domingo, 12 de dezembro de 2010

Brasil paga dez vezes mais por banda larga do que países desenvolvidos


Marina Lang
O Brasil paga dez vezes mais por acesso à conexão banda larga do que países desenvolvidos, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em Brasília.
Enquanto na renda mensal dos brasileiros o gasto médio com banda larga no Brasil custava, proporcionalmente, 4,58% do valor total per capita de 2009, nos países desenvolvidos a mesma relação gravitava em torno de 0,5% --quase dez vezes menor, segundo os dados apresentados. Na Rússia, o índice caía para menos da metade no período, ou 1,68%.
Segundo o Ipea, são três os fatores que contribuem para o alto preço do serviço: baixo nível de competição, elevada carga tributária e baixa renda da população.
Dentre os pontos apresentados para melhoria do acesso à banda larga no Brasil, o Ipea defende a mudança da Lei Geral de Telecomunicações (1997), que posiciona a internet como um serviço agregado à telefonia; redução das desigualdades regionais (veja abaixo); redução de lacunas no mercado e no acesso; redução da carga tributária; e enfocar, além da infraestrutura, na qualidade da conexão.
O estudo vem em meio às intensas discussões sobre a adoção do Plano Nacional de Banda Larga, cujo objetivo é massificar o acesso à internet no país a preços menores que os praticados atualmente pelo mercado. A proposta do governo é oferecer a banda larga a preço em torno de R$ 30.
A projeção do Ipea indica ainda que redução de alíquota do imposto da banda larga para operadoras não vai resolver os problemas de preço e de abrangência a rincões brasileiros nos quais a conexão banda larga não chega.
O instituto evitou, contudo, defender diretamente a adoção de um mecanismo estatal para ampliação do acesso --embora o estudo aponte que haverá investimento do Estado em países desenvolvidos para ampliação do acesso residencial.
"A diferença do Brasil entre outros países está aumentando", disse o técnico João Maria de Oliveira, coautor do trabalho. "Independentemente do mecanismo [estatal ou não], o que deve acontecer é a livre participação. Em países como Austrália e Alemanha, existe a intervenção estatal para ampliação." Nesse âmbito, o estudo também cita países como Estados Unidos e França.
Falha na cobertura
Ao final de 2008, dos 58 milhões de domicílios brasileiros, 79% (46 milhões) não tinham acesso à internet, enquanto apenas 21% (12 milhões) desfrutavam desse serviço.
Segundo os dados projetados pelo instituto, a conexão banda larga chega a apenas 3,1% dos domicílios rurais brasileiros, percentual que totaliza 266 mil residências de um total de 8,6 milhões.
Estados isolados como Roraima e Amapá têm acessos residenciais praticamente inexistentes. No Nordeste, a banda larga chega a menos de 15% dos domicílios.
A disparidade entre o porcentual de acessos de banda larga em domicílios nas regiões rurais e urbanas é grande. No Centro-Oeste, regiões urbana e rural detém, respectivamente, 28,1% e 5,2%. Já no Nordeste a região urbana tem 14,3%, enquanto a região rural tem 1,1%. A região Norte tem 10,9% dos acessos na região urbana, e a região rural possui 1,9%.
No Sudeste, a região urbana tem 27,8% de domicílios com acesso à banda larga, enquanto o meio rural detém 5,5%.
O Sul vem com 29,6% dos acessos em áreas urbanas --na região rural, o número cai para 5,2%.
"A penetração no Brasil é bastante crítica", disse Luis Kubota, um dos técnicos responsáveis pelo estudo. Ele afirma ainda que, embora o preço tenha caído, a densidade de acesso ainda está abaixo dos padrões internacionais --mesmo em relação a países com nível de desenvolvimento econômico semelhante, como México e Turquia.
Segundo os técnicos do Ipea, o Brasil tem uma média de conexão de 1 Mbps (megabit por segundo), enquanto países como Japão e Coreia têm conexões de 100 Mbps. "Isso acontece por causa do uso de fibra óptica, que propicia velocidades mais altas", afirmou Kubota.
Na divisão por velocidade de conexão, 34% das residências têm até 256 Kbps, enquanto 20% apresentam conexão entre 256 Kbps e 1 Mbps. Outros 15% possuem conexões entre 1 e 2 Mbps. Conexões entre 4 e 8 Mbps ou acima disso correspondem a apenas 2% da população. Outros 23% não souberam responder as velocidades.
O Ipea defendeu abertamente o investimento de acesso mais veloz a longo prazo --a maioria dos países está pensando na 2ª geração de banda larga, enquanto o Brasil "nem resolveu a primeira", nas palavras do técnico Rodrigo Abdalla.
"O investimento na infraestrutura de banda larga não é um fim em si mesmo. Ele traz desenvolvimento em educação, transporte, saúde e energia elétrica", declarou Kubota, apontando que o aumento de 1% da conexão é diretamente proporcional ao aumento de 1,2% do PIB.
Com detalhes da abrangência nacional e internacional, o estudo é um dos maiores já feitos no país e compila dados do ICT Development Index e de instituições como a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística), além da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios), extraídos entre os anos 2008 e 2009.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Anote aí 34: Preços; População; Moda; Rede Social; Mobiliário Urbano

BURGOS, Pedro et all. Por que tudo custa mais caro no Brasil Nossos preços estão entre os mais altos do mundo. Pagamos 3, 4 vezes mais por qualquer coisa. Mas o maior problema é outro: muita gente adora isso. Superinteressante, n.º 285, dezembro de 2010, pp. 21-22. 


SANT’ANNA. Lourival. Cidades média lideram crescimento populacional Na última década, número de habitantes nestes municípios aumentou, em média, 1,43% por ano, contra 0,90% dos demais. O Estado de S. Paulo, 28 de novembro de 2010, Caderno Via, p. A38.


YURI, Debora. Passarela digital Febre dos blogs de moda, que ditam o buzz, formam opinião e chegam às campanhas publicitárias, abre uma nova era para grifes novatas e tradicionais. Próxxima, nº 24, novembro/dezembro de 2010, pp. 56-63.


GOMES, Adriana Salles. Sua empresa está nas redes?  - Ter uma estratégia de presença (e uso) das redes sociais será cada vez mais importante para as organizações de negócios em um mundo em fluxo, afirma o especialista em TI Silvio Meira, nesta entrevista exclusiva. HSM Management, ano 14, volume 6, nº 83, novembro/dezembro de 2010, pp. 142-144.


IBOPE/M&M. A publicidade está lá fora Investimento publicitário em mobiliário urbano chega a R$ 310 milhões em 2010. Meio & Mensagem, ano XXXII, nº 1434, 08 de novembro de 2010, pp. 78-79.  

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Classe C é impactada nas redes sociais

Maria Fernanda Malozzi

Atingir a nova classe média - também conhecida por classe C - na internet é mais fácil por meio das redes sociais. Pelo menos é o que dizem alguns especialistas do mercado. MSN, Orkut e YouTube são os sites que essa camada da população mais visita quando está online.
Os portais de notícias não ficam de fora do plano de mídia dos anunciantes que querem falar com a classe C. Mas as redes sociais ainda são a preferência na hora de desenvolver campanhas online para esse público porque é possível fazer entretenimento. "No mundo da internet tem que conquistar o internauta. Tem que fazer entretenimento. Tem que perguntar: você viralizaria isso?", explica Fernando Taralli, presidente da Energy.
A agência, que atende a conta digital das Casas Bahia, procura fazer ativação da marca em datas especiais por meio de hotsites. No Dia dos Namorados, por exemplo, o anunciante fez um hotsite no qual os namorados montavam um scrapbook virtual com fotos, vídeos e anotações. Os cinco melhores álbuns ganharam uma viagem para Buenos Aires. O hotsite teve mais de dois milhões de page views, com seis mil scrapbooks feitos.
Já para o Dia dos Pais, a Energy desenvolveu outro hotsite no qual os internautas criavam uma história em quadrinhos virtual com o tema "Papai é Campeão". As 10 melhores histórias ganharam um kit com o gibi encadernado, uma camisa oficial do time do pai personalizada e um pendrive. O primeiro colocado ainda ganhou TV de 42 polegadas LCD Full HD. O hotsite teve cerca de 250 mil page views e 2.626 gibis criados.
Para divulgar o lançamento do MiniBis para os jovens da classe C, a Lacta foi para o Orkut. Em abril deste ano, os participantes do Colheita Feliz, jogo do Orkut, receberam uma semente de mini-cacau. Após 48 horas, as sementes transformaram-se em árvores de MiniBis, que podiam ser plantadas ou roubadas, fazendo alusão à assinatura da marca "Desconfie de todos". A ação, criada pela Ogilvy, impactou 75,5% do total de usuários do Orkut.
Segundo a Pesquisa de Mercado 2010 do Google, realizada pela TNS Research International, a classe C é mais impactada por uma informação postada pelo fabricante nas redes sociais (54%) do que os early users (43%). Já as opiniões dos amigos recebem mais atenção dos early users (49%) do que a classe C (45%). "A classe C é o grande motor do e-commerce brasileiro", lembra Michel Lent, gerente-geral e vice-presidente de criação da Ogilvy.
Mesmo presente na internet e com um comportamento que já se aproxima do dos membros das classes A e B, como uma maior adesão ao comércio eletrônico, a nova classe média ainda difere dos demais na compreensão da publicidade digital. "Antes de começar a criar, mapeiem a jornada digital do consumidor para definir quais canais serão trabalhados na internet", aconselha Paulo Sanna, vice-presidente de criação da Wunderman.
A maneira como a informação é passada também é fundamental para o sucesso da campanha. "Procuro ter o cuidado em ser mais didático, deixar claros os benefícios do produto ou serviço. As mensagens têm que ser mais diretas porque eu parto do princípio de que o tempo de imersão [da classe C] é menor porque a maioria acessa de lan houses, do trabalho ou de lugares públicos", explica Raphael Vasconcellos, vice-presidente da AgênciaClick Isobar.

Investimento em boa comunicação traz retorno

Daniela Maimone


Para uma comunicação de retorno, é preciso antes de mais nada investir tempo e saber criar boas possibilidades. Afinal, como disse Goethe: “As coisas mais importantes nunca devem ficar a mercê das menos importantes”.

É chegada a hora de gerenciar nossos argumentos para um melhor desempenho pessoal e profissional. Você poderia parar por alguns instantes e redigir uma resposta curta para a questão que levanto:
- O que, em sua vida profissional ou empresarial, teria o mesmo efeito?
Certamente a boa comunicação se faz presente, seja ela inserida no contexto ou pela própria razão final da ideia.
Para criarmos boas possibilidades de investimento é preciso focar nossos objetivos e estabelecer metas reais, as quais podemos de fato concretizar sem deixar de lado o bom relacionamento interpessoal.
Avaliar-se é sem dúvida uma alternativa que reduz índices e baixa a margem de erro tanto na elaboração como na concretização de projetos.
As maiores oportunidades de investimento interpessoal para ganhos imediatos estão em ações com visibilidade. Como por exemplo realizar um networking eficaz, onde estarão empregadas não apenas regras de conduta, mas uma variedade de situações que contribuirão para uma melhora da performance corporativa e sem dúvida pessoal.
Afinal, existem três tipos de pessoas: as que fazem acontecer, as que assistem aos acontecimentos e as que estranham o que aconteceu. Em qual categoria você se encaixa? Se você é do tipo que gosta de se relacionar, certamente estará acostumado a ser o líder da sua vida e conhece quem faz o mesmo.
Não esquecendo que o bom relacionamento pressupõe atender aos seus interesses e ajudar os outros a satisfazerem os deles. Reputação e confiança são e serão sempre essenciais para consolidar boas parcerias futuras.
Desta forma, desenvolvendo o hábito de ampliar seus contatos, você estará diversificando seu vocabulário e aprendendo uma nova forma de continuar idealizando com contexto.
O networking estratégico nos prepara para os acasos felizes. Quanto mais nos sentimos confiantes em nossa capacidade de estar com pessoas, maior será a nossa predisposição para encontros casuais e para a possibilidade de convertê-los em relacionamentos vantajosos e eficazes. 

sábado, 4 de dezembro de 2010

Vendedor ou atendente de vendas?

Bárbara Moya
O importante é vender. Esse é o lema, esse é o negócio, essa é a prática. Calma, muita calma.

Vender não é fácil, mas claro se você tiver uma carteira e precisar apenas cumprir o básico dia após dia, então pode apenas “vender”, ou melhor, atender uma solicitação. Sim, você é um atendente. 
Nada errado, até porque conseguir ser bem atendimento hoje em dia já é bem difícil, principalmente as pequenas empresas sofrem mais esse descaso.
Mas para evoluir e ser um vendedor, consultor de vendas (ou qualquer outro nome bonito que queira dar), ganhar mais, vender mais e fidelizar o cliente, você precisa adquirir conhecimento.
Precisa entender de requisitos, aprender o negócio do cliente, identificar necessidades, ser proativo na oferta de vendas e não vender gato por lebre, ou esperar que a venda caia do céu, não, isso nunca.
Por exemplo: preste atenção no diálogo.
Diálogo do atendente:
Cliente – Olá Berlamino, tudo bem?
Atendente - Eu estou ótimo e você, José? Como anda essa potência em venda de perfumes? Sabe que outro dia comprei um perfume da marca da sua empresa para a minha esposa. Ela adorou.
Cliente - Que bom, Belarmino. Sabe o pessoal aqui de TI tá precisando de roteador, quer dizer acho que é isso.
Atendente - Fica tranquilo. Representamos cinco das melhores e mais confiáveis marcas do Brasil e até do mundo. Vou te enviar as especificações e os preços.
- Ok. Obrigado.
Diálogo do Vendedor:
Cliente - Olá, boa tarde. Como vai, Berlamino? Vendedor - Eu estou bem e você?
Cliente - Ótimo e começando mais uma semana.
Vendedor – No que posso ajudá-lo hoje?
Cliente - Me pediram para consultá-los sobre compra de roteador. O que você me diz?
Vendedor - José, primeiro eu gostaria de passar por aí e conversar com você, ver as máquinas instaladas, analisar a sua rede e entender exatamente qual é a necessidade de vocês. Há vários tipos de roteadores no mercado e, dependendo do tamanho da sua rede, um outro modelo ou produto poderá ser mais eficiente. Vamos agendar uma visita?
Cliente - Claro, obrigada pela atenção Berlamino, mas você entende de especificação técnica, de rede e saberia indicar o melhor produto para a nossa necessidade?
Vendedor - Fique tranquilo, sei que você não tem um departamento de tecnologia, mas podemos atendê-lo e indicar uma ótima solução, com custo x benefício garantido.
Cliente - Perfeito, aguardo você quarta-feira, às 9 horas
Vendedor – Combinado. Até lá!
Perceberam alguma diferença? O atendente senta na cadeira e espera o pedido. Atende e oferece os produtos do guia de referência e tenta ganhar pelo preço. Já o vendedor/consultor, entrevista, analisa, tenta entender a necessidade do cliente.
Agenda um encontro pessoal, se necessário, para sentir de perto o que e para que o cliente precisa do produto, sempre levando em conta que o cliente quer atenção, quer um excelente e diferenciado atendimento, e isso significa que vender é, acima de tudo, encantar.
Quem tem essa percepção e se empenha em encantar o cliente, conquistando a sua confiança, esse sim caminha para a fidelização.
Porém, pense no vendedor que trabalha com MSN, duas linhas telefônicas, e-mail e uma carteira de 100 clientes. Ele consegue exercer o seu papel plenamente?
Esse item merece uma atenção especial, afinal: será que a quantidade de ferramentas de comunicação permite que ele dedique o tempo realmente necessário para atender satisfatoriamente um cliente? Sua carteira de clientes está bem dimensionada?
Nesse contexto, vale lembrar que quando dedicamos tempo ao cliente e entramos na sua casa, nos tornamos mais próximos, conselheiros, e aí está a fidelização. Se você tiver um aperto no coração vai comprar um aparelho de eletrocardiograma? Claro que não, vai procurar um cardiologista, afinal você quer ouvir, ser ouvido, entender, ser entendido e receber um diagnóstico que você possa entender.
Você é um atendente ou vendedor?
Vendedor? Então se capacite, adquira conhecimento, invista nos treinamentos ofertados pelos fabricantes e distribuidores, se aproxime definitivamente do seu cliente. Conheça mais sobre cada negócio, se interesse espontaneamente em entender como funciona, para que serve, quais os diferenciais e vantagens. Ele vai colar em você. Eu garanto!