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sábado, 3 de maio de 2014

Habilidades socioemocionais são chave para empregos do futuro

Paula Adamo Idoeta
2 de maio, 2014
Crianças estudando (BBC) 
Muitas dessas profissões ainda nem existem, mas a pergunta tem mobilizado especialistas em educação e mercado de trabalho – em busca de aperfeiçoamentos nos sistemas de ensino atuais.

E cresce entre analistas a percepção de que muitas habilidades cruciais não serão técnicas, mas, sim, sociais e emocionais: resiliência, curiosidade, colaboração, pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas, por exemplo.

"Com o acesso abundante ao conteúdo, o que a pessoa precisa é saber escolher, separar fatos de opiniões, saber navegar em meio a muitas informações não filtradas", explica Denis Mizne, diretor-executivo da fundação educacional Lemann.

"Daí a importância do pensamento crítico. E a resiliência tem a ver com um mundo menos previsível. Se não sei que profissões existirão, preciso me adaptar."

Mas como ensinar habilidades desse tipo, sem descuidar do conteúdo escolar? E será que muitas delas têm sido pouco exercitadas pelas últimas gerações?

Para a professora Carmen Migueles, especialista em educação e desenvolvimento organizacional da EBAPE-FGV, parte das novas gerações – crescidas na internet – "perdeu o contato com o sacrifício e a capacidade de vencer obstáculos".

"Eles entram no mercado de trabalho achando que serão recebidos em um palco iluminado pronto para eles", opina a professora à BBC Brasil. "Mas o sucesso é algo que se consegue em meio às dificuldades."

Segundo ela, essas habilidades socioemocionais – chamadas também de "soft skills" ou habilidades não cognitivas – foram citadas por todas as empresas quando questionadas sobre o que queriam em seus funcionários, em pesquisas feitas pelo MBA da FGV no Rio.

"É um cultivo de virtudes, como paciência, solidariedade e entendimento de diferenças em uma sociedade multicultural", diz ela. "Isso ajuda, por exemplo, a lidar com o choque de culturas quando uma empresa é comprada por uma estrangeira."

Debate

As habilidades das gerações futuras foram debatidas recentemente em eventos nacionais e internacionais: no seminário Educar Para as Competências do Século 21, em março, no Brasil, e na Conferência de Educação Privada, realizada em abril em San Francisco (EUA) pela International Finance Corporation, ligada ao Banco Mundial. Um dos participantes da conferência internacional foi o especialista americano Brian Waniewski.

Habilidades socioemocionais consideradas importantes para profissionais do futuro
Criatividade
Espírito colaborativo
Pensamento crítico
Resiliência
Habilidades de comunicação

Experiências para estimulá-las
Com jogos que envolvam superação de desafios, pensamento crítico e colaboração; há experiências educacionais envolvendo desde jogos de tabuleiro até videogames.
Levando aos alunos debates sobre estudos de casos reais e práticos e estimulando o questionamento da utilidade do conteúdo aprendido.
Estimulando atividades que envolvam criação e criatividade; na infância, blocos de montar, programas de design e programação e lápis de cor ajudam nessa tarefa

"Um dos fatores mais importantes é aprender a aprender – e a curiosidade não é algo que seja muito estimulado pelos sistemas educacionais atuais", diz ele à BBC Brasil. "O mercado de trabalho se move mais rápido do que o educacional."

Mas já existem diversos experimentos em curso para ensinar e mensurar essas habilidades. Um deles é do próprio Waniewski, ex-diretor do Institute of Play, empresa que desenvolve métodos de ensino baseados em jogos.

Na prática

Waniewski argumenta que o uso de jogos na sala de aula ajuda a simular a resolução de problemas na vida real. "Você progride de um nível para outro, supera desafios e é um agente proativo", diz.

A mesma lógica vale para levar casos concretos e questões da vida real – por exemplo, problemas da comunidade - para o debate entre alunos, em vez de focar apenas o conteúdo teórico.

"Isso passa por tirar o aluno de seu papel e colocá-lo para desenvolver problemas complexos e em equipe", diz Migueles.

Ainda que isso já seja estimulado em alguns cursos superiores ou pós-graduações, ainda é algo incipiente nas escolas, diz sua colega na FGV-SP, a professora de economia Priscilla Tavares.

"Hoje aprende-se muito mais o conteúdo do que o que fazer com ele", opina, citando o exemplo do logaritmo, elemento matemático comumente usado por profissionais de finanças. "Mas, quando aprendemos logaritmo, não aprendemos para que ele pode ser aplicado."

A dica, aí, é que os alunos tentem estudar não apenas para passar na prova, mas buscar entender a aplicação prática do conteúdo e como relacioná-los a outras disciplinas aprendidas.

"Muita gente trata o debate como se fosse preciso escolher entre ensinar essas habilidades e o conteúdo tradicional, como matemática e português", afirma Mizne, da Fundação Lemann. "Mas os alunos precisam das duas coisas – e essas habilidades ajudam no aprendizado do conteúdo."

A tecnologia também colabora. Um grupo do Laboratório de Media do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) dedica-se a desenvolver métodos de aprendizado criativo.

Uma de suas maiores apostas é uma linguagem de programação chamada Scratch (disponível no site http://scratch.mit.edu/), que estimula o aprendizado de programação mas também "estratégias para resolução de problemas, design de projetos e ideias de comunicação".

E pais podem estimular os filhos a desenvolver essas habilidades desde cedo, diz Resnick, com brincadeiras que envolvam design e criação, como blocos de montar, desenhos e jogos.

Experimentos

Aqui no Brasil, o Instituto Ayrton Senna e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) fizeram um estudo, recém-divulgado, com 24,6 mil alunos da rede estadual do Rio de Janeiro, com uma ferramenta desenvolvida para a medição de competências socioemocionais.

Algumas das conclusões são de que ter em casa mais de uma estante de livros aumenta em 40% a chance de uma criança ser mais aberta a novas experiências; e que estimular habilidades como planejamento e o protagonismo entre os alunos melhora seu desempenho em matemática e português, respectivamente.

"Notamos que as escolas em geral já praticam essas habilidades em seu cotidiano, mas de maneira não intencional", explica à BBC Brasil Mozart Neves Ramos, diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna. "Se as escolas conseguirem trabalhar esses valores, eles serão potencializados."

E eles podem ser potencializados por atividades esportivas e culturais, pela incorporação de jogos que colaborem no aprendizado das diferentes disciplinas e pelo estímulo à pesquisa entre os alunos, agrega Ramos.

O Instituto agora testa a incorporação dessas habilidades no currículo escolar do Colégio Estadual Chico Anysio, no Rio – incluindo treinamento de professores, projetos interdisciplinares envolvendo capacidades socioemocionais e estímulo a que os alunos elaborem "projetos de vida", com planos para o futuro.

"A vantagem é que essas habilidades não cognitivas se desenvolvem ao longo da vida, basta criar um ambiente adequado para isso", diz Ramos.

Para Resnick, do MIT, mais do que ajudar na busca de empregos, o estímulo dessas habilidades ajudará os jovens do futuro a serem "uma parte mais ativa da sociedade, pessoas que pensam melhor, inovam e são e capazes de articular suas ideias. E todo o mundo precisa disso".


Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140429_habilidades_empregos_futuro_pai.shtml?ocid=socialflow_facebook. Acesso em 02 mai 2014.

sábado, 26 de junho de 2010

Como transformar seus fornecedores em parceiros

Debora Carrari

Foi-se o tempo em que pequenas empresas podiam sobreviver sozinhas. A colaboração com diversos tipos de fornecedores e prestadores de serviços é hoje fundamental para o sucesso de qualquer negócio. A crescente especialização e as inovações tecnológicas permitem às empresas de qualquer porte ou setor terceirizar serviços essenciais para a sua operação, formando redes de colaboração com outros negócios, inclusive concorrentes, e porque não, com os consumidores também.

Essa tendência se aplica especialmente à compra de mercadorias e serviços para o seu negócio. Os contratos firmados com empresas de suporte técnico, contabilidade, marketing, material de escritório, entre outras, podem funcionar como parcerias em que todos saem ganhando. Algumas dicas sobre como fazer isso estão disponíveis no portal Inc, um website da revista norte-americana de mesmo nome que divulga informações úteis para empreendedores. O Empreendedores selecionou as informações mais importantes para a sua empresa.

Quatro perguntas

Antes de assinar qualquer contrato de fornecimento, algumas perguntas podem ajudar a assegurar ao empreendedor que esta será a opção mais indicada às suas necessidades. Veja alguns exemplos:

1. Qual a disponibilidade de dedicação de sua empresa ao meu negócio?
É comum em pequenas empresas que poucas pessoas acumulem diversas funções. Por isso, é essencial saber com quanta ajuda você poderá contar. Às vezes, fechar parcerias com outras empresas pequenas ou médias é uma melhor opção, já que elas entendem o que micro e pequenos empresários necessitam, ao contrário, muitas vezes, de grandes multinacionais.

2. Quem estará encarregado de atender a minha empresa?
É importante conhecer com quem você estará lidando diretamente na empresa fornececedora para evitar surpresas e verificar se há empatia. É importante também haver confiança entre as partes envolvidas.

3. O que acontece se houver uma emergência?
É recomendável informar-se sobre quais foram as respostas dadas pelo fornecedor em situações de emergência. Haverá pessoas à disposição em períodos de férias? Isso também depende de quanto a empresa contratada está comprometida com o cliente.

4. Como eu vou saber se posso contar com você?
Uma das pistas que indica o grau de confiabilidade de uma empresa é a disponibilidade para a resolução de problemas e dúvidas. Quem contrata precisa sentir que pode contar com o fornecedor em um momento de tensão. Você percebe isso, por exemplo, quando é tratado como um parceiro pelo fornecedor, e não apenas como outro cliente.