
12/12/2013

Março é o mês das mulheres, mas não é preciso esperar até lá para trazer à nota assuntos dedicados ao universo feminino. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar o estudo Síntese de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida dos Brasileiros, trazendo uma revelação preocupante: de cada 10 jovens que não estudam e nem trabalham, 7 são mulheres. Elas pertencem a um grupo que soma 9,6 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos, contingente que, pela desocupação, é conhecido como “geração nem-nem”.



Como se vê, as desigualdades de tratamento entre gêneros se reproduzem tanto dentro quanto fora do mercado de trabalho. O IBGE mapeou também o impacto da maternidade na vida das trabalhadoras: 58,4% das mulheres nem-nem têm pelo menos um filho. E nada menos do que 3 de cada 10 jovens com  idades entre 15 e 17 anos já são mães. O percentual cresce para 51,6% na faixa de 18 a 24 anos, e para 74%, entre 25 e 29 anos.



O lançamento da pesquisa coincidiu com um dos mais importantes momentos do CIEE: a formatura anual de integrantes do Aprendiz Legal, programa de forte cunho social voltada à formação profissional de jovens de 14 e 24 anos – a fatia mais grossa da geração nem-nem. A entrega dos certificados àqueles que passaram pela capacitação prática (nas empresas) e teórica (em aulas ministradas por instrutores do CIEE) teve a participação de centenas de ex-aprendizes, representando a turma de 1,3 mil capacitandos na Grande São Paulo, que fogem do cenário traçado pelo mapeamento do IBGE.

Encontravam-se, no lotado Teatro CIEE, ao menos duas jovens mamães que conseguiram driblar as estatísticas. Tifani Barbosa da Silva, de 19 anos, simboliza essa alternativa:  pouco antes de subir ao palco para a foto oficial dos aprendizes, cobrindo o colo com uma leve fralda, amamentava um bebezinho.



Ao longo dos dois últimos anos, milhares de aprendizes como Tifani tiveram estudo e trabalho, e agora, cumprida essa etapa, estão mais preparadas para a vida. Pois, além de transmitir conhecimentos técnicos básicos de uma profissão, o Aprendiz Legal cuida também do lado atitudinal e cidadão, com ações de assistência social e desenvolvimento pessoal, que envolvem também as famílias e, muitas vezes, estendem-se às comunidades, em especial aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade.

Disponível em http://www.portaldapropaganda.com/marketing/2013/12/0001. Acesso em 12 dez 2013.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quanto vale um fã?

Andréa Dietrich
05 DEC 2013
Minha questão nesse post não é falar sobre a quantidade de dados que temos atualmente para mensurar tudo na internet, e o quanto o poder de influência das redes sociais no mercado de consumo aumenta a cada dia. Isso todo mundo sabe. Mas sim uma perspectiva sobre o que realmente devemos olhar desses dados e o quanto esse poder de influência pode “enganar” consumidores.

Claro que já acompanho há algum tempo polêmicas como contas falsas nas redes sociais para gerar audiência a determinados assuntos/perfis, compra de base suja para jogar mais tráfego para um site e aumentar a audiência, mas confesso que esse vídeo que chegou até mim recentemente me estimulou a escrever sobre esse assunto.

Num formato “câmera escondida”, o vídeo ilustra bem até onde podemos ir na busca de mais fãs para uma página. Os chamados Click Farms, ou Fábricas de Clicks, são profissionais contratados para manipular os dados de algum perfil na internet, seja no Facebook, Twitter ou nos views do YouTube. A fábrica gerencia milhões de perfis em cada um desses canais e dependendo de quanto se está disposto a pagar, rapidamente uma página pode chegar a milhões de fãs, views e followers.

Recentemente, inclusive, saiu uma materia no Valor Econômico sobre as contas falsas que inundam o Twitter. A matéria revela o negócio de venda de contas falsas, que opera há mais de seis anos, e chega até a enviar e responder mensagens simulando um perfil de uma pessoa real. Esse tipo de conta, segundo a matéria, representa em torno de 9% da base total do Twitter. Um sistema que evolui rapidamente deixando a vida dos desenvolvedores cada vez mais difícil para detectar o que é ou não falso.

Uma das maiores qualidades de se trabalhar na internet sempre foi a questão de poder mensurar tudo a qualquer momento. Ferramentas cada vez mais sofisticadas de gestão de dados aparecem a cada dia, mas sabemos o que realmente queremos medir?

Frente a esse cenário onde facilmente métricas de sites e redes sociais podem ser manipuladas, precisamos começar a aprofundar nos dados que realmente trazem a qualidade do relacionamento de uma marca no digital, no que realmente essa atuação converte e não somente na quantidade.

Temos que investir não só para ter um número impressionante de seguidores, mas para construir um engajamento de verdade, segmentar para atingir menores, porém, melhores audiências, contribuindo para o sucesso concreto do negócio.

Eu sempre acreditei muito nisso. Mas, enquanto as grandes referências de rankings e reconhecimentos de mercado não mudar, essa indústria vai continuar a operar.

Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/ponto_de_vista/2013/12/05/Quanto-vale-um-fa.html. Acesso em 12 dez 2013.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Desigualdade nos EUA: é o fim do ‘sonho americano’?

Gustavo Santos Ferreira
11 de dezembro de 2013
 
Para 64% dos residentes nos Estados Unidos consultados pela Bloomberg, a economia americana não oferece as mesmas condições de prosperidade para todos seus cidadãos. O fosso cada vez maior entre ricos e pobres está minando a fé no tal sonho americano, diz a publicação.

O termo (american dream) foi cunhado na década de 1930 pelo historiador James Truslow Adams. Resume o conceito de que no liberalismo americano, de pouca intervenção do governo nos mercados, todos podem enriquecer, bastando apenas trabalhar. Essa ideia colaborou para que a mão de obra nos Estados Unidos se tornasse a mais plural do mundo em termos de nacionalidade.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), vivem por lá hoje 46 milhões de estrangeiros. Isso representa 15% de uma população total de 314 milhões. Nenhum país no mundo recebeu tanta gente de fora como os Estados Unidos em toda a história. Apenas de 1990 para cá, com 23 milhões de novos imigrantes, a chegada média de estrangeiros tem sido de 1 milhão por ano.  Ficam – bem – atrás dos Estados Unidos nas estatísticas Emirados Árabes (7 milhões) e Espanha (6 milhões).

Tecla já batida por este Radar Econômico em outra oportunidade, a desigualdade social é grave nos Estados Unidos. Mais da metade de toda riqueza produzida no país no ano passado foi parar nos bolsos de apenas 10% na população. E essa parcela de pessoas é justamente é a mais rica.

O afastamento entre as classes econômicas americanas uma das grandes preocupações do atual Prêmio Nobel de Economia, Robert Schiller. E entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) os Estados Unidos só não têm pior distribuição de renda que Turquia, México e Chile.



Disponível em http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2013/12/11/desigualdade-nos-eua-e-o-fim-do-sonho-americano/. Acesso em 12 dez 2013.