Gladys
Ferraz Magalhães
Quando o
assunto é trabalho, os jovens da chamada geração Y (nascidos depois de 1980)
podem ser divididos em quatro tipos de profissionais. Ao menos, é o que revela
a pesquisa “O que os jovens buscam no mercado de trabalho?” realizada pela
professora e coordenadora adjunta de graduação em Administração do Ibmec/RJ,
Lucia Oliveira.
De acordo
com o estudo, os jovens profissionais podem ser agrupados como Engajados,
Preocupados, Céticos e Desapegados, sendo os primeiros os mais ambiciosos da
lista, já que desejam status, prestígio, poder, conhecimento e auto-realização.
Além
disso, os engajados são os que mais aceitam as condições do mercado de
trabalho, sem muito questionamento, e confiam plenamente que, com o grau de
qualificação que alcançaram, conseguirão conquistar uma posição privilegiada no
mercado de trabalho.
Para este
perfil, a carreira é importante, o que faz com que este profissional invista
tempo e dinheiro em sua qualificação. No mais, eles são caracterizados pela
posse de capitais econômico, cultural e social, o que, por consequência, na
maior parte das vezes, leva-os a ocuparem posições de prestígio em empresas privadas grandes e renomadas.
Preocupados
Os
Preocupados, por sua vez, são assim chamados por sentirem-se preocupados em
relação à sua capacidade de encontrar uma posição condizente com suas
expectativas, construídas a partir do momento em que ingressaram em uma boa
faculdade.
Este
receio, de acordo com o levantamento, origina-se, em grande parte, na percepção
de que lhes falta o capital cultural e social exigidos pelo mercado, carência
esta decorrente de sua origem socioeconômica.
Assim
como os engajados, estes profissionais consideram o trabalho e a carreira muito
importantes e aceitam as condições do mercado de trabalho, que eles enxergam,
porém, como competitivo e exigente.
No que
diz respeito às metas, eles querem sair de
cargos operacionais e trabalhar com algo que gostam, preferencialmente, em empresas privadas. Contudo, não descartam
a carreira pública, sobretudo por conta da pressão familiar.
Céticos e
desapegados
Quanto
aos Céticos e Desapegados, estes são os que menos se preocupam com a carreira.
Em comum, têm ainda a predileção por trabalharem em cargos públicos, sendo que,
no primeiro caso, também há o desejo de trabalhar em organizações
não-governamentais.
Quanto às
ambições, os Céticos esperam realização, enquanto os Desapegados buscam poder
conciliar vida profissional e pessoal.
Os
Céticos são assim chamados por serem críticos em relação às condições do
mercado de trabalho, que acreditam serem nocivas para os trabalhadores, por
conta da competição exagerada. Já os Desapegados não possuem uma percepção
elaborada do mercado.