Mostrando postagens com marcador desenvolvimento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador desenvolvimento. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O ciclo de vida de um produto: conceitos e definições

Celia Silva Souza Guilherme; Francinaldo Soares de Paula; Maura Sousa da Silva
Curso de Administração da Facer – Unidade de Rubiataba


Resumo: O presente artigo partiu da proposta de conhecer um pouco melhor o ciclo de vida de um produto, afinal é fato que os produtos têm um tempo específico para se manter no mercado. Com isso é preciso também conhecer as etapas que um produto passa até chegar ao estágio final do seu ciclo. Todavia conhecer as estratégias e o processo de desenvolvimento do produto colabora para compreensão do longevidade de certos produtos, em contrapartida outros produtos não alcançam o mínimo de tempo planejado para o mercado. Ainda as tarefas do Marketing para colaborar com o lançamento, a permanência e até “exclusão” do produto no mercado. Para elaboração deste foi empregado um estudo bibliográfico, utilizando-se das colaborações de estudiosos sobre o assunto.



quarta-feira, 10 de julho de 2013

Empresas fazem 'big brother' dos consumidores

Marina Gazzoni
30 de junho de 2013

As atenções da equipe de desenvolvimento de produtos da Whirlpool, dona das marcas Cônsul e Brastemp, se voltaram para o administrador Lucas Gambin, de 26 anos, na última quinta-feira. Em uma "cozinha-teste" no meio da fábrica da empresa, em Joinville (SC), ele foi instigado a acionar o forno, selecionar a temperatura, escolher uma receita em uma tela sensível ao toque, que reunirá os comandos do primeiro fogão "smart" da Brastemp, que chegará ao varejo em outubro. Cada movimento de Gambin foi filmado e observado por designers e engenheiros da Whirlpool que assistiam ao teste por meio de um espelho falso.

Experiências como essa fazem parte de uma série de testes que as empresas aplicam para identificar o que querem os consumidores e buscar inspiração para criar ou aprimorar produtos. Os investimentos das empresas em estatísticas sobre hábitos de consumo, visitas à casa das pessoas e até na criação de laboratórios para observar os clientes usando seus produtos são crescentes. Em 2012, o mercado de pesquisas cresceu 10% no Brasil e faturou R$ 2 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisas (Abep).

"A corrida da inovação das empresas reflete na área de pesquisas. As empresas querem saber tudo sobre o consumidor para lançar produtos mais assertivos e otimizar os recursos aplicados no seu desenvolvimento", disse o vice-presidente da Abep, Fernando Ribeiro.

A Whirlpool, por exemplo, tem 23 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de produtos no Brasil - um deles dedicado exclusivamente a experiências com consumidores. Para testar o novo fogão da empresa, o laboratório recebeu cerca de 100 pessoas. Foi uma espécie de "test drive" para ver se as inovações, de fato, atendem o consumidor e são compreendidas e valorizadas por eles.

Foi observando a interação das pessoas com o produto que a empresa identificou que precisa melhorar a sensibilidade da tela "touch screen" e fazer ajustes no desenho do fogão. Gambin perdeu alguns minutos até entender que não precisava selecionar a temperatura para gratinar o forno -e não foi o único. A Whirlpool, então, passou a trabalhar em ajustes para deixar o manejo do produto mais fácil e claro ao usuário. "É quase impossível ter um protótipo sem ajustes. Em 90% dos casos, temos de refinar o produto e em 10% chegamos a mudar tudo", disse o gerente de experience design da Whirlpool, Mario Martuscello.

Oportunidades. A observação dos hábitos dos consumidores é, muitas vezes, o ponto de partida para as inovações. "A maioria dos insights para a criação de produtos vem de pesquisas na casa das pessoas", disse o diretor de Inteligência de Mercado da P&G Brasil, Patrick Aedo. Um exemplo é a ampola de hidratação da marca Head&Shoulder, criada depois que a empresa ouviu do próprio cliente a reclamação de que o xampu anticaspa ressecava o cabelo.

A P&G realiza mundialmente 40 pesquisas diárias para entender o consumidor, um esforço que faz parte do investimento anual de US$ 2 bilhões para desenvolvimento de produtos no mundo. No Brasil, todos os 800 funcionários da área administrativa precisam participar de um teste na casa do consumidor por ano. O próprio presidente da P&G Brasil, Alberto Carvalho, saiu em uma espécie de "maratona" por domicílios brasileiros de diferentes cidades e classes sociais logo que assumiu o comando da unidade brasileira, em dezembro de 2012.

O desafio das empresas é entender o que o cliente quer quando muitas vezes nem ele consegue expressar. "Nenhum consumidor vai dizer 'eu quero uma Smart TV', antes de existir a tecnologia. Mas vimos que ele passou a usar a TV e o computador ao mesmo tempo, então, a indústria entendeu que ele queria conectividade na TV", explicou o diretor de marketing da LG no Brasil, Pablo Vidal.

A lógica é a mesma que pauta a inovação há muito tempo e que se explica bem em uma das frases célebres de Henry Ford: "Se eu perguntasse aos clientes o que eles queriam eles diriam: um cavalo mais veloz".

Às empresas, fica o trabalho de decifrar o desejo e lançar algo que atende essa necessidade. "No caso da indústria de tecnologia, uma aposta que não é bem aceita pelo consumidor pode tirar uma empresa do mercado", disse Vidal. "É por isso que pesquisamos, e muito, o que o consumidor quer e como ele reage às inovações."


Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,empresas-fazem-big-brother-dos-consumidores-,1048551,0.htm. Acesso em 03 jul 2013.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sangria no desenvolvimento vem do próprio governo

Glória W. de Oliveira Souza
Uma noticia recente sobre a Apple causou espanto, mas que não teve grande repercussão. E por mais estranho que pareça não se tratava de um novo produto ou aplicativo e sim artifícios usados para pagar menos impostos. Mas a situação não afeta somente a bilionária empresa e não acontece somente nos EUA. No Brasil a carga tributária é uma das maiores do mundo e atinge, principalmente, a micro e pequenas empresas que não têm capital suficiente, apesar da propaganda e do discurso governamental, a sangria atinge em cheio o desenvolvimento da economia brasileira. O que fazer? Procurar atalhos e foi o que fez a Apple.

O jornal Meio & Mensagem, veículo voltado ao segmento publicitário divulgou que noticia veiculada no jornal New York Times dava conta de que “a empresa criou artifícios que lhe teriam permitido reduzir a cada ano “bilhões de dólares em impostos”, aproveitando brechas de legislação tributária daquele país. Um deles foi a abertura de subsidiárias em locais de baixa tributação, como Irlanda, Holanda, Luxemburgo e Ilhas Virgens Britânicas”. A Apple, por sua vez, emitiu comunicado informando que, somente neste início de 2012, já havia pago “US$ 3,3 bilhões de impostos no mundo todo, ou seja, o equivalente a 9,8% do seu lucro de US$ 34,2 bilhões”. Ou seja, a sangria atinge a quase 10% dos lucros. 

Na mesma semana, a jornalista Beatriz Bulla, da Agência Estado, divulgava que a inadimplência das empresas brasileiras crescera perto de 20% em março comparando com o mesmo período do ano passado. E não foi só com as empresas que houve elevação. Foi mais amplo na economia como um todo, atingindo outros setores. “A inadimplência dos negócios também aumentou ante fevereiro, 11,6%. Nos três primeiros meses do ano, o incremento da inadimplência foi de 21,1% em relação ao mesmo período de 2011, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas”, apontou Bulla.

Ano após ano

E a situação não é nova. É recorrente. Em 2007 o jornalista Fernando Scheller publicou levantamento internacional em que apontava o Brasil como campeão de burocracia tributária. “Um estudo do Banco Mundial e da consultoria PricewaterhouseCoopers colocou o Brasil na última posição em burocracia tributária entre 178 países. Uma empresa de médio porte com 60 funcionários precisa, em média, de 2,6 mil horas de trabalho – e dois funcionários – para garantir o pagamento correto de tributos”, escreveu Scheller.

Se uma empresa média sofre essas consequências, o que dirá as micro e pequenas empresas, em que o faturamento anual não passa de R$ 360 mil anuais, conforme informação do Sebrae?. E segundo este mesmo órgão, há no Brasil cerca de 5,1 milhões de empresas e destas, 98% são micro e pequenas empresas, e que respondem por mais de dois terços das ocupações do setor privado. E foi pensando nesse segmento que a Canalw Difusão do Conhecimento criou cursos para capacitar e fornecer aperfeiçoamento profissional para os microempresários.

Assim, ao debruçar sobre o tema dos impostos, a empresa criou o curso De olhos nos impostos em que aborda, mediante a técnica de fixação de conteúdo com exercícios lúdicos (enquete, questionário, preenchimento textual e palavras cruzadas), utilizando como indagação a pergunta: sua empresa sabe fazer planejamento fiscal? O resultado é um curso de oito módulos com diversos textos-base que abordam assuntos como ‘empresa’, ‘fiscal’, ‘planejamento’ e ‘impostos’. A metodologia utilizada, segundo Glória W. de Oliveira Souza, sócia-diretora da Canalw, “é baseada na tecnologia de interação, no sistema LCMS (Learning Content Management Sysytems), o mais adequado para implementação de cursos 100% online”.

Além dos cursos já disponíveis, a Canalw também oferece ao mercado a possibilidade de cursos personalizados, onde cada curso é criado especialmente para cada cliente, em que o tema e os assuntos são definidos pelo empresário para atender as suas necessidades. “Se o microempresário deseja enfrentar a fome de impostos do governo, ele precisa se capacitar e investir no aperfeiçoamento profissional”, completa Clóvis Machado, sócio-diretor da Canalw, ao adicionar que os cursos estão disponíveis na internet em tempo integral.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A cidade que enriqueceu com calcinhas

Thiago Cid

A cidade de Juruaia, no sudoeste de Minas Gerais, tem aproximadamente 8.300 habitantes e mais de 140 confecções de lingerie -- uma confecção para cada 60 habitantes. É um município que prosperou graças ao dinheiro da venda de calcinhas e sutiãs. De acordo com a Associação Comercial de Juruaia, o PIB da cidade cresce a uma taxa média de 30% ao ano desde 2005. Essa história de dinamismo, porém, é recente. Até o meio da década de 1990, Juruaia era um vilarejo cuja principal fonte de renda, o café, amargava um crise. A guinada começou em 1991, quando o então prefeito Rubens Lacerda anunciou na televisão, no país todo, que a cidade ofereceria incentivos para atrair empresas.

O resultado ainda não foi o esperado. Apenas um industrial de Goiás, que fabricava calcinhas populares, mudou-se para a cidade. Ele não imaginava que seu modesto negócio acenderia o espírito empreendedor da cidade. A primeira fábrica durou menos de dois anos, mas serviu de exemplo. Em 1992, duas empresárias abriram a segunda confecção. Em 1993, outras três confecções já estavam em funcionamento. “Vimos que era a oportunidade do momento”, afirma Joelma Reis, que começou a fabricar lingerie em 1993 e hoje tem uma loja de 750 metros quadrados no centro da cidade.

As funcionárias da primeira empresa, que logo fechou as portas, decidiram insistir no ramo. Onélia de Mello foi uma delas. “Naquela época, meu marido plantava café. Falei para ele deixar a lavoura e abrir uma confecção comigo”, diz. O casal vendeu o patrimônio que tinha disponível -- seis sacas de café -- e comprou três máquinas de costura caseiras usadas. No início, Onélia e o marido, Dair, compravam peças para descosturar e ver como eram feitas, numa engenharia reversa de confecção. O marido era responável pelo corte dos moldes e Onélia costurava. Quinze anos depois, a empresa do casal, a D´Mellos, conta com 17 funcionários e fatura aproximademente R$ 1 milhão por ano. 

Histórias como as de Joelma e Onélia são comuns na cidade. Apesar de veteranas no mercado, novos empreendimentos, surgidos há menos de cinco anos, também têm sucesso. A advogada Ana Cristina Dias preferiu deixar os tribunais de lado, abriu sua confecção há dois anos e está satisfeita.
Juruaia produz cerca de 350 mil peças de lingerie por mês, e com elas fatura R$ 4 milhões, de acordo com o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, João Batista da Silva. “As lingeries rendem mais que as 100 mil sacas anuais de café e os 20 mil litros diários de leite que produzimos”, afirma Silva. 

Juruaia se tornou o terceiro maior polo produtor de roupas íntimas femininas do Brasil, atrás de Fortaleza, no Ceará, e Nova Friburgo, no interior do Rio de Janeiro. A produção municipal corresponde a 15% do total de lingeries fabricadas no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil. A prefeitura e os empreendedores pretendem diferenciar a produção da cidade, no futuro, não pela quantidade, mas pela sofisticação. O ímpeto empreendedor da pequena cidade já até despertou a atenção no exterior. O site de notícias americano Global Post enviou um repórter para que retratasse as peculiaridades de Juruaia, onde um terreno de 200 metros quadrados no centro não sai por menos de R$ 150 mil.

Histórias de Juruaia:

- as confecções e lojas de lingerie de Juruaia empregam aproximadamente 3.500 pessoas, ou 45% da população. 
- as pequenas empresas locais precisam de mais mão de obra qualificada, apesar de o Sebrae oferecer na cidade cursos de design, corte e costura e administração. “Costureira experiente aqui é disputada a tapa”, diz a empresária Lúcia Ioria.
- a produção de roupas íntimas femininas na cidade consome, por mês, 10 toneladas de tecido. 
- além dos produtos fabricados serem, na maioria, destinados a mulheres, elas também controlam cerca de 80% das empresas. Isso cria situações peculiares, principalmente aos olhos de forasteiros. Não é raro uma mulher encontrar outra na rua, mosrtrar a alça do sutiã que usa e dizer: “olha a nova peça que eu criei!” 
- todas as administrações municipais, desde os anos 90, tiveram como prioridade alimentar a vocação de polo de lingerie. 
- a cidade promove, anualmente, um dos principais festivais de moda íntima do pais: a Feira de Lingerie de Juruaia, ou Felinju.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Tenha uma estratégia antes de agir

Carlos Cruz
O mercado está cada vez mais concorrido. As empresas estão investindo na qualificação dos profissionais, em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia para empregar os recursos em busca de melhores resultados. Além disso, por conta das oscilações econômicas que acabam por influenciar a realização de planos e cumprimento de metas, concluímos que o mundo dos negócios está instável.

Por essas razões, torna-se imprescindível encontrar alternativas estratégicas para alcançar soluções satisfatórias e viáveis, que tragam resultados a curto, médio e longo prazo. Mas de que forma trabalhar para conseguir esses objetivos? Será que a busca por informações estratégicas e seu processamento de forma inteligente pode ser uma boa saída?

Uma ferramenta de gestão empresarial bastante utilizada é a análise S.W.O.T., que consiste no estudo do cenário externo e da realidade interna de uma organização. Esse tipo de medida é de fundamental importância para se iniciar um projeto importante e, principalmente, para criar ações estratégicas em momentos de incerteza, porque nos permite conhecer os fatores favoráveis e desfavoráveis que o mercado apresenta, além de situar a organização dentro do seu real contexto.

É preciso tomar decisões com qualidade e colocar em prática as boas ideias, no entanto, tudo deve ser feito com cautela e com a estratégia adequada. Falo isso porque é muito comum encontrarmos casos de empresas com produtos e serviços inovadores, mas que acabam pecando nas estratégias de atuação frente ao mercado em que atuam.

O termo S.W.O.T. é uma sigla em inglês, que representa um acrônimo de:
• Forças (Strenghts),
• Fraquezas (Weaknesses),
• Oportunidades (Opportunities) e
• Ameaças (Threats).
A técnica é creditada a Albert Humphrey, que liderou um projeto de pesquisa na Universidade de Stanford nas décadas de 1960 e 1970, usando dados da revista Fortune sobre as 500 maiores corporações.

A análise S.W.O.T. é um sistema simples que tem por objetivo verificar a posição estratégica da empresa no ambiente em questão. A análise se divide em ‘ambiente interno’, composto pelos itens: forças e fraquezas. Já o ‘externo’, está relacionado às oportunidades e ameaças. A partir dessa divisão é possível estabelecer aquilo que é de responsabilidade da empresa, e o que é uma antecipação do futuro, ou seja, o que se pode traçar a respeito de possibilidades positivas ou negativas do macro ambiente econômico.

Depois de fazer o levantamento de dados é chegada a hora de cruzar as informações, para que, dessa maneira, seja possível encontrar alternativas para a sua operação de negócios. Combinando fatores externos e internos, você terá a chance de saber como suas forças podem servir como impulso para aproveitar as oportunidades já existentes no mercado, ou, ainda, saber como deve se reposicionar em relação às fraquezas para não sofrer as conseqüências das ameaças encontradas.

Há mais de três mil anos, Sun Tzu, considerado um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos e autor do livro "A Arte da Guerra" já dizia: "Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças".

Essa ferramenta pode ajudar você na avaliação de empresas, projetos, produtos, serviços e equipes. Para isso, faça as perguntas relacionadas abaixo.
Pontos Fortes:
• O que você, sua empresa e equipe fazem bem?
• Que recursos especiais você possui e pode aproveitar?
• Quais os seus diferenciais?
• O que a concorrência, a equipe,os clientes e os fornecedores acham que você faz bem?
Pontos Fracos:
• No que você precisa ficar atento?
• O que precisa melhorar?
• Onde deve se blindar?
• Onde possui menos recursos que os demais?
• Quais são suas fraquezas identificadas pelos outros?
Ameaças:
• Que ameaças (leis, regulamentos, concorrentes) podem lhe prejudicar?
• Qual o ponto forte do seu concorrente que pode ser uma ameaça para você?
• Quais as estratégias e diferenciais dos seus concorrentes?
Oportunidades:
• Quais são as oportunidades externas que você pode identificar?
• O que seu cliente deseja e precisa que pode servir como oportunidade de negócio?
• Como agregar valor ao seu produto e ao seu serviço?
• Que tendências você pode aproveitar ao seu favor?

Após responder essas perguntas, crie planos de ações estratégicos e alcance melhores resultados.

sábado, 8 de maio de 2010

Rico do Brasil supera o da Suécia em IDH

Prima Página

Os brasileiros mais pobres vivem em condições de desenvolvimento humano comparáveis às da Índia, mas os 20% mais ricos, em situação melhor que a fatia mais rica da população da Suécia, Alemanha, Canadá e França. As informações estão no relatório do PNUD que analisa os números recentes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e cita um estudo europeu que conclui que países que atingiram alto desenvolvimento humano (IDH maior de 0,800) nos últimos anos, como o Brasil, ainda têm parte da população sofrendo privações comuns às de países do fim da lista.



O estudo “Desigualdade no Desenvolvimento Humano: Uma determinação empírica de taxas de 32 países” menciona cálculos que comparam a desigualdade em 32 nações ricas e em desenvolvimento. São elas: Austrália, Canadá, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Espanha, Suécia, Estados Unidos, Colômbia, Brasil, Peru, Paraguai, Vietnã, Indonésia, África do Sul, Bolívia, Quirguistão, Nicarágua, Guatemala, Índia, Gana, Camarões, Madagascar, Guiné, Costa do Marfim, Zâmbia, Etiópia, Moçambique, Burkina-Fasso.

Nessas nações, os números do IDH foram calculados para 5 estratos da população de acordo com a renda. No Brasil, a fatia mais rica tem um IDH de 0,997, próximo do máximo (1,000). O número é maior que o IDH do país que encabeça o último ranking, a Islândia (IDH de 0,968), e supera o valor correspondente aos 20% mais ricos de todos os outros países calculados, incluindo o do Canadá (0,967) e o da Suécia (0,959), terceiro e sétimo lugar na lista, respectivamente.

O atual IDH do Brasil, uma média de todo o país, é de 0,807, mas os mais pobres estariam sujeitos a condições correspondentes a um IDH de 0,610, ficando abaixo do segmento mais pobre da Indonésia (0,613), do Vietnã (0,626), do Paraguai (0,644) e da Colômbia (0,662). O IDH dos mais pobres brasileiros é comparável ao IDH da Índia (0,609).

"Os resultados mostram que a desigualdade no desenvolvimento humano foi bastante alta, e maior ainda em países em desenvolvimento”, afirma o relatório do PNUD. O texto acrescenta que a América Latina é o continente que apresenta as maiores desigualdades. No Brasil e em países como Guatemala e Peru, a diferença do IDH dos 20% mais pobres para o IDH dos 20% mais ricos só não é superior à de alguns países da África, como Madagascar e Guiné.

O relatório do PNUD ainda destaca outras formas de desigualdade. Segundo o documento, uma criança que nasce em algum dos 20 países do topo do ranking pode viver até os 80 anos, mas se ela nascer nos países de IDH mais baixo, sua expectativa de vida não é maior que 49 anos. Segundo a entidade, houve avanços importantes na maioria dos países, em especial nos índices de educação, mas, especialmente na África, alguns países tiveram retrocesso. “São preocupações centrais as extensas lacunas entre os ricos e pobres e entre homens e mulheres dentro dos países. Altos níveis de pobreza humana em muitos países em desenvolvimento requerem ações prioritárias”, conclui o texto.