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domingo, 22 de abril de 2012

Brasileiros criam PDV tipo exportação

Janaina Langsdorff
Elas ganharam fama como um negócio típico de portugueses, mas partiu dos brasileiros, ora pois, a reinvenção do conceito das padarias, cobiçado hoje por mexicanos, espanhóis, americanos, chineses, angolanos e até no leste Europeu. Único no mundo, o novo modelo de negócios que reúne num só local restaurante, pizzaria, choperia, banca de revistas, enlatados, sem esquecer, é claro, do pãozinho quente, virou projeto de exportação com aval até do governo. “Dentro de um ano já devemos conhecer o primeiro destino da padaria brasileira fora do País”, espera Claudio Borges, gestor do projeto Brazilian Bakery na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex Brasil), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 

Se depender do mexicano Carlos Aguirre, o pontapé inicial acontecerá durante a Mexipan, realizada no próximo mês de agosto, na Cidade do México, com um público estimado de 30 mil visitantes. “Esperamos alavancar pelo menos três negociações a serem fechadas ao longo de um ano”, prevê o empresário que, além de promover o evento é também presidente da Anpropan, associação que representa os fornecedores de insumos e maquinário para a indústria da panificação do México. 

A padaria “made in Brasil” terá um espaço de 180 metros quadrados para expor uma estrutura que, segundo cálculos de Aguirre, pode consumir um investimento da ordem de US$ 800 mil para se tornar realidade. A previsão é que a alternativa nacional dê um empurrão no crescimento das 34 mil padarias existentes hoje na terra do sobreiro, a exemplo do fenômeno ocorrido a partir da década de 90 no Brasil. Com o avanço dos supermercados, especialistas do varejo chegaram a condenar, na época, a morte do negócio. Era o que o setor precisava para reagir. “Hoje, as grandes padarias é que estão forçando os supermercados a reverem a sua presença na panificação”, compara Borges. A ameaça dos supermercados se repete hoje no México e a expectativa é que a opção brasileira seja capaz de reerguer o setor também por lá.

De acordo com Paulo Roberto Cavalcante, presidente da Abiepan (Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos para Panificação, Biscoitos e Massas Alimentícias) o potencial de êxito dessa empreitada começa a ser percebido pelos donos do setor. “Eles já entenderam a dimensão do projeto e poderão contar, inclusive, com o nosso suporte para reproduzir o seu negócio no exterior”, conta Cavalcante, que em parceria com a Abip (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria) coordena um plano para a exportação de equipamentos há oito anos junto à Apex, embrião do projeto que se transformaria na plataforma para a internacionalização do setor.

Fornada quente

A sofisticação do negócio é a prova de que o freguês sempre tem mesmo razão. As 43 milhões de pessoas que visitam diariamente as 64 mil padarias brasileiras geram um faturamento estimado em R$ 63 bilhões ao ano. Somente pela paulistana St. Etienne passam mais de 100 mil consumidores ao mês seja para comprar o tradicional pãozinho ou experimentar o lanche de filé mignon com queijo ementhal, um dos campeões de vendas do estabelecimento. “Podemos repetir o sucesso do negócio em qualquer grande cidade do Brasil ou do exterior, com resultados altamente positivos em três anos”, garante o dono da rede, Edson Rico, que não descarta a associação com grupos de investimentos estrangeiros para expandir a operação fundada pelo nos anos 50 pelo seu pai, José Antônio Rico.

O plano é crescer até 30% este ano com uma série de ações promocionais e de relacionamento. A estratégia contempla ainda a reforma da loja instalada no bairro dos Jardins, região Sul de São Paulo, a primeira da rede, além da unidade da Vila Madalena, zona Oeste da cidade, ambas nos moldes da suntuosa unidade City, inaugurada em novembro de 2010, no Alto de Pinheiros, outro bairro do Sul paulistano. Em 2013, a meta é chegar à Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte.

A St. Etienne exemplifica justamente o modelo de padaria que está prestes a extrapolar os limites das esquinas do País. “Esse modelo pode ampliar a projeção dos produtos brasileiros no exterior”, analisa Alexandre Pereira, presidente da Abip. Ele estuda, inclusive, a possibilidade de instalar um projeto piloto em Xangai, na China, em parceria com o Crystal Group, especializado na importação e exportação de produtos, e a empresa de logística chinesa Centex.

O potencial de exportação das padarias brasileiras começou a ser vislumbrado quando os representantes do setor passaram a simular o ambiente nas feitas internacionais. Da repercussão conquistada na FHC China 2011, as padarias brasileiras ganharam um espaço nobre na Europain, evento realizado no início de março em Paris, na França. O passaporte já está carimbado também para a Alemanha, sede da IBA, a maior feira de panificação do mundo. O presidente do evento, Peter Becker, que comanda também a UIB, órgão que reúne todas as associações de panificação do mundo, já confirmou um espaço de 300 metros quadrados para os brasileiros.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Artesanato brasileiro em alta no mercado internacional

Agência Sebrae
O artesanato brasileiro ganha novo fôlego com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. O mercado está aquecido e a demanda interna e externa pelo produto artesanal segue em ritmo acelerado. O bom momento para negócios pode ser comprovado na 22ª Feira Nacional de Artesanato (FNA), que acontece entre os dias 22 e 27 de novembro na capital mineira. 

Segundo a coordenadora de exportação do Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (ICCAPE), Malú Drumond, a expectativa para os seis dias de evento é gerar US$ 1 milhão em negócios, valor que pode chegar a US$ 3 milhões nos 12 meses seguintes. Ela explica que a venda do artesanato nacional tem potencial para crescer no mercado externo. “Sabemos que uma crise na Europa afeta de forma negativa a exportação de produtos de segunda necessidade. No entanto, o artesanato nacional possui um diferencial que mantém a demanda constante no exterior”. 

São esperados cerca de 150 compradores vindos de vários países: Estados Unidos, Canadá, Bolívia, França, Índia, Portugal e Japão. Entre eles, há convidados do projeto Comprador, parceria entre o Instituto Centro Cape, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa). 

Uma prova de que o Brasil está em alta no mercado internacional é a rede de lojas El Corte Inglés, da Espanha e Portugal. A marca veio buscar aqui, em maio deste ano, peças artesanais que representassem a cultura brasileira. Acabou investindo € 1,1 milhão, sendo € 750 mil apenas em Minas Gerais. 

Outras duas empresas interessadas no artesanato brasileiro são a Macy’s e T.J.Maxx, ambas dos Estados Unidos. O primeiro contato para a comercialização de produtos nacionais foi feito por meio do ICCAPE. Amostras e fotografias de produtos mineiros já foram enviadas para as redes americanas. 

Pesquisa do Instituto Vox Populi, realizada em novembro do ano passado durante a Feira Nacional de Artesanato, mostra que a quantidade de artesãos exportadores aumentou. Dados do levantamento indicam que dois de cada dez artesãos venderam seus produtos para o mercado internacional em 2010, contra apenas metade desse número em 2009. Os números indicam ainda que o faturamento de quem exporta pode chegar a cerca de R$ 12 mil. Enquanto que os artesãos que vendem apenas para o mercado nacional lucram R$ 8,5 mil.