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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pesquisa: metade das PMEs acredita estar imune contra ciberataques

Olhar Digital
A Symantec anuncia os resultados da sua Pesquisa 2011 sobre Conscientização das PMEs em Relação a Ameaças, que revelou que, ainda que o nível de conscientização seja elevado, as pequenas e médias empresas (PMEs) não se vêem como alvos de ciberataques. Consequentemente, elas não implementam as proteções adequadas para suas informações. A pesquisa examinou os níveis de conscientização das pequenas e médias empresas (PMEs) sobre os perigos das ameaças à segurança e quanto elas estão preparadas para se defender contra eles. Foram entrevistadas 1.900 organizações em todo o mundo, incluido o Brasil.

"Nossa pesquisa mostra que as PMEs são bem vulneráveis a ataques cibernéticos e que é mais importante do que nunca que elas tomem medidas para manter suas informações seguras. Mesmo com orçamentos apertados e recursos limitados, mudanças simples, como educação e boas práticas, podem reforçar significativamente o perfil de segurança das PMEs em relação aos ataques cibernéticos", afirma Steve Cullen, vice-presidente sênior de marketing mundial para PMEs e cloud da Symantec Corp.

Destaques da pesquisa

• As PMEs estão familiarizadas com as ameaças à segurança

A pesquisa mostrou que mais de metade das PMEs está familiarizada com as diferentes ameaças à segurança dos negócios, incluindo ataques direcionados, registro de digitação e os riscos que vêm com o uso de smartphones nos negócios da empresa. Mais da metade (54%) afirmou que o malware pode causar perda de produtividade, e 36% reconheceram que os hackers podem ter acesso a informações confidenciais. Além disso, os entrevistados disseram que um ataque direcionado poderia afetar os negócios. 46% afirmaram que um ataque direcionado também causaria perda de receita, e 20% disseram que poderia afastar clientes. 

• As PMEs não se vêem como alvos

Surpreendentemente, embora conheçam o perigo dos ciberataques, as PMEs não se sentem em risco. Na verdade, 50% das PMEs entendem que, por serem de pequeno porte, não estão em perigo – acham que são principalmente as grandes empresas que têm que se preocupar com ataques. Isso contradiz diretamente as evidências. De acordo com dados da Symantec.cloud, desde o início de 2010, 40% de todos os ataques foram dirigidos a empresas com menos de 500 funcionários, em comparação com apenas 28% dirigidos a grandes companhias.

• PMEs não estão tomando nenhuma medida

Por não se verem como alvo, muitas das PMEs não estão tomando as precauções básicas para proteger suas informações. Enquanto dois terços restringem as pessoas que têm informações de login, impressionantes 63% não protegem as máquinas usadas para serviços bancários online e 9% não tomam precauções extras para os mesmos serviços. Mais da metade (61%) não usa antivírus em todos os desktops, e 47% não contam com segurança para servidores/serviços de correio eletrônico.

Recomendações

Para manter seguras as informações corporativas confidenciais, existem três práticas simples que as PMEs podem seguir para se protegerem contra ciberataques:

• Oriente os funcionários - Desenvolva orientações sobre segurança da Internet e treine os funcionários a respeito do tema e sobre as ameaças mais recentes. Parte do treinamento deve se concentrar na importância de mudar as senhas regularmente e proteger os dispositivos portáteis.

• Avalie seu status de segurança - As PMEs enfrentam maiores riscos em relação às suas informações confidenciais, por isso é fundamental contar com proteção. A violação de dados pode significar a ruína financeira para uma pequena ou média empresa. Identifique o que você precisa proteger. É importante entender os riscos e falhas de segurança para que você possa tomar medidas para proteger as informações. 

• Aja - Seja proativo e desenvolva um plano de segurança. Considere itens como políticas para senhas, proteção de endpoints, criptografia, segurança de e-mails e ativos da Web. Você também deve avaliar o que seria melhor para atender às necessidades de sua organização, serviços locais ou hospedados.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Estudo mostra que geração digital não sabe pesquisar

Portal Terra
Há pouco tempo, quando os alunos eram solicitados a fazer um trabalho de pesquisa, era necessário ir até uma biblioteca e realizar a busca em diversos livros didáticos e enciclopédias. Nos dias de hoje, a realidade é outra: debruçar-se sobre páginas impressas é raro quando existem milhões de links sobre o assunto desejado à disposição com apenas um clique.

Mas, o que deveria ser um avanço acabou resultando em retrocesso, segundo um estudo americano que aponta que a geração digital não sabe pesquisar. Na investigação realizada na Universidade de Charleston, nos Estados Unidos, ficou claro que os estudantes de hoje não sabem realizar uma pesquisa de forma efetiva. Conforme os resultados, o grande inimigo está na comodidade que o meio digital oferece. Ferramentas de busca como o Google tornaram os alunos menos preocupados com a credibilidade de uma fonte de informação, por exemplo.

No estudo, os pesquisadores pediram que um grupo de universitários respondesse a um questionário utilizando a internet como meio de pesquisa. Para testar os participantes, foram colocadas intencionalmente informações erradas nos primeiros resultados das buscas realizadas pelos estudantes. Como previsto, os alunos basearam-se nos primeiros links e erraram todas as questões.

O trabalho revelou uma realidade lamentável: os estudantes da era digital se contentam com informações rápidas, sem se importar com procedência e fidelidade. Para José Moran, professor aposentado de Novas Tecnologias da Universidade de São Paulo (USP) e diretor de Educação a Distância na Universidade de Anhanguera (Uniderp), o fato é consequência de uma geração que cresceu com computadores e está acostumada com informações em 140 caracteres. Contudo, Moran acredita que o fato não se restringe somente a crianças e adolescentes.

"A internet deixou as pessoas em geral mais acomodadas. Adultos também cometem erros ao realizarem pesquisas online", diz. Por isso, o professor acredita que um dos papéis da escola, atualmente, deve ser o de ensinar metodologias de pesquisa desde cedo. "Os educadores pedem tema de estudo, mas não ensinam metodologias", afirma.

Outra pesquisa americana também comprova que jovens da geração digital não se preocupam com a procedência de suas fontes de estudo. Realizada pela Universidade Northwestern (EUA), a pesquisa pedia que 102 adolescentes do Ensino Médio buscassem o significado de diversos termos na internet. Todos tiveram sucesso nas respostas, mas nenhum soube informar quais foram os sites utilizados. "Os jovens confiam demais na internet", destaca o diretor de Educação a Distância da Uniderp.

Ensino de pesquisa na internet

Na Escola de Educação Básica Rocha Pombo, em São Joaquim (SC), o projeto "Ensinando a fazer pesquisas na internet" foi implantado nas turmas de 4º série. Elaborado pelo professor de informática Francisco Mondadori Junior, o projeto tem como objetivo trabalhar o conceito de pesquisa desde cedo, pois assim os estudantes chegam ao Ensino Médio sabendo utilizar as barras de pesquisa a seu favor.

O trabalho consiste em um questionário em que os alunos devem apontar suas áreas de interesse e pesquisar sobre esses assuntos. "Sugerimos a pesquisa na internet, no Google, digitando as palavras-chave das atividades que mais gostam. Cada aluno faz a sua pesquisa, procurando o site mais interessante", explica, dizendo que os pequenos são auxiliados por professores que também ensinam a importância de utilizar fontes de informação confiáveis.

Professor do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) das escolas estaduais de São Joaquim (SC), Mondadori Junior conta que o ensino da pesquisa científica e escolar é uma das preocupações do núcleo, que procuram criar atividades lúdicas e divertidas para trabalhar o conceito em sala. "Em minha opinião deveria existir uma disciplina só para isso nas escolas", opina, dizendo que percebe, cada vez mais, a dificuldade dos alunos em realizar trabalhos de pesquisa. "Eles se contentam com os primeiros links", diz, destacando que é comum ouvir frases como "achei no Google".

Mondadori Junior defende a postura adotada por algumas escolas e educadores de não permitir o uso da internet como fonte de pesquisa. "É interessante proibir só no início, pois assim o estudante descobre que existem outras possibilidades de estudo, e não somente o meio virtual", explica. José Moran discorda: "Isso resulta em um estudante que usa livros na escola, e a internet em casa", sentencia, ressaltando que as dificuldades continuariam existindo. "Um dia esse aluno vai poder usar a internet para pesquisar, e então vai fazer de forma errada, pois não aprendeu na escola", completa.

Em mais de 20 anos de docência, Moran afirma que nunca deixou de trabalhar metodologias de pesquisa com seus alunos, seja no ensino fundamental ou no superior. "Sempre que eu passo trabalhos, especifico o tipo de pesquisa que eu quero, e ainda vejo com os estudantes algumas possibilidades mostradas pelo Google", diz, afirmando que ainda compara links e aponta informações que podem estar equivocadas. "Com isso, o jovem passa a desconfiar da internet, pois cria a consciência de que nem tudo que está no meio online é verdadeiro", conclui.

Na Escola Nossa Senhora das Graças, em São Paulo, a preocupação com o ensino de pesquisa na internet começou em 2009. Os educadores do colégio viram a necessidade de criar uma estrutura online que pudesse auxiliar os estudantes nos trabalhos escolares. Por isso, foi criado o "Caminhos de pesquisa na internet", uma ferramenta virtual que discute alguns critérios de pesquisa e avaliação das informações. Além dos professores deixarem dicas de endereços confiáveis, os alunos podem postar informações retiradas de sites para que os docentes possam avaliar sua veracidade.

Apesar de achar a solução interessante, Moran alerta que nem sempre os alunos terão uma ferramenta escolar a sua disposição. "A escola precisa ensinar os estudantes a caminharem sozinhos e terem noções críticas de fontes de pesquisa", opina.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Microempresas ainda desconhecem os benefícios da Internet

IDGNow!
A Internet continua a ser uma ferramenta muito pouco, ou quase não usadas pelos microempresários brasileiros, segundo a pesquisa TIC Microempresas 2010, realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) e divulgada nesta quarta-feira (28/12) pelo Comitê Gestor da Informática (CGI.br).

Os dados do levantamento realizado entre setembro e novembro de 2010, com mais de 1.500 empresas brasileiras que empregam até 10 funcionários, atualizam o levantamento de 2007. Os resultados revelam estabilidade no número de microempresas informatizadas - em 2007, 69% tinham computadores com acesso à Internet e este patamar se manteve estável em 2010 - mas a presença na Web é muito baixa - 73% das microempresas pesquisadas não possuem site e 83% delas sequer figuram em canais online de parceiros ou terceiros. Pior, aquelas que têm página na Internet oferecem somente recursos básicos, como catálogos e listas de preços de produtos.

Na prática, a maioria dos microempresários entrevistados (64%) alega não necessitar da Internet para seus negócios. E mesmo aqueles que declaram usá-la, limitam-se a funções básicas, como envio de e-mail (97%) ou buscas online (88%). Atividades que exijam maior familiaridade com a Internet, como usar serviços bancários online, oferecer serviços ao consumidor, e o uso em treinamento, têm índices ainda relativamente baixos, principalmente quando comparados a empresas com mais de 10 funcionários: 58% das microempresas utilizam serviços bancários, 51% fazem uso de mensagens instantâneas, e apenas 40% oferecem serviços ao consumidor.

Outro indicador importante avaliado na consulta foi o uso que essas empresas fazem de sites governamentais. O índice, bastante significativo e similar ao que foi apresentado por empresas maiores, aponta que 71% das microempresas acessam páginas do governo. Entretanto, somente 7% das empresas com 1 a 9 funcionários adquirem bens ou serviços de organizações governamentais via Internet e apenas 37% fazem pagamentos pela rede a esses órgãos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Para 72% dos universitários brasileiros, web é mais importante que namorar

IDG Now!
Sem dúvida, é mais difícil ficar sem casa do que sem Internet, mas, aos poucos, os jovens começam a enxergá-la como um recurso essencial à sua vida, tal qual o ar ou a água. Segundo o Relatório Mundial de Tecnologia Conectada, elaborado pela Cisco, quase dois terços (63%) dos jovens universitários e adultos em início de carreira consideram a rede mundial algo imprescindível, e mais da metade a descreve “como parte integrante de sua rotina” – em alguns casos, à frente do carro e da namorada.


“Sem sombra de dúvida, o mundo está se tornando um local onde a Internet é cada vez mais importante, e se torna ainda mais importante a cada nova geração”, afirmou Marie Hattar, vice-presidente de marketing da empresa.
Dois em cada cinco universitários disseram que a web é mais relevante para eles que namorar, sair com os amigos ou ouvir música. No Brasil, o índice sobre para 72%. O mesmo parâmetro se repete em relação às redes sociais: 27% dos jovens entrevistados preferem o contato via Facebook ao pessoal, enquanto que no País a taxa chega a 50%.
Dispositivos móveis e notícias
Dois terços dos estudantes universitários mencionaram um dispositivo móvel (notebook, smartphone, tablets) como a principal tecnologia que utilizam. No Brasil, o número cai para 35%, sendo derrotado pelo desktop (47%). Em termos globais, apenas 6% lembrou da TV.
Quanto aos jornais impressos, a popularidade deles entre os jovens é baixíssima: só 4% dos entrevistados os elegeram como principal fonte de informação. Por outro lado, nove em cada dez possuem uma conta no Facebook, e mais de 70% as acessam uma vez por dia pelo menos.
Por conta disso, inclusive, as interrupções durante trabalhos e projetos é constante. Em uma hora, afirmam 84% dos estudantes, pelo menos uma atividade online requer sua atenção, como mensagens instantâneas e atualizações nas redes sociais. Um em cada cinco disse que em apenas 60 minutos isso ocorre mais de cinco vezes.
“Os estilos de vida de “prossumidores” – a combinação de profissionais e consumidores no local de trabalho –, suas expectativas tecnológicas e seu comportamento com relação ao acesso à informação vem mudando a natureza das comunicações em escala global”, concluiu Dave Evans, futurista-chefe da Cisco.
A pesquisa abordou dois universos: uma com universitários e outra com jovens trabalhadores com até 30 anos de idade. Mais de cinco mil pessoas de 14 países – incluindo o Brasil – foram entrevistadas.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Anote aí 61: Sozinhos; Grátis; Web; Futebol; Marcas

BURGARELLI, Rodrigo. Número de brasileiros sozinhos triplica em 20 anos. Já são 6,9 milhões 500 mil casas de SP têm 1 só morador. Embora a média da capital paulista, de 14,1% dos lares, seja menor que a de outras grandes cidades, situação já preocupa especialistas. O Estado de S. Paulo, 24 de julho de 2011, Caderno Cidades/Metrópole, pp. C1-C3.   


MENDONÇA, Camila. Produto grátis vira arma para pesquisa – Em lojas especializadas, empresários podem testar itens e obter relatório sobre a aceitação de consumidores. Folha de S. Paulo, 31 de julho de 2011, Caderno Negócios, p. 4.   


GHIURGHI, Flavia. Negócios na web Cada vez mais, o universo virtual desponta como um dos investimentos mais promissores. Gestão & Negócios, nº 34, pp. 52-59.


FURTADO, Jonas et al. Estratégia de pouco fôlego Tendência entre os grandes clubes, o loteamento do uniforme garante receitas milionárias. O expediente traz resultados no curto prazo, mas inibe o relacionamento mais amplo com patrocinadores. Meio & Mensagem, ano XXXIII, nº 1473, 22 de agosto de 2011, p. 28.


NOVAES, Vinicius. Marcas da diversão Pesquisa revela o crescimento do mercado de games no Brasil, que abre portas para grandes empresas estamparem suas marcas para um público composto por 35 milhões de jogadores. Marketing, ano 44, nº 462, julho de 2011, pp. 28-33.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A era do hiperconsumidor moderno

Zilda Knoploch
Estamos em uma Era diferenciada. E não digo a de Aquário ou a tão “batida” Era da Internet. Vivemos em um período que vai além dos contatos instantâneos, o qual classifico como Era da hiper-conectividade. É um tempo no qual tudo no mundo está online. Quando seria possível conversar a qualquer hora, em qualquer lugar, da tela de seu celular ou de seu tablet com uma pessoa do outro lado do mundo? Além disso, o que essa facilidade tecnológica e praticamente inerente ao nosso dia-a-dia muda nas relações interpessoais? Tudo.

Explico a razão. Aqui na Enfoque temos diversos brainstorms sobre como as empresas podem adaptar seus produtos para atender adequadamente esse novo “ser humano”, que vive online 24 horas e demanda uma série de ações capazes de atendê-lo a qualquer hora, seja a de Brasília ou a de Pequim. A famosa globalização extrapolou seus limites, portanto, antes mesmo de tentar vender algo para esse hiper-consumidor moderno, precisamos entendê-lo, decodificando o que ele quer, entendendo o que precisa e surpreendendo-o com um produto ou serviço que possibilite, ao mesmo tempo, atendê-lo no mundo físico tanto quanto no virtual.
Mas isso não é nada fácil. Ainda mais se formos segmentando nossos estudos. Uma prova é quando tratamos especificamente com os jovens, que hoje formam uma grande massa consumidora. Temos que incluir uma visão mais abrangente do processo de compra, independentemente se feitas online ou iniciadas na Internet e terminadas em qualquer ponto-de-venda físico.
Com o apoio da pesquisa Ludoviko, The Lateen Project, realizada pela Enfoque e sua associada, a norte-americana Kitelab, 4.800 adolescentes de seis países latino-americanos, entre eles o Brasil, mostraram como se comportam e o que querem. Os resultados, impressionantes, servem como base para irmos a fundo na cabeça desses jovens e apontar para as marcas o jeito certo de abordá-los, com que produto e em que momento.
Algumas conclusões são: o público adolescente está cada vez mais consumista. Isso porque o consumo é uma das formas de expressão e construção de identidade. Entre os itens que mais o seduzem estão roupas, tênis, maquiagem, esmaltes de unhas com cores da moda, games e gadgets eletrônicos. Aqui vale a pena detalhar um pouco mais o fator equipamentos eletrônicos por um viés psicológico.
Você já entrou no perfil de um adolescente de 13 a 18 anos em uma rede social? Não? Então acesse o Orkut, Facebook, Twitter e Flickr e veja que eles amam se autofotografar. Com poses variadíssimas, formam verdadeiras egotecas virtuais. Por isso é que, nas lojas de artigos eletrônicos, são os computadores, celulares e câmeras fotográficas – quando não já integradas ao celular – os itens mais vendidos para o público jovem. Eles precisam que suas fotos e vídeos estejam nesses locais para se sentirem integrados ao grupo. E eles querem produzir este conteúdo visual.
Outro ponto importante para as marcas é que, além de serem apaixonados por imagens, os jovens não conseguem ficar sem ouvir músicas. Mas se você pensa que eles vão até uma loja e compram um CD ou um DVD de show, está enganado. Usufruem da música online na hora, de graça. Então, se você quer fazer a cabeça de um adolescente, colocar um produto em uma prateleira musical pode não ser a melhor estratégia.
E com relação às marcas, eles as usam? Sim e não. Sim porque ter um tênis ou um celular da “marca da moda” faz com que eles se sintam parte de um grupo maior, evitando – inclusive – uma exclusão. E não porque eles não querem só usar uma marca pela própria marca. Para que aquela empresa faça parte de sua vida, ela precisa fornecer um produto da moda, com qualidade, interagir pelas redes sociais, oferecer brindes, conteúdo, games e até mesmo uma oportunidade de melhorias no produto. É o que chamamos de co-criação, ou seja, o jovem compra um produto e é incentivado a melhorá-lo, passando do estágio de simples consumidor para parceiro criativo.
Aqui sim é que está o Y ou o @ da questão: no entendimento da necessidade do cliente. Muitas empresas ainda não estão preparadas para o novo consumidor. Para ter um resultado positivo, seu produto precisa ser bom (evidente) e capaz de engajar esse consumidor hiper-conectado. Ao ouvir o que seu público-alvo deseja é possível criar uma estratégia para fornecer a ele exatamente o que quer. Pode parecer “lugar-comum” ou estratégia batida de marketing, mas é a pura verdade. Vemos milhares de empresas que ainda não sabem como fazer isso.
Nós sabemos. E a cada dia mais aprendemos com estes jovens ao pesquisar suas expectativas, anseios e entender o seu “idioma”. As pesquisas podem ser o caminho que você tanto está precisando. Com elas é possível entender claramente como está o mercado e de que forma o seu produto pode se destacar, dando oportunidade e voz para os consumidores.
É uma equação simples: produto bom + oportunidade de mercado + conhecimento de comportamento + ações efetivas = lucro. E se levarmos em consideração o hiper-consumidor moderno, por que não pensar em hiper-lucros? Fica a dica!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Como medir o ROI nas mídias sociais

Nei Grando
Muitas empresas já estão as mídias sociais para melhorar o relacionamento com seus clientes, expandir a sua marca, aumentar suas vendas e criar mais um canal de comunicação com seus clientes. Entretanto para que as ações de marketing em mídias sociais possam ser avaliadas em termos de retorno é necessário que se avalie o impacto estas ações de marketing digital estão causando. Medir o retorno das ações de marketing nas mídias sociais não é impossível, mas é complexo porque muitos elementos que precisam ser avaliados são difíceis de monitorar. Tanto assim que, de acordo com uma pesquisa realizada em pela Mzinga and Babson Executive Education, 84% dos profissionais pesquisados não mediam o ROI de suas campanhas em Mídias Sociais.


O cálculo do ROI nas mídias sociais

Como uma fórmula padrão, o cálculo do ROI é muito básico, ROI = (X – Y) / Y, onde X é o valor final e Y é o seu valor inicial. Exemplificando, se você investir R$ 5,00 e receber de volta R$ 20,00, o ROI é (20-5) / 5 = 3 vezes o seu investimento inicial.

No sentido financeiro, o ROI é medido exclusivamente no contexto de Reais (R$) e centavos, no entanto, os princípios podem realmente se aplicar a qualquer tipo de investimento, monetários ou não. Ações como trocas de links ou banners também podem ter o seu ROI avaliado pelos parâmetros acima expostos.

Definindo as metas das ações de marketing em mídias sociais

Ter metas e linhas de base concretas é fundamental para calcular o retorno sobre o investimento. Então antes de sair medindo e monitorando seus retornos de mídia social, você precisa ter uma idéia clara do que é que você quer realizar.

Depois de ter suas metas definidas, você precisa medir a linha de base antes de iniciar ou alterar a sua estratégia de mídia social. Por exemplo, se seu objetivo é aumentar a menção de sua empresa nas mídias sociais, para medir o ROI de ações tomadas em direção a esse objetivo, você precisa saber onde você está agora. Você não pode avaliar com precisão o ROI, sem uma linha de base.

Embora as métricas ≠ de ROI, métricas web tradicionais, como a contagem de tráfego, número de comentários, seguidores do Twitter, os fãs do Facebook, etc., são um importante componente para o cálculo de ROI.

O truque é não confiar apenas em números, mas para onde os números nos conduzem. Por exemplo, como o aumento de visitantes do site se correlaciona com o aumento das vendas? Existem pessoas que encontram o seu site a partir do Twitter ou do Facebook, em seguida, clicam em suas páginas de produtos ou vão para a seção de comércio eletrônico do seu site? Esse é o tipo de dado que você deve procurar.

Disponibilizando os dados das ações de marketing nas mídias sociais

Depois de ter definido a sua base, você precisa tomar as métricas de suas ferramentas de monitoramento e ver como elas se correlacionam com mais vendas, mais retenção de clientes, ou outros objetivos traçados.

Se a sua medição final é de vendas, verifique se elas vieram das suas campanhas de mídia social, por exemplo: olhe para o seu nível de vendas e verifique se aumentou, olhe para o número de referências ao seu site de comércio eletrônico (supondo que você pode controlar esses dados) a partir de seu site ou o Twitter, ou o número de cupons usados que foram dados em uma campanha no Facebook.

Você vê alguma tendência? O tráfego até a sua loja virtual aumentou depois da postagem no Facebook? E sobre o Twitter? O tráfego da loja correlaciona-se com mais vendas quando se avalia os mesmos dados? Será que uma análise de sentimento no Twitter conduz a mais vendas ou mais visitas?

Encontrar tendências e segui-las de volta para seu ponto de origem é a chave para a medição de ROI.

“Por que estamos tentando medir a mídia social como um canal tradicional? A mídia social toca em todas as facetas do negócio e é mais uma extensão da boa ética empresarial.” – Erik Qualman

terça-feira, 10 de maio de 2011

A web que encanta a velha guarda


Correio Braziliense
“Escreva uma carta, meu amor. E diga alguma coisa, por favor. Diga que você não me esqueceu. E que o seu coração ainda é meu…”, soava a voz de Roberto Carlos no rádio de dona Marlene Bezerra. O romantismo do rei inspirava colocar em prática a principal forma de comunicação entre os apaixonados da época: cartas e telegramas. Os tempos mudaram, claro, mas as declarações escritas continuam a inflamar relacionamentos. Do papel para o e-mail. Do telefone ao Skype. Do recado de geladeira aos 140 caracteres do Twitter. A geração com mais de 65 anos — que acompanhou meio que assustada essa transição — agora não se acanha com as novidades tecnológicas e avisa que está definitivamente on-line.

Dona Marlene tem 76 anos e é muito grata ao surgimento da internet. Em 1952, Geraldo Dantas apareceu na porta da escola e conquistou a menina de 17 anos. Os pais não gostavam do romance. A filha era nova demais para namorar. Mudaram-se para o Rio de Janeiro. As inúmeras cartas trocadas demoravam, algumas se perdiam, não chegavam. Os telefonemas com hora marcada ficaram cada vez mais raros e difíceis. Seguiram a vida. Casaram com outros amores sem nunca esquecer o que ficou no passado. Talvez ele já tivesse morrido, pensava.
Mais de 60 anos depois, viúva do primeiro casamento e divorciada do segundo, ela se aprontava para dormir depois de chegar de uma festa. De costas para a TV, arrumava a cama quando ouviu uma voz do passado. Pensou por alguns instantes se poderia ser ele. Virou-se para a tela e reconheceu de imediato a voz e o semblante. Era, mais calvo, grisalho e ainda charmoso, Geraldo em um programa de entrevistas do Amazonas. Estava na hora de recuperar um amor perdido no tempo. Emocionada, dona Marlene mandou um e-mail para a produção da emissora para saber o paradeiro do amado. Deu certo. Ele ainda lembrava muito bem daqueles olhos castanhos de Marlene. “Aí, a internet funcionou a toda bala!”, conta.
Ele em Manaus, ela em Petrópolis (RJ). Conectados pelo mundo virtual. Foram revelações, poemas, lembranças enviadas por e-mail e algumas vezes por ano trocadas pessoalmente no principal ponto de encontro do casal: Brasília — onde mora a filha de Geraldo. As conversas ficaram frequentes, como dona Marlene mesmo diz. Foi preciso comprar um notebook para ter mais liberdade. E então, virtualmente amaram-se, perdoaram-se e, principalmente, aprumaram-se com fervor.
Contudo, o último e-mail foi enviado em 24 de dezembro de 2010. Geraldo dizia estar tranquilo para a cirurgia de vesícula do dia seguinte. E Marlene preparava as malas para voar ao encontro do namorado. Ele não resistiu e morreu aos 88 anos, antes que ela pudesse chegar. “Nunca é tarde.
Infelizmente o tempo foi curto, mas vivido intensamente. E graças à internet, que matava distâncias e saudades, vivi grandes momentos deste grande e caloroso amor”, diz. Por mais alguns segundos, aproveita para destacar a importância da tecnologia para unir as pessoas, independentemente da idade.
Os preferidos
E este não é um caso único. Pode acontecer com os mais de 14 milhões de idosos brasileiros — o equivalente a duas vezes a população do Paraguai —, que cada vez mais conhecem os encantos da web. Dos internautas acima de 60 anos, 90% são homens e gastam mais de cinco horas on-line semanalmente, de acordo com a pesquisa da empresa de soluções em segurança Panda Security. O estudo, realizado em dezembro com 16.850 pessoas, revela que 98% deles navegam para checar os e-mails, 67% procuram atividades de lazer, 64% leem notícias e 58% usam serviços bancários. Por enquanto, as redes sociais ainda não estão entre os preferidos. Mas existem os adeptos: 28% têm perfil na rede e 11% participam de fóruns ou blogs.
E esse número vai aumentar. A população idosa cresce, e muito, no Brasil. Segundo dados do Censo 2010, divulgado na semana passada, o segmento passou a representar de 3,3%, em 1991, para 4,3% em 2000 e 5,8% em 2010. No Centro-Oeste, o percentual de crianças em 1991 era de 11,5% — e caiu para 7,6% no último ano. A expectativa é de que, em 2025, a população idosa brasileira seja de 35 milhões de pessoas — 21 milhões a mais do que neste momento.
O ex-presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria Renato Maia acredita que este número ainda seja superado por causa das novas condições de vida da população. “O conceito de velhice mudou. O passado foi um período em que, as pessoas mais velhas eram afastadas das atividades sociais. Hoje, os idosos estão mobilizados a participar ativamente da sociedade”, explica. O médico acredita que com mais acesso a educação, cultura e renda, os idosos se deram conta de que os anos a mais que ganharam devem ser vividos intensamente. O computador incentiva a ideia e é uma nova oportunidade de conhecimento e relacionamento, uma estratégia poderosa que essa geração de internautas estão sabendo aproveitar muito bem.
As mães e os PCs
A Intel realizou uma enquete on-line com 1,5 mil internautas brasileiros em abril deste ano. Pelo menos 39% disseram que as mães querem ter um computador novo — e só para elas. O principal motivo para o uso de 33% é a possibilidade de manter a conectividade com toda a família e o de 29,6% é por causa do trabalho. Apenas 15,1% são capazes de utilizar todas as ferramentas do computador e da rede. Mas 11,2% gostam de jogar e têm perfil nas redes sociais. Já 27,3% dizem que elas pedem ajuda só de vez em quando.

87% dos e-consumidores satisfeitos recomendam marca comprada

Perla Rossetti
O Brasil terá 27 milhões de internautas até o final de julho, contingente que vem aumentando suas compras online e que em 2010 movimentou R$ 23 milhões.

Para aprimorar as estratégias de profissionais e empresas na nova modalidade de consumo eletrônico, a agência digital CookieWeb e o desenvolvedor VTEX realizaram a primeira edição do E-Commerce Live, versão brasileira da Shop.Org, encontro de multicanais de venda, que reúne especialistas de todo o mundo em Boston (EUA).
No Brasil, o encontro reuniu varejos de vários segmentos para discutir índice de positivação de pedidos, margens e, especialmente, o comportamento desse target diante de "call actions", como são chamados os recursos de ativação e retenção de webconsumidores.
A fidelização, taxa de conversão e a experiência de navegação amigável das homepages partem do reconhecimento do perfil de público. Assim, a Neoassist divulgou dados recentes da DemandWare de que 87% dos e-consumidores recomendam a marca depois de experiência positiva, caso contrário 70% recorrem ao concorrente.

O estudo aponta que 69% dos pesquisados confiam mais em dados da web na hora da compra do que de vendedores em lojas. O quadro só muda quando os vendedores estão conectados de alguma forma à web, para consultas durante a negociação (43%). Além disso, 72% dos e-consummers compartilham suas experiências no meio para seus pares.
Como a base de usuários de e-commerce cresceu exponencialmente com a explosão de sites de compras compartilhadas, a adesão das redes do grande varejo foi massiva no evento, com participação de empresas com operações consolidades de comparação de preços e produtos, como Locaweb, Buscapé, Abril, e de e-commerce como o WalMart e Ultrafarma.
O encontro contou com palestras de Rodrigo Rodrigues, do Google Brasil; Maurício Salvador, da E-Commerce School; Natan Sztamfater, fundados da PortCasa e da agência digital Cookie Web; Alexandre Soncini, da Vtex, entre outras desenvolvedoras de soluções em TI e antifraude.
Componentes de precificação, sistemas de varreduras dos movimentos e estratégias online da concorrência no ambiente web e até modelos de segmentação de públlicos, como o RFM (Recency Frequency Monetary Value) foram apresentados como instrumentos de mensuração e aproveitamento do potencial de negócios.

"O Behavior Targeting que monitora a origem desse cliente e a customização da plataforma exigem das empresas uma ferramenta de análise adequada, um processo de venda, uma operação e logísticas estruturadas em sua categoria de produto", sinalizou  Philip Klien, da consultoria de varejo Predicta.
Como toda estratégia de e-marketing também prevê o gerenciamento de riscos, Luis Henrique Pelizon Loureiro, gerente comercial da FControl, do grupo Buscapé - que elevou para 80% a taxa de conversão, ou seja, efetivação das vendas de bilhetes da companhia área colombiana Avianca -, abordou as fraudes online, que nos Estados Unidos respondem a 60% da perda de vendas transacionadas.

"O Brasil já está entre os 10 primeiros em prejuízos financeiros na internet. Por isso, é importante ter sistemas de automação de regras e normas de análise e monitoramento de riscos", afirmou o executivo.
Potenciais
Em entrevista, um dos organizadores do E-Commerce Live, Natan Sztamfater, comentou que o evento terá edições anuais e regionais para dar suporte as empresas que se interessam pelo enorme potencial de e-commerce no País e que, de fato, segue o modelo de debates e palestras técnicas do Shop.Org.
Alexandre Soncini, da Vtex, empresa que integra a organização do encontro, comentou que a interface entre as plataformas de e-commerce e a campanhas de publicidade e marketing é cada vez maior.
"Pode-se gerar ações associadas às rede sociais com compartilhamento de conteúdos". Sobre os investimentos estruturais, ele explicou que R$ 50 mil é o aporte mínimo necessário para recursos de TI e desenvolvimento para qualquer empreendimento do tipo, e que break even depende do setor que a empresa opera e de um amplo e prévio conhecimento sobre seu mercado, antes de lançar-se em uma experiência no meio web.

"Além de moda e acessórios, vejo como tendência o surgimento de e-commerce para produtos específicos, para nichos, desde que justifiquem a logística envolvida sem comprometer as margens".
Sobre a explosão de sites de compras coletivas brigando pelo mesmo share da rede mundial, Soncini esclareceu que o impacto é positivo, já que tem trazido milhares de novos usuários ao meio digital, aumentando a base de clientes e contribuindo com o aprimoramento da experiência de consumo segmentado. Para acompanhar em real time o evento, acesse sua página no Facebook.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O que você sabe (mesmo) sobre seu público online?

Diego Senise
É impressionante como há marcas que investem em ações online sem ter uma ideia clara do objetivo de comunicação que estão perseguindo. Pior que isso, não têm ideia do público com quem estão falando. É este o ponto em que gostaria de me aprofundar neste texto.


Investimos para levar milhões de pessoas para o site mas, na maioria dos casos, não temos ideia de quem são estas pessoas. Talvez apenas 10% dos visitantes realmente estejam em processo de compra. Talvez 30% das pessoas que seguem sua marca no Twitter nunca tenham comprado seus produtos. Já parou para pensar nisso?

Cavucar informações menos superficiais sobre as pessoas muda muita coisa. Muda a estratégia de mídia. Muda a apresentação do conteúdo. Muda a maneira de encarar o papel estratégico de cada plataforma.

Quando não se tem estas perguntas em mente, nos contentamos somente com os dados de pesquisa de mídia para saber algo sobre nosso público. Qual porcentagem do público acessa redes sociais? Quantos gostam de games online? Etc. Etc.
O problema de nos limitarmos às análises de pesquisa de mídia é que os interesses e comportamentos genéricos da população dizem muito pouco sobre a relação das pessoas com as marcas. Menos ainda sobre suas necessidades (serviços, informações, experiências) ou sobre a relação que gostariam de ter com alguma marca.
Aí entra o papel do planejador: levantar a voz (educada, mas enfaticamente) dizendo que, se estas perguntas não forem feitas, o investimento na comunicação online será mais arriscado. Falo sobre fazer pesquisas. Estudos AdHoc. Desenhados e aplicados pela própria equipe de planejamento.
Quando falo nisso, algumas pessoas já sacam seus argumentos do coldre para justificar por que não fazê-las:
Custa caro: não dá pra ficar pagando pesquisa para qualquer “perguntinha” que gera dúvida em nossas cabeças.
Dá trabalho: já temos que planejar e executar a campanha. Públicos, objetivos e metas vêm escritos no briefing do cliente. Não é nosso papel repensá-los.
É demorado: na internet, tudo é muito dinâmico. Não temos tempo para investir em algo que, daqui a pouco tempo, já terá se transformado.
Ninguém responde: vou chegar a um resultado pouco representativo, pois afinal ninguém entra na internet para ficar respondendo a questionários.
Tem coisas que não dá para perguntar: as pessoas não sabem dizer o que querem nem o que as divertiria. Essas coisas surgem do feeling do publicitário.
Todos estes argumentos são facilmente refutáveis.
Pesquisa não é monopólio dos institutos especializados. Não precisa ser considerada um grande movimento estratégico para a marca. Pode-se trabalhar com pequenos aprendizados que otimizam continuamente a comunicação. Não precisa passar por diversas aprovações antes de ser feita.
Fica claro que os motivos reais para a não realização de pesquisas que guiem os investimentos online são: (1) planejadores que não se incomodam com a falta de informação ou (2) que, simplesmente, não tomam iniciativa de propô-las.
Àqueles que se interessaram em colocar a mão na massa, segue algumas ferramentas que facilitarão muito suas vidas.
Algumas permitem que as pesquisas sejam postadas no próprio site, como o Kiss Insight e o PollDaddy.
Outras são sistemas mais complexos de pesquisa quanti, como o Survey Monkey e a Qualtrics. Podem ser postadas no site, enviados por e-mail ou para o público que interage nas redes sociais com sua marca.
Neste link há um bom comparativo que ajuda a entender as funcionalidades de questionário e tabulação e quais os diferenciais das ferramentas pagas em relação às gratuitas.
Acredito que, no futuro planejamento, pesquisa de mídia e business intelligence encontrarão maneiras de tratar os resultados de comunicação online de maneira unificada dentro (ou fora) das agências. Mas, enquanto isso, encontre resposta para suas perguntas. Faça pesquisas. 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Diga-me qual é tua rede e te direi quem és

Talita Moreira
Raul Adelino da Silva, de 18 anos, passa os dias conectado ao Orkut enquanto trabalha como atendente de uma lan house em Heliópolis - bairro pobre da cidade de São Paulo. "Uso para me comunicar com meus amigos e fazer trabalhos de escola", afirma Silva, que é aluno do terceiro ano do ensino médio. Ele tem 280 contatos na rede social.

A fisioterapeuta Juliana Suher, 26 anos, acabou com sua conta no Orkut há menos de um mês. "Não tinha muito mais o que fazer ali. Depois que o Facebook chegou, com mais recursos, fui deixando de usar", diz. Como quase todos os seus amigos já eram adeptos do Facebook, foi ficando mais fácil entrar em contato com eles por meio dessa rede. "Às vezes, eu mandava uma mensagem pelo Orkut e as pessoas não respondiam. No Facebook, o retorno vem em cinco minutos", afirma.
Raul e Juliana são personagens de um fenômeno bem brasileiro. Como milhões de jovens, eles compartilham o gosto pelas redes sociais. Mas suas preferências revelam mais que gosto pessoal. Para especialistas, a polarização entre os dois sites de relacionamento mais populares do Brasil refletem, à sua maneira, a divisão sócio-econômica do país.
Primeira rede social a desembarcar no Brasil, o Orkut é a porta de entrada para novos internautas brasileiros - e, por isso mesmo, atrai usuários da emergente classe C. Dotado de recursos mais sofisticados e alcance internacional, o Facebook está se consolidando como a rede favorita dos brasileiros de classes A e B. Muitos deixaram de usar suas páginas no Orkut, do Google, para se concentrar no site criado por Mark Zuckerberg.
Sondagem feita pela empresa de pesquisas QualiBest, a pedido do Valor, revela que a esmagadora maioria dos internautas brasileiros presentes nas redes sociais mantém perfil no Orkut: 91%. A adesão ao Facebook, porém, é maior entre os mais ricos (78%), enquanto o Orkut é apontado como o site de relacionamentos preferido por 66% da classe C.
"Os usuários de classe A, que chegaram primeiro às redes sociais, continuam no Orkut, mas começaram a usar outros sites, como Facebook e Twitter ", afirma Fábio Gomes, diretor técnico da QualiBest. "Quem chegou depois ainda usa muito o Orkut e o vê como ferramenta de comunicação."
A simplicidade das ferramentas e a existência de uma comunidade local mais ampla são apontadas pelos usuários como as vantagens do Orkut. Entre os adeptos do Facebook, a preferência recai sobre a diversidade de recursos e as facilidades para interagir com as pessoas ou fazer comentários.
Para o montador de carros Edvan dos Santos Ferreira, 36 anos, as redes sociais são uma forma de matar a saudade da família, que vive na Bahia. Ele está no Facebook desde o ano passado, mas diz preferir o Orkut e o MSN Messenger - programa de mensagens instantâneas da Microsoft - porque tem mais conhecidos nessas redes. "E também porque é mais fácil de usar, já estou acostumado", afirma.
Adesão ao Facebook é maior entre os mais ricos, enquanto Orkut é o preferido da classe C, mostra pesquisa
O administrador de empresas Rodrigo Sodré aponta os jogos on-line, a facilidade para inserir fotos e vídeos e um chat para conversar em tempo real com os amigos como algumas das características que o levaram a adotar o Facebook e fechar sua conta no Orkut. "Acabei abandonando. Existem muitos perfis falsos e muita vulgaridade", afirma Sodré, que há um ano cometeu "orkuticídio"- neologismo que expressa a decisão de cancelar a conta na rede.
O Google minimiza esse movimento. "O Orkut é usado por 91% dos internautas no Brasil. O que se vê é que alguns usuários estão testando outras redes sociais, mas continuamos muito fortes", afirma o gerente de marketing para o Orkut no país, Valdir Leme. De acordo com o executivo, o número de visitas ao site permanece igual e não houve mudanças nos planos das empresas de usar a rede social como espaço para publicidade. O Google já vendeu todos os anúncios previstos para ser divulgados neste ano na página de saída (logout) da rede social.
Leme afirma que o perfil dos usuários é muito similar ao perfil dos espectadores da novela das 9, com uma grande variedade de classes sociais e idades. Segundo ele, recentemente houve um forte crescimento no número de usuários provenientes da classe D. Os números, no entanto, são mantidos em sigilo.
Os brasileiros representam a maior comunidade do Orkut: são 32 milhões num total mundial de 85 milhões de usuários.
Procurado, o Facebook informou que não divulga informações sobre seu desempenho em cada país. A rede social é, de longe, a mais usada no mundo, com mais de 600 milhões de perfis ativos.
Na avaliação de Sean Browning, diretor de parcerias para a América Latina da Webtrends - fornecedora de softwares que medem o impacto de ações de marketing na internet - a divisão social dos sites de relacionamento segue a tendência de adoção de outras tecnologias no Brasil. A existência de recursos mais sofisticados no Facebook atrai, inicialmente, quem já está mais familiarizado com tecnologia. "O Facebook está investindo para sofisticar e centralizar todo tipo de atividade on-line em seu ambiente, e isso naturalmente atrai outro tipo de público", diz.
Uma das chaves para entender a segmentação social nas redes está no tipo de ferramentas que elas oferecem, diz Rafael Kiso, sócio-fundador da Focusnetworks, agência especializada em marketing nas redes sociais. Segundo ele, o Orkut oferece menos recursos para o controle da privacidade. É possível navegar e deixar comentários na página de qualquer pessoa, mesmo que ela não esteja na rede de amigos. "Os mais ricos se sentiram acuados com isso", avalia o executivo.
A popularização das redes sociais, no entanto, parece inexorável e não vai se restringir ao Orkut. "Hoje, a internet é classe C", observa Kiso.