No primeiro trimestre do ano, o número de domicílios compradores cresceu 4 pontos percentuais em relação aos primeiros três meses de 2004. Ou seja, 1,4 milhão de domicílios voltaram a comprar ou ampliaram sua cesta de compras. "A melhoria do nível de emprego e o aumento do crédito fizeram com que o consumidor fosse às compras e reposicionasse sua cesta de compras de forma mais expressiva do que no início de 2004", afirma Fátima Merlin, gerente de atendimento ao varejo da Latin Panel.
A pesquisa checa o consumo de 65 categorias em 8,2 mil domicílios semanalmente, perfazendo um total de 33 mil entrevistas por mês para a coleta de dados. Segundo a Latin Panel, os lares pesquisados são sempre os mesmos para que se possa fazer o trabalho de comparação.
Por categoria, o grande destaque nesses primeiros três meses em relação ao primeiro trimestre de 2004 foi o setor de higiene. Apesar de o gasto médio com essa categoria ter subido 12%, acima da média geral de 8%, houve um forte aumento tanto na quantidade de produtos comprados (8%), quanto no número de lares consumidores. "Os produtos de higiene estão relacionados com a sensação de auto-gratificação e sempre crescem mais do que a média em momentos de melhora econômica", diz a gerente do Latin Panel.
Quando se faz um raio-x dos produtos que entram e saem da casa do consumidor, a pesquisa revela dados interessantes. Enquanto massa instantânea (macarrão que leva 3 minutos para ficar pronto), está presente em mais lares e em maior quantidade, a massa tradicional perdeu presença nas duas medições. De forma geral, os produtos de maior valor agregado são os que estão voltando com mais força à cesta de compras, como iogurte, adoçante, e condicionador de cabelo.
As classes mais altas gastaram mais e compraram em maior quantidade nesse início de 2005. O volume de compras das classes A e B subiu 2%, enquanto a classe C engordou sua cesta em 1% . Os consumidores das classes D e E mantiveram o mesmo volume de compras. Quanto aos gastos, a cesta das classes A e B ficou 9% mais cara, enquanto da classe C subiu 8%. A alta para as classes D e E foi de 7%.
Regionalmente, os destaques ficaram com Norte/Nordeste e Sul, que tiveram o maior aumento de volume (3% em ambos) de todo o Brasil. Foi nessas regiões também que o gasto médio por família cresceu em maior proporção em relação ao ano passado - 10% em cada uma. Por outro lado, o Centro-Oeste e o Leste, que engloba Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio, foram as regiões onde houve maior aumento de lares voltando ao consumo, 7% e 6%, respectivamente.
A Grande São Paulo e interior paulista foram as localidades com menor avanço do gasto médio. "Isso reflete as fortes promoções e a enorme concorrência do varejo nessas regiões", explica Fátima.