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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Preço ou valor, qual a diferença?

Mário Rodrigues
17 de outubro de 2013
Embora muitos ainda façam essa confusão, valor e preço são duas coisas completamente diferentes no mundo das negociações. Quando se fala em valor de determinado produto, as pessoas imediatamente remetem para o gasto, ou seja, para quanto estão dispostas a desembolsar. E é aí que está o X da questão: dinheiro está relacionado a preço, e não a valor. O valor só existirá se o produto ou serviço apresentar algum benefício ao cliente.

Certo dia, ouvi de um cliente que o produto dele era de grande valor, porque permitia isso e aquilo. Quando terminou de falar, eu tive de dizer a ele: “seu produto não tem valor algum”. Depois de assustá-lo, expliquei que, na verdade, o produto dele tinha características que poderiam significar potenciais benefícios, mas que esses benefícios teriam que ser percebidos pelos clientes, e não por quem estava vendendo.

Assim, o valor não é próprio do produto, mas é algo dado a esse produto pelo comprador. Para algumas pessoas, esse sentimento é mais forte ou mais necessário que para outras. Alguns pagam, por exemplo, R$ 1.000 em uma garrafa de frisante, pois enxergam os benefícios em desembolsar essa quantia. Apenas quando consegue enxergar esse valor, o cliente terá a sensação de que a aquisição, independentemente do preço, foi um bom negócio.

É nesse momento que o vendedor tem uma enorme importância, já que é papel dele entender e mostrar que as características do produto se conectam às necessidades do comprador, para que ele dê seu valor ao objeto e não tenha o preço como empecilho na hora de escolha. Para isso, ouvir e identificar as necessidades do cliente é fundamental para a venda, pois muitas vezes ele vem com a ideia pronta, quer o produto, porém não o adquire por achar muito caro. Muitas vezes, isso acontece, entre outros fatores, porque as necessidades do cliente não foram identificadas corretamente.

Sendo assim, vendedores e líderes de equipes devem sempre lembrar-se de um caminho muito importante para a concretização do negócio: primeiro, ouçam o comprador, identifiquem suas necessidades, e então as relacionem com as características do produto. Somente assim, o cliente poderá enxergar, de fato, o valor de sua aquisição.

Disponível em http://networkedblogs.com/Q9IXN. Acesso em 17 out 2013.

domingo, 2 de junho de 2013

Como escolhemos o que vemos?

Forebrain
05/12/2012


Você já parou para perceber como a visão é um sentido essencial, principalmente para nós, seres humanos? É com a visão que conseguimos perceber o ambiente ao nosso redor e podemos formar opiniões, lembranças, preferências e experimentar sensações. Porém, existe uma série de estímulos visuais acontecendo a todo o momento e, por isso, nosso cérebro tem que selecionar para onde vamos olhar, ou seja, para onde nossa visão estará centralizada. Entender como e porque as pessoas prestam atenção nos diferentes estímulos ambientais é de grande valia, por exemplo, dentro da área da propaganda e marketing. Em um mundo com tantos atrativos, chamar a atenção do cliente se torna um pré-requisito importante para fazer com que a marca ou o produto que se está promovendo atinja o público-alvo.

Dentro desse assunto, os neurocientistas discutem que existiriam duas formas básicas através das quais um determinado estímulo estaria “chamando atenção”: por mecanismos iniciados por características relevantes do próprio objeto (também chamadas de fatores “de baixo para cima” ou “bottom-up”) ou por processos que começam quando estamos procurando no ambiente algo que nos interessa. Quando encontramos, aquilo “prende” nossa atenção (também chamados de fatores “de cima para baixo” ou “top-down”).

Por existirem esses dois tipos de processos que direcionam nossa atenção e, consequentemente, nossos olhares, diversas pesquisas nessa área procuram investigar justamente quando acontece um destes fenômenos, para que seja possível identificar o que captura a atenção de alguém e, com isso, saber o que é realmente relevante para o indivíduo. Com isso, uma das questões que existe em aberto é: será que apesar das características do estímulo (ou seja, dos fatores “bottom-up”), a sua relevância emocional pode agir de forma mais forte para chamar e direcionar a atenção? Em outras palavras: existira alguma diferença entre estímulos visuais positivos, negativos ou neutros com relação à sua capacidade de “chamar a atenção”?

Para ajudar a responder essas perguntas, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, investigaram o impacto de fatores emocionais no padrão de direcionamento do olhar para entender até que ponto as características físicas (como, por exemplo, cor, brilho, contraste, número de pessoas ou objetos na foto, dentre outras) e as emocionais (como, por exemplo, se a foto retrata uma cena que transmite tristeza ou felicidade) estariam “competindo” entre si durante o processo de visualização de uma cena complexa.

Com o objetivo de examinar como o movimento dos olhos poderia diferenciar, entre si, fotos negativas, positivas e neutras, os cientistas compararam a forma que tais imagens capturaram a atenção das pessoas utilizando a técnica de “eye-tracking”. Com esse tipo de tecnologia, os cientistas são capazes de monitorar continuamente para onde uma pessoa está olhando e, desse modo, montar um mapa com o padrão de direcionamento do olhar que o indivíduo apresenta. 

Os resultados desse estudo indicaram que a relevância emocional de uma cena (ou seja, se ela retratava uma situação agradável ou desagradável) estaria desviando mais atenção dos participantes do estudo, independente das suas características físicas. Em outras palavras, independente das qualidades visuais das fotos, aquelas que possuíam algum valor emocional (negativo ou positivo) possuíam maiores tempos de fixação do olhar, e, consequentemente, maior alocação de recursos atencionais do que as fotos neutras (sem valor emocional).

Dessa forma, a conclusão do estudo indica que a importância emocional do estímulo visual era mais importante para capturar a atenção das pessoas do qualquer outro fator, como brilho, contraste e cor, indo ao encontro da ideia que fatores afetivos e processos racionais estariam desempenhando um papel fundamental para controlar o direcionamento do olhar e, consequentemente, para onde a pessoa está prestando atenção. Com isso, esse estudo fornece mais informações sobre como nós selecionamos o que vemos e pode ser útil, principalmente para os profissionais da área de propaganda e marketing, para esclarecer quais são os fatores que influenciam na percepção, pelo público, das campanhas publicitárias idealizadas.


Disponível em http://www.forebrain.com.br/como-escolhemos-o-que-vemos/. Acesso em 02 jun 2013.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Carreiras: mulheres tendem a assumir mais riscos em ambientes mais femininos

Gladys Ferraz Magalhães
Quantas vezes não ouvimos falar que, quando o assunto é trabalho, as mulheres são mais conservadoras do que os homens? Agora, uma pesquisa realizada pela professora Alison Booth, da Universidades Nacional da Austrália, mostra que a crença faz sentido.

De acordo com o estudo, no geral, as mulheres têm menos probabilidade de fazer escolhas arriscadas do que os homens. Contudo, aponta o levantamento, em ambientes com maior presença feminina, as mulheres tendem a assumir mais riscos do que em outras situações.

A constatação fez com que os pesquisadores concluíssem que a maneira como as mulheres lidam com o risco é mais influenciada pela cultura do que pelo comportamento.

Competição

Ainda no que diz respeito ao comportamento das mulheres no ambiente de trabalho, a diretora executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Izabel de Almeida, acredita que o ambiente mais feminino, além de estimular as mulheres a se arriscarem mais, faz com que as profissionais sejam mais competitivas.

Isso porque, explica ela, desde pequenas, as mulheres estão acostumadas a competirem entre si. “Diante de um homem, as mulheres, influenciadas pelas questões culturais, tendem a se retrair. Já quando o ambiente é predominantemente feminino, elas se sentem mais seguras para arriscar e competir, pois sentem que é de igual para igual”, explica.
Diferenças

De modo geral, independentemente se o ambiente é misto, mais masculino ou predominantemente feminino, as mulheres tendem a se mostrar mais afetuosas do que os homens, sendo que a competição por um posto melhor na empresa acontece de forma mais velada. Entre eles, a vontade de conquistar uma posição melhor na carreira, por exemplo, é explícita.

Já em postos de liderança, as mulheres se mostram mais maternais com a equipe, enquanto que os homens, sobretudo quando lideram mulheres, diz a especialista, tendem a não reconhecer os méritos das profissionais.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A importância dos aspectos emocionais no design

Robson Moulin
Donald A. Norman, professor de psicologia cognitiva, formado em Ciências da Computação e Engenharia Elétrica pelo MIT e Doutor em Filosofia e Psicologia pela Universidade da Pensilvânia, foi também professor de Ciência da Computação. Norman explica a importância dos aspectos viscerais, comportamentais e reflexivos no design, como a emoção implica nas escolhas feitas, assim como a qualidade e usabilidade dos produtos.

O autor cita uma coleção de bules, com variantes, seja por um belo design mais nada utilizável ou com um aspecto mais desajeitado, mas com muita praticidade. A escolha no uso de cada objeto depende do contexto: se pela necessidade de rapidez ou simplesmente por estética. Outro fator entra no meio dessas escolhas, a história e a emoção que o objeto traz.

Existem três tipos de design:
O design visceral. Preocupa-se com a aparência;
O design de comportamento. É o prazer e a eficácia de uso;
O design reflexivo. Traz os aspectos emocionais. Esse por sua vez é inseparável e faz parte de nossa cognição, no qual toda nossa percepção e pensamentos são tingidos em nosso subconsciente.

Muitos objetos trazem emoções fortes e positivas, criam o apego, amor e felicidade, assim como trazem emoções fracas e negativas criando raiva e infelicidade. Norman cita uma experiência que teve ao criticar uma criação do designer Michael Grave em um programa de radio, um bule que apesar de ser bonito possuía um difícil manuseio, onde se corria um risco de derramar a água.

Mas ficou impressionado quando um ouvinte ligou e disse: “eu amo meu bule”, pois quando acordava e se dirigia até a cozinha sorria ao ver o objeto e dizia que apenas era necessário ter um pouco de cuidado. O legal era sorrir pela manhã.

Na década 80, Em seu livro The Design of Everyday Things, Norman não levou em consideração a emoção, mas apenas a utilidade, função e usabilidade, criando objetos lógicos e mal concebidos, pois faltava a emoção necessária para que as pessoas se apaixonassem pelos produtos.

Hoje com os grandes avanços científicos pode-se ver a importância gerada por meio da cognição humana interligada com as emoções para a vida cotidiana, certamente a usabilidade é um fator de muito valor, mas sem diversão, prazer, alegria, ansiedade, medo, raiva nossa vida seria incompleta.

O afeto faz julgamentos e determina se as coisas no ambiente são perigosas ou seguras, boas ou ruins, a emoção é a experiência consciente do afeto. Para algumas pessoas, principalmente as mais lógicas, o design visceral ou o design da aparência já se torna suficiente para gerar algum tipo de emoção, mas essas por sua vez não são a maioria.

Hoje, graças a diversos estudos da psicologia cognitiva, tecnologia e design, essas questões são consideradas, pois se compreende: o valor atribuído a um objeto seja ele utensílio e/ou aparelho tecnológico está diretamente relacionado à experiência afetiva do usuário. O fetiche que as marcas causam e suas inovações estão sempre diretamente ligadas as necessidades de cada individuo por um todo, seja na usabilidade ou no impacto em suas emoções. 

sábado, 12 de junho de 2010

Marketing criativo derruba a mesmice das escolhas

Célia de Gouvea Franco
Tudo é uma questão de hábito. Você não compra um produto da Microsoft ou um "combinado" do McDonald's - um hambúrguer duplo com refrigerante e fritas - por que realmente gosta disso, mas por que está tão acostumado que nem pensa em uma alternativa, mesmo que ela esteja disponível.

Este é o cerne de "Hábitos de Consumo - O Comportamento do Consumidor que a Maioria dos Profissionais de Marketing Ignora", do especialista em comportamento do consumidor Neale Martin. Americano, claro - são os americanos os mais interessados em dissecar os costumes das pessoas quando vão às compras e também são eles os que mais escrevem livros, tratados, estudos, pesquisas sobre o tema. Seu currículo mistura o trabalho como consultor de empresas como Motorola, Cisco e Nextel com a atividade de conselheiro de programas de recuperação de alcoólatras e de viciados em drogas. É a partir dessa combinação que Martin faz sua proposta central. Tudo é uma questão de hábitos, de rotinas, que, uma vez estabelecidas, impõem densas barreiras à troca de um produto por outro, mesmo que semelhante, ou de uma marca por outra.
Recheado de histórias e casos de marketing fracassados por que não se conseguiu vencer a "tendência natural" do consumidor de escolher o produto de sempre, o livro de Martin dá grande importância a uma série de trabalhos de pesquisadores da Duke University, dos Estados Unidos, que dão conta de que as pessoas fazem as mesmas escolhas, nos mesmos horários, todos os dias, 45% do tempo, enquanto pensam sobre outro assunto qualquer. As implicações desse levantamento sobre as decisões de compra são amplas e profundas.

Quando são chamadas a explicar por que preferem um produto a outro semelhante ou o que acham de determinado sabor ou cor, muitos consumidores buscam uma explicação "racional" para suas decisões que, na verdade, foram feitas automaticamente, como resultado de hábitos. Por isso mesmo, pesquisas sobre as preferências dos consumidores muitas vezes falham ao procurar identificar as razões do sucesso ou do fracasso de uma marca. O consumidor nem sabe explicar por que comprou um sabonete Nivea em vez de um Lux ou vice-versa.

A "teoria" do livro é facilmente compreensível e parece mesmo verdadeira quando se pensa como muitos consumidores - em especial aqueles que têm a responsabilidade de abastecer os armários da cozinha da sua casa - fazem compras no supermercados. A cada vez, seguem mais ou menos a mesma sequência de compras, trilham o mesmo caminho entre as prateleiras do supermercado e colocam no carrinho basicamente os mesmos produtos, como que obedecendo a uma lista mental.

Mesmo em segmentos onde supostamente a tomada de decisões é mais lenta do que a simples compra de um refrigerante ou sabão em pó, a "mente habitual" continua comandando as ações dos consumidores, assegura Martin. A compra de produtos eletrônicos ou a escolha de um investimento em um fundo ou em caderneta de poupança também seriam feitas por força de hábito.

O que as empresas deveriam fazer, por conseguinte, na opinião de Martin, é investir na formação de hábitos dos consumidores. O que é preciso fazer para que a compra de determinado item se torne parte da rotina de milhões de pessoas, que vão comprá-lo "inconscientemente", sem gastar seus miolos para tirar o produto das gôndolas do supermercado de forma automática? Esta seria a questão-chave que transforma um novo item ou serviço em um retumbante sucesso ou faz com que ele engorde as estatísticas que mostram que cerca de 80% de todos os produtos novos fracassam ou têm desempenho de vendas drasticamente menor do que o esperado.

Mesmo a questão da definição crucial do preço pode ser encarada nessa perspectiva, afirma Martin. Assim, quando um cliente desenvolve o uso rotineiro de determinado produto, o preço já é parte integrante de seu comportamento - o consumidor fiel do café macchiato tamanho grande da Starbucks não pensa mais em quanto está pagando por ele, mesmo que seja muito mais caro que outras opções também de fácil acesso.