domingo, 8 de dezembro de 2013

Os 10% mais ricos concentram 42% da renda no país, indica IBGE

Diogo Martins
29/11/2013
Os 10% mais pobres da população brasileira detinham apenas 1,1% da renda total do país, ao passo que os 10% mais ricos possuíam 41,9% do rendimento nacional em 2012. É o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2012, a SIS apurou que, entre 2004 e 2012, houve melhora na distribuição de renda no período, “mas não suficiente para alterar substancialmente o quadro de desigualdades de renda do país”. Em 2004, a disparidade era maior, com os 10% mais ricos concentrando 45,3% da renda do país e os 10% mais pobres com apenas 0,9%. Na escala mais alta, entretanto, nada mudou. Em 2004, 13% da renda do país estava na mão do 1% mais rico. Em 2012, essa parcela da população detinha 12,9% da renda. A apropriação de renda pelas camadas mais pobres “permanece extremamente desigual”, afirmam os especialistas do IBGE no estudo.

Segundo o levantamento, considerando o rendimento mensal familiar per capita, no grupo que agrega a população 10% mais pobre estão 14,1% do contingente de pretos e pardos e 5,3% dos brancos.

As posições se invertem quando se trata do grupo formado pelos 10% dos brasileiros mais ricos, onde estão 15,9% da população branca e 4,8% dos pardos.

O Índice de Gini – indicador utilizado para mensurar a desigualdade de rendimentos e que varia de zero a um, sendo “um” o valor de máxima desigualdade – ficou em 0,507 no país em 2012. O índice não apresentou variação frente a 2011, mas ficou mais baixo que o 0,556 de 2004. Assim, o índice mostra leve redução da desigualdade.

A SIS também observou que 6,4% das famílias tinham até um quarto de salário mínimo per capita de rendimento familiar. Já 14,6% das famílias estavam na faixa de um quarto a meio salário mínimo per capita.

Em dez anos aumentou a participação das transferências de renda governamentais – chamadas de outras fontes – nos rendimentos dos mais pobres. Entre 2002 e 2012, a participação do rendimento de outras fontes no total de rendimento para o grupo de até um quarto de salário mínimo passou de 14,3% para 36,3%, enquanto para as famílias com rendimento per capita de mais de um quarto a meio salário mínimo per capita passou de 6,5% para 12,9%.


Disponível em http://www.valor.com.br/brasil/3357360/os-10-mais-ricos-concentram-42-da-renda-no-pais-indica-ibge. Acesso em 05 dez 2013.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Prazo de renovação de aluguel comercial é de 5 anos

Tadeu Rover
4 de dezembro de 2013
A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça definiu o prazo máximo de cinco anos como razoável para renovação de contratos de locação de imóvel para uso comercial, podendo ser requerida a renovação novamente pelo locatário no final deste período.

De acordo com a ministra Nancy Andrighi, relatora da ação no STJ, a ação renovatória deve garantir os direitos do locatário, evitando que o locador se aproprie do patrimônio imaterial agregado ao imóvel pela atividade desenvolvida, mas não pode se tornar uma forma de eternizar o contrato de locação, restringindo os direitos de propriedade do locador e violando a própria natureza bilateral e consensual da avença locatícia.

“Permitir a renovação por prazos maiores, de dez, 15, 20 anos, poderia acabar contrariando a própria finalidade do instituto, dadas as sensíveis mudanças de conjuntura econômica, passíveis de ocorrer em tão longo período de tempo, além de outros fatores que possam ter influência na decisão das partes em renovar, ou não, o contrato”, explica a ministra.

O caso julgado discutia a aplicação da acessio temporis — soma de períodos ininterruptos de locação — em  ação renovatória de contrato de locação comercial. De acordo com a Lei 8.245/01 (Lei de Locações) o locatário tem direito à renovação, por igual prazo, após cinco anos de contrato. Por isso, a empresa envolvida na ação solicitou que o contrato deveria ser de dez anos, pois era o período somado que ela alugava o imóvel.

Entretanto, a ministra afastou essa possibilidade. Em seu voto, explica que a legislação aceita a possibilidade de accessio temporis para se alcançar o prazo mínimo de cinco anos para se ter direito à renovação. Porém, de acordo com Nancy Andrighi, quando o artigo 51 da Lei de Locações dispõe que o locatário terá direito à renovação do contrato “por igual prazo”, ele está se referido ao prazo mínimo exigido pela legislação, que é de cinco anos, “mesmo que a vigência da avença locatícia, considerada em sua totalidade, supere esse período”.

Seguindo esta lógica, a ministra concluiu que cinco deve ser também o prazo mínimo de renovação, independentemente do prazo do último contrato que completou o quinquênio necessário ao ajuizamento da ação.

A decisão: http://s.conjur.com.br/dl/turma-stj-define-prazo-anos-renovacao.pdf
REsp 1.323.410

Disponível em http://www.conjur.com.br/2013-dez-04/turma-stj-define-prazo-anos-renovacao-aluguel-comercial. Acesso em 05 dez 2013.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Por que as pessoas atraentes têm mais sucesso?

Karina Fusco
28/11/2013
Ninguém duvida de que inteligência, habilidade para trabalhar em grupo, espírito empreendedor e liderança são competências essenciais para quem deseja crescer na carreira. Pouca gente, entretanto, leva em conta o peso da aparência em uma trajetória profissional de sucesso.

Mas o economista Daniel Hamermesh, da Universidade do Texas, acredita que esse fator esteja sendo subestimado. Ex-presidente da sociedade de economistas do Trabalho dos Estados Unidos e pesquisador do National Bureau of Economic Research naquele país, Daniel concluiu que pessoas com melhor aparência recebem salários até 20% maiores e, ao longo da carreira, somam, em média, 230.000 dólares mais do que as pessoas menos atraentes.

Além disso, os bonitões e as bonitonas têm maior probabilidade de ser promovidos e de permanecer empregados. Essas informações constam do livro de teoria econômica O Valor da Beleza — Por Que as Pessoas Atraentes Têm Mais Sucesso, publicado no Brasil pela editora Elsevier-Campus.

Desde os anos 70, Daniel pesquisa a correlação de salário e sucesso profissional com aparência física. Num desses estudos, produzido pela Universidade de Michigan, entrevistadores classificaram voluntários em diferentes graus de beleza. Depois de cruzar esses dados com o salário informado por eles, concluíram que, quanto melhor a aparência, maior a remuneração.

Em outra pesquisa, publicada no Journal of Applied Social Psychology, fotos de estudantes de MBA foram avaliadas e comparadas com seu contracheque dez anos após a formatura. Entre os bonitos, a remuneração cresceu mais rápido desde o fim do curso.

Mas não são apenas as pessoas abençoadas pela natureza que podem desfrutar os efeitos da boa aparência sobre o contracheque. Pesquisadores da Universidade Harvard constataram em uma pesquisa recente que mulheres que usam maquiagem são avaliadas como mais confiáveis e competentes.

Além disso, uma enquete do site de empregos americano CareerBuilder com recrutadores apurou que, ao optar entre dois candidatos igualmente qualificados, estar bem-vestido foi considerado o terceiro critério mais importante, atrás apenas de senso de humor e voluntariado e à frente de conhecimentos gerais e familiaridade com as mídias sociais.

Sinais de que os cuidados conscientes para melhorar a aparência, acessíveis aos pobres mortais, também podem impactar positivamente a percepção de colegas e superiores sobre seu valor no mercado de trabalho.

Esporte para uma imagem mais ativa

Após contratarem um coach, os advogados Luiz Guilherme Barreto e Rodrigo Souza Leite, de 34 anos, de São Paulo, fizeram mudanças no visual. "Percebemos que o trato muito formal e a maneira como nos vestíamos afastavam novos clientes", afirma Luiz Guilherme.

Além de ternos com corte moderno e gravatas mais coloridas, Rodrigo mudou a alimentação e adotou a bicicleta para voltar para casa. "Perdi quase 14 quilos", diz o advogado, que considera que agora transmite uma imagem mais ativa.

As mudanças repercutiram nos resultados do escritório, que conquistou novos clientes, principalmente na área de informática.

Mais autoconfiança na competição do ambiente corporativo

Para a executiva Carolina Magri, de 33 anos, de Campinas, interior de São Paulo, o investimento na imagem foi um diferencial para crescer na multinacional em que era analista plena de marketing.

Em 2009, quando começou a buscar um cargo de liderança, intensificou os cuidados com os cabelos, investiu no guarda-roupa e incluiu corrida e pilates na rotina. Em pouco tempo, foi promovida a coordenadora.

"Estar bem consigo mesma ajuda a ter autoconfiança no mundo corporativo, muito competitivo. Meus líderes perceberam a mudança e me deram feedbacks positivos."


Disponível em http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/186/noticias/a-economia-da-beleza?page=1. Acesso em 05 dez 2013.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Após três anos, chega ao fim a Geo Eventos

Raissa Coppola
07 de Novembro de 2013
Geo Eventos fecha as portas ainda em 2013
Apenas três anos após a sua abertura, a Geo Eventos encerrará as atividades no final de 2013. A última empreitada assinada pela empresa de entretenimento e eventos das Organizações Globo será o sorteio de grupos da Copa do Mundo do Brasil, a ser realizado em 6 de dezembro, na Costa do Sauipe, Bahia. A Geo está a cargo da parte artística do evento, enquanto a Aktuell fará a produção.

Segundo informações apuradas por Meio&Mensagem, o fim do negócio acontece por falta de retorno dos investimentos realizados desde o início da operação. Produções caras e negócios de peso, como as duas primeiras edições do Lollapalloza Brasil, demandaram grandes gastos e acumularam prejuízos.

A empresa ensaia uma reestruturação desde o primeiro semestre de 2013, quando perdeu os executivos Claudio Santos e Leo Ganem. Em agosto, a Geo anunciou que não organizaria mais o festival de Perry Farrell. O evento foi assumido pela Time For Fun, que fechou contrato por cinco anos. Em outubro, a T4F anunciou que também ficaria com o controle do Teatro Geo.

A reportagem apurou ainda que Geo tenta negociar a Outplan, especializada na comercialização de ingressos para jogos, mas não obteve sucesso até o momento. Os funcionários da empresa já foram comunicados. A maioria não será absorvida pelas Organizações Globo.

Trajetória de três anos

A Geo Eventos nasceu no começo de 2010, tendo como presidente Pedro Assumpção e foco nas áreas de entretenimento, esporte e negócios. Os investimentos iniciais foram de aproximadamente R$ 250 milhões. Posteriormente, a atuação passou a englobar a área de educação, com a compra da marca HSM. Em meados de 2011, a empresa chegou a ter 80 funcionários e visava um faturamento de R$ 100 milhões em seu primeiro ano “cheio”.

Entretanto, em fevereiro de 2012, a sociedade entre Globo e Grupo RBS na joint-venture foi desfeita e a primeira passou a deter 100% da agência. Por outro lado, o RBS assumiu o braço HSM, de educação, focando a atuação da Geo em esportes, negócios e entretenimento, como era originalmente. Leonardo Ganem, presidente da Som Livre, foi escolhido para comandar a empresa em sua nova fase, substituindo Assumpção em fevereiro de 2011. Assim, o novo o plano passou a ser o de construir uma plataforma de eventos para atuar nessas três áreas.

Outro reforço que a Geo teve em sua nova fase foi Claudio Santos, ex-RBS, que assumiu a diretoria comercial em novembro de 2011. Ele deixaria o cargo em janeiro de 2013, em meio a uma nova reestruturação da empresa. Nessa nova fase, a área de esportes passou a ser voltada apenas à comercialização de tíquetes para eventos esportivos – por meio da Outplan.

Em agosto de 2013, a Geo anunciou que não iria mais produzir a edição brasileira do Lollapalooza, sob o pretexto de que se concentraria em eventos com sinergia com as marcas das Organizações Globo. A agência trouxe ao Brasil bandas como Pearl Jam, Foo Fighters, Arctic Monkeys, Jane´s Addiction, The Killers e The Black Keys nas duas edições realizadas em 2012 e 2013. O evento será realizado no Autódromo de Interlagos nos dias 5 e 6 de abril pela Time for Fun, que fechou contrato por cinco anos.

Em 5 de novembro de 2010, poucos dias antes do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, a Geo Eventos promoveu o F1 Rocks, seu primeiro evento. Protagonizado por N*E*R*D, Marcelo D2 e a grande atração da noite, o rapper Eminem, o evento teve problemas de todos os tipos: um dilúvio ocasionou atrasos e shows mais rápidos, as vendas de ingressos foram aquém das expectativas e os congestionamentos recordes daquela noite impediram que muitas pessoas chegassem a tempo. Não foi um bom presságio para a empresa que, três anos após esses fatos, fechará suas portas em dezembro.


Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2013/11/07/O-fim-da-Geo-Event.html?utm_campaign=geo_eventos&utm_source=facebook&utm_medium=facebook. Acesso em 05 dez 2013.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cinco maneiras de lidar com conflitos na sua empresa

Camila Lam
14/12/2012
Conflitos acontecem quando há diferentes interpretações sobre um mesmo problema. Isso é muito comum, pois quase todas as pessoas têm percepções distorcidas de como as coisas realmente são. Em pequenas empresas, onde o convívio é mais intenso, estes conflitos são ainda mais comuns.

Quem impõe pontos de vista de maneira intransigente costuma gerar discussões com outros colaboradores, clientes e fornecedores. Confira cinco dicas para o empreendedor minimizar conflitos entre os membros de sua equipe.

1. Seja empático

Empatia é a habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Ela nos ajuda a compreender as razões, por mais estranhas que pareçam, que levam alguém a tomar decisões que jamais tomaríamos.

2. Ouça os dois lados

Para ser justo, é fundamental que o líder entenda os pontos de vista conflitantes entre as pessoas envolvidas antes de tomar qualquer decisão.

3. Tenha uma postura racional

Não se contamine emocionalmente quando houver discussões mais ríspidas. Mantenha a negociação no plano racional. As pessoas tendem a respeitar quem mantém o autocontrole.

4. Estimule o diálogo

Procure fazer com que as partes apresentem seus argumentos de maneira serena e de preferência embasados em dados mensuráveis, de forma que as informações dos dois lados possam ser aproveitadas em uma proposta intermediária.

5. Não se omita

Muitas vezes, o líder se retira antes de resolver o conflito. Se depois de tudo isso o impasse persistir, decida você. Às vezes, é preciso tomar partido de uma das posições e encerrar o problema, deixando claro quais os critérios levados em consideração para decidir.

Seguindo estes cinco passos, com o passar do tempo, as pessoas perceberão que, com você no comando, a negociação equilibrada sempre será o melhor caminho e os conflitos em sua empresa diminuirão muito.


Disponível em http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/5-maneiras-de-lidar-com-conflitos-na-sua-empresa. Acesso em 01 dez 2013.