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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O comportamento de pré-adolescentes (tweens)

Maria Aparecida Belintane Fermiano

O comportamento das pessoas, em especial de pré-adolescentes, tem se modificado devido às transformações econômicas, tecnológicas, sociais e políticas provocadas pela globalização. Observa-se que rápidas mudanças ocorrem nos hábitos e comportamentos culturais, familiares e de consumo, precarizando as relações sociais, tornando-as líquidas. 


Os pré-adolescentes, “tweens”, são crianças entre 8 e 14 anos que estão entre (between) a infância e adolescência. Por causa de sua crescente participação no mundo social e econômico, as informações sobre seus hábitos e comportamentos em relação ao consumo, compra, organização econômica e influências do meio (mídia e relações interpessoais), tornam-se importantes e necessárias e podem contribuir para o conhecimento de como pensam e agem em situações cotidianas e em relação ao mundo que está a sua volta. 


Essas crianças e jovens adquirem, rapidamente, habilidades para lidar com as novas tecnologias, auxiliando adultos no manuseio de computadores e outros aparelhos eletrônicos. Eles estão mais do que nunca expostos a um sem número de informações que solicitam comportamento ávido de consumo e parecem demonstrar que não possuem estratégias de ação e reação para lidar com tais abordagens. Além disso, têm independência financeira que os fazem autônomos quanto a suas compras. O acesso à televisão acirra ainda mais essa enxurrada de informações.


Tudo leva a crer que o ritmo biológico e psicológico, necessário para a adaptação do ser humano a novas situações, é desrespeitado no atual contexto de mundo globalizado. As consequências podem ser observadas pelos comportamentos inadequados ou pouco racionais que têm se manifestado, principalmente, quanto ao consumo. 


Os “tweens” representam três mercados em potencial, o deles próprios, a influência que podem exercer em suas famílias e em relação ao futuro, porque sua fidelidade às marcas pode ser um instrumento de socialização poderoso em relação a seus futuros filhos.


As mudanças provocadas pela globalização são observadas nas relações sociais e nas novas necessidades humanas, estas são mediadas por simbolismos que podem provocar desejos e consumo manipulados pelas estratégias de marketing. Os novos símbolos criados passam a ser constituidores da identidade dos “tweens”. Não se sabe ainda as consequências deste perfil para as próximas gerações.


As preocupações da infância atual são diferentes das da infância de gerações anteriores, o que torna as crianças possuidoras de características cognitivas que não são as mesmas descritas nos livros de psicologia. Pode ser que se esteja diante de um problema intercultural. Não se sabe o quanto as mudanças sociais, políticas, culturais, científicas, tecnológicas, desde as duas Grandes Guerras e, atualmente com o fenômeno da globalização, possam ter contribuído para com possíveis mudanças ou quais seriam estas mudanças nas crianças e como se manifestam em seus comportamentos. 


Donos de características invejáveis, os “tweens” seduzem os pais, avós, familiares.  Mas, antes deste grupo de pessoas, seduziu o marketing, que percebeu neles um segmento promissor e cria crescentes necessidades para eles. Está implícito aí todo um sistema de significações que está sendo construído e atingindo de forma homogênea a todos: crianças, famílias, escola, instituições. Alteram-se conceitos, valores e significados, que foram construídos na vida de cada um. É urgente que prevaleça o exercício de valores éticos e morais para a vida individual e coletiva. A compreensão do contexto coloca em discussão aquilo que pode ferir a estrutura do ser humano.


Dedicar-se ao estudo dos “tweens” é uma maneira de apresentar uma contribuição àqueles que estão em condição mais vulnerável na sociedade globalizada e, ao mesmo tempo, os que apresentam melhor potencial para mudanças.


Eles apresentam um comportamento homogêneo que permeia seu modo de ser, independente de seu nível socioeconômico.Tal comportamento é semelhante ao dos “tweens” de outros países. Parecem não apresentar compreensão do mundo econômico, das relações de produção. Não possuem, ainda, instrumentos intelectuais que possibilitem a elaboração de estratégias para reagir às solicitações do mercado.


Os “tweens” estão “antenados” com as tendências da moda. Solicitam de seus pais a compra de acessórios e vestuário e identificam-se com modelos veiculados pela televisão. Identificar, descrever e analisar os comportamentos dos “tweens” favorece a reflexão sobre o assunto e elaboração de estratégias e propostas para que se estabeleçam relações necessárias entre os diferentes contextos cognitivos, sociais, econômicos e culturais, visando o benefício incondicional da criança e a defesa da equidade social.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Anote aí 5: público-alvo; pré-adolescentes; melhor idade; sucesso; futebol

ROSA, André. Identificação do público-alvo exige pesquisa e conhecimento Conhecer o perfil do cliente é importante para planejar ações e realizar um atendimento adequado. Diário de S. Paulo, 20 de junho de 2010, Caderno Negócios, p. 6.


TOLEDO, Karina. Pais falham ao orientar gastos de pré-adolescentes Estudo mostra que tweens, jovens de 8 a 14 anos, ditam consumo da família e recebem dinheiro dos pais, mas não sabem como usá-lo. O Estado de S. Paulo, 20 de junho de 2010, Caderno Vida, p. A23.


DITOLVO, Mariana. Bons negócios na melhor idade Pesquisas apontam para mudança de comportamento e potencial de consumo dos brasileiros com mais de 50 anos. Meio & Mensagem, ano XXXII, nº 1413, 14 de junho de 2010, pp. 42-43.


NONOMURA, Eduardo et all. O verdadeiro caminho do sucesso Rico, sem patrão e com tempo de sobra. Ao contrário do que se imagina, a vida de empreendedor tem muito mais facetas do que sugere esse bordão. Pequenas Empresas Grandes Negócios, nº 255, abril de 2010, pp. 48-58.


BIONDO, Graciela González et all. O que os clubes têm  - Empresas ou times? Essas organizações do futebol são um mix de ambos, o que resulta em um tipo peculiar de gestão, que trabalha com o paradigma da construção da fidelidade de seus consumidores-torcedores. HSM Management, ano 14, volume 5, nº 80, maio-junho de 2010, pp. 74-83.