Adnews
25/10/2013 17:40
Com o avanço da internet, as novas mídias
digitais, os dispositivos móveis, além de outras tecnologias e formatos de
mídia, o consumidor está cada vez mais exigente. Além disso, ele ganhou voz
ativa e muito mais poder no diálogo com as marcas. Todo esse cenário aumentou
significativamente o desafio das empresas.
Estudos ajudam a iluminar os difíceis caminhos que precisam
ser trilhados para manter um trabalho de marketing de qualidade. A Edelman
Significa apresentou o seu estudo Brandshare, em sua primeira
edição, que foi conduzido junto a 11 mil pessoas em oito países.
Foram avaliadas globalmente 212 marcas - 68 no Brasil -, o
que permitiu traçar um mapa dos comportamentos que influenciam na propensão ao
uso, recomendação e compra.
Confira os principais insights da pesquisa:
Compartilhar entra definitivamente na agenda estratégica das
marcas no Brasil. A esmagadora maioria dos brasileiros (87%) deseja que as
empresas, por meio dos seus produtos e serviços, realizem isso de forma mais
eficaz. No entanto, apenas 16% consideram que as marcas efetivamente o façam.
No Brasil, em geral, o nível de expectativa em relação ao
compartilhamento das marcas é muito superior às médias globais.
“Conseguimos definir um novo princípio para estratégias de
marca. A partir da premissa de que o consumidor deve ser o elemento central, os
maiores retornos são alcançados quando são priorizados conteúdos e atividades
planejadas a partir de suas necessidades e interesses", constata Jennifer
Cohan, presidente global da prática de Consumo da Edelman.
Marcas que compartilham suas trajetórias, tanto no Brasil
quanto no mundo, têm um ganho proporcional na propensão ao consumo, ainda que
este não seja particularmente o comportamento mais desejado.
Neste sentido, as formas de compartilhamento mais relevantes
no Brasil, ou seja, desejadas porém ainda não atendidas, são aquelas
relacionadas a objetivos comuns e produtos, o que sinaliza, por exemplo, um
grande potencial para envolvimento de consumidores em programas de cocriação.
Quanto mais abertas e transparentes, maior será o potencial de engajamento das
marcas.
"A abordagem do marketing agora deve ser
multidisciplinar", diz Alan Vandermolen, presidente de práticas globais na
Edelman.
"Os profissionais da área devem evoluir, passar de um
modelo linear e tradicional de grupos focais, no qual o consumidor é envolvido
apenas nas etapas finais, para um modelo que envolva os consumidores em
absolutamente todas as fases do desenvolvimento de produtos. Marcas também
devem integrar o marketing com as narrativas da comunicação corporativa e
emitir uma mensagem única e forte. Neste cenário, os canais de engajamento
devem ser adaptados para permitir cada vez mais o compartilhamento
eficaz".
Diálogo: uma via de mão dupla
Haver canais que permitam fazer perguntas e expressar
opiniões é o comportamento mais importante nesta dimensão (74%) para os
brasileiros. Entretanto, a performance percebida das marcas fica muito aquém
(15%). Outra importante diferença é identificada na forma como as marcas
escutam e respondem às demandas. O nível de importância é de 72% e a entrega,
de 12% apenas.
Em geral, as pessoas desejam que marcas as escutem, mostrem
interesse genuíno naquilo que têm a dizer e, acima de tudo, tomem atitudes a
partir do que escutam. Essa expectativa é válida para todas faixas etárias, em
especial para aqueles acima de 45 anos. No Brasil, 53% deste grupo afirmam
querer se engajar em conversas mais relevantes com as marcas.
Experiência: todas as ocasiões são especiais
86% dos brasileiros dizem querer se engajar em experiências
promovidas por marcas e 64% consideram esta atitude importante.
Sobre o dado, Yacoff Sarkovas, CEO da Edelman Significa,
comenta: “temos visto uma grande evolução das marcas neste terreno, que aplicam
cada vez mais a promoção de experiências como estratégia para reforçar suas
mensagens e atributos. O impacto dessas ações, entretanto, será maior quando
considerados os interesses e expectativas do público que deseja engajar”.
Objetivos: queremos atingir as mesmas coisas
Equilibrar a vida financeira ou desenvolver a comunidade
local podem ser objetivos almejados tanto por consumidores quanto por marcas.
Quando esses objetivos se encontram, isso é reconhecido. No Brasil este é o
elemento que apresenta a maior correlação entre valor gerado ao negócio e
demanda não atendida.
Dentre os entrevistados brasileiros, 87% valorizam marcas
que os ajudam a atingir seus objetivos. O número é similar globalmente – 90%.
Esta é também a dimensão que apresenta o maior gap entre importância (80%) e
percepção de entrega (15%).
Valores: acreditamos nas mesmas coisas
Os valores da marca também são relevantes na propensão ao
consumo. 88% dos brasileiros desejam fazer negócios com marcas cujas crenças
vão ao encontro das suas. Outro aspecto demandado é o aumento da transparência
em relação à cadeia produtiva - 43% no Brasil e 47% globalmente. Ampliar a
contribuição para a comunidade onde se opera também é apontado por 43% dos
brasileiros como prioridade.
Produto: criamos juntos
Trazer os consumidores para os processos de criação de
produtos é a segunda variável em termos de correlação entre expectativa e
influência nas decisões de compra no Brasil. Aqui, o interesse em cocriar é
citado por 88% dos entrevistas. No mundo, trata-se da principal variável e 91%
dos entrevistados desejam ser envolvidos nos processos de design e
desenvolvimento de produtos. Nesta dimensão, os brasileiros se destacam em
relação à importância atribuída à transparência e honestidade sobre a
performance dos produtos, com a média mais elevada dentre todos países
pesquisados – 87%.
História: nós crescemos juntos
A demanda às marcas para compartilhar suas histórias é a
mais baixa dentre todas dimensões, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.
Ainda que não desejada, em todos lugares identifica-se que o fato de marcas
falarem sobre sua trajetória tem a mais alta influência na propensão ao
consumo.
Disponível em
http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/consumidores-brasileiros-querem-mais-das-marcas?page=1.
Acesso em 29 out 2013.