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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Representações sociais do ser mulher no contexto familiar: um estudo intergeracional

Sabrine Mantuan dos Santos Coutinho; Paulo Rogério Meira Menandro
Psicologia e Saber Social, 4(1), 52-71, 2015. doi: 10.12957/psi.saber.soc.2015.13538


RESUMO: Este relato apresenta parte dos dados de pesquisa intergeracional que objetivou conhecer a rede de representações sociais (RS) que orienta o ser mulher na família, especificamente aqueles referentes às RS do feminino no contexto familiar. Realizaram-se 20 entrevistas semiestruturadas com mulheres de estrato socioeconômico médio e baixo: 10 que tiveram filhos na década de 1960, e 10 que tiveram filhos na década de 1990, filhas das primeiras. Os dados foram organizados/analisados a partir de adaptação do método fenomenológico para investigação psicológica e do software Alceste. Os resultados evidenciaram diferenças de uma geração à outra, tais como: maior escolarização; maior possibilidade de exercício profissional; menor número de filhos; maior envolvimento masculino nas questões domésticas. Porém, mesmo na geração mais jovem, as falas são marcadas por ambiguidade quanto à questão dos papéis femininos na família, revelando que ainda está em processo a superação das diferenças de gênero consolidadas pela tradição. 


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Aglomeração e valor de compra em centros de consumo de baixa renda

Izabelle Quezado; Rômulo Bernardino Lopes da Costa; Verónica Lidia Peñaloza Fuentes
Rev. Adm. UFSM, Santa Maria, v. 7, número 1, p. 49-64, MAR. 2014


Resumo: Diante do crescente potencial de consumo das camadas de baixa renda, esta pesquisa se baseia nas escalas de Babin, Darden e Griffin (1994) e de Machleit, Kellaris e Eroglu (1994) com o objetivo de investigar o comportamento de compra hedônico e utilitário relacionado à percepção de crowding (aglomeração) do consumidor de baixa renda em dois centros de consumo. A partir da pesquisa quantitativa, realizada com 404 consumidores em ambiente real de varejo, os resultados revelaram que os indivíduos dos dois locais mostraram-se propensos ao comportamento utilitário e demonstraram sentir-se mais incomodados pela aglomeração no centro de consumo com menor infraestrutura. Houve indícios de que esse incômodo foi menos intenso em consumidores hedônicos.



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Brasil melhora em ranking de corrupção, mas isso não é bom

Beatriz Souza
03/12/2014

Manifestante segura cartaz contra corrupção durante protesto em Porto Alegre

O Brasil subiu três posições no ranking de corrupção elaborado pela organização Transparência Internacional. De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, o país está na 69ª posição no Corruption Perception Index (Índice de percepção de corrupção, em tradução livre).

Foram avaliados 175 países - os que ficaram nas primeiras posições são os menos corruptos. O ranking foi feito com base em notas que vai de 0 a 100. Quanto mais próxima de zero, mais corrupto é o país.

O Brasil registrou 43 pontos, um a mais do que no ano passado. Com isso, o país subiu 3 posições em relação ao ranking de 2013 - mas isso não é uma boa notícia.

Primeiro, porque com esta pontuação o Brasil continua sendo considerado mais corrupto que nações como Ruanda, Namíbia, Cabo Verde, Emirados Árabes, Turquia e Cuba. Na América Latina, o Brasil está atrás de Chile e Uruguai, ambos com 73 pontos e na 21ª posição do ranking. Veja quais são os 40 países mais corruptos do mundo.

Além disso, o avanço em apenas um ponto pode ser um sinal de que o Brasil está estagnado no assunto. E em termos de corrupção nacional, estagnação é um péssimo sinal.

Segundo Alejandro Salas, diretor regional para as Américas da Transparência Internacional, cada ano sem melhoras significa mais 365 dias perdidos no processo de fortalecimento das instituições do Estado e da melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Para o especialista, o sutil avanço do Brasil no ranking pode ser explicado porque com algumas reformas pontuais contra a corrupção, mas que, na prática, não trazem avanços em questões centrais. 

O caso do escândalo da Petrobras é um exemplo, segundo Salas. "Ao invés de fazer uso positivo de sua influência como líder geopolítico, o Brasil mostra sinais de estagnação e até mesmo de atraso, permitindo o abuso de poder e o roubo de recursos do país para o benefício de poucos", afirmou o diretor em texto publicado no estudo.

A culpa também é sua

Apesar das críticas aos agentes públicos, Salas diz também que o cidadão comum tem sua parcela de responsabilidade pela corrupção. "Parece pouco realista pensar que os que se beneficiam da corrupção serão aqueles que vão trabalhar para erradicá-la", afirma.

Ele diz que os membros da sociedade civil também são culpados em vários níveis: quando subornam um policial para se livrar de uma multa, quando justificam o voto em um político corrupto usando a famosa frase "ele rouba mas faz" e quando simplesmente se conformam com a ideia de que a corrupção é inevitável.


Disponível em http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/brasil-melhora-em-ranking-de-corrupcao-mas-isso-nao-e-bom?utm_source=newsletter%26utm_medium=e-mail%26utm_campaign=news-diaria.html. Acesso em 03 dez 2014.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Frequência de compra é maior em lares com crianças

Supermercado Moderno
13/04/2012
É o que revela pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel. Os dados do estudo mostram que 49% dos domicílios do País têm presença de crianças. A presença delas indica maior zelo dos pais e preocupação em oferecer os melhores produtos. Com isso, o consumo cresce bastante – estes lares representam 56% do volume de vendas em unidades entre 2005 e 2011, enquanto os domicílios sem crianças representam 44% do volume comprado.

“As donas de casa estão tendo filhos um pouco mais tarde e isso gera impactos no orçamento doméstico. Elas preferem ter uma situação mais confortável para dar uma vida melhor aos filhos. Por isso, os gastos são consideráveis”, explica Christine Pereira, diretora comercial da Kantar Worldpanel.

Em 2005, os lares com crianças, com donas de casa de até 29 anos, somavam 77% e os sem crianças 23%. No ano passado, essa situação mudou: 74% e 26%, respectivamente. Já na faixa entre 30 e 39 anos, a situação se manteve igual com 76% nos lares com crianças e 24% nos sem crianças.

Segundo a pesquisa, ter um bebê muda todo o orçamento da casa e os gastos ficam até 35% maiores do que em um domicílio sem a criança. Quando há presença de menores no lar, os pais são sempre mais cuidadosos e oferecem mais produtos para agradá-los. Esse comportamento impacta na cesta de compras. Nos lares com crianças, entram no carrinho de compras produtos como leite em pó e leite aromatizado, somando 42 categorias, em um total de 65 itens.

Na lista de compras dos lares com crianças de atém dois anos de idade, também entram o petit suisse e fralda descartável, aumentando para 44 categorias. Entre três e 12 anos, quem se consolida é apenas o leite aromatizado e são 41 categorias na cesta. Em ambas as idades, além de leite aromatizado, leite em pó, petit suisse e fraldas descartáveis, também entra deo colônia. Com isso, a cesta sobe para 45 itens. Nos lares sem crianças, essa mesma cesta tem em média 39 categorias.


Disponível em http://www.sm.com.br/Editorias/Ultimas-Noticias/Frequencia-de-compra-e-maior-em-lares-com-criancas-16815.html?utm_campaign=NEWSLETTER_2012_04&utm_content=utm_content%3DNEWSLETTER&utm_medium=e-mail&utm_source=mail2easy&utm_term=utm_term%3Dnoticias%2Bnewsletter. Acesso em 24 ago 2014.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A classe C não é uma massa homogênea

Carolina Feitoza
4 ago 2014 
 
Muito se fala do advento da classe C, da nova classe média, dos hábitos de consumo desta nova classe. No entanto, a cada momento surge uma nova estatística, uma nova diretriz, um novo dado voltado para este público.

Gostaria de entender, de modo profundo, o que quer dizer “os hábitos de consumo da nova classe C”, como especialistas repetem por aí. Não consigo compreender um estudo científico em que não são levadas em consideração as variedades existentes na formação cultural, na história de vida de seus indivíduos. É claro que quando se estudam sociedades, percebe-se que (muitos) padrões se repetem, mas não podemos tratar um grupo de milhões de pessoas – das mais diversas origens, dotadas de visões variadas e de diferentes formações – colocando-os no mesmo saco.

É muito provável que pessoas cujo acesso ao consumo sempre foi muito pequeno estejam ávidas a consumir. É inegável que existe um mercado em potencial a ser desenvolvido para um público que historicamente esteve excluído dos planos estratégicos de mercado. Entretanto, como em qualquer plano estratégico de negócios, é importante conhecer seu público profundamente, levando em consideração as variações ali contidas.

A classe C, como qualquer outro grupo economicamente expressivo, não é uma comunidade. Ela não tem um único, restrito ou imutável sistema de valores, não tem uma única história de vida, não tem uma única origem ou padrão de escolaridade. Os dados referentes à renda ou à situação material em geral de uma população podem ser representativos do poder de compra destas pessoas, mas pouco explica ou descreve o que estas pessoas estão valorizando, procurando, em quais modelos estão se espelhando. Ou seja, pouco indicam ao posicionamento estratégico de uma marca.

É necessário a qualquer empreendimento pesquisar seu público alvo, mas para além disso é tão importante quanto sair das esferas macro da análise e atingir as nuances existentes neste grupo.

Admitir apenas um padrão de consumo representa criar uma teoria para encaixar na realidade, o que invariavelmente fracassará. É passar por cima de toda a variedade e, consequentemente, do potencial variado de consumo do grupo em questão.

Dentro de qualquer classe, haverá diferenças entre valores, cultura, religião, orientação de gênero e visão de mundo. Haverá aqueles grupos que valorizam mais a educação dos filhos, acesso a cultura, haverá os que valorizam lazer, experiência, os que valorizam as marcas e rótulos representativos de celebridades. Para além das questões relacionadas a preço e capacidade de pagamento, é necessário entender que esta classe, como qualquer outra, abarca uma variedade incontável de valores, e isto estará diretamente relacionado às escolhas de serviços ou produtos. Assim como qualquer outro grupo, o consumo não está exclusivamente relacionado a preço e formas de pagamento, ainda que estes sejam fatores importantes no momento de escolha.

É necessário entender a lente que o seu grupo, classe C ou qualquer outra, está usando para enxergar o mundo, a lente que usam para fazer suas escolhas, a lente responsável pela identidade que a sua marca pretende assumir. Esta lente só pode ser reconhecida a partir da observação atenta dos estilos de vida e visões de mundo existentes, aliados sim aos dados econômicos e estatísticos, mas não isoladamente partir destes.


Disponível em http://www.ideiademarketing.com.br/2014/08/04/a-classe-c-nao-e-uma-massa-homogenea/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+ideiademkt+%28Ideia+de+Marketing%29. Acesso em 24 ago 2014.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O consumo está de mudança para o interior

Fernando Scheller
20 de julho de 2014
 
A vida das empresas de varejo do Brasil está prestes a ficar mais complicada. O crescimento do interior vai obrigar que as grandes redes estejam presentes em um número cada vez maior de cidades para atingir os consumidores com sobra de renda para gastar. Um estudo da consultoria Boston Consulting Group (BCG) mostra que, em 2000, as varejistas nacionais precisavam ter lojas em 229 cidades para cobrir 75% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em 2020, para atingir a mesma fatia da economia, as companhias precisarão fincar bandeira em pelo menos 400 municípios.

Para chegar a esses dados, a consultoria usou dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fez cálculos que projetam a demanda futura para 220 categorias de produtos.

O BCG estima que, até 2020, US$ 307 bilhões em dinheiro novo devem entrar no mercado. Do total, US$ 141 bilhões devem se concentrar no interior, enquanto a projeção de consumo adicional nas capitais é de US$ 83 bilhões, mesmo valor estimado para as regiões metropolitanas.

Para abocanhar uma parcela desses bilhões, as varejistas terão de ir muito além do interior de São Paulo, onde o potencial já é bem explorado e grupos como o Iguatemi desenvolvem empreendimentos para a alta renda. Daqui em diante, as empresas terão de estar dispostas a gastar bem mais a sola do sapato: segundo o BCG, entre os mercados emergentes do interior destacam-se Jequié (centro-sul da Bahia), Açailândia (sudoeste do Maranhão), Umuarama (noroeste do Paraná) e Rio Grande (extremo Sul).

Dentro das regras do estudo, consumidor emergente é aquele que ganha pelo menos US$ 15 mil ao ano - o equivalente a R$ 33 mil, ou cerca de R$ 2,5 mil ao mês, incluindo o 13.º salário na conta. Um cliente de alta renda precisa receber pelo menos US$ 45 mil por ano, ou cerca de R$ 100 mil.

Potencial. Para Olavo Cunha, sócio do BCG e coautor da edição 2014 do estudo A Nova Fronteira de Consumo do Brasil, as líderes do varejo nacional estão demorando para "acordar" para as necessidades de consumo dos novos polos do interior. "Ou as empresas não tiveram fôlego de investimento ou não tiveram a visão sobre o potencial dessas cidades distantes dos grandes centros."

O estudo do BCG aponta diversos segmentos que não conseguem aproveitar a renda disponível no interior, desperdiçando até metade de seus potenciais consumidores. O BCG estima que, considerada a renda de Feira de Santana (BA), metade da população deveria ter acesso à internet banda larga. Hoje, no entanto, somente 20% dos moradores são atendidos.

No caso dos supermercados, segundo o levantamento do BCG, as grandes redes nacionais ainda estão concentradas em polos econômicos consagrados. Por isso, empresas como a paranaense Super Muffato e a paraense Y. Yamada, mesmo com poucas dezenas de lojas, conseguem proteger a liderança no interior de seus Estados de origem.

Segundo especialistas em varejo, há alguns sinais, no entanto, de que a corrida dos grandes varejistas para o interior vai se intensificar nos próximos anos. No setor de shopping centers há uma clara tendência de migração para o interior - tanto pelo surgimento de novos polos de consumo quanto pela dificuldade de expansão nas capitais, reflexo do alto preço dos terrenos e também da acirrada concorrência.

Dentre as mais de 50 inaugurações de centros comerciais previstas para o restante de 2014 e o ano de 2015, apenas um terço será em capitais, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Um dos setores mais preocupados em acompanhar a interiorização dos shoppings é o varejo de moda, explica Marcos Gouvêa de Souza, sócio da consultoria GS&MD - Gouvêa de Souza. "O ritmo só não é maior porque a abertura de shoppings teve uma retração."

Números de balanços de redes como Riachuelo e Renner mostram bem essa tendência de interiorização. A primeira abriu 12 lojas no primeiro trimestre, sendo 8 no interior; a segunda promoveu 11 inaugurações, sendo 4 em capitais. Fontes dessas empresas disseram ao Estado que a expansão em eixos econômicos emergentes deve se intensificar nos próximos anos.

Comércio eletrônico. Uma esperança de muitos varejistas é usar o comércio eletrônico para atingir regiões mais distantes - evitando, assim, gastos com aluguel e funcionários. É uma iniciativa válida, segundo especialistas em varejo, mas insuficiente para formar uma clientela fiel. "Hoje, a tendência é a presença multicanal, que combina loja física com venda pela web", explica Gouvêa de Souza.

Embora o e-commerce cresça a taxas próximas a 30% ao ano no País, inclusive fora das capitais, o levantamento do BCG mostra que o brasileiro do interior valoriza o contato direto com o produto. Nas capitais, 63% fazem questão de ver o produto que pretendem comprar. No interior, o porcentual sobe para 81%.


Disponível em http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,o-consumo-esta-de-mudanca-para-o-interior-imp-,1531410#cap1.  Acesso em 01 ago 2014.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cérebro humano fica mais lento a partir dos 24 anos, aponta estudo

Frederico Goulart
16/04/14

A cada 15 anos, após os 24, a velocidade cognitiva caiu cerca de 15%
Foto: Photoresearchers/Photoresearchers/Latinstock
Nosso cérebro pode começar a “ratear” bem mais cedo do que se imaginava. Normalmente associado à idade avançada, o declínio cognitivo do órgão pode se iniciar até na casa dos 20 anos: 24, mais exatamente. Essa foi a conclusão de um novo estudo realizado por cientistas da Universidade Simon Fraser, no Canadá. O trabalho foi publicado na revista científica “PLoS ONE”.

Para chegar a essa constatação, os pesquisadores avaliaram 3,3 mil voluntários cujas idades variavam entre 16 anos e 44 anos. Eles participaram de um jogo, em tempo real, desenvolvido pela equipe de pesquisa, que simulava situações reais do cotidiano. A concentração dos candidatos foi posta à prova com tarefas de múltipla escolha e também com questões de longo prazo e mudanças de foco. Assim, foram analisadas as relações entre a idade e a velocidade com que tomamos decisões e mudamos nossas tarefas.

O jogo procurava retratar situações comuns ao nosso cotidiano. O desempenho dos jogadores foi gravado e analisado posteriormente.

Como era de se esperar, a velocidade com que as decisões eram tomadas foi se reduzindo com o avançar da idade. Mas a queda no desempenho não demorou: começou a ser detectada já aos 24 anos. Para quem acha que sabe tudo, é bom ficar de olho. O estudo demonstrou que, após essa idade, a cada 15 anos, o ritmo cognitivo cai cerca de 15%. E não tem chororô: segundo os responsáveis pelo estudo, ninguém ficou de fora, nem mesmo os jogadores que conseguiram se aprimorar na execução das atividades do jogo. O declínio cerebral permaneceu mesmo entre aqueles com mais habilidade de jogar.

Na avaliação do neurologista Fabrício Hampshire, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, os resultados sinalizam que o processo de declínio cognitivo é dinâmico e se inicia muito antes da chamada terceira idade. Mas ele também entende que os dados precisam ser relativizados.

— A perda neuronal começa bem antes dos 60 anos, mas novos neurônios também surgem constantemente. Do ponto de vista clínico, essa informação não gera nenhuma intervenção prática ou necessidade de medidas preventivas além das que já conhecemos. As publicações cientificas devem sempre ser analisadas com critério para que precipitações sejam evitadas — avalia.

O especialista também lembra que a morte de neurônios é um processo contínuo que piora com o tempo e acontece mais rápido na presença de doenças específicas, como o Alzheimer.

Sedentarismo, o grande inimigo da cabeça

Por outro lado, o envelhecimento cerebral precoce não seria devido ao estilo vida moderno, que nos expõe constantemente a estímulos por meio de computador, internet, celular e televisão? Fabrício descarta a hipótese.

— À luz da ciência, o que pode interferir na prevenção do processo é a prática de atividade física regular, de pelo menos 150 minutos por semana, e do exercício do cérebro, por meio da leitura — afirma o neurocientista. — O sedentarismo faz muito mal aos neurônios. Além disso, o tipo de dieta alimentar que temos e a quantidade de horas de sono também interferem. O estresse psicológico e a presença de doenças como a hipertensão e o diabetes influenciam diretamente no problema.

Osvaldo Nascimento, professor do Departamento de Neurologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), concorda:
— Aspectos de ordem social, problemas afetivos, trânsito engarrafado: tudo isso determina o comportamento do nosso cérebro — descreve.

O especialista explica que, na casa dos 20 anos, nosso corpo começa a se expor a uma espécie de curva biológica:
— Todo o nosso organismo sofre uma queda de produção. Não é diferente com o sistema nervoso. Ocorre um declínio da atividade dos nervos responsáveis pela transmissão de estímulos. É algo normal.

Com o declínio, funções responsáveis pelas decisões ou pelo reconhecimento de pessoas ou histórias são prejudicados. Mas calma, nem tudo está perdido só porque chegamos aos 24 anos. O estudo canadense também observou que, com a redução da velocidade cognitiva, o cérebro compensa o déficit de várias formas. Baseando-se na experiência, ele antecipa de maneira precisa futuras tarefas e cria atalhos mentais que permitem eliminar informações irrelevantes.


Disponível em http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/cerebro-humano-fica-mais-lento-partir-dos-24-anos-aponta-estudo-12213203. Acesso em 21 abr 2014.

domingo, 13 de abril de 2014

Tendência a procrastinar está no gene humano, diz estudo

Vanessa Daraya
08/04/2014
A maioria das pessoas tende a deixar para amanhã o que pode ser feito hoje. Mas não é por acaso. Existe uma explicação científica para isso: um novo estudo sugere que a procrastinação está no gene humano.

Um artigo sobre o estudo foi publicado no jornal Psychological Science.

A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, que descobriram que a tendência a procrastinar é afetada por fatores genéticos.

Procrastinação e impulsividade são traços geneticamente ligados e provavelmente resultantes de origens evolutivas semelhantes.

Ser impulsivo tem uma vantagem evolutiva porque pode ter ajudado os antepassados com a sobrevivência cotidiana. Eles buscavam recompensas imediatas quando o dia seguinte era incerto.

A procrastinação, por outro lado, pode ser um fenômeno recente na história humana. No mundo moderno, as pessoas têm muitas metas de longo prazo que exigem preparo. Mas o impulso e a facilidade em se distrair tornam essas tarefas distantes em alvos da procrastinação.

Para chegar nessa conclusão, os cientistas decidiram estudar se esse mau hábito realmente podia ter suas raízes na genética. Os pesquisadores avaliaram 181 gêmeos idênticos (que compartilham 100% de seus genes) e 166 gêmeos fraternos (que compartilham apenas 50% de seus genes).

A discrepância genética ajudou os pesquisadores a entender a importância das influências genéticas e ambientais sobre os comportamentos específicos, como a procrastinação e impulsividade. Os gêmeos foram avaliados na habilidade de estabelecer e manter objetivos, na propensão de procrastinar e na impulsividade.

Baseado nos comportamentos parecidos entre os gêmeos, os pesquisadores concluíram que a procrastinação é, de fato, um fator genético, assim como a impulsividade.

Além disso, parece haver uma sobreposição genética entre procrastinação e impulsividade, ou seja, não há influências genéticas exclusivas para um ou outro traço sozinho. Isso sugere, portanto, que a procrastinação é um subproduto da evolução da impulsividade.

Mas não pense que agora dá para culpar a genética quando procrastinar. Segundo Daniel Gustavson, autor do artigo, entender sobre a procrastinação serve, na verdade, para ajudar a criar meios de evitar essa atitude.

Essa descoberta e futuros novos estudos sobre o tema têm potencial para ajudar a superar essas tendências enraizadas de se distrair e se esquecer do trabalho.


Disponível em http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/tendencia-a-procrastinar-esta-no-gene-humano-diz-estudo. Acesso em 8 abr 2014.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ser bonitão ainda é muito bom para a carreira, aponta estudo

Maxwell Strachan
27/03/2014
 
Apesar do que você possa ter ouvido da suposta “Guerra contra os homens”, ser um cara ainda é um ótimo negócio. Especialmente se você for bonito.

Um novo estudo indica que homens atraentes têm muito mais chances que mulheres de convencer as pessoas de que suas ideias de negócio valem a pena.

O estudo, realizado por uma equipe de pesquisadores da escola de administração da Universidade Harvard, da Universidade da Pensilvânia e do MIT foi publicado online na Proceedings for the National Academy of Sciences.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram três competições reais em que empreendedores tinham de apresentar suas ideias de negócios para um júri.

Dois grupos, um de homens e um de mulheres, foram analisados. Eles classificaram cada participantes como bonito ou não – usando os termos “atraente” ou “não-atraente” – e descobriram que há uma hierarquia bastante clara na hora de decidir quem é melhor para apresentar uma ideia de negócio:

1. Cara bonito
2. Cara não tão bonito
3. Mulher, e não importa a aparência.

Em um experimento, investidores acompanharam as apresentações e depois deram dinheiro para que as empresas fossem fundadas.

Os pesquisadores acompanharam o desempenho de cada grupo, e os homens atraentes tinham melhores chances de sucesso que as duas outras categorias:

Reprodução
Em outro experimento, os participantes tinham de ordenar (numa escala de 1 a 7) apresentações feitas via vídeo por homens e mulheres de vários níveis de atratividade. Apesar de as apresentações serem idênticas, os resultados não o foram:

Reprodução
 
Tudo isso é terrivelmente deprimente, por várias razões. Uma delas foi levantada por um dos próprios pesquisadores: os investidores podem não ser sexistas, mas escolhem os homens atraentes porque outros “investidores e futuros clientes provavelmente vão preferi-los”. Parabéns a todos!


Disponível em http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/ser-bonitao-ainda-e-muito-bom-para-a-carreira-aponta-estudo. Acesso em 31 mar 2014.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Você prefere Gisele ou Paola?

Felipe Turlão
11 de Março de 2014
Longevidade: Ivete Sangalo (em ação de Koleston) estava no ranking de celebridades favoritas em 2004, na terceira posição, e é a líder em 2014
Como bem se sabe nas agências, a escolha de uma garota-propaganda é uma das missões mais difíceis de qualquer campanha, porque a marca está atrelando seus valores a uma celebridade que é passível de escorregões em sua vida pessoal. Mas algumas mulheres parecem ter um lugar cativo no coração das pessoas.

Sem surpresas, um dos rostos mais frequentes em comerciais é, também, o que lidera a preferência das consumidoras. Ivete Sangalo é a celebridade favorita dos entrevistados pela ferramenta Brand Asset Valuator (BAV), uma grife global da rede Y&R e utilizada no Brasil pelo Grupo Newcomm. O estudo analisa as preferências dos consumidores em 48 atributos. No ranking geral, que soma os resultados em cada atributo, Ivete ficou à frente de Regina Casé, Glória Pires, Fernanda Montenegro e Paola Oliveira. A agência entrevistou 3 mil consumidores em todo o Brasil.

Mas os detalhes mais curiosos do estudo se referem às diferenças de opinião de acordo com o quesito analisado e a classe social do entrevistado.

Por exemplo: quando se perguntou sobre qual a celebridade feminina está mais atrelada ao conceito de glamour, um dos 48 analisados, as pessoas das classes A e B têm sua favorita: Gisele Bündchen. Ivete está em sexto nesse extrato sócio-econômico, que tem ainda Luana Piovani, Alinne Moraes, Cláudia Leitte e Cléo Pires, nas cinco primeiras posições. Carolina Ferraz, Taís Araújo, Deborah Secco e Sabrina Sato completam o Top Ten.

Já para os consumidores das classes C e D, a história é diferente: Gisele sequer aparece entre as dez celebridades mais atreladas ao glamour. A favorita do segmento é Paola Oliveira. Também aparecem Fernanda Lima, Wanessa Camargo, Glória Pires, Ana Hickmann, Gaby Amarantos, Preta Gil e Luciana Gimenez. Apenas Ivete e Cláudia Leitte se repetem no Top Ten de glamour nas tabelas de classes AB e CD (confira abaixo).

Outro dos 48 atributos, o conceito “confiável” traz resultados mais próximos entre AB e CD. Para AB, Fernanda Montenegro é a garota-propaganda mais confiável, já para CD, é Regina Casé. Apesar da diferença na primeira colocação, as duas celebridades estão bem posicionadas na tabela do segmento sócio-econômico oposto. Além das duas, são consideradas confiáveis tanto por AB e CD Glória Pires, Paola Oliveira, Giovanna Antonelli e Fátima Bernardes.

Vale ressaltar que Fátima só se tornou garota-propaganda há pouco tempo, já que, enquanto foi apresentadora do Jornal Nacional, até dezembro de 2011, não podia. E, mesmo assim, já consta bem posicionada no ranking geral, liderado por Ivete. Fátima está na oitava colocação atualmente, mas, em 2013, conseguiu a proeza de destronar Ivete e se tornar a celebridade feminina favorita dos consumidores no ano.

Sinal dos tempos

Uma comparação entre os dados de 2014 com os auferidos pela ferramenta há dez anos mostra como a percepção das pessoas sobre as celebridades femininas mudou. Do Top Ten geral de 2004, apenas Ivete e Gisele continuam em 2014 – a cantora baiana era terceira há dez anos e, hoje, é líder do ranking.

Para os consumidores de 2004, o nome da vez era Ana Maria Braga, a número um do ranking da época. As outras citadas pelos consumidores como celebridades femininas favoritas, além de Ivete e Gisele, foram Xuxa, Marília Gabriela, Suzana Vieira, Angélica, Malu Mader, Sandy e Ana Paula Arósio.

Em 2014, aparecem no ranking geral, além de Ivete e Gisele, Regina Casé, Glória Pires, Fernanda Montenegro, Paola Oliveira, Regina Duarte, Ana Hickmann, Fátima Bernardes e Mariana Ximenes.

Confira abaixo as tabelas citadas na reportagem:

Celebridades mais admiradas pelos
consumidores em 2014

Ranking
Celebridade
Ivete Sangalo
Regina Casé
Glória Pires
Fernanda Montenegro
Paola Oliveira
Regina Duarte
Ana Hickmann
Fátima Bernardes
Gisele Bündchen
10ª
Mariana Ximenes


Celebridades mais admiradas pelos
consumidores em 2004:


RankingCelebridade
Ana Maria Braga
Xuxa
Ivete Sangalo
Marília Gabriela
Suzana Vieira
Gisele Bündchen
Angélica
Malu Mader
Sandy
10ªAna Paula Arósio

Glamour para classes AB 2014 *: 

Ranking
Glamour - Classe AB
Gisele Bündchen
Luana Piovanni
Alinne Moraes
Cláudia Leitte
Cleo Pires
Ivete Sangalo
Carolina Ferraz
Taís Araújo
Deborah Secco
10ª
Sabrina Sato

 
Glamour para classes CD 2014*:

Ranking
Glamour - Classe CD
Paola Oliveira
Fernanda Lima
Cláudia Leitte
Wanessa Camargo
Ivete Sangalo
Glória Pires
Ana Hickmann
Gaby Amarantos
Preta Gil
10ª
Luciana Gimenez


Confiável para classes AB 2014*:

Ranking
Confiável - Classe AB
Fernanda Montenegro
Glória Pires
Regina Casé
Fátima Bernardes
Ivete Sangalo
Ana Hickmann
Paola Oliveira
Eliana
Fernanda Lima
10ª
Giovanna Antonelli

 
Confiável para classes CD 2014*: 

Ranking
Confiável - Classe CD
Regina Casé
Fernanda Montenegro
Xuxa
Giovanna Antonelli
Glória Pires
Ana Maria Braga
Paola Oliveira
Fátima Bernardes
Malu Mader
10ª
Angélica


* Campos em amarelo representam celebridades citadas tanto na tabela de classes AB quanto CD

Disponível em http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2014/03/11/Voce-prefere-Gisele-ou-Paola-.html?mgnlCK=1394572375938?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_content=&utm_campaign=links. Acesso em 18 mar 2014.