Camila Pati
16/01/2014
Há algum tempo, a palavra resiliência deixou o
campo da Física e ganhou importância como atributo pessoal em processos de
seleção e de avaliação de profissionais.
Usado para identificar aquelas pessoas que conseguem superar
dificuldades e desafios e se fortalecerem partir destas situações adversas, o
conceito de resiliência sempre esteve ligado à capacidade de flexibilidade de
objetos e materiais que voltam ao estado natural após sofrerem pressão, como é
o caso de uma mola, por exemplo.
A importância da resiliência para carreira é grande. “No fim
do dia, quem cresce na empresa, além de ter competência, é quem, de fato, é
resiliente”, diz Yuri Keiserman, diretor executivo da Vetor Editora, que
comercializa a EPR (Escala dos Pilares da Resiliência), teste organizacional
que avalia o potencial de resiliência de profissionais.
Para ele, os altos níveis de cobrança por resultados e a
competitividade presente nas organizações justificam a necessidade de pessoas
resilientes. “A gente leva muita pancada. Vivemos situações que poderiam nos
frustrar todos os dias”, diz o executivo.
O teste, elaborado pelas especialistas Tábata Cardoso e
Maria do Carmo Fernandes Martins, tem como base uma escala de fatores -
chamados de pilares - que contribuem para um comportamento potencialmente mais
resiliente. Por ser uma qualidade que depende de fatores também externos, como
educação, família e vivência, o teste não indica se o profissional é ou não
resiliente mas mostra a força das estruturas internas que apoiam este tipo de
atitude. Confira quais são os pilares comportamentais em jogo na resiliência:
1 Encarar mudanças e dificuldades como oportunidades
É o que o teste EPR identifica como aceitação positiva de
mudança, explica Rodrigo Fonseca, gerente corporativo da Vetor. “É aceitar que
a mudança é uma oportunidade de crescimento, ter a visão de que as adversidades
enfrentadas trazem essa possibilidade”, diz Fonseca.
2 Autoconfiança
É um comportamento relacionado à segurança que o
profissional tem para encarar as diversas situações que se apresentam. “É a
pessoa se sentir confiante para enfrentar desafios”, explica Fonseca.
3 Autoeficácia
Refere-se à percepção que a pessoa tem da sua própria
capacidade. “É acreditar na competência, se sentir capaz”, explica Fonseca.
Muitas vezes a pessoa pode até não ter potencial alto de inteligência, mas se
tiver autoeficácia, diz Fonseca, vai se esforçar além do normal o que acabará
compensando eventuais deficiências.
4 Bom Humor
Neste contexto é analisada a capacidade que a pessoa tem de
usar o bom humor para lidar com momentos de stress. “As pessoas que tem bom
humor se esforçam para tornar o ambiente mais leve em situações difíceis”, diz
Fonseca.
5 Controle emocional
Ataques de ira não são próprios das pessoas flexíveis. “Uma
reação desproporcional mostra uma falta de resiliência”, diz Yuri Keiserman.
O controle emocional permite ao profissional agir com mais
calma e a não perder o foco. “Quem tem autocontrole consegue expressar
adequadamente sua emoções o que permite enfrentar melhor situações difíceis”,
diz Fonseca.
6 Empatia
Manter um comportamento resiliente pede uma boa dose de
empatia. Saber se colocar no lugar do outro é essencial para minimizar e
solucionar conflitos, segundo os especialistas. “No ambiente de trabalho, as
relações podem ficar desgastadas porque são intensas e frequentes, por isso a
importância da empatia é extrema”, diz Keiserman.
7 Independência
É um conceito bastante próximo da autonomia, de acordo com
Fonseca. Pessoas independentes não se isolam mas também não são dependentes dos
outros para desenvolver suas tarefas, atividades e projetos. “É não ter o
receio de travar, de empacar”, diz Keiserman.
8 Otimismo
O nome técnico deste comportamento na EPR é orientação
positiva para o futuro. Ou seja, as pessoas com esta característica têm
esperança no que está por vir em suas vidas. “Mas não significa que não se
preocupem com o futuro”, afirma Fonseca.
9 Reflexão
Ter a capacidade de analisar e refletir quando o mundo estpa
desabando ao seu redor é um dos pilares que apoiam uma pessoa de atitude
resiliente, de acordo com Fonseca. Geralmente pessoas assim conseguem encontrar
as melhores soluções para os problemas.
10 Sociabilidade
Está ligada ao bom relacionamento interpessoal. Quem tem
esta característica consegue criar vínculos com as outras pessoas. Quem
desenvolve a sociabilidade apoia a equipe e é apoiado por ela, explica Fonseca.
11 Valores positivos
Pessoas que seguem seus valores e princípios acabam sendo
mais resilientes, de acordo com Fonseca. Segundo ele, não se trata de qual
valor a pessoa tem e, sim, da importância que ela dá a eles. “Cada um tem seus
próprios valores, ter essa orientação é que é muito importante”, explica
Fonseca.
Disponível em
http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/11-comportamentos-essenciais-para-ser-mais-resiliente?page=1&utm_campaign=news-diaria.html&utm_medium=e-mail&utm_source=newsletter.
Acesso em 16 jan 2014.