Veja
14/09/2011
Das 464.700 empresas que entraram no mercado em 2007,
353.600 (76,1%) haviam sobrevivido em 2008 e apenas 285 mil (61,3%) continuavam
a operar até 2009. Os números mostram que, de cada dez empresas criadas em
2007, quase duas já haviam deixado o mercado no ano seguinte e quatro não
existiam mais após dois anos. É o que revela o estudo Demografia das Empresas
2009, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O estudo mostra que existe uma relação direta entre taxa de sobrevivência e o porte da empresa
Do total de 4,3 milhões de empresas ativas no Brasil em
2009, 3,3 milhões, ou 77,8%, eram sobreviventes, ou seja, existiam em 2008 e permaneceram
ativas em 2009. Outras 946.700, ou 22,2%, eram estreantes, ou seja a cada
cinco, uma era nova. Já as que saíram do mercado totalizaram 755.200 (17,7%).
Em 2008, a taxa de sobrevivência havia sido de 78,2%, ao
passo que a de entrada, 21,8%, ambas abaixo da de 2009. A taxa de saída
permaneceu no mesmo patamar (17,7%).
Micro e pequenas empresas – As companhias de menor porte
predominaram tanto na entrada como na saída: 79,9% das que começaram a operar
no mercado em 2009 não tinham empregados e 18,4% tinham de um a nove
funcionários. Em relação às saídas, 88,5% não tinham empregados e 10,8% tinham
de um a nove.
O estudo mostra que existe uma relação direta entre taxa de
sobrevivência e o porte da empresa. Entre as empresas sem pessoal assalariado
criadas em 2007, 70,6% eram sobreviventes em 2008 e 54,8% em 2009. Naquelas com
uma a nove pessoas assalariadas, a taxa de sobrevivência foi de 91,8% e 79,9%.
Por fim, nas com dez ou mais empregados, as taxas foram de 95,7% e 88,1%,
respectivamente. Em resumo, entre as empresas sem pessoal assalariado, cerca de
45% não existiam mais no segundo ano após a entrada no mercado. Entre as com um
a nove empregados, este percentual foi de 20,1%. Nas companhias com dez ou mais
empregados, o porcentual foi de 11,9%.
Salários – As 4,3 milhões de empresas ativas no país em 2009
ocuparam 34,4 milhões de pessoas, sendo 28,2 milhões (82,2%) de assalariados e
6,1 milhões (17,8%) de sócios ou proprietários. Os salários e outras
remunerações totalizaram 476,7 bilhões de reais, uma média mensal de 1.357,99
reais. Na comparação com o ano anterior, os números de empresas e de pessoal
assalariado cresceram 4,7% cada, o que representou um saldo de 191,3 mil
empresas e de mais 1,3 milhão de pessoas assalariadas.
Crescimento – O estudo considerou que 30.935 empresas
tiveram alto crescimento em 2009, ou seja, tiveram aumento médio do pessoal
ocupado assalariado igual ou maior que 20% ao ano. Essas companhias ocuparam
16,6% dos assalariados. Nestas empresas, 69% dos empregados eram homens e 31%,
mulheres.
Mais de 90% do pessoal assalariado nas chamadas empresas de
alto crescimento não tinham educação superior em 2009 e nove em cada dez
empregados possuíam, no máximo, o ensino médio. Mais da metade (51,3%) destas
companhias eram pequenas (tinham de dez a 49 empregados), 39,0% eram médias (de
50 a 249) e 9,7% grandes (250 ou mais).
As empresas de alto crescimento responderam por 59,6% do
total de novos empregos entre 2006 e 2009. Neste período, esse volume saltou de
1,7 milhão para 4,7 milhões de pessoas, um aumento de 174,1%, o que representou
mais três milhões de novos empregos. Já o pessoal assalariado em todas as
companhias registrou expansão de 21,5%, passando de 23,2 para 28,2 milhões de
pessoas.
Atividade – O comércio foi a atividade que apresentou as
maiores participações em número de empresas de alto crescimento, com 27%. O
setor também foi o que mais registrou entradas e saídas de empresas do mercado,
com 464,6 mil entradas (49,1%) e 394,5 mil saídas (52,2%); seguido da indústria
de transformação, com 71,9 mil e 61,8 mil (7,6% e 8,2%).
Disponível em
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/quatro-em-cada-10-novas-empresas-saem-do-mercado-apos-dois-anos-diz-ibge.
Acesso em 06 jan 2014.