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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Consumidores usam Twitter para reclamar de produtos e serviços prestados

Viviam Klanfer Nunes
 
Os órgãos de defesa do consumidor  não são mais os únicos a serem bombardeados com reclamações contra empresas. Os consumidores também resolveram anunciar seu descontentamento pelas redes sociais.

A moda agora é reclamar dos serviços e produtos pelo Twitter. Segundo pesquisa realizada pela consultoria E.life, o número de mensagens na rede social com a hashtag #fail, que significa “falha” em inglês, cresceu 379% entre 2010 e 2011, passando de 56.778 para 272.181.

Um software utilizado pela empresa varreu toda a "twitosfera" e coletou todos os depoimentos referentes a dado assunto, marca ou produto. Desses depoimentos, a empresa separou todos aqueles que continham o #fail.

Mais reclamados

Na categoria de alimentos, que considera restaurantes e marcas de alimentos e bebidas, houve 119.524 citações. Foi a categoria que teve mais citações com o #fail, refletindo o grande descontentamento dos consumidores. Em seguida, vieram as operadoras de telefonia, fixa e móvel, com 56.740 ocorrências.

As demais posições foram ocupadas por eletroeletrônicos (3°), com 18.182 ocorrências, bancos, seguradoras e cartões (4°), com 16.252 ocorrências, e provedores de internet (5°), com 14.838 ocorrências.

Motivos de insatisfação

Ao analisar o conteúdo das mensagens, a consultoria descobriu quais os principais motivos de descontentamento e insatisfação, por categoria. No caso dos alimentos, os usuários dessa rede social criticaram a conservação dos produtos, citaram campanhas consideradas ofensivas e criticaram produtos cujo conteúdo ou aspecto não condiziam com o rótulo.

Sobre as operadoras de telefonia, são motivos de descontentamento a cobertura insuficiente, falhas no sinal e atendimento que não corresponde com a necessidade. Também houve muita reclamação referente ao momento pós-compra, com decepção referente à queda na qualidade do serviço.

Sobre os eletroeletrônicos, os consumidores reclamam, entre outros pontos, da dificuldade em obter troca de aparelhos com defeito e do atendimento insuficiente. Sobre as instituições financeiras, o problema foram os produtos e serviços prestados. O atendimento também foi apontado como um dos principais fatores de insatisfação.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Atenção ao vendedor silencioso

Carina Locks 
 
Mesmo sem dar uma palavra, ela transfere conceitos, expõe produtos e atrai clientes. Assim é a vitrine. Ainda que em silêncio, ela fala bem da loja, convida o cliente a entrar e, claro, a comprar.

Apesar de ser difícil medir a quantidade de vendas vinculadas aos atrativos da vitrine, especialistas garantem que ela é responsável por fazer com que muitos clientes ingressem na loja, principalmente porque o consumidor atual compra pela emoção e não pela necessidade. “Considerando que a atração é o primeiro passo para um processo de venda, ela (vitrine) pode significar muito”, avalia o presidente e consultor do Grupo Friedman no Brasil (Rio de Janeiro/ RH), Fernando Lucena.

Sua importância é indiscutível em qualquer segmento do varejo, mas quando o que se vende é moda, a vitrineassume um papel ainda mais representativo. Para muitos, é considerada o marketing mais simples e eficaz do qual o lojista pode valerse. Não que construir uma vitrine que realmente funcione seja tarefa simples, muito pelo contrário.

Como defende a sócia-fundadora da Vimer Experience Merchandising (São Paulo/SP), Camila Salek, o uso de técnicas, assim como o estudo de visual merchandising, podem aprimorar muito o resultado final. Mesmo assim, ela diz que criar uma boa vitrine será sempre o resultado de um trabalho estético, que inclui bom gosto. “Mas é cada vez mais frequente vermos bons projetos de vitrines alavancando vendas através do uso de técnicas já consagradas no varejo, como repetição de elementos e manequins, a triangulação, o espelhamento, dentre outros”, pondera.

Comunicação direta - O vitrinismo é uma forma de comunicação direta com o consumidor e, por isso, merece atenção especial do lojista. Na hora de planejar como a vitrine será construída é importante manter o foco no cliente e no produto. Isso inclui tomar cuidado para não colocar artigos demais, que acabem poluindo visualmente o espaço. Escolher poucos itens e destacá-los é a principal tendência. “Principalmente em artigos fashion e de maior valor agregado”, ensina Lucena. Para chamar a atenção de maneira atrativa e eficiente, a vitrine deve seduzir o consumidor. 

O objetivo é fazer com que ele se interesse pelos produtos oferecidos, mas o estímulo pode ser consciente ou não. Neste contexto, muitas marcas a utilizam para contar a história de suas coleções ou para informar promoções ou lançamentos. Se por bastante tempo ela foi encarada como secundária, hoje tem papel fundamental na decisão do cliente. “Muitas vezes eles se inspiram num look proposto pela grife para efetuar suas compras”, afirma Camila, acrescentando que algumas marcas chegam a investir praticamente toda a verba de marketing em vitrines e visual merchandising no interior da loja.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Anote aí 68: Mimos; Classe C; Digital; Vitrines; Ativos

COLTRI, Gustavo. Pequenas: ligeirinhas, amáveis e unidas Estratégias de empresas de menor porte para enfrentar grandes redes incluem oferecimento de mimos e proximidade com clientes. O Estado de S. Paulo, 14 de agosto de 2011, Caderno Oportunidades, p. 3.   

D’AMORIM, Sheila et al. Classe C eleva lucro de banco, mas toma empréstimo em loja Contas-correntes dobram em oito anos, mas a maioria pede crédito em lojas, mesmo que o juro seja maior. Folha de S. Paulo, 21 de agosto de 2011, Caderno Mercado, p. B9.    

SAAD NETO, José. Mapa do comportamento digital Cada vez mais requisitada pelo mercado corporativo, Netnografia aponta perfil de consumo, comportamento e hábitos digitais de grupos predefinidos. Meio & Mensagem, ano XXXIII, nº 1476, 12 de setembro de 2011, p. 34.

LESSA, Katia et al. Exibidas Vitrines sofisticam a arte de mostrar seus produtos. Revista São Paulo, n.º 65, 11 de setembro de 2011, pp. 28-33.

GRATÃO, Paulo et al. Os novos ativos das organizações Clientes precisam deixar de ser vistos como passivos das empresas e se transformar em aliados efetivos para o fortalecimento das marcas. Consumidor Moderno, ano 15, nº 161, agosto de 2011, pp. 122-126.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O que o cliente espera de um bom vendedor?

Surama Ozório
Tenho observado na área comercial que os sales managers se preocupam em oferecer aos seus profissionais de vendas treinamentos, muitas vezes longos e desgastantes, sobre seus produtos e/ou serviços. Há, assim, um grande problema. 

Orientados por tal estratégia, os gestores visam reforçar as características e qualificações do produto e/ou serviço, massificando tais profissionais a obterem todo o seu conhecimento, ao invés de treiná-los para entenderem a fundo a utilização.

Por obterem um feeling mais apurado, os vendedores mais intuitivos já seguem o melhor caminho e esta qualidade os permite posicionar seus produtos como verbos, não como substantivos.

Este tipo de venda, baseado na necessidade do cliente, onde o vendedor consegue ajudar o comprador a atingir uma meta, resolver um problema ou satisfazer uma necessidade, altera todo o conceito obsoleto que ainda é muito empregado pela área comercial das empresas.

Os profissionais de venda convencionais tendem a dar opiniões aos seus clientes, ao passo que os vendedores centrados no próprio cliente têm a tendência de elaborar e fazer perguntas relevantes.

Um simples case pode ilustrar o que estou abordando. Em minha época de hunter, ligava para um prospect constantemente e falava sobre as características do meu serviço, seus diferenciais e recursos, o importunando com informações sem entender o que o serviço ofereceria de vantagem para ele. Foram três meses de ligações, até que um dia obtive uma grande resposta, simples e educativa:

- Primeiramente preciso que você otimize meus custos e desmembre minha fatura por centro de custo. Quando as faturas chegam a minhas mãos, tenho que separá-las uma a uma e debitá-las nos respectivos centros. Se você conseguir me enviar separadamente, já facilitará muito o meu dia a dia.

Em suma, ao invés de enchê-lo com informações muitas vezes desnecessárias, consegui que me falasse o que realmente o faria comprar meu serviço. Além de efetivar a venda, ganhei sua credibilidade. Até hoje ele é meu cliente e costuma indicar meus serviços para diversas empresas.

Outro exemplo clássico e simplório nos ajuda a entender esta relação. A maioria das pessoas não gosta que digam a elas o que precisa ser feito, tampouco gosta que a controlem e muito menos pressionem. Assim também são os compradores. 

As avaliações que fiz servem para alertar os gestores e fazer com que as empresas repensem o objetivo dos seus treinamentos. Os profissionais de vendas não podem somente ter foco no relacionamento com os clientes ou nas características de seus produtos. As corporações precisam treinar seus vendedores para focarem na real solução para a necessidade do cliente.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Como incentivar compras por impulso?

Lia Nara Bau 
As compras por impulso tornaram-se verdadeiras ferramentas de marketing. Seduzir o consumidor e incentivá-lo a levar para casa algo que não havia planejado é o desejo de todo o ponto de venda. Porém, para obter resultados com elas, é preciso muito mais do que colocar alguns produtos perto do caixa e torcer para que algum cliente os veja e se interesse.

O sócio-diretor da Dia Comunicação (São Paulo/SP) e autor do livro ‘Compras por impulso’, Gilberto Strunck, explica que alguns produtos são chamados compras de destino, que são aqueles que compramos regularmente nas lojas, e cada tipo de loja tem os seus produtos de destino. Apesar disso, não há produtos específicos de compras por impulso, pois qualquer produto pode ser comprado por impulso, inclusive um avião, se o poder aquisitivo da pessoa permitir.

“Há, contudo, produtos que normalmente têm uma estratégia para serem vendidos por impulso. Geralmente são artigos de menor valor agregado e que ficam junto aos check outs das lojas. Você não entra na loja para comprá-los, mas na finalização de uma compra, normalmente no caixa, se pergunta: por que não?”, argumenta.

Segundo Augusto Nascimento (São Paulo/SP), consultor de branding e marketing da BBN Brasil, autor do livro 'Os 4 Es de Marketing e Branding' e do blog www. estrategiaebranding.com.br, salienta que compra por impulso não é o mesmo que compulsão. “Compulsão é um comportamento doentio. É gente que compra para satisfazer necessidades que nada têm a ver com o produto adquirido. Compra alimentos para suprir carências afetivas”, exemplifica. 

Já a compra por impulso só acontece porque um bom produto está bem exposto. E quem compra, responde ao impulso gerado pelo seu desejo de possuir ou consumir aquele item. Nascimento explica que, na maioria das vezes, a compra por impulso não foi mesmo planejada. Mas aconteceu porque o cliente viu o produto e lembrou que precisava dele ou que poderia precisar. “É a típica situação de quem está passando no caixa do supermercado para pagar as compras, vê as pilhas expostas e lembra que o controle remoto da TV está com a bateria fraca. Esse mesmo comportamento acontece com outros itens como: cola, lâmpadas, linha e agulha e outros itens cujo consumo é mais eventual, de modo que as pessoas acabam esquecendo de colocá-los em suas listas de compras”, afirma.

LOCALIZAÇÃO - Além de ficarem próximos ao caixa, esses produtos também podem estar em pontos estratégicos da loja. Porém, em alguns estabelecimentos paga-se por uma exposição diferenciada. “No layout pode-se ter exposições que propiciem uma venda cruzada. É o caso, por exemplo, nos supermercados, quando expõe queijo ralado junto com as massas. Propicia o consumo casado desses produtos”, afirma Strunck.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Guerra de franquias avança nas praças de alimentação

Cláudio Martins  
 
A disputa pelo consumidor na praça de alimentação tem sido o desafio encarado por franquias do setor que mantêm unidades em shopping centers. Empresas como Pizza Hut, Domino’s, Vivenda do Camarão, Spoleto e Parmê investem em ações específicas para o local e adaptam os mix de produtos e formatos dos pontos de venda para atender às demandas dos clientes.

A guerra entra as companhias é justificada pela expansão das franquias de alimentação. No Brasil, segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), no período entre 2001 e 2010, houve um crescimento de 201% no número de lojas do setor. Ao entrar neste espaço, uma das primeiras medidas adotadas pelas empresas é conhecer o perfil do consumidor que frequenta as praças de alimentação para criar ofertas que sejam relevantes e façam o cliente retornar ao ponto de venda.

Recentemente, a Domino’s resolveu apostar no potencial das praças de alimentação. A companhia criou o formato Domino’s Express, que estreou no mês de dezembro de 2011, com a inauguração da loja no Shopping Interlagos, em São Paulo. Além de colaborar para a expansão da empresa no Brasil, aproveitando a capilaridade dos centros comerciais, a iniciativa pretende fortalecer a marca no país. A meta é chegar a 2016 com 150 unidades em território brasileiro.

Criação de porções individuais

O formato Domino's Express foi desenvolvido a partir de pesquisas da empresa junto aos consumidores. “Após o recolhimento dos resultados, percebemos uma lacuna no mercado para a venda de pizzas em fatias e essa foi a oportunidade que vislumbramos para criar o modelo voltado para a praça de alimentação”, explica Adriana Copello, gerente de marketing da Domino’s no Brasil.

Além das pizzas em fatias, também é possível encontrar petiscos, como as Batatas Smiles e portões de calabresa acebolada. Outras novidades estão em desenvolvimento para serem comercializadas nas lojas Domino’s Express, como a sobremesa Petit Gateau e as Chicken Wings, asas de frango fritas que têm um bom desempenho nos mercados internacionais da marca.

Em um mês de funcionamento, o novo modelo já apresentou uma média de 250 clientes por dia. Para divulgar o ponto de venda, a empresa apostou em degustações durante a inauguração e este mês realiza uma promoção compre e ganhe que premia os consumidores com copos exclusivos da rede.

A Pizza Hut adota uma estratégia semelhante. Das 19 unidades da empresa no Brasil, 11 estão presentes em praças de alimentação. A companhia também criou porções menores de seus produtos, como uma fatia de pizza que equivale a 1/4 do prato na versão gigante. Além da opção de porções individuais, a empresa também criou produtos para serem consumidos em grupos, que são vendidos a preços promocionais entre quinta e sexta-feira.

Formas para se diferenciar da concorrência

Uma das maneiras encontradas pela Pizza Hut para se destacar ao lado de seus concorrentes foi a aquisição de espaços próprios nas praças de alimentação e atendimento nas mesas. “A Pizza Hut foi uma das primeiras empresas a adotar esta medida como diferencial, com a proposta de tornar o atendimento semelhante ao mesmo encontrado em restaurantes”, afirma Anna Carolina Salles, gerente de comunicação da Pizza Hut.

Outra ação utilizada pela empresa para atrair os consumidores é a entrega dos cartões de fidelidade Club Pizza Hut, válidos por três meses e que concedem 12 descontos de 40% no consumo de produtos nos pontos de venda. A rede também já realizou promoções com foco em estudantes portadores da Carteira Mundial do Estudante da International Student Identity Card (ISIC), oferecendo produtos para este público pela metade do preço.

Já a forma encontrada pela rede de franquias carioca Parmê para as suas lojas nos shopping centers foi a realização de promoções a partir da internet. “Realizamos ações pontuais nos perfis da marca no Twitter e no Facebook enviando vouchers com descontos válidos paras os pontos de venda instalados nas praças de alimentação, como forma de trazer os consumidores para as nossas lojas. Além de oferecer os combos promocionais, os clientes têm ainda a possibilidade de customizá-los ao seu gosto”, diz Luiz Antônio Jaeger, gerente de operações do grupo Parmê.

Ações para gerar fluxo entre o almoço e o jantar

Uma das preocupações das empresas é gerar movimento em suas lojas nos intervalos entre o almoço e o jantar, quando o número de clientes cai. Na estratégia da Parmê para os pontos de venda do modelo Express, a empresa define horários fixos para a validade dos vouchers promocionais distribuídos na internet. Outra ação adotada é a abordagem dos consumidores por promotores de venda, sugerindo os pratos do cardápio da rede.

Já a Pizza Hut vende determinados produtos do cardápio a preços promocionais no período entre 15h e 18h para trazer os clientes à suas lojas e aproveitar também o momento em que parte dos colaboradores dos shoppings e prédios comerciais vizinhos sai para almoçar. Outra ação da empresa para tornar a experiência dos consumidores a melhor possível foi a instalação de totens digitais que permitem à companhia ter relatórios em tempo real sobre o atendimento e os pontos que necessitam de melhorias.

O tempo de espera é um dos quesitos mais importantes para os consumidores que frequentam as praças de alimentação. Segundo dados da ABF, 84% dos clientes não gostam de aguardar mais do que 10 minutos em filas para serem atendidos.

Renovação do cardápio com frequência

A partir do objetivo de tornar o atendimento mais ágil surgiu o modelo de franquias da Vivenda do Camarão, que se posiciona como fast food e tem a proposta de vender pratos à base do crustáceo e de frutos do mar a preços acessíveis. O primeiro ponto de venda neste modelo surgiu ao lado de um restaurante da empresa, no MorumbiShopping, em 1986. Uma das apostas da empresa para atingir diversos públicos é trabalhar com seis tipos de preços diferentes.

“Anteriormente, a maior parte do público que frequentava nossas lojas era das classes A e B e hoje notamos um expressivo crescimento de consumidores da classe média, fruto do bom momento vivido pelo brasileiro”, ressalta Carla Matias, gerente de marketing da Vivenda do Camarão.

Além do preço, a empresa aposta na venda de combos promocionais para atrair os consumidores. Na compra de um prato do cardápio com uma bebida, por exemplo, os clientes ganham a sobremesa. A rede também renova constantemente o seu portfólio ao realizar “festivais” no começo das estações do ano com opções produzidas à base de pescados e produtos da sazonais.

Em 2012, a Vivenda do Camarão completará 28 anos e, para comemorar, no mês de junho serão realizados sorteios de 28 prêmios, incluindo um carro 0 km. Atualmente, a rede tem se empenhado em expandir sua atuação no Brasil, restrita às praças de alimentação, planejando a inauguração de 30 lojas neste ano, para somar aos 135 pontos de venda já em operação. Recentemente, a Vivenda do Camarão também iniciou um processo de internacionalização, ao inaugurar unidades na República Dominicana e no Paraguai, em 2011.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Mercado explora nicho de produtos voltados a obesos

James Melik
Na Grã-Bretanha, o aumento do número de obesos já fez o sistema de saúde importar mesas de operação maiores dos Estados Unidos, país conhecido pela grande parcela de pessoas acima do peso. Guinchos especiais, macas e ambulâncias também foram comprados para transportar pacientes maiores ao hospital.

O empresário americano Scott Kramer ressalta o potencial de lucro desse nicho crescente de mercado. Conta que o primeiro produto comercializado por sua empresa foi o vaso sanitário Big John, cuja circunferência é 48 cm maior que a padrão, aumentando em 75% a área do assento. A peça pode aguentar até 363 quilos.

Mundo mais pesado

O empresário lembra que "as pessoas estão ficando mais pesadas no mundo em desenvolvimento, à medida que (os países emergentes) se tornam mais ricos".
"Eles querem comer o que nós (dos países desenvolvidos) comemos. E deixam de andar de bicicleta para dirigir um carro. Enquanto a ingestão calórica aumenta, o nível de exercícios diminui. A consequência natural é aumentar o peso", diz.

"Hospitais e os institutos de medicina legal não são geralmente equipados para obesos. Aí os bombeiros precisam ser acionados para remover o corpo. É importante manter a dignidade nesse momento"
Keith Davis, do Goliath Caskets

A empresa de Kramer vende vários produtos voltados à parcela da população acima do peso, inclusive acessórios que ajudam na higiene de quem não consegue lavar determinadas partes de seu corpo. Do berço ao túmulo, as empresas estão aproveitando as oportunidades desse mercado. Keith Davis, do Goliath Caskets, funerária especializada em caixões de grande porte, lembra que a obesidade "é uma epidemia".

"É importante que a gente alivie o constrangimento das famílias dos obesos (no momento do funeral)", explica. "Hospitais e os institutos de medicina legal não são geralmente equipados para obesos. Aí os bombeiros precisam ser acionados para remover o corpo. É importante manter a dignidade nesse momento", ressalta.

Mais gastos

As empresas Big John e Goliath Caskets podem ter encontrado uma oportunidade de negócios entre os obesos. Mas, para outros empresários, a obesidade representa um problema. O aumento de tamanho e peso dos frequentadores de teatro, por exemplo, tem causado grande impacto financeiro na hora de projetar novas salas.

O consultor de projetos arquitetônicos para teatros Gene Leitermann diz que, além dos assentos maiores, as novas salas precisam de espaço extra para garantir a acessibilidade de quem precisa.

"Tem havido um aumento constante no espaço para as pernas e na largura dos assentos nos auditórios ao longo dos últimos cem anos. Mas, se você olhar para os últimos 20 anos, (verá que) o aumento é muito mais acentuado", diz.

Segundo o consultor, nas últimas duas décadas os auditórios tiveram um aumento de área de cerca de 30% para acomodar o mesmo número de pessoas de antes. Além das salas, banheiros e outros espaços também são maiores. "Esse espaço precisa de mais dinheiro para ser construído e mantido."

Falta de opção

Catherine Schrodetzki, ativista para os direitos de pessoas obesas, diz que há muitas oportunidades inexploradas e que alguns produtos em tamanho maior ainda não estão disponíveis para o bolso dos consumidores médios.

"Precisamos de estilos que nos agradem e não roupas pensadas para um obeso qualquer. Estamos falando de 47% da população que hoje está acima do peso"
Catherine Schrodetzki, ativista

A ativista também discorda do argumento de que produtos voltados para obesos precisam ser mais caros, porque gastam mais para serem produzidos. Uma das razões apresentadas por Schrodetzki é que os obesos, em geral, ganham menos que os demais.

Ela também reclama da falta de opção em lojas de roupas. "Precisamos de estilos que nos agradem, e não roupas pensadas para um obeso qualquer", diz. "Estamos falando de 47% da população que hoje está acima do peso", diz.

Para empresas que estejam tentando abocanhar uma parcela desse mercado, Schrodetzki sugere que os fabricantes "olhem para nós, façam pesquisas, falem conosco, descubram por que não estamos comprando em sua loja".

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A importância dos aspectos emocionais no design

Robson Moulin
Donald A. Norman, professor de psicologia cognitiva, formado em Ciências da Computação e Engenharia Elétrica pelo MIT e Doutor em Filosofia e Psicologia pela Universidade da Pensilvânia, foi também professor de Ciência da Computação. Norman explica a importância dos aspectos viscerais, comportamentais e reflexivos no design, como a emoção implica nas escolhas feitas, assim como a qualidade e usabilidade dos produtos.

O autor cita uma coleção de bules, com variantes, seja por um belo design mais nada utilizável ou com um aspecto mais desajeitado, mas com muita praticidade. A escolha no uso de cada objeto depende do contexto: se pela necessidade de rapidez ou simplesmente por estética. Outro fator entra no meio dessas escolhas, a história e a emoção que o objeto traz.

Existem três tipos de design:
O design visceral. Preocupa-se com a aparência;
O design de comportamento. É o prazer e a eficácia de uso;
O design reflexivo. Traz os aspectos emocionais. Esse por sua vez é inseparável e faz parte de nossa cognição, no qual toda nossa percepção e pensamentos são tingidos em nosso subconsciente.

Muitos objetos trazem emoções fortes e positivas, criam o apego, amor e felicidade, assim como trazem emoções fracas e negativas criando raiva e infelicidade. Norman cita uma experiência que teve ao criticar uma criação do designer Michael Grave em um programa de radio, um bule que apesar de ser bonito possuía um difícil manuseio, onde se corria um risco de derramar a água.

Mas ficou impressionado quando um ouvinte ligou e disse: “eu amo meu bule”, pois quando acordava e se dirigia até a cozinha sorria ao ver o objeto e dizia que apenas era necessário ter um pouco de cuidado. O legal era sorrir pela manhã.

Na década 80, Em seu livro The Design of Everyday Things, Norman não levou em consideração a emoção, mas apenas a utilidade, função e usabilidade, criando objetos lógicos e mal concebidos, pois faltava a emoção necessária para que as pessoas se apaixonassem pelos produtos.

Hoje com os grandes avanços científicos pode-se ver a importância gerada por meio da cognição humana interligada com as emoções para a vida cotidiana, certamente a usabilidade é um fator de muito valor, mas sem diversão, prazer, alegria, ansiedade, medo, raiva nossa vida seria incompleta.

O afeto faz julgamentos e determina se as coisas no ambiente são perigosas ou seguras, boas ou ruins, a emoção é a experiência consciente do afeto. Para algumas pessoas, principalmente as mais lógicas, o design visceral ou o design da aparência já se torna suficiente para gerar algum tipo de emoção, mas essas por sua vez não são a maioria.

Hoje, graças a diversos estudos da psicologia cognitiva, tecnologia e design, essas questões são consideradas, pois se compreende: o valor atribuído a um objeto seja ele utensílio e/ou aparelho tecnológico está diretamente relacionado à experiência afetiva do usuário. O fetiche que as marcas causam e suas inovações estão sempre diretamente ligadas as necessidades de cada individuo por um todo, seja na usabilidade ou no impacto em suas emoções. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Artesanato brasileiro em alta no mercado internacional

Agência Sebrae
O artesanato brasileiro ganha novo fôlego com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. O mercado está aquecido e a demanda interna e externa pelo produto artesanal segue em ritmo acelerado. O bom momento para negócios pode ser comprovado na 22ª Feira Nacional de Artesanato (FNA), que acontece entre os dias 22 e 27 de novembro na capital mineira. 

Segundo a coordenadora de exportação do Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (ICCAPE), Malú Drumond, a expectativa para os seis dias de evento é gerar US$ 1 milhão em negócios, valor que pode chegar a US$ 3 milhões nos 12 meses seguintes. Ela explica que a venda do artesanato nacional tem potencial para crescer no mercado externo. “Sabemos que uma crise na Europa afeta de forma negativa a exportação de produtos de segunda necessidade. No entanto, o artesanato nacional possui um diferencial que mantém a demanda constante no exterior”. 

São esperados cerca de 150 compradores vindos de vários países: Estados Unidos, Canadá, Bolívia, França, Índia, Portugal e Japão. Entre eles, há convidados do projeto Comprador, parceria entre o Instituto Centro Cape, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa). 

Uma prova de que o Brasil está em alta no mercado internacional é a rede de lojas El Corte Inglés, da Espanha e Portugal. A marca veio buscar aqui, em maio deste ano, peças artesanais que representassem a cultura brasileira. Acabou investindo € 1,1 milhão, sendo € 750 mil apenas em Minas Gerais. 

Outras duas empresas interessadas no artesanato brasileiro são a Macy’s e T.J.Maxx, ambas dos Estados Unidos. O primeiro contato para a comercialização de produtos nacionais foi feito por meio do ICCAPE. Amostras e fotografias de produtos mineiros já foram enviadas para as redes americanas. 

Pesquisa do Instituto Vox Populi, realizada em novembro do ano passado durante a Feira Nacional de Artesanato, mostra que a quantidade de artesãos exportadores aumentou. Dados do levantamento indicam que dois de cada dez artesãos venderam seus produtos para o mercado internacional em 2010, contra apenas metade desse número em 2009. Os números indicam ainda que o faturamento de quem exporta pode chegar a cerca de R$ 12 mil. Enquanto que os artesãos que vendem apenas para o mercado nacional lucram R$ 8,5 mil.


quinta-feira, 21 de abril de 2011

A diversificação de produtos nas bancas

Fernando Murad
Impossível andar pelas ruas de um grande centro urbano e não se deparar com uma. Parada obrigatória de pessoas que gostam de se atualizar com o noticiário, daquelas que buscam entretenimento e diversão e também das que procuram emprego, dentre outras, as bancas de jornal – ou de revista, dependendo do costume da cidade – fazem parte do cotidiano da população há tempos e não passaram incólumes pelas mudanças trazidas pela evolução digital, que protagonizou uma verdadeira revolução no mercado editorial.

Embora continuem como principal ponto de comercialização de jornais e revistas, as bancas se ressentem da queda no volume de vendas e, com o passar dos anos, foram incorporando novos produtos ao seu portfólio.

Segundo Ricardo Lourenço do Carmo, presidente do Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revista de São Paulo (Sindjorsp), nos últimos cinco anos as vendas de jornais e revistas nestes pontos de venda (PDVs) do Estado caíram 20%. “Tínhamos 5.000 bancas e, nesse período, mil fecharam. Elas precisam se modernizar. Deixar de ser jornaleiro para ser empreendedor, buscar novas ferramentas. As vendas de jornais e revistas representam menos de 50% do faturamento atual­mente. Quem depende só de jornal e revista não consegue sobreviver”, afirma o representante dos jornaleiros.

A diminuição de produtos editoriais é uma realidade na opinião de Flávio Pestana, diretor geral da Rede Bom Dia e do Diário de S. Paulo. Para ele, o valor total vendido hoje é menor que o de 10 anos atrás. “Por outro lado, a banca virou um centro de comércio. Se tinha 90% da venda no editorial, hoje não chega a 50%. Jornal é só mais um produto. Mas a sobreposição de edições na banca é uma tendência mundial”, analisa.

Embora os editores continuem registrando crescimento de venda no canal, na ponta final da cadeia os jornaleiros da capital paulista seguem com números negativos e apontam as mídias digitais como um dos fatores causadores do fraco desempenho. “As vendas caíram. Em 2010, deram um boom. Na época da Copa teve uma euforia com as figurinhas, mas caíram novamente. Cheguei a faturar R$ 19 mil em junho. Mas neste ano está pela metade. A internet é o pior de tudo. Com a popularização da tecnologia, eles leem notícias no celular e no computador”, conta Roberto Luiz Procópio, dono de uma banca há 20 anos na Lapa, Zona Oeste da capital paulista. O proprietário destaca que os estabelecimentos estão partindo para o lado da conveniência, mas diz que não gosta deste caminho.

Para Judite Cristina Vaz Rodrigues Fortunato, que há mais de 25 anos tem uma banca na Praça Charles Miller, no Pacaem­bu, ponto nobre de São Paulo, o caminho é diversificar o leque de produtos, mas a Prefeitura breca. “As vendas diminuíram bem no último ano. A internet e os supermercados estão influenciando essa queda. No meu caso, vendo mais zona azul do que revista, e o lucro é bem pequeno. Jornal e revista representam 50% do faturamento. O restante são produtos de tabacaria e zona azul. Tem muito pouco estímulo das editoras. Falta apoio para ações promocionais”, conclui.

Rentabilidade

 Para Yuko Tahan, diretora de marketing da Editora On Line, como o jornaleiro olha a rentabilidade, acaba substituindo jornais e revistas por outros produtos. “Empresas como fabricantes de cigarro e operadoras de telefonia celular estão tomando espaço, colocando banner. Estamos perdendo terreno. Tentamos bonificar os produtos, mas isso onera a empresa. Agora estamos concorrendo com as editoras e com outras indústrias”, salienta Yuko.

A queda de circulação, no entanto, não é um fenômeno que atinge o mercado em geral. As editoras ouvidas pela reportagem de Meio & Mensagem, por sinal, apontaram crescimento da venda de exemplares neste PDV. De acordo com Yuko, o mercado de venda avulsa vem crescendo 3% nos últimos anos. “As editoras têm gastado mais energia para lançar produtos visando manter o volume de vendas”, pontua. A On Line tem 86% de sua circulação em bancas, revistarias e livrarias.

A Escala, que tem 85% da sua circulação no canal, registrou incremento de 10% em 2010. “A banca é onde está a grande democracia. Temos registrado crescimento, mas o canal deve ser repensado. Ele tem o mesmo formato há mais de 20 anos. É preciso melhorar a estrutura física, tornar o local mais agradável. Outro problema é que o número está diminuindo. Em 2010, 610 fecharam as portas no País. Temos hoje 17 mil. Deixou de ser bom negócio para jornaleiro do interior”, pondera Rogério Ventura, diretor geral da Escala.

O presidente do Sindjorsp destaca que a relação do setor com o meio editorial é boa e que não há problema com as margens de comissão, mas reclama da falta de ações das empresas nos estabelecimentos. “Não consigo entender por que as editoras não têm ações fortes nas bancas. O Meia Hora (jornal popular da Ejesa, que publica O Dia e Brasil Econômico), por exemplo, não aguentou no mercado de São Paulo. Se as empresas não vierem com coisas novas para as bancas, não vão vender”, avalia. De acordo com Carmo, o sindicato está elaborando um relatório com dados de faturamento e volume de vendas do setor no estado, mas ainda não há dados disponíveis para a divulgação.

Ao mesmo tempo em que a briga pelas melhores colocações nas bancas se acirra, as editoras desbravam novos canais de distribuição. No caso do popular mineiro Super Notícia, da Sempre Editora, a entrada em pontos alternativos como ambulantes, padarias, supermercados, armarinhos, papelarias e locadoras de filmes permitiu ingressar em favelas e na periferia da Grande Belo Horizonte e, assim, criar uma nova base de leitores, o que colaborou para o aumento da circulação – a publicação encerrou 2010 como o periódico de maior circulação do País, de acordo com dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC).

No entanto, o crescimento nestes novos canais é limitado. “No supermercado, por exemplo, não temos como crescer se não mudarmos a logística. O espaço para expor é pequeno; cabem no máximo 40 títulos. O mais importante é que os editores dependem das bancas. Sabem que podem lançar um produto e terão a certeza de que ele estará lá. No varejo não temos essa certeza, depende da negociação”, lembra Ventura. “Os pontos alternativos não são democráticos. Se já têm uma feminina, não colocam outra. Não tem como expor”, complementa Yuko.

O Infoglobo trabalha com venda em sinais de trânsito (com os chamados ambulantes), padarias, lojas e vagões e trens da SuperVia, mas não são nestes locais que se concentra o grande volume. “As bancas respondem por 85%”, diz Alexandre Kabarite, gerente geral de mercado leitor do Infoglobo.

Além do volume, outra questão importante relativa aos canais alternativos é o custo. “Para entrar em pontos nobres é preciso pagar alto. Isso aumenta o custo de distribuição e o custo com encalhe, e as vendas são pequenas, o que, economicamente falando, não é bom para rentabilidade. Temos mais de quatro mil bancas em São Paulo, é mais do que o suficiente para expor todos os produtos. O mercado deu uma depurada”, opina Pestana.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Classes A e B são mais ligadas às marcas

Marcos Bonfim


A qualidade dos produtos supera o desejo por consumo de marcas renomadas, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que envolveu 800 entrevistados. Deles, metade não se preocupa com marcas conhecidas. A maioria dos entrevistados (82,8%), no entanto, concorda que os produtos com melhor qualidade têm preços mais elevados.

Na análise por classes, o resultado apontou que 40% dos consumidores A e B são os mais atentos às marcas. Em contrapartida, os das classes D e E são os mais desinteressados no assunto (66,3%). Segundo Sandra Turchi, superintendente de marketing da ACSP, a taxa de consumo mais elevada nas classes A e B apresenta uma forte ligação com o status que as grandes marcas conferem a quem as consome.

A grande diferença é a forma como as classes analisam o produto no ato da compra. Os consumidores mais pobres prezam muito a escolha acertada, pois não dispõem de tanto capital. "Eles consomem produtos de qualidade, sim, desde que sejam beneficiados pelo crédito, mas não necessariamente a escolha vai estar ligada à marca. Ele se permite pagar mais caro, mas não quer arriscar", explica.

A pesquisa mostra também que 76,3% dos consumidores preferem qualidade a preço, sendo os das classes A e B os que mais concordaram com a assertiva: "Prefiro um produto de qualidade a um de bom preço", (81,1%). São os consumidores com este perfil os que mais realizaram compras na internet (39,1%) e os que mais compraram produtos com divulgação através de propaganda por e-mail (32,1%).

Entre as classes D e E apenas 7,1% fizeram compras pela internet e 3,1% através de e-mail marketing. O destaque, porém, é que os consumidores destes segmentos são os que mais fizeram compras pela web nos últimos 30 dias (28,6%), reflexo do movimento vivido pela economia nacional e do acesso de novos públicos a opções antes restritas a uma minoria.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Posicionamento: o coração da estratégia


Roberto Campos de Lima
Sempre que inicio um processo de consultoria, tento compreender a situação dos meus clientes em relação as suas estratégias. Em grande parte das vezes, recebo uma resposta animadora quando pergunto sobre a existência de uma estratégia ou de um planejamento estratégico. Infelizmente, boa parte das tais “estratégias” não sobrevive a um teste básico de consistência. Quando pergunto acerca do posicionamento estratégico, quase sempre sou surpreendido com outra pergunta: o que é posicionamento estratégico? Oops! Agora temos um problema!

A principal consequência deste desconhecimento, ou ignorância (no sentido estrito do termo), é que os gestores destas organizações têm grandes dificuldades em formular uma estratégia consistente e, consequentemente, em executá-la, pois o coração da estratégia é o posicionamento. Mas afinal de contas, o que caracteriza e como podemos definir o posicionamento estratégico? O posicionamento é o fruto das escolhas estratégicas que a organização deve fazer. Trata-se da seleção do “espaço” ou “posição” de mercado que a empresa quer ocupar. A definição do posicionamento traz maior consistência ao processo de formulação da estratégia, na medida em que elabora definições como por exemplo: segmentos-alvo de mercado; perfil do cliente; portfólio de produtos e serviços; e proposta de valor.

E é exatamente a partir destes insumos que a organização consegue compreender melhor o seu foco e, consequentemente, o seu mercado-alvo. A estratégia é na sua essência composta por escolhas, e a escolha do posicionamento define a forma de competição e a “arena competitiva”, ou seja, o ambiente em que se irá competir. Com foco claro, a alocação de recursos, limitados, é otimizada e a possibilidade de sucesso na execução da estratégia se amplia de forma exponencial.

O posicionamento estratégico define:

·        Quem é o nosso cliente?
·        Que segmentos de mercado iremos atender?
·        Que produtos ou serviços vamos oferecer aos nossos clientes?
·        De que forma iremos atendê-los?
·        Qual é a nossa proposta de valor para os clientes?
·        O que nos torna únicos quando comparados aos nossos competidores?


Na essência, se posicionar estrategicamente é assegurar que o seu foco esteja voltado para os clientes que percebem valor no seu produto ou serviço. Como bem afirmou Al Ries, a estratégia não é uma guerra de produtos, mas sim de percepções. Os clientes compram produtos e serviços a partir da forma como percebem valor na oferta de uma determinada empresa. Logo, definir um posicionamento claro, e que seja sustentado por uma proposta de valor único, é fundamental para a sobrevivência da organização no longo prazo.
Sem pânico! Se você ainda não definiu o posicionamento estratégico da sua organização, segue um roteiro básico para começar:

1 – Explore o seu ambiente de negócios: não existe formulação bem feita que desconsidere os fatores exógenos que afetam o seu negócio. Entenda o seu mercado, concorrentes e características dos clientes-alvo, criando uma base de inteligência estratégica que seja capaz de suportar o seu processo de escolha.

2 – Posicione a sua empresa: escolha um posicionamento de mercado que seja ao mesmo tempo acessível à sua organização e que lhe traga vantagens competitivas únicas. Se o seu posicionamento for lugar comum no seu mercado, então a única forma de competição será pelo preço.

3 – Formule a sua estratégia: defina um plano de jogo coerente com o seu foco de longo prazo. Se o posicionamento é o coração da estratégia, a formulação é o conjunto de artérias que leva o valor às extremidades. Formular uma estratégia é, acima de tudo, alocar os recursos no reforço do posicionamento estratégico.

4 – Implemente a sua estratégia: se você pensou  que a tarefa estava concluída, fique atento. A grande complexidade de uma estratégia não está na sua formulação, mas na sua execução. Crie um modelo de gestão capaz de envolver as pessoas e que, ao mesmo tempo, permita o monitoramento da evolução da sua estratégia.

E lembre-se: sem um posicionamento claro não há estratégia ou, pelo menos, é possível afirmar que tal estratégia não está orientada ao mercado.  E não orientar a estratégia ao mercado leva a uma perigosa miopia organizacional, pois, em última análise, quem define quais serão as organizações que sobreviverão no longo prazo é o cliente.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Liquidação demais afeta a lucratividade

Bruno Mello


O consumidor mais atento que percorre um shopping com relativa frequência percebe: é cada vez mais comum ver os adesivos de liquidação e de queima de estoque nas vitrines das lojas de vestuário e moda. Antes restrita ao fim das estações da moda, a venda de produtos a preços reduzidos já é feita a cada 15 dias por varejistas como a Zara e ganha força em todo o mercado após datas comemorativas como o Natal e o Dia das Mães, o que não é nada bom para o lojista.

A utilização deste recurso centenário importado dos Estados Unidos chega a representar mais de um terço do faturamento de algumas marcas de roupa no Brasil. Se a empresa vende 30% de seus produtos a um preço mais baixo, a sua lucratividade será reduzida na mesma proporção. A tendência é que haja uma diminuição ainda maior do lucro das empresas que embarcam no festival
das liquidações, uma vez que as queimas de estoque estão sendo antecipadas e até variáveis incontroláveis como o clima afetam na demanda.

As liquidações fazem parte do negócio do varejo. O problema está no efeito manada que acontece com uma loja remarcando preço atrás da outra. “É um absurdo queimar estoque em pleno verão. Há um desespero para vender”, aponta Lauro Wöllner, sócio da grife carioca Wöllner. “Está uma loucura. É uma reação em cadeia e todos vão reagindo. Se não entrar (na onda de liquidação) acabamos perdendo venda. Não podemos demorar para seguir”, relata Thais Simonassi, Gerente de Marketing da Cavendish.

Há alternativas

Se chove no verão e faz sol no inverno, a coleção da estação perde o seu apelo. “Não tem como se preparar porque o clima está improvável. Teve inverno quente e verão com chuva em São Paulo”, afirma o Professor Doutor Marcos Cortez Campomar, Coordenador do MBA Marketing de Serviços da FIA/FEA/USP. Ainda assim, há formas de minimizar os riscos. “Tem que olhar a demanda e o estoque corretamente usando técnicas e estudos”, ressalta Campomar, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Uma das ações promovidas pelas marcas foi a diminuição no número de coleções lançadas durante o ano. Hoje, a média é de duas: outono-inverno e primavera-verão. Wöllner e Cavendish fogem do comum e ainda trabalham com novos produtos para o alto-verão.  As lojas de outlets também continuam sendo uma alternativa. A TNG tem 14 pontos-de-venda exclusivos para produtos com desconto.

Outras formas de liquidar a coleção são as ações de queima de estoque pela internet. A primeira opção é no próprio site da marca, como faz a Osklen. A segunda, e cada vez mais utilizada, é vender pelos clubes de desconto como Superexclusivo, Privalia, Coquelux e BrandsClub. Com desconto de até 80%, marcas como Richards e Daslu aproveitam a onda do comércio eletrônico para escoar a produção que não conseguiram vender em suas lojas físicas.

Falsa lucratividade

A despeito da tendência do mercado, Wöllner e Cavendish não querem fazer mais liquidações do que já fazem. “É uma falsa lucratividade”, constata Lauro Wöllner em entrevista ao Mundo do Marketing. “As oportunidades de participação em bazares durante ao ano são definidas de acordo com a quantidade de produtos antigos que temos em estoque. Não pretendemos participar mais do que já participamos”, pondera Thais Simonassi, da Cavendish.

Quando têm que entrar na onda do mercado ou em ações promocionais, as duas marcas usam estratégias diferenciadas. “Tentamos qualificar as promoções para que não pareça liquidação. Pontuamos descontos em apenas algumas peças”, informa Wöllner. “Colocamos em promoção alguns produtos que não giram tão bem. É mais fácil o consumidor entrar na loja que ele gosta e está em promoção. O poder de atração fica maior. Quando ele está dentro da loja, as vendedoras o estimulam a combinar com outras peças que não estão em liquidação”, conta Thais, da Cavendish, ao Mundo do Marketing.

Há dois perfis de consumidores que compram em liquidação. O primeiro são clientes que querem aproveitar um preço mais acessível, mas que não deixam de comprar durante o ano. O segundo é o consumidor de oportunidades. “Certamente a maioria (que compra em liquidação) não pertence ao nosso público-alvo de costume”, constata a Gerente de Marketing da Cavendish.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mulher se diz fiel às marcas, mas é sensível a preço menor

Valor Online


Quanto mais jovens as donas de casa, maior a influência da mãe sobre a escolha dos produtos de limpeza. Mas à medida que essa dona de casa ganha mais confiança, deseja fazer as próprias escolhas. A maioria se diz fiel às marcas, mas uma boa parte é sensível a preço menor e novidades, segundo pesquisa feita para o Valor, pela Sophia Mind.
A mulher mais madura quer imprimir sua identidade à casa, diz Priya Patel, diretora de higiene e limpeza da Unilever. " É por isso que uma marca como Omo, por exemplo, com 52 anos, precisa sempre se renovar, para não ficar parecendo a marca de sabão da avó " , diz ela. Uma das versões mais recentes de Omo é o sabão em pó com " Active Clean " (um sistema que, segundo a fabricante, proporciona " sensação de roupa recém-lavada " ). O lançamento do Omo Multiação Tanquinho em 2009 trouxe explicações mais contundentes no rótulo: " limpeza superior até a 3ª lavagem " . " Descobrimos que a dona de tanquinho usa a mesma água três vezes para lavar suas roupas - começando pelas peças da família, depois lençóis e toalhas e, por último, panos de limpeza " , diz Priya. Focada nas mães, a marca Omo mudou a comunicação na última década. Deixou de lado a brancura mais branca para valorizar o lado bom da sujeira, com o slogan " Se sujar faz bem " .

A maioria das entrevistadas (65%) é fiel às marcas, segundo levantamento feito pela Sophia Mind, mas 46% são sensíveis a testar produtos de preço menor. Esta é a brecha que vem sendo aproveitada pela Química Amparo, dona da marca Ypê, líder em detergentes líquidos e que também está na briga em sabão em pó e amaciante. " Nossa meta é oferecer a melhor relação custo-benefício " , diz João Augusto Geraldine, gerente de marketing de Ypê. A empresa lançou um amaciante com cápsulas de perfume, " que faz o cheiro durar mais nas roupas e ele custa o mesmo que um convencional " .

A Ypê também apela para a consciência ambiental, outro ponto reconhecido por mais da metade (53%) das entrevistadas pela Sophia Mind (embora apenas 12% concordem em pagar mais por produtos ecologicamente corretos). O sabão em pó " Ypê Ecológico " traz no rótulo a foto de uma criança com um aquário e a explicação: " a fórmula é livre de fosfato, e não interfere no oxigênio das águas, preservando assim a vida aquática " .

Na tentativa de levar mais valor agregado aos produtos, a P & G investe no Ariel líquido, que recebeu mais um nome instigante: " sete soluções " . Ele custa 10% mais do que a versão em pó. " Os produtos líquidos proporcionam um desempenho superior, sem a necessidade de esforço pessoal no processo " , diz Sílvia Andrade, gerente de marketing da linha de cuidados com o lar. Para ilustrar a ideia, a P & G acaba de lançar uma campanha em que a jogadora de futebol Marta discute com a mãe a evolução da mulher nos campos e na tarefa de lavar roupas. " Uniforme limpo, só esfregando " , comenta a mãe, Dona Teresa. Marta ensina que não. " Basta trocar o sabão em pó por Ariel líquido " , diz a craque.

Mas alguns hábitos continuam bem parecidos com os das antigas gerações. Segundo a pesquisa da Sophia Mind, nas residências do país, apenas 11% das entrevistadas têm companheiros que participam da limpeza doméstica. 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ascensão: classe D consome mais que a B em quatro categorias de produtos

Camila F. de Mendonça


A baixa renda está consumindo mais. Neste ano, a classe D já superou a classe B quando o assunto é consumo de alimentos, vestuário, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar e remédios.

De acordo com levantamento feito pelo instituto de pesquisas Data Popular, a maior diferença está nos gastos com alimentação dentro do lar. Neste ano, a classe D deve gastar R$ 68,2 bilhões com este item – número que equivale a 23,4% do total de gastos esperados, considerando todas as classes, com os produtos do grupo, de R$ 292 bilhões.

Já a classe B deve gastar em torno de R$ 45,4 bilhões com alimentos, 15,5% do total esperado para este ano. A diferença entre os dois segmentos da população é de R$ 22,8 bilhões.

Outros segmentos

Na categoria móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar, a classe D deve gastar em torno de R$ 1 bilhão a mais que a classe B neste ano. Ao todo, a baixa renda deve desembolsar R$ 16,3 bilhões com este item. Já a classe B deve gastar R$ 15,3 bilhões. Ao todo, espera-se que os consumidores gastem R$ 87 bilhões com itens eletrônicos em 2010.

Confira na tabela abaixo as categorias de produtos que a classe D consome mais que a B, o valor que deve ser gasto por esses segmentos até o fim deste ano e o valor total de gastos esperados para cada segmento:

           A classe D já ultrapassou a B em quatro categorias de consumo         
Grupo 
  Gastos classe D  
  Gastos classe B  
    Total de gastos 2010*    
Alimentação dentro do lar 
R$ 68,2 bilhões 
R$ 45,4 bilhões 
R$ 292 bilhões 
Higiene, cuidados pessoais e limpeza do lar 
R$ 11 bilhões 
R$ 11 bilhões 
R$ 59 bilhões 
Vestuário e acessórios 
R$ 12,7 bilhões 
R$ 12,5 bilhões 
R$ 74 bilhões 
Móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar 
R$ 16,3 bilhões 
R$ 15,3 bilhões 
R$ 87 bilhões 
Medicamentos 
R$ 9,9 bilhões 
R$ 9,8 bilhões
R$ 51,5 bilhões 
Fonte: Data Popular
*Previsão

Massa de renda: classe D ultrapassa B pela primeira vez

Neste ano, a massa de renda dos consumidores da classe D deve superar a da B. O levantamento do Data Popular mostra que o poder de compra da baixa renda deve ficar em R$ 381,2 bilhões, ao passo que o da classe B deve ser de R$ 329,5 bilhões. Ao todo, os brasileiros terão em torno de R$ 1,38 trilhão para gastar neste ano.

A renda disponível dos consumidores da classe A neste ano está estimada em R$ 216,1 bilhões e da classe E em R$ 25 bilhões. Apesar do crescimento da classe D, em termos de consumo, a classe C continua sendo a fatia que tem mais renda disponível para gastos, de cerca de R$ 427,6 bilhões.

Sobre os dados

O levantamento projetou os gastos considerando um crescimento do PIB de 7% neste ano. São considerados da classe D aqueles que recebem de R$ 511 a R$ 1.530. E da classe B, aqueles com ganhos entre R$ 5.101 a R$ 10.200.