O dia em que o computador saberá até mesmo o que a gente sente já
chegou. O campo de pesquisas chamado análise de sentimentos busca entender o
que usuários de internet querem dizer com tanta informação que colocam on-line.
Mensagens em blogs e em redes sociais, como Facebook e Twitter, podem
ser usadas para analisar o que potenciais consumidores acham de uma nova marca
de refrigerante ou quais são os aspectos positivos e negativos de um novo
filme.
"O desenvolvimento da internet tem dado lugar a uma coleção de
sentimentos. A web 2.0 deu à população uma plataforma para expressar sua
opinião sobre quase tudo --produtos, filmes,empresas etc.
Essa nova liberdade de expressão produz toneladas de dados, que, usados
adequadamente, podem dar a empresas uma visão sobre a mente de seus
consumidores", afirma Jean Marie Davis, cofundador da Conversition,
empresa de pesquisa de marketing que atua na área.
A Conversition desenvolveu recentemente o Tweetfeel, que é uma maneira
de o público comum ver como a análise de sentimentos é feita. O site (www.tweetfeel.com)
agrega tweets diversos e os classifica como positivos ou negativos. É possível
ver, por exemplo, um balanço do que os usuários acharam do episódio mais recente
do seriado "True Blood".
Até o Google investe na área. Engenheiros do escritório de Israel
criaram um método que consegue prever metade das tendências de buscas com um
ano de antecedência. Em post no blog do Google Research, eles explicaram que,
ao analisarem um grande volume de pesquisas, conseguiram perceber padrões que
se repetem.
"Uma compreensão das tendências de pesquisa pode ser útil para
anunciantes, publicitários, economistas, acadêmicos e outras pessoas
interessadas em saber mais sobre seu mundo e o que está atualmente no
topo", dizem.
Ainda há muito o que ser feito no campo de análise de sentimentos,
principalmente porque os mecanismos que existem hoje ainda não são capazes de
entender as nuances contidas em cada palavra.
Mas quem já atua na área se arrisca a fazer previsões para os próximos
anos. "Acho que teremos capacidades de inteligência muito sofisticadas.
Uma empresa vai lançar um produto e, em poucos minutos, descobrir exatamente
como o público está reagindo a ele. Esse retorno robusto vai permitir que as
empresas modifiquem suas táticas, alcançando maior sucesso", diz Deep
Dhillon, chefe de tecnologia da Evri.