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terça-feira, 27 de julho de 2010

Brasil já é o segundo do mundo em lançamentos de produtos

Guilherme Neto


Brasil já é o segundo país do mundo em número de lançamentos de produtos. Devido à queda no número de lançamentos em diversos países do mundo desde o início da crise no último trimestre, o Brasil passou do sexto para o segundo lugar em janeiro deste ano em quantidade de produtos lançados, ultrapassando o Reino Unido, o Japão, a França e a China. Em primeiro lugar mantêm-se os Estados Unidos, apesar de também apresentar uma queda.
Mesmo seguindo um ritmo de lançamentos igual de 2007 até outubro, o número de novos produtos em todo o mundo no ano de 2008 sofreu uma queda de 5% no acumulado do ano. Esse é o resultado de um estudo realizado pelo Laboratório de Monitoramento Global de Embalagem da ESPM com a ferramenta Global New Product Database do instituto de pesquisa americano Mintel, que cataloga cerca de 80% dos lançamentos em supermercados de todo o mundo.
Foram 231,2 mil produtos lançados no ano passado, contra 242,7 mil em 2007. A média foi de 19.272 lançamentos por mês – contra 20.231 no ano passado. Em janeiro de 2009, foram lançados 18.338 produtos contra 22.484 no mesmo período do ano passado, representando uma queda de 18,5%. “Essa estória de que o Brasil foi menos atingido pela crise econômica do que outros países é verdade no que se refere a lançamentos de produtos”, diz Fábio Mestriner, Coordenador Acadêmico de Pós-Graduação do Núcleo de Estudos de Embalagem, responsável pela pesquisa.
Cosméticos continuam liderando lançamentos

O maior destaque nas categorias de produtos ainda são os cosméticos, responsáveis por 16% do total lançamentos em todo o mundo. O Brasil é um dos responsáveis por esse alto número, com seu mercado ultrapassando o japonês em 2008, após também passar à frente da França em 2007 e ficando agora atrás apenas dos Estados Unidos.
“A mulher é responsável por esse aumento a medida que ganha mais importância na sociedade, como maior participação no mercado de trabalho e também na decisão de compra”, explica Mestriner em entrevista ao Mundo do Marketing. Os produtos para os lábios, pescoço, olhos e corpo são o que concentram o maior número de lançamento em todo o mundo. No Brasil, no entanto, a maioria são de produtos para cabelos.
Entre os países que mais lançaram produtos no ano passado, o destaque fica para o Brasil, que passou do sétimo lugar em número de lançamentos em 2007 para o sexto lugar no acumulado do ano, por conta da queda sofrida pelos países norte-americanos e europeus. A China também está entre os cinco primeiros na quinta posição. Segundo Mestriner, dos dois outros países emergentes do chamado grupo BRIC, a Índia não entra ainda na lista por não ter um varejo concentrado em supermercados, tipo de ponto-de-venda onde é realizada a pesquisa. Já a Rússia encontra-se em dificuldade por conta da recessão econômica que enfrenta no momento.
Número de lançamentos em 2009 foi ainda menor

O posicionamento mais adotado nos produtos lançados foi o “natural”, tendência que vem se reforçando nos últimos anos à medida que o debate sobre sustentabilidade e qualidade de vida cresce. O produto de marca própria é outro que se destacou nesse cenário de crise. Representando 16% dos produtos lançados em 2008 em todo o mundo, em janeiro deste ano passou para 21%. “É um ajuste à crise. Com a restrição de recursos, os consumidores estão se voltando mais às marcas próprias e os varejistas estão correspondendo”, explica Mestriner.

O tipo de embalagem mais lançado em todo o mundo foi a embalagem flexível (18%), ultrapassando ligeiramente, pela primeira vez, as garrafas (também 18%), devido a sua maior versatilidade de formato, possibilitando atender diversas categorias de produtos. Já o tipo de material mais utilizado ainda é o plástico (36%), por conta de sua diversidade de composições e flexibilidade de apresentações. Em seguida, mas muito atrás, está o vidro simples, com 6%.
Para 2009, a expectativa é que o número de lançamentos seja ainda menor que em 2008 por conta da crise econômica, que também deverá provocar uma mudança no tipo de produtos lançados. “Vamos assistir a um ajuste das embalagens. Como os consumidores estarão mais restritos financeiramente, a tendência é que categorias de produtos mais baratos ascendam. A marca própria deve crescer por conta disso, assim como as embalagens flexíveis, que são mais baratas que outros tipos de embalagem”, diz o professor da ESPM. Segundo ele, a categoria dominante ainda será a de cosméticos.

domingo, 27 de junho de 2010

Redes sociais são responsáveis por 62% do tráfego na internet brasileira

Guilherme Neto

As redes sociais estão ocupando cada vez mais a atenção dos internautas brasileiros e tirando o espaço dos sites de conteúdo adulto. Segundo um levantamento da Hitwise realizado durante 12 semanas no Brasil, 4% das pessoas que acessam a internet procuram sites de conteúdo adulto, enquanto que nos EUA o número é quase o dobro, 7%.

Esse é um dos resultados apresentados por Bill Tancer, CEO da agência e especialista em comportamento on-line, além de autor do livro “Click: o que milhões de pessoas estão fazendo on-line e porque isso é importante”, lançado no país pela Editora Globo. O executivo esteve no Brasil esta semana apresentando as conclusões do estudo, que elaborou um ranking com os 10 sites mais visitados no Brasil.

O Google domina a lista, ocupando as quatro primeiras posições com Google Brasil em primeiro, seguido por Orkut, Google.com e YouTube. Também reaparece em sexto, com o Google Images. A boa colocação do Orkut no Brasil reforça a tese do executivo de que o crescimento de redes sociais está fazendo com que visitas a portais com conteúdo pornográfico estejam em queda. A estimativa é de que os sites de relacionamento sejam responsáveis por 62% do tráfego da internet no Brasil.

“As ações falam mais alto do que as palavras”

Nos Estados Unidos, as redes sociais também provocaram uma baixa na audiência de sites adultos, que já chegou a atrair 16% dos internautas locais. Segundo a companhia, desde 2007 a audiência desse tipo de conteúdo tem caído nos países que a empresa atua, mas costuma crescer no inverno.

“O comportamento do internauta muda a cada dia. Os profissionais de Marketing precisam estar mais atentos a isso. A Internet dá muitas informações valiosas sobre o consumidor”, aponta Bill Tancer (foto), para quem “Se as ações falam mais alto que as palavras, verifiquemos os cliques”.

Segundo o executivo, é preciso ter cuidado para manter a privacidade dos usuários, não coletando dados individuais sobre nenhum usuário, mas sim observando padrões ao analisar uma grande quantidade de internautas. O anonimato ou falta de contato pessoal também podem ser uma oportunidade para as empresas que vendem produtos e soluções que envolvem emoções delicadas. “É mais fácil atrair o consumidor que tem vergonha de adquirir determinado produto na internet do que em uma loja física”, explica.

Diferenças entre consumidor off-line e on-line diminuem cada vez mais.

A liberdade na internet também abre espaço para o consumidor tomar mais coragem e acabar denegrindo a imagem da empresa, esteja ele com a razão ou não. Para combatê-la, Tancer defende um diálogo um-a-um no ambiente virtual. “É preciso responder ao máximo cada consumidor que entra em contato com a empresa através da internet”, recomenda.

As diferenças do consumidor off-line e on-line, no entanto, estariam ficando cada vez mais complexas de mensurar à medida que mais usuários adentram o espaço, fazendo com que o seu comportamento no mundo físico se refletisse no mundo virtual. Um exemplo é o dado de que o fluxo de visitas aos sites de conteúdo adulto cai aos domingos, dia de comparecer à igreja.

A pesquisa também atesta um aumento na procura por informações sobre a gripe suína em buscadores, que apresentou um crescimento de 314% entre 27 de junho a 22 de agosto ao mesmo tempo em que o assunto ocupava cada vez mais espaço na imprensa nacional. A procura por dietas para perda de peso também chamou a atenção, teve alta de 76% no período.

Atualmente, o Hitwise fornece informações sobre a interação de 90 mil pessoas em 60 mil websites no Brasil. O Hitwise possui cerca de 1.500 clientes no mundo e está presente nos seguintes países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Cingapura e Hong Kong.

Veja o ranking dos sites mais acessados no Brasil:
1º Google Brasil
2º Orkut
3º Google
4º YouTube
5º Window Live Mail
6º Google Image
7º Globoesporte
8º Globo
9º UOL
10º MSN Brasil

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Inovação: os ensinamentos básicos para sair da teoria para a prática

Guilherme Neto

Inovação é um assunto que sempre está na ponta da língua dos profissionais de Marketing. Todos querem descobrir e aplicar novas tendências antes dos concorrentes, de forma a se diferenciar e chamar a atenção de consumidores para seus produtos. O que muitos ainda tentam descobrir é a fórmula correta de transformar a teoria em prática com o menor risco possível.

Essa busca por inovação deve ser fomentada entre todos os profissionais de uma empresa para gerar resultados eficientes. O trabalho de gestão da inovação tem este objetivo, gerindo um ambiente onde a busca pelo novo é algo constante e onipresente, com a cultura da empresa voltada à inovação.

Essa gestão não tem começo, meio e fim, segundo Paulo Sérgio, Diretor do Centro de Inovação da ESPM. “Ela não pára nunca e todos devem estar envolvidos”, diz, em entrevista ao Mundo do Marketing. Essa iniciativa pode ser motivada pelo líder da empresa e pelas estratégias corporativas. “O líder deverá fazer o monitoramento dessa cultura. Torna-se um quadro comportamental que uma empresa deve realizar para não ficar obsoleta”, explica Charles Bezerra, Diretor Executivo da GAD’Innovation.
Nova agência do Gad’ oferece consultoria de inovação.

O executivo deixou a Motorola há dois meses para comandar a operação da nova agência do grupo GAD’, inaugurada há duas semanas. A nova consultoria de inovação está trabalhando inicialmente com a carteira de clientes da holding e deverá faturar R$ 20 milhões em 2015 – 15% do faturamento total previsto pelo grupo.

Com esse objetivo, Bezerra promete por em prática muitos dos jargões de inovação proferido pelas empresas que, segundo ele, não são cumpridos. Isso ocorreria pela constante preocupação pelo novo que motiva as companhias a inventarem novas formas para realizar antigas ações de Marketing, sem se preocupar no “porque fazer” e “para quem fazer”.

Para descobrir essas respostas, a Gad’Innovation ficará responsável por acompanhar o cliente em ações de pesquisa, planejamento estratégico, desenvolvimento de produtos e tudo que envolva o lançamento de novos bens e serviços. “É preciso endereçar as perguntas certas para as pessoas certas. A agência propõe-se a ser um instituto de pesquisa de monitoramento do presente para pensar o amanhã, o futuro. Para ajudar o líder e sua empresa a semear e colher os frutos das inovações, posicionando-a à frente dos concorrentes.”, ressalta Bezerra ao site.

Inovações não precisam lidar necessariamente com novas tecnologias

As inovações também são possíveis em pequenas e médias empresas, sem a necessidade de grandes investimentos, já que não necessariamente estão atreladas ao desenvolvimento ou uso de novas tecnologias. “É claro que aquelas inovações de grande impacto, com grandes recursos por trás, envolvem novas tecnologias. Mas é possível inovar sem grandes recursos”, explica o professor da ESPM.

Entre as atuais tendências de inovação apontadas pelo professor estão a preocupação com a sustentabilidade, com a saúde e bem estar de funcionários, consumidores e ações de relacionamento com foco no consumidor, de forma a aproximar-se deles. “É preciso inovar além do produto. Muitas poucas empresas estão atentas a isso e acabam reunindo seus esforços de competitividade em um bem ou serviço, sem procurar se diferenciar de outras formas”, explica Paulo Sergio.

O risco nunca deixa de existir, é claro. Porém, esse é o desafio que as empresas devem enfrentar para não ficar para trás. “A questão é crucial. Não é para ser um projeto paralelo da companhia, mas sim central. A inovação é multidisciplinar e deve envolver todas as áreas da empresa”, relembra Bezerra.