quinta-feira, 10 de abril de 2014

Por que seus vendedores devem ser também consultores

Priscila Zuini
28/03/2014
Homens conversando
Vendas corporativas e consultivas são praticamente sinônimas. O profissional de vendas que não pratica uma consultoria a cada cliente certamente perderá espaço para o concorrente.

A venda B2B mudou. As empresas estão mais seletivas e exigentes na hora de selecionar seus parceiros fornecedores. O vendedor deve, portanto, conhecer bem seu mercado, seus concorrentes e, em especial, o segmento e fatos sobre seu prospectivo cliente.

O comprador de uma empresa tem por obrigação obter a melhor condição. O vendedor, por outro lado, tem por obrigação prover diferenciais que não sejam única e exclusivamente concessões relativas a preço, desconto nos produtos ou serviços.

O vendedor deve perguntar antes de mostrar soluções a cada venda. A arte da pergunta é o ponto mais importante nas vendas corporativas. Como, quando, onde, quem, o que, quanto? São perguntas abertas e que desvendam necessidades.

Saiba entender antes de atender. É fundamental confirmar entendimento na comunicação com seu comprador. Utilize perguntas fechadas, que comecem, por exemplo, por “deixe me ver se entendi bem...” e valide cada resposta dada anteriormente pelo cliente.

Descubra o DNA do cliente nas vendas corporativas. O que significa a compra ou investimento na sua proposta? Esta pergunta remete ao lado emocional do cliente, mesmo na relação empresarial. Acredite: o comprador se motiva por reconhecimento do seu chefe após cada negociação, sobretudo, quando ele resolve algo urgente, traz economia para sua empresa, obtém tranquilidade contratando você e seu negócio.

Apresente proposta com credibilidade: relacione fatos (informações dadas pelo cliente) na sua proposta quando for apresentá-la e tenha um bom preparo para lidar com objeções. Foque nos ganhos intangíveis, não no preço (objeção mais comum).


Disponível em http://exame.abril.com.br/pme/noticias/por-que-seus-vendedores-devem-ser-tambem-consultores. Acesso em 31 mar 2014.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ser bonitão ainda é muito bom para a carreira, aponta estudo

Maxwell Strachan
27/03/2014
 
Apesar do que você possa ter ouvido da suposta “Guerra contra os homens”, ser um cara ainda é um ótimo negócio. Especialmente se você for bonito.

Um novo estudo indica que homens atraentes têm muito mais chances que mulheres de convencer as pessoas de que suas ideias de negócio valem a pena.

O estudo, realizado por uma equipe de pesquisadores da escola de administração da Universidade Harvard, da Universidade da Pensilvânia e do MIT foi publicado online na Proceedings for the National Academy of Sciences.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram três competições reais em que empreendedores tinham de apresentar suas ideias de negócios para um júri.

Dois grupos, um de homens e um de mulheres, foram analisados. Eles classificaram cada participantes como bonito ou não – usando os termos “atraente” ou “não-atraente” – e descobriram que há uma hierarquia bastante clara na hora de decidir quem é melhor para apresentar uma ideia de negócio:

1. Cara bonito
2. Cara não tão bonito
3. Mulher, e não importa a aparência.

Em um experimento, investidores acompanharam as apresentações e depois deram dinheiro para que as empresas fossem fundadas.

Os pesquisadores acompanharam o desempenho de cada grupo, e os homens atraentes tinham melhores chances de sucesso que as duas outras categorias:

Reprodução
Em outro experimento, os participantes tinham de ordenar (numa escala de 1 a 7) apresentações feitas via vídeo por homens e mulheres de vários níveis de atratividade. Apesar de as apresentações serem idênticas, os resultados não o foram:

Reprodução
 
Tudo isso é terrivelmente deprimente, por várias razões. Uma delas foi levantada por um dos próprios pesquisadores: os investidores podem não ser sexistas, mas escolhem os homens atraentes porque outros “investidores e futuros clientes provavelmente vão preferi-los”. Parabéns a todos!


Disponível em http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/ser-bonitao-ainda-e-muito-bom-para-a-carreira-aponta-estudo. Acesso em 31 mar 2014.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Três teorias da psicologia que vão ajudá-lo se comunicar melhor

Belle Cooper
27 de março de 2014
Na maioria das vezes as teorias da psicologia parecem muito complicadas, porém, reuni algumas de simples compreensão, que me vêm à cabeça com frequência, principalmente quando estou lidando com outras pessoas.

Pensei que poderia ser divertido dar uma breve olhada em algumas teorias da psicologia especialmente relevantes para administração de negócios, marketing, liderança e comunicação em geral. Tenha em mente que não sou uma psicóloga profissional, por isso, se você estiver interessado em saber mais sobre o assunto, definitivamente deve aprofundar sua pesquisa sobre cada teoria.

O número de Dunbar

O professor Robin Dunbar é um psicólogo evolucionista que desenvolveu um modelo de previsão de fatores sociais em primatas com base no tamanho do cérebro. Ao trabalhar as expansões cerebrais nos primatas (inclusive humanos) ao longo do tempo, Dunbar foi capaz de relacionar o tamanho do cérebro com comportamentos sociais: "Robin Dunbar usou o volume do neocórtex - a parte 'pensante' - do cérebro - como a medida do cérebro por ele englobar a maioria das expansões cerebrais dos primatas".

Em particular, ele prestou atenção aos tamanhos dos grupos sociais e ao número de parceiros mais íntimos em diferentes espécies de primatas: "Por exemplo, chimpanzés pertencem a grupos sociais que comportam em média 50 indivíduos, mas eles tem apenas dois ou três parceiros íntimos".

Com base no volume do neocórtex, Dunbar pôde prever precisamente o tamanho de um grupo social de "parceiros próximos" de várias espécies.

Quando aplicou isso aos seres humanos, Dunbar descobriu que a maioria dos grupos sociais humanos possuem cerca de 150 pessoas: "… a literatura sugere que 150 é mais ou menos o número de pessoas que se você pedisse um favor poderia esperar tê-lo atendido".

Nosso grupo de amigos íntimos geralmente inclui cerca de 12 pessoas. No entanto, 150 é o número importante. É (mais ou menos) o número máximo de pessoas com que a maioria de nós consegue administrar um conexão social. Qualquer coisa acima disso é um luta para nosso cérebro, então pessoas acabam saindo do fim a lista quando adicionamos mais ao topo.

Dunbar descreve isso de outra forma: "Em outras palavras, é o número de pessoas com quem você não sentiria vergonha de se juntar para tomar uma bebida sem ser convidado caso encontrasse em um bar".

O Número de Dunbar é particularmente interessante em termos de marketing, brand-building e mídia social. Se você tiver em mente que cada pessoa com quem interage tem apenas 150 pessoas no total de suas "conexões emocionais", poderá tornar interações bem mais fáceis. Ao invés de se frustrar ou se surpreender pelo fato de os clientes não "se conectarem" com sua marca, reflita sobre isso: toda conexão emocional que eles oferecem à sua empresa é uma que eles não conseguem ofertar a um amigo verdadeiro ou a um membro da família. Então quando eles o fazem é uma grande coisa.

Você pode pensar que o Número de Dunbar está diretamente oposto à ideia de uma rede social. Na verdade, o número é a razão pela qual a rede social Path limita os usuários a 150 conexões. Todavia, redes sociais também tiram proveito de laços fracos - o amigo de um amigo ou a teoria dos seis graus de separação que leva você a fazer um novo amigo no Twitter ou no Facebook.

O livro "Colaboração", de Morten T. Hansen, descreve como tanto os laços fracos como os fortes são cruciais - mas que os laços fracos criados através de redes e mídias sociais eram sempre a chave para novas oportunidades.

"Pesquisas apontam que não é o tamanho - o número bruto de contatos mantidos por uma pessoa - que conta. Pelo contrário, é a diversidade de conexões - o número de diferentes tipos de pessoas, unidades, conhecimentos, tecnologias e pontos de vista - que as pessoas podem ter acesso em suas redes".

Laços fracos ajudam aqui por que eles "formam pontes para mundos em que não circulamos", enquanto os laços fortes são estabelecidos com pessoas de mundos que já conhecemos.

A navalha de Hanlon

A Navalha de Hanlon representa o seguinte ditado:
"Nunca atribua à malícia o que é adequadamente explicado pela estupidez"

Se você ouviu falar sobre a Navalha de Ockham (ou Navalha de Occam) deve saber que, na filosofia, uma navalha serve para nos ajudar a eliminar todas as explicações improváveis de um fenômeno. Assim essencialmente, algo acontece (um fenômeno) e tentamos explicá-lo com uma hipótese (possível explicação). A navalha nos ajuda a eliminar as hipóteses improváveis até sobrar a explicação mais provável para o fenômeno.

Apesar de a Navalha de Hanlon citar a palavra "estupidez", eu prefiro usar "ignorância", tendo em vista que não ter todas as informações pode muitas vezes ser o problema onde supomos haver estupidez (ou seja, falta de bom senso).

Então exploremos a ideia do trabalho de Hanlon. Quando uma pessoa parece tratá-lo maliciosamente, você deve sempre deve cavar mais fundo para saber se a causa é ignorância.

Você já recebeu um e-mail de um colega de trabalho que pareceu criticá-lo ou atacar sua ideia? Provavelmente sua primeira reação foi atribuir à malícia - porém, se você olhar de perto talvez descubra que foi apenas um mal entendido.

"Se eu posso pensar no mínimo três interpretações diferentes de algo que recebi, não pensei o suficiente sobre o que isso pode significar realmente" - Jerry Weinberg.

Na próxima vez que você não estiver totalmente certo de como interpretar aquele tweet ou e-mail ambíguo, lembre-se da Navalha de Hanlon e considere dar ao remetente o benefício da dúvida.

A teoria de motivação higiênica de Herzberg

Esta última pode ser usada para interagir com qualquer a respeito de seu trabalho: colegas, empregados ou até mesmo um amigo ou um cônjuge. Publicada pelo psicólogo Frederick Herzberg em 1959, a teoria sugere que a satisfação e insatisfação no trabalho são de fato medidas de maneiras diferentes, ao invés de serem duas extremidades da mesma escala.

Segundo a teoria, a insatisfação com o emprego vem de fatores higiênicos assim como o ambiente de trabalho físico, segurança do trabalho e salário. A satisfação, no entanto, origina-se de fatores motivacionais, como gostar do trabalho em si, sentir-se realizado e ter responsabilidades.

Herzerberg conduziu a pesquisa sobre a satisfação no trabalho durante cinco anos, devido ao crescimento de indicadores de insatisfação com o trabalho, como greves e reclamações por parte do operariado.

O que podemos aprender de sua pesquisa é que fatores mitigantes direcionados a amenizar a insatisfação com o trabalho não vão necessariamente gerar satisfação. Assim, um emprego bem remunerado que oferece ótimos benefícios e um ambiente corporativo confortável pode continuar a nos fazer sentir mal se não tivermos nenhuma responsabilidade no trabalho e se nunca temos o sentimento de realização.

Por outro lado, sentir-se bem pelo trabalho que realiza e ser reconhecido por isso não compensa os problemas de ser mal pago ou do desconforto do ambiente de trabalho.

Essa teoria nos faz compreender a razão pela qual algumas empresas são vistas como bons locais para trabalhar e nos faz refletir sobre como é importante motivar uma equipe ou um indivíduo no trabalho. Ela mostra que um bom salário não é tudo.

Disponível em http://administradores.com.br/artigos/carreira/3-teorias-da-psicologia-que-vao-ajuda-lo-se-comunicar-melhor/76406/. Acesso em 31 mar 2014.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Oito dicas para melhorar o desempenho da sua empresa nas mídias sociais

Renata Leal; Marina Salles
14/02/2014
 
Quando se fala em redes sociais, é difícil se manter sempre atualizado. Com plataformas surgindo a todo momento e usuários curiosos por novos tipos de interação, as marcas precisam se esforçar para seguir tantas tendências.

Pequenas Empresas & Grandes Negócios consultou três especialistas no assunto para ajudar o empreendedor a posicionar seu negócio no mundo digital: Edney Souza, criador do blog Interney, Leslie Orsioli, da agência de mídia social We Are Social, e Marcelo Salgado, analista de mídias sociais do Bradesco. Eles deram dicas de estratégias de interação e marketing em diversas redes sociais.

1. Vai entrar numa rede nova? Antes de entrar em uma rede social, o empreendedor deve avaliar se o público de sua empresa está nela. E depois, se a presença da marca naquele ambiente vai atender às necessidades do público-alvo. Se a decisão for por entrar na mídia social, ele deve, então, manter-se ativo. Uma regra básica é tentar preservar a interação com o cliente na plataforma em que a discussão começou, a menos que seja necessário fornecer dados sigilosos.

2. Novas plataformas, novas estratégias. Hoje, o empreendedor deve estar pronto para desenvolver estratégias de marketing que sejam mais abrangentes. Além de se preocupar com as mídias sociais – como Facebook, Twitter e Google + –, é importante estar atento a outras plataformas. Para diversificar o conteúdo, vale a pena investir no YouTube, em blogs, no Tumbler e em aplicativos, como WhatsApp e Snapchat (em que a interação pode ser feita por meio do disparo de mensagens para listas de clientes, por exemplo).

3.Sua empresa é de nicho? Se a sua marca trabalha com casamentos, moda, decoração e beleza, por exemplo, certamente sua estratégia não pode ignorar o Pinterest. Viagem e turismo? Instagram não pode faltar. Quando se tem um produto específico, é importante identificar onde seu público está e estreitar laços para investir em ações focadas.

4. De olho na qualidade. Criar materiais que transmitam credibilidade ao cliente da marca e saber otimizar buscas no Google devem ser prioridades do empreendedor. Além de investir em publicidade ou anúncios pagos, é importante adotar estratégias de SEO para melhor a presença em buscas orgânicas. Para isso, o bom conteúdo é a melhor estratégia.

5. Amplie o alcance de sua página no Facebook. No caso do Facebook, é importante criar conteúdos com potencial de viralização e compartilhamento. Muitas empresas não têm essa percepção e não investem em material que se aplica ao dia a dia das pessoas.

6. Vale a pena pagar? Investir em mídia sempre pode ser um ótimo recurso quando há conteúdo de qualidade a ser divulgado e com alta possibilidade de compartilhamento. Se você produziu uma excelente notícia, por que não fazê-la chegar a um número maior de pessoas? É em torno disso que o Facebook vem trabalhando sua estratégia. Desde que a decisão de comprar anúncios seja bem planejada (e posteriormente, justificada em relatórios de performance), a estratégia de promover conteúdo em mídias sociais pode ser um bom investimento.

7. Está lá? Interaja! Se sua marca está numa rede social, interaja com os usuários independentemente de sexo ou idade. Toda interação é humana e dos dois lados deve haver alguém disposto a conversar sem preconceitos. Quem define como o usuário vai ser, acaba errando. Não existe uma regra de comportamento. Quem tem mais de 50 anos não necessariamente escreve de maneira séria, não abrevia palavras ou deixa de usar emoticons. O importante é não ficar calado.

8. Comportamento nas redes. Mais do que uma questão de linguagem, o comportamento do público reflete sua faixa etária. Os jovens, por exemplo, interagem com mais frequência nas mídias sociais, mas com propósitos diferentes de seus pais ou avós. Acostumados a compartilhar mais conteúdo, em geral, eles usam as redes para manter contato com seus amigos. Enquanto isso, a audiência mais madura sente maior necessidade de se expressar quando o assunto envolve reclamações sobre produtos e serviços ou atenção na busca por informações. Identificar o comportamento do seu público é essencial para interagir da melhor forma.


Disponível em http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2014/02/8-dicas-para-melhorar-o-desempenho-da-sua-empresa-nas-midias-sociais.html. Acesso em 31 mar 2014.

domingo, 6 de abril de 2014

Educação a distância conquista confiança de alunos e empregadores

Estadão
25 de março de 2014
 
Antigos alvos de resistência, as graduações a distância no Brasil vêm conquistando a confiança do mercado. Já comum nas licenciaturas, o ensino superior fora das salas de aula também ganha espaço em áreas mais técnicas, como as de saúde, gestão e engenharias. Segundo especialistas, o perfil do candidato e o nome da instituição pesam mais para uma vaga de emprego do que a modalidade do curso.

Com público heterogêneo, a educação a distância (EAD) reúne alunos com características em comum: agenda apertada e interesse de progredir na carreira. Hoje no País existem mais de 5,7 milhões de matriculados na modalidade.

O trabalho, o casamento e o filho de 7 anos foram os motivos para que a assistente administrativa Eliete Martins, de 34 anos, procurasse um curso EAD. "Tive receio, mas eu precisava de flexibilidade nos horários. Depois de pesquisar em consultorias de recursos humanos e conversar com minha família, resolvi fazer Administração a distância", conta.

Eliete, que está no quinto semestre do curso na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), diz que teve receio no início, mas hoje acredita que a graduação não deve em nada para as presenciais. "Comparo com algumas amigas que também fazem Administração e vejo que não muda muito", diz ela, que estuda, em média, cinco horas semanais. A Unicid, que oferece 25 graduações EAD, tem 20 mil alunos a distância, 5 mil estudantes a mais que nos cursos tradicionais.

Concorrência. De acordo com a diretora da Resch RH Consultoria, Jacqueline Resch, é pouco comum que os recrutadores perguntem se o curso é presencial ou a distância durante uma entrevista de emprego e os diplomas não especificam a modalidade da graduação. "Ainda existe um pouco de preconceito no mercado. Mas, na era digital, é um contrassenso discriminar alguém que conseguiu seus conhecimentos por meio da tecnologia", defende.

Em processos seletivos, segundo consultores, os egressos de cursos a distância podem até levar vantagem sobre outros candidatos. "O estudante deve ter bem mais autonomia e disciplina para fazer uma graduação não presencial", diz o presidente da Associação Brasileira de Ensino a Distância, Fredric Litto. "Algumas empresas preferem profissionais com esse perfil mais independente e questionador", garante ele, que defende maior expansão dos cursos a distância além daqueles voltados a formar professores.

Ricardo Yasuda, de 38 anos, titulado em Engenharia Ambiental a distância pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar), afirma que o curso EAD exigiu mais empenho que sua primeira graduação, em Engenharia Química. "Sinto que estudei mais na segunda. Como o aluno organiza o próprio horário, é preciso ser mais dedicado e concentrado", conta ele.

Yasuda, que trabalha em uma fábrica de produção de papel, integra outro grupo comum no universo EAD: alunos mais velhos, que já têm um curso superior e buscam aperfeiçoar a formação. Segundo ele, a chancela da instituição federal para o curso aliviou suas dúvidas quanto ao EAD. "Isso é o que conta mais." Apenas no Estado de São Paulo são oferecidos 17 cursos de Engenharia a distância. No País, já são 192 graduações na área credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC).

Caminho difícil. Segundo a gerente da Cia. de Talentos Fernanda Montero, a desvantagem de quem faz curso a distância é a falta de convívio com os colegas para trocar experiências e formar uma rede de contatos profissionais. "O aluno deve buscar uma forma de compensar esse ponto participando, por exemplo, de grupos de estudo presenciais ou feiras universitárias", recomenda.

Para o presidente da Associação Brasileira de Estudantes de Educação a Distância, Ricardo Holz, a desconfiança de cursos a distância é mais alta em áreas tradicionais, como a jurídica e a de saúde. "Também há resistência maior no setor público que no privado. Recebemos muitas reclamações por causa de órgãos e prefeituras que recusam candidatos EAD aprovados em concurso", relata Holz.

Outros opositores aos cursos a distância são os conselhos de classe, que fazem frequentes apelos ao MEC para evitar a expansão ou enrijecer a fiscalização sobre as graduações EAD. Um exemplo é o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Como as graduações na área são mais recentes, a entidade ainda não recebeu pedidos de registro profissional de um graduado a distância, o que deve ocorrer até o fim deste ano com a formatura das primeiras turmas. Por lei, os conselhos são obrigados a registrar quem fez um curso reconhecido pelo MEC.

"Entre o enfermeiro e o paciente não há intermediários. Temos preocupações sobre erros desses profissionais, que provavelmente não terão a mesma qualidade na formação", afirma Doris Daia, conselheira do Cofen. "Outra questão é que o número de profissionais no mercado já extrapola a demanda. Não são necessárias formações EAD", argumenta. Na modalidade, o conselho é favorável somente a pós e especializações.

Thais Sousa, diretora de desenvolvimento de EAD da Universidade Anhanguera, não concorda com perda de qualidade nos cursos a distância da instituição, que não são 100% virtuais. Segundo ela, é oferecida toda a estrutura para atividades de laboratório e aprendizagem de procedimentos, como coleta de amostras e injeções, no caso da Enfermagem.

"Não é fácil como pensam. Temos aulas práticas duas vezes por semana", exemplifica. Para especialistas, softwares que simulam condições reais também devem ajudar nos treinamentos a distância na saúde. "Com os cursos online, esperamos atingir o público que está mais longe", prevê. Além do grupo Anhanguera, que passou a oferecer Enfermagem a distância em 2014, apenas outras quatro instituições no País – três particulares e uma pública – têm o curso EAD.


Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/vida,educacao-a-distancia-conquista-confianca-de-alunos-e-empregadores,1144568,0.htm. Acesso em 31 mar 2014.