Marcus
Vinicius Pilleggi
Atualmente,
um fator que oferece grande diferenciação ao consumidor quando ele busca algum produto é o seu design.
Isso diz respeito não só ao próprio desenho de produtos mas também à identidade visual de uma empresa. No Brasil, ao menos em
cidades interioranas ou onde a lógica de mercado não esteja tão arraigada, a
importância desta faceta de uma empresa é, muitas vezes, vista como inócua e
apenas complementar.
A frase
“O design é a única coisa que diferencia um produto do outro no mercado” é uma das maiores máximas do
setor. Ela veio do designer Norio Ohga, atual diretor geral executivo da Sony.
Com o crescimento constante não só das grandes, mas também das pequenas, médias e mesmo microempresas, existe muita competitividade, em não poucas das vezes no mesmo setor. Se os
serviços de diferentes empresas se aproximam uns do outros, o diferencial para
o consumidor estará na marca.
Diego
Rodriguez, sócio da empresa norte-americana de design IDEO e professor da
Escola de Design da Universidade de Stanford, escreveu na Business Week sobre
a importância que o design tem no meio empresarial.
O bom design não implica necessariamente em um bom negócio, entretanto, um processo de design bem-estruturado agrega
valor a uma marca ou empreendimento.
Rodriguez
alerta para que não se trate o design como um substantivo, mas sim como um
verbo. Um processo. Segundo o empresário,
hoje em dia o design assumiu uma posição excessivamente relacionada ao estilo,
um julgamento semiótico e estético dependente de paradigmas em
constante movimento.
Em vez
disso, o design deve aproximar designers e não-designers na resolução de desafios. Deve ser algo
compreensível para ambos os lados. Ainda, o bom design deve se preocupar não só
na inovação de estilo, mas também nos processos de fabricação, preço, suporte e
atendimento das necessidades das pessoas. Muitos projetos bem-sucedidos em
mercado operam e prezam pela simplicidade e
funcionalidade. Não é à toa que
um designer de produtos, por exemplo, estuda ergonomia.
A relação
do design com o bom negócio vem, justamente, da atenção ao que é preciso em
conjunção com o atrativo. Um design diferencial e inovador congrega a imagem
com funcionalidade e serviço, sem comprometer outras fases do desenvolvimento.
Ele otimiza custos, padrões estéticos, identidade visual e é essencial na estratégia de planejamento, produção e marketing.
Rodriguez encerra ao esclarecer que, se você trabalha com a preocupação
de atingir grandes parcelas da população, sem deixar de levar em conta fatores
sociais e econômicos, e cria, desta forma, alternativas melhores de produtos e
serviços, então você é um bom designer. O design ajuda a fortalecer uma marca,
é um diferencial, mais uma virtude. Um bom negócio.