Folha de S. Paulo
10/04/2012
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Gife (Grupo de
Institutos, Fundações e Empresas) mapearam o perfil, as características, os
desafios e os valores dos profissionais responsáveis pelo investimento social
de fundações, institutos e empresas no país.
Segundo a pesquisa, a maioria tem curso superior nas áreas
de ciências humanas e sociais, como administração (23%), comunicação social
(14%), psicologia (7%) e serviço social (6%).
Dos entrevistados, 77% atuam no ramo empresarial, principalmente
em institutos e fundações (55,5%), que executam os próprios projetos, sendo que
30% em orçamentos de R$ 2 a R$ 8 milhões, e 23,5%, acima de 20 milhões. O nível
hierárquico compreende diretores (12,1%), gerentes (26,6%), coordenadores
(24,8%) e analistas (22,7%).
Questionados sobre o trabalho em si, 41,5% dos entrevistados
disseram se dedicar integralmente às funções, e 24,8%, na maior parte do tempo.
Sobre hierarquia, 25,8% é gestor do investimento; 21,5% são profissionais de
sustentabilidade ou RSE (responsabilidade social empresarial) e se envolvem no
investimento social privado, e 14,6% são técnicos em investimento social
privado em geral. Predominam os profissionais que acompanham e monitoram a
execução de projetos apoiados (69,3%).
Os desafios no setor encontrados por esses profissionais são
gerar impacto e conciliar interesses diferentes. Os princípios éticos
levantados na pesquisa foram profissionalismo/competência técnica (60,9%) e
comprometimento (46,2%). Esses profissionais querem ver mudanças na sociedade:
o trabalho, o social, o mundo, o idealismo, a necessidade e o impacto são
alguns dos fatores que os motivam a trabalhar na área.
"Diversidade de conhecimento é uma característica
marcante desse profissional, que surgiu há pouco menos de 20 anos e que ainda
está se estabelecendo no Brasil. Por isso ainda é difícil falar de um perfil
específico para o profissional do investimento social. O que a pesquisa aponta
é uma combinação de diferentes habilidades, não especificas da formação, como
saber articular com os diferentes instâncias e setores da sociedade", diz
Fernando Nogueira, professor da FGV e responsável pela pesquisa, ao lado do
professor Mario Aquino Alves.
Perfil do profissional do Investimento Social
* Gerente
* Dedica 100% do tempo do Investimento Social
* Gestor de Investimento Social na organização
* Começou em empresa e migrou para o Investimento Social
* Cursos que ajudaram: gestão, 3º setor e projetos sociais
* Faz: gestão e acompanhamento de projetos, diálogo com
stakeholders e planejamento
* Desafios: impacto, conciliar social e privado, discurso e
prática
* Ideal ético: competência e comprometimento
* Motivação: quer fazer a diferença na realidade do país
*Com informações do GIFE (www.gife.org.br)
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/1073398-pesquisa-revela-perfil-do-gestor-de-investimento-social-no-brasil.shtml.
Acesso em 11 jul 2013.