terça-feira, 14 de junho de 2011

A diferença entre chefiar e liderar

Marcos Morita
Termina mais um ciclo de Palocci no governo - o que não garante que seja o último. Como o lendário pássaro grego, fênix, sua capacidade de ressurgir das próprias cinzas é impressionante. Mitologia grega à parte, o discurso de posse proferido pela agora ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, reforça o lado gerencial do atual governo. A definição de funções, declarada pela ex-senadora dá o tom: fixar metas, acompanhar projetos e cobrar resultados - postura que muito se assemelha à própria presidente enquanto ocupante da mesma cadeira. Corre a boca pequena que Gleisi será a Dilma da Dilma, devido à similaridade no modo de gestão.


Nada tenho contra o perfil administrativo, até porque esta foi minha formação. Há, todavia, uma diferença abissal entre um bom gerente ou gestor e o líder verdadeiro, perfil que se espera de alguém dirigindo uma grande empresa ou ainda uma nação. Fayol e a teoria clássica da administração listaram no início do século passado as funções de um gerente: planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar, gerindo e alocando os recursos da melhor maneira possível. Já o líder deve propagar suas ideias e ideais em nível macro, motivando e inspirando funcionários, fornecedores, clientes, acionistas, ministros, senadores e deputados.

A teoria neoclássica, surgida a partir da década de cinquenta nos Estados Unidos em virtude de mercados mais competitivos e do maior grau de exigência dos consumidores, fez com que as empresas tivessem que se preocupar com conceitos como eficiência e eficácia, criando terreno fértil para a Administração por Objetivos ou APO, teorizada pelo guru Peter Drucker e amplamente utilizada até os dias atuais. A APO defende a existência de três níveis de objetivos: organizacionais, departamentais e operacionais, descritos a seguir.

Organizacionais: são os macro objetivos, em geral de longo prazo e grande amplitude, influenciando a empresa como um todo. Confundem-se muitas vezes com a visão e a missão da companhia. Preferencialmente simples e de fácil compreensão, devem ser apregoados pelo líder em todas as oportunidades possíveis. Uma boa dica é traduzi-los em frases de efeito, números ou gráficos, os quais ajudarão a fixá-los e torná-los mais tangíveis para toda a organização.

Departamentais: como o próprio nome sugere, são os objetivos dos departamentos ou ministérios, os quais devem ser construídos em alinhamento com os organizacionais. Em geral de médio prazo, têm como características a fixação de metas, o acompanhamento do realizado versus previsto, a cobrança por resultados e a eventual revisão, quando necessário. Gestores e gerentes pragmáticos têm um papel importante neste processo, garantindo que o todo não seja prejudicado pela soma das partes.

Operacionais: refere-se à execução das metas departamentais, através de ações específicas e pontuais. Colaboradores dedicados e motivados serão aqueles que farão a diferença aos clientes, sejam empresas, pessoas físicas ou cidadãos necessitando de serviços públicos. É essencial nesta etapa criar e simplificar procedimentos e processos, evitando ao mesmo tempo a burocracia e o desvio de atenção e recursos, garantindo assim um serviço ou produto de qualidade.

Creio que já tenha escutado a história do excelente técnico ou vendedor que se tornou um gerente mediano. Falta de habilidade em gerenciar pessoas e paixão pela pesquisa, estão entre as prováveis causas. Algumas empresas já se ocuparam sobre o tema, criando estruturas técnicas e gerenciais distintas, evitando assim a fuga de talentos. Preocupação semelhante ocorre com as questões de formação de lideranças e processos sucessórios, de maneira que se possa garantir a continuidade dos negócios em casos de aposentadoria, desligamento ou transferências.

Moldar gestores e líderes é tarefa árdua, a qual demanda tempo e dedicação aos envolvidos. Imprevistos e acidentes de percurso podem ocorrer, nos quais há a necessidade de se antecipar ou queimar etapas, promovendo pessoas ainda não totalmente aptas para o exercício de determinado cargo ou função.

Além da curva de aprendizado da nova atividade, o profissional terá que desenvolver habilidades não técnicas, tais como negociação, planejamento, visão de longo prazo, resolução de conflitos, comunicação e gerenciamento de pessoas.

Enfim, muito se elogiou a presidente por seu perfil administrativo e gerencial em seus primeiros cem dias de governo. Importantes, porém menos essenciais a um líder que as habilidades interpessoais e de relacionamento, as quais fazem parte de seu dia a dia. Desejo boa sorte à nova ministra e que a fixação de metas, o acompanhamento das atividades e a cobrança de resultados, fiquem na Casa Civil - distanciando a presidente das decisões pertencentes a gerentes e gestores para que fique livre para efetivamente liderar o país.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Anote aí 52: Baby Boomers; Email Marketing, Nexialistas, Público-alvo, Tecnologia

VASCONCELLOS, Marcos de. Empresas se despedem da geração ‘baby boomers’ Companhias se redesenham com menos hierarquia e carreiras meteóricas. Folha de S. Paulo, 03 de abril de 2011, Caderno Empregos, pp. 1-3. 


DITOLVO, Mariana. Abemd divulga números sobre e-mail marketing Há muito espaço para a exploração da ferramenta, mas já é possível analisar o retorno trazido pelas ações que a utilizam. Meio & Mensagem, ano XXXIII, nº 1448, 28 de fevereiro de 2011, p. 28.  


LONGO, Walter et al. Os nexialistas estão chegando Nem geração Y nem Z: o mercado de marketing e comunicação precisa mesmo é de um novo perfil profissional, integrador, como escrevem os especialistas em marketing Walter Longo e Zé Luiz Tavares. Com 15 perguntas, é possível identificá-lo. HSM Management, ano 15, volume 2, nº 85, março/abril de 2011, pp. 128-133.  


ALCADE, Tatiana. Como acertar o público-alvo Estratégias de vendas e de comunicação específicas para o consumidor emergente compensam: os clientes populares são mais fiéis às marcas de empresas que adotam práticas diferenciadas. Confira tudo o que o mercado sempre quis saber sobre como se comunicar com a classe C e nunca perguntou. Consumidor Moderno, ano 15, nº 157, abril de 2011, pp. 52-54.


BRUNO, Adriana. O bem necessário A tecnologia é uma aliada do empresário que pretende melhorar a gestão de seu negócio e ser mais competitivo. Abastecimento, ano 4, nº 26, março/abril de 2011, pp. 54-57. 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Como atrair o público jovem para sua empresa?

Priscila Zuini
Os jovens representam o futuro e estão tomando as primeiras decisões de consumo com seu próprio dinheiro. Isso já é motivo para prestar atenção neste público.

Uma pesquisa feita pela ox1824, uma empresa de pesquisa de mercado que se especializou em conhecer o jovem de 18 a 24 anos, mostrou que esse grupo é um centro primário de influência, sendo aspiracional para crianças e adolescente de 10 a 17 anos e inspiracional para adultos de 25 a 40 anos. Eles são, portanto, os verdadeiros “formadores de opinião”.

Os resultados indicam também que mais da metade dos entrevistados sonham com formação profissional e emprego, mas eles dão um novo sentido ao trabalho, procurando conjugá-lo com realização profissional. Para eles, trabalho é felicidade.
Os jovens brasileiros se consideram sonhadores, comunicativos, consumistas, responsáveis, batalhadores, curiosos e criativos. Eles buscam a realização pessoal sem esquecer a coletividade. Eles são plurais, multidisciplinares e engajados em diversas causas. Eles são hiperconectados, mobilizados, otimistas e pragmáticos. Muitos deles são heróis reais e acreditam em sonhos possíveis.
O grande problema de muitas empresas que procuram vender bens e serviços para esses jovens é utilizar uma linguagem do século XX enquanto esse público já tem os dois pés no século XXI. Ainda que sua empresa comercialize um produto muito “sério”, use um tom lúdico e divertido.
Convide esse jovem a participar, dando sugestões para sua empresa. Procure aguçar sua criatividade e incentivar o diálogo. Aceite a diversidade e reconheça a pluralidade do jovem de hoje, que consegue ter vários focos sem que isso tenha um efeito paralisante mas, sim, transformador.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Geração Z: consumidores do futuro

Lia Nara Bau
Enquanto a 'Geração Y' viu o advento das tecnologias acontecer, a 'Geração Z' não sabe o que é viver sem elas. Em relação à idade, a primeira é formada por jovens de 20 a 30 anos e a outra por crianças e adolescentes de até 17 anos. Em sua maioria, a 'X' nasceu após acontecimentos como a chegada do homem à lua e viu surgir o videocassete e o computador pessoal, mas passou por um momento de instabilidade financeira, o que não aconteceu com os jovens da 'Y', muito mais inseridos no mercado de consumo. A 'Y', além de ter se desenvolvido numa época de prosperidade econômica, também testemunhou grandes avanços tecnológicos, como a internet, o que fez com que crescessem estimulados por atividades e realizando tarefas múltiplas.


A pedagoga Camila Machado (Novo Hamburgo/RS) explica que a esta geração é composta por crianças e jovens que já nasceram com o contato com a era digital, com a rapidez das informações e da tecnologia avançada. “Outra característica importante a ser destacada são problemas de interação social. Muitos deles sofrem com a falta de expressividade na comunicação verbal”, alerta. Ela ressalta que eles encaram o mundo de uma maneira diferente. A hierarquia, por exemplo, não é considerada por eles como era por gerações passadas. Eles conversam com o chefe como falassem com o subalterno, embora identifiquem que o outro tem mais poder do que ele.

O maior interesse desta geração, segundo Camila, é o contato direto com a internet. Redes sociais, chats, músicas, vídeos. “Para eles é impossível imaginar o mundo sem internet, telefones celulares, iPods,vídeos, telas de LCD, vídeos de alta resolução,entre muitas outras tecnologias”, diz.

Sustentabilidade

De uma forma geral, acredita-se que essa geração – que estará à frente da sociedade em pouco tempo – preza muito mais pela sustentabilidade e pelo futuro do planeta. Camila concorda, afirmando que a geração 'Z' é crítica, dinâmica e tecnológica e tende a transformar as intenções ecologicamente corretas de agora em hábito, preferência e ações. Leem atenciosamente os rótulos, se preocupam efetivamente com o meio ambiente, são ensinados desde a escola da importância da natureza e, principalmente, já incluem no cotidiano os costumes de uma vida sustentável. “E a internet vem a acrescentar. A mídia estimula e a própria escola também. Os professores estão em constante qualificação profissional para atuar junto à escola e a comunidade”, assegura.

Conectados O que mais define essa geração é a conectividade, o uso da internet. Para Camila, o uso é extremamente benéfico quando se aproveitam a grande quantidade de informação, com o objetivo sempre da qualificação, do conhecimento e da aprendizagem. “E os jovens sabem aproveitar este espaço. Já é a maioria os que trazem para a escola o conhecimento virtual e compartilham com os demais. E todas essas informações irão auxiliá-los na escolha da sua profissão”, fala.

Mas ela alerta que pode ser prejudicial quando usado em excesso, é preciso ter um controle do uso, sabendo priorizar os estudos e as obrigações da rotina diária. A escola, pais e responsáveis precisam aprender a lidar com essas crianças que já nasceram na era digital e da tecnologia. É preciso estabelecer um filtro dentre as várias atividades e informações, para que haja um limite saudável, intelectual e físico, sabendo assim o que fazer e quando fazer, perceber o que vale a pena”, ressalta.

Anota aí 51: Shopper Marketing; Personagens; Mulheres; Facebook; Fidelização

PEREIRA, Claudia. Lei da atração e da conversão Embora novo no mundo e mais ainda no Brasil, o conceito shopper marketing apresenta-se como uma das mais fortes tendências do marketing para os próximos anos. Marketing, ano 44, nº 459, abril de 2011, pp. 34-38.  


LANGSDORFF, Janaina. O poder dos personagens Em alta, o mercado põe um olho nas crianças e outro nos públicos mais maduros. Meio & Mensagem, ano XXXIII, nº 1456, 25 de abril de 2011, p. 31.


PECHI, Daniele. Afinal, o que elas querem? As consumidoras da base da pirâmide consomem mais produtos de beleza e as indústrias buscam a melhor maneira de lhes vender esses produtos. Distribuição, ano 19, nº 218, março de 2011, p. 54.


ANCHIETA, Isabelle. Facebook, o novo espelho de Narciso As mulheres estão se tornando maioria nas redes interativas; a vaidade e a necessidade de afirmação da identidade podem explicar o interesse feminino por esse recurso tecnológico – afinal, do ponto de vista social e histórico, elas passaram de consumidoras de imagens que lhes eram impostas a ‘autoras’ virtuais. Mente & Cérebro, ano XVIII, nº 219, abril de 2011, pp. 38-41.


GUIRALDELLI, Daniela. Fiel ou infiel? Ganhar a confiança do consumidor é uma tarefa difícil, mas não impossível, e pode ser adquirida pelo pequeno varejista por meio de ações que antecipem as necessidades do cliente no ponto de venda. Abastecimento, ano 4, nº 26, março/abril de 2011, pp. 58-61.