Esteban Walther
07 janeiro 2014
O crescimento vertiginoso do número de dispositivos
conectados à internet fez surgir uma nova geração de consumidores. Para eles, a
internet se tornou parte fundamental da forma como se comunicam e se expressam
no dia a dia, transformando radicalmente seu estilo de vida. E é com muita
naturalidade que vemos essa nova geração se envolver com conteúdo em todas as
plataformas e todas as telas, quando e onde querem. Atingir esses novos e
poderosos consumidores é um trabalho árduo, mas é também uma grande oportunidade
para as marcas que realmente os compreenderem.
Geração C é o termo que usamos para descrever esse público.
Isso porque seus integrantes são movidos por suas Conexões - armados de
tecnologia, vivem o momento e estão sempre conectados; seu senso de Comunidade
- com barreiras físicas praticamente inexistentes, formam novos grupos a cada
momento, dos mais íntimos aos mais abrangentes; sua capacidade de Criar - a
necessidade de expor sua identidade para o mundo guiam suas auto criações -
desde fotos, vídeos, até conteúdos elaborados; sua vontade de Compartilhar -
são os principais influenciadores dos dias de hoje, os propagadores de conteúdo
que ajudam a moldar opiniões e liderar pensamentos.
Eles se envolvem em grupos distintos, misturando influências
de conhecidos e do mundo ao seu redor às suas paixões para criar um único
núcleo de diálogo e amizade. São movidos pelo medo de ficar "de fora"
e uma curiosidade global por tendências. A febre de Porta dos Fundos, por
exemplo, fez ainda mais sucesso com a criação de um aplicativo que avisa quando
sai um novo episódio, para você ser o primeiro a assistir, a comentar e
compartilhar, claro.
A criação é natural para a Geração C, mas eles são seletivos
- apenas acrescentam algo quando acham que é relevante e que pode ter impacto.
Fazer o upload de um vídeo pode significar produzir um conteúdo totalmente
original, ou pode significar deixar sua própria marca sobre algo que já existe
- por exemplo, a paródia Adele - Show das Poderosas, que une dois dos grandes
fenômenos da música pop recente em um único vídeo. Qualquer que seja o
conteúdo, para a Geração C, a criatividade é composta de duas partes: em
primeiro lugar, há o ato de criar alguma coisa, e em segundo, o ato de
compartilhá-lo, e ambas etapas servem para satisfazer essa necessidade de
criação de uma identidade e de auto expressão.
A Geração C também busca dar mais do que recebe: são
curadores natos, matam sua sede de conexão através da busca por conteúdo
"que valha compartilhar", incluindo o conteúdo de anunciantes, que
pode ser usado para provocar uma reação e reforçar conexões emocionais dentro
de sua comunidade. Basta olhar para o fenômeno Harlem Shakers - marcas que
criaram seus próprios vídeos receberam milhões de visualizações, como Pepsi
(6,6 milhões), Red Bull (5,9 milhões) e Topshop (1,4 milhões), confirmando que
um bom “shake” merece ser compartilhado. Porque, para a Geração C, consumir
conteúdo é apenas o início do processo.
O conhecimento é a moeda da Geração C. Eles buscam
inspiração e informação em uma ampla variedade de fontes e isso tem uma razão:
esse público, além de valorizar seu tempo, já possui uma nova forma de consumir
notícias, formar opiniões. Eles se voltam para referências das pessoas nas
quais confiam, usando listas de e-mail, feeds de redes sociais e agregadores de
conteúdo para traçar um ecossistema de mídia que satisfaça suas necessidades
funcionais e emocionais. E, quando encontram algo que amam, vão fundo, se
tornando uma valiosa fonte de informação.
De muitas maneiras, o YouTube é a voz da Geração C,
oferecendo inspiração através de entretenimento, informação e educação. No
YouTube a Geração C pode encontrar conteúdo de amigos, de outros criadores e de
marcas, que avaliam, no contexto daquele momento. E se o conteúdo ajuda a expressar
o seu propósito, eles vão compartilhá-lo.
A Geração C recebe abertamente marcas em seu círculo social.
Ser atraente, autêntico e “valer o compartilhamento” é o custo de entrada. A
publicidade que não tiver essas características estará fora do radar deles.
Para evitar isso, as marcas devem enfatizar valores e paixões autênticos que
podem ser mobilizados e, em seguida, fornecer um ponto de encontro. Também
devem estimular a participação da Geração C, envolvendo-os em design de
produtos ou conectá-los com as causas que importam. E devem fazê-lo o quanto
antes, já que em apenas sete anos este será o maior grupo de consumidores em
grandes países, como o Brasil.
Disponível em
http://www.proxxima.com.br/home/conectados/2014/01/07/Uma-gera--o-movida-a-conex-es.-Por-Esteban-Walther.html.
Acesso em 07 jan 2014.