Luiz Gonzaga Bertelli
12/12/2013
Março é o mês das mulheres, mas não é preciso esperar até lá
para trazer à nota assuntos dedicados ao universo feminino. O Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de divulgar o estudo Síntese
de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida dos Brasileiros,
trazendo uma revelação preocupante: de cada 10 jovens que não estudam e nem
trabalham, 7 são mulheres. Elas pertencem a um grupo que soma 9,6 milhões de
pessoas entre 15 e 29 anos, contingente que, pela desocupação, é conhecido como
“geração nem-nem”.
Como se vê, as desigualdades de tratamento entre gêneros se
reproduzem tanto dentro quanto fora do mercado de trabalho. O IBGE mapeou
também o impacto da maternidade na vida das trabalhadoras: 58,4% das mulheres
nem-nem têm pelo menos um filho. E nada menos do que 3 de cada 10 jovens
com idades entre 15 e 17 anos já são
mães. O percentual cresce para 51,6% na faixa de 18 a 24 anos, e para 74%,
entre 25 e 29 anos.
O lançamento da pesquisa coincidiu com um dos mais
importantes momentos do CIEE: a formatura anual de integrantes do Aprendiz
Legal, programa de forte cunho social voltada à formação profissional de jovens
de 14 e 24 anos – a fatia mais grossa da geração nem-nem. A entrega dos
certificados àqueles que passaram pela capacitação prática (nas empresas) e
teórica (em aulas ministradas por instrutores do CIEE) teve a participação de
centenas de ex-aprendizes, representando a turma de 1,3 mil capacitandos na
Grande São Paulo, que fogem do cenário traçado pelo mapeamento do IBGE.
Encontravam-se, no lotado Teatro CIEE, ao menos duas jovens
mamães que conseguiram driblar as estatísticas. Tifani Barbosa da Silva, de 19
anos, simboliza essa alternativa: pouco
antes de subir ao palco para a foto oficial dos aprendizes, cobrindo o colo com
uma leve fralda, amamentava um bebezinho.
Ao longo dos dois últimos anos, milhares de aprendizes como
Tifani tiveram estudo e trabalho, e agora, cumprida essa etapa, estão mais
preparadas para a vida. Pois, além de transmitir conhecimentos técnicos básicos
de uma profissão, o Aprendiz Legal cuida também do lado atitudinal e cidadão,
com ações de assistência social e desenvolvimento pessoal, que envolvem também
as famílias e, muitas vezes, estendem-se às comunidades, em especial aquelas
que se encontram em situação de vulnerabilidade.
Disponível em
http://www.portaldapropaganda.com/marketing/2013/12/0001. Acesso em 12 dez
2013.