Diogo Martins
29/11/2013
Os 10% mais
pobres da população brasileira detinham apenas 1,1% da renda total do país, ao
passo que os 10% mais ricos possuíam 41,9% do rendimento nacional em 2012. É o
que aponta a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta sexta-feira pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) 2012, a SIS apurou que, entre 2004 e 2012, houve melhora na
distribuição de renda no período, “mas não suficiente para alterar
substancialmente o quadro de desigualdades de renda do país”. Em 2004, a
disparidade era maior, com os 10% mais ricos concentrando 45,3% da renda do
país e os 10% mais pobres com apenas 0,9%. Na escala mais alta, entretanto,
nada mudou. Em 2004, 13% da renda do país estava na mão do 1% mais rico. Em
2012, essa parcela da população detinha 12,9% da renda. A apropriação de renda
pelas camadas mais pobres “permanece extremamente desigual”, afirmam os
especialistas do IBGE no estudo.
Segundo o levantamento, considerando o rendimento mensal
familiar per capita, no grupo que agrega a população 10% mais pobre estão 14,1%
do contingente de pretos e pardos e 5,3% dos brancos.
As posições se invertem quando se trata do grupo formado
pelos 10% dos brasileiros mais ricos, onde estão 15,9% da população branca e
4,8% dos pardos.
O Índice de Gini – indicador utilizado para mensurar a
desigualdade de rendimentos e que varia de zero a um, sendo “um” o valor de
máxima desigualdade – ficou em 0,507 no país em 2012. O índice não apresentou
variação frente a 2011, mas ficou mais baixo que o 0,556 de 2004. Assim, o
índice mostra leve redução da desigualdade.
A SIS também observou que 6,4% das famílias tinham até um
quarto de salário mínimo per capita de rendimento familiar. Já 14,6% das
famílias estavam na faixa de um quarto a meio salário mínimo per capita.
Em dez anos aumentou a participação das transferências de
renda governamentais – chamadas de outras fontes – nos rendimentos dos mais
pobres. Entre 2002 e 2012, a participação do rendimento de outras fontes no
total de rendimento para o grupo de até um quarto de salário mínimo passou de
14,3% para 36,3%, enquanto para as famílias com rendimento per capita de mais
de um quarto a meio salário mínimo per capita passou de 6,5% para 12,9%.
Disponível em
http://www.valor.com.br/brasil/3357360/os-10-mais-ricos-concentram-42-da-renda-no-pais-indica-ibge.
Acesso em 05 dez 2013.