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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A importância do alinhamento interno para a excelência no atendimento

Evandro Pinotti
18 de novembro de 2015 , às 18h03



O primeiro alinhamento importante nessa equação é entre o franqueador e o franqueado

Uma das principais vantagens de se investir em uma franquia é que o empreendedor já inicia um negócio consolidado, com a segurança de apostar em um modelo que realmente funciona. Geralmente, franquias já são marcas de sucesso na prática e que possuem um modelo determinado de atendimento e entrega. Essa padronização e o conceito de valor pré-existente criam expectativas em seus clientes que devem ser atendidas. Portanto, é primordial que o alinhamento interno entre franqueador, franqueado e equipe esteja bem definido, evitando-se falhas e ruídos na expectativa do cliente final.

O primeiro alinhamento importante nessa equação é entre o franqueador e o franqueado. Por ter estabelecidas as diretrizes e referências que norteiam o negócio, cabe ao franqueador realizar imersões, treinamentos e oferecer todo o suporte necessário para o compartilhamento de responsabilidades e da entrega esperada. É preciso compartilhar e valorizar os diferenciais da marca, as práticas que agregam valor ao produto ou serviço e quais os caminhos para se chegar à excelência de atendimento.
Estes são os fatores que mais influenciam na percepção de qualidade e de preço do cliente final. Assim, é importante que estejam bem claros ao franqueado, que atuará como um agente replicador do padrão e da qualidade prometida pela marca como um todo.

Quando passamos ao terceiro elo desta cadeia, o profissional que têm contato direto com o cliente, o ciclo de alinhamento ganha ainda mais importância. Por isso, com base no Manual de Operação da marca, caberá ao franqueado buscar perfis profissionais compatíveis com o que a empresa visa entregar.
De forma geral, o franqueado deverá alinhar com o profissional contratado as expectativas da marca para o contato com o cliente, contextualizando os diferenciais do produto ou serviço, como a empresa pretende ser reconhecida no mercado e qual será o papel do colaborador nesta proposta. Esse alinhamento pode ser feito em pouquíssimo tempo e até mesmo em pequenas reuniões, de menos de uma hora, distribuídas ao longo da operação.

Atualmente, possuímos diferentes meios de comunicação que extrapolam os já consagrados teleconferência e Skype. Desde que com o foco correto, é possível promover aproximação e atualização dos diferentes elos da cadeia de valor até mesmo via WhatsApp, um canal altamente adaptável, se utilizado com conteúdo relevante.

Para que todo esse processo seja significativo e convertido em resultados, é indispensável que haja acompanhamento e feedbacks, tanto por parte do franqueador para o franqueado, quanto do franqueado para a equipe. É preciso acompanhar, diariamente, os atendimentos realizados, para correções de rumo, e as benfeitorias realizadas ao processo. Afinal, toda franquia funciona como um compilado de histórias de sucesso e todo benchmarking deve ser valorizado e replicado.

Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/a-importancia-do-alinhamento-interno-para-a-excelencia-no-atendimento/106745/. Acesso em 19 nov. 2015.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Como avaliar uma empresa?

Administradores.com
26 de julho de 2014


Conhecer o valor de uma empresa e o que determina tal valor são formas inteligentes de tomar decisões sobre investimentos. No momento de negociação, saber como calcular o valor de uma empresa torna-se um diferencial, portanto. Para realizar a avaliação de empresas há vários métodos e modelos diferentes, que variam de acordo com o propósito da análise. Existem os que mostram como avaliar uma empresa para venda ou compra, como avaliar uma empresa pelo faturamento, como avaliar uma empresa de serviços, entre outros. Além disso, há profissionais dedicados especificamente à análise de instituições e à compatibilização dos modelos à realidade de cada organização.

Por ser uma atividade complexa, não há como estabelecer apenas um modelo de avaliação, mas é possível destacar algumas questões a serem consideradas em qualquer contexto de análise desse tipo. Primeiramente, é preciso estar ciente de que há vários modelos disponíveis, como já citado. De acordo com Aswath Damodaran, autor do livro "Avaliação de Empresas", pode-se realizar a avaliação pelo fluxo de caixa descontado, avaliação relativa e modelo de precificação de opções. No âmbito de cada um desses métodos, há ainda vários outros, dentre os quais um deve ser escolhido.

Essas escolhas precisam ser guiadas pelas características da empresa avaliada, principalmente nível de lucros, potencial de crescimento, fontes de aumento de lucros estabilidade de alavancagem e política de dividendos, segundo Damodaran. Encontrar um modelo compatível com a empresa e suas peculiaridades é tão importante quanto a compreensão dos modelos, colocação correta dos dados e análise das informações colhidas.

Considerando essas questões, aqui estão sete passos para melhores avaliações de empresas, que podem ser aplicados em qualquer contexto de análise:

1. Minimize o viés no processo de avaliação: o problema da maioria das avaliações é o viés que permeia o processo. Os analistas que trazem fortes visões preconcebidas sobre a situação de uma empresa subavaliada ou superavaliada ou têm a sua compensação financeira ligada aos resultados da avaliação, provavelmente geram análises que refletem essas distorções. Melhorar os modelos de avaliação é uma forma de minimizar tais distorções.

2. Use modelos simples. Embora as novas tecnologias possibilitem o uso de modelos complexos, os modelos que exigem menos informações podem terminar sendo os mais claros, muitas vezes.

3. Respeite as leis básicas da economia. Não respeitar essas leis gera erros grotescos em avaliações. Considerar que uma empresa crescerá numa taxa maior à da economia, por exemplo, sem critério que comprove isto, gerará uma avaliação duvidosa.

4. Evite enfeitar as avaliações. Não acrescente elementos que não podem ser comprovados, apenas para conseguir um valor vantajoso para quem está vendendo ou comprando (dependendo da situação). Mantenha a avaliação fiel à realidade da empresa. Hipóteses de crescimento ou lucro devem ser tratadas como tal.

5. Lembre-se de que não há duas empresas idênticas. Muito da avaliação relativa tem a ver com a premissa de que se pode identificar empresas que se parecem com a que está sendo avaliada. Na realidade, não há duas empresas iguais, portanto o conceito de empresa comparável é subjetivo. Por isso, é necessário lembrar que as diferenças entre as empresas comparadas é que estabelecerão o tom das análises.

6. Conte uma história, mas analise os dados. Contar uma história para justificar por que uma empresa deve ser negociada por este ou aquele valor é válido, mas precisa haver apoio dos dados. A justificativa "narrativa" por si só apoiará as preconcepções sobre a empresa. Por isso é preciso analisar cuidadosamente os dados, verificando se a história contada faz sentido e provendo detalhes que a comprovem.

7. Cuidado com os puristas. Para cada tipo diferente de abordagem de avaliação de empresas, há puristas que exigem o uso imutável de seus métodos preferidos. Porém, a avaliação não se beneficia de regras absolutas e nem se presta a elas. O ideal, então, é unir bom senso, pragmatismo e flexibilidade para adaptar as regras de acordo com as demandas da análise, sem alterá-las, mas buscando encontrar o melhor e mais claro resultado.


Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/como-avaliar-uma-empresa/90628/. Acesso em 30 nov 2014.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PMEs aumentam faturamento após investimento em embalagens

Priscilla Oliveira
01/10/2014
 
Observando as ofertas na prateleira, qual estaria mais propensa ao interesse do consumidor: a que se parece com as demais ou a que possui traços e cores inovadoras? Provavelmente, a segunda opção chamaria mais atenção. Isso porque produtos diferentes e com visuais mais atrativos tendem a se destacar naturalmente. Entendendo a importância de trabalhar a embalagem tanto quanto o conteúdo, as pequenas e médias empresas estão apostando cada vez mais em destinar parte dos recursos financeiros em alterações no rótulo.

Estudo de cores, pesquisa de identidade visual e adaptação a tecnologias de conservação do produto são alguns dos pontos avaliados e considerados antes de alterar qualquer artigo. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 75% das empresas que investiram em design obtiveram aumento nas vendas. Além disso, ao buscarem modernizações, elas também conseguiram reduzir os custos de produção em 41%.

O investimento na apresentação, hoje, deixou de ser superficial para tornar-se primordial à sobrevivência de uma marca. “O frasco é o ponto de contato do consumidor com o produto. Principalmente para quem atua com bens de consumo, ele representa um grau de relevância muito alto. Em lojas de conveniência, por exemplo, onde se tem menos trabalho de vendedor, o artigo precisa se vender por si só”, conta Roberto Kanter, Diretor Executivo do Canal Vertical e Professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Primeiros passos

Contratar um designer gráfico para compor a equipe fica fora da realidade de muitas pequenas e médias empresas, mas buscar ajuda especializada é possível e o primeiro passo a dar. Alguns escritórios conseguem ajustar preços de acordo com porte da companhia e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) possui um corpo de profissionais capacitado no tema, em parceria com a Associação Brasileira de Embalagens (Abre).

Um dos maiores erros de um empresário é acreditar que pode dar conta sozinho, utilizando uma forma amadora. “Não dá para fazer de qualquer jeito, sendo essencial contratar escritórios de design. Alguns eles estão, hoje, em incubadoras de faculdades, inclusive. E o custo é muito acessível. Atualmente, não faz mais sentido se contentar com uma criação artesanal, mas ainda existem os que ignoram a relevância desse investimento. É miopia de alguns empresários achar que o foco deve estar apenas na produção. A indústria investe em produção e pensa pouco no Marketing. Alguns pensam de forma muito conservadora e veem a estratégia apenas como publicidade. Existem outras vertentes”, conta Roberto Kanter.

Por outro lado, existem os empreendedores que já chegam ao mercado usando a embalagem como grande diferencial e que buscam constante evolução a partir de novos estudo de criação. “A Do Bem, que é uma PME, se criou assim desde o início e vem crescendo. Há uma preocupação de se estabelecer no mercado via embalagem, com cores escolhidas taticamente”, afirma o professor.

Mudanças radicais

Criada há 10 anos, a Lettuca começou vendendo biscoitos amanteigados em embalagens simples, fechadas no grampo e com uma produção artesanal. Os pacotes vendidos possuíam 500 gramas ou um display com 20 unidades. Após observar a tendência por alimentos funcionais, o idealizador Leonardo Muller decidiu investir em biscoitos do tipo orgânicos. Além de buscar algo saudável e gostoso, ele optou por criar um pacote atrativo. O proprietário participou do projeto do Sebrae e deu andamento à construção de uma nova imagem.

A marca Lettuca passou a ser secundária e o biscoito Fibratto tornou-se o carro-chefe da pequena empresa. “Foi feito um reposicionamento e uma designer viabilizou o nova modelo. O projeto demorou seis meses para ser concluído e a gramatura do biscoito foi revista. De 500 gramas foi para 245 gramas, atendendo ao consumo de uma semana. E a versão de uso rápido ficou em 75 gramas. O lançamento da nova imagem ocorreu em junho de 2013 e o faturamento dobrou, bem como o número de funcionários. Não mudamos a receita, mudamos o apelo comercial”, conta Érico Marchi, responsável pela Área Comercial da Lettuca, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Pouco mais de um ano após estrear nas prateleiras, o novo design foi premiado como terceira melhor embalagem de família de produtos pela Abre. “Foi espetacular ser reconhecido e em tão pouco tempo. Tivemos uma nova visão do mercado e ele, uma nova visão de nós. A maior parte de nossos investimentos mira na apresentação, uma vez que não temos capital ainda para mídia. É a nossa forma de se destacar entre os concorrentes”, conta Érico Machi.

Cultura da empresa

A Botica de Banho, empresa de perfumaria, também foi uma das vencedoras do Prêmio Abre. Campeã na modalidade embalagem de micro e pequena empresa, a fabricante de aromas vem se firmando como inovadora nos frascos e kits que vende. Em 2010, outra medalha foi recebida pela linha masculina. Apostar em estudos e no desenvolvimento de recipientes diferenciados faz parte da cultura da empresa, que tem parcerias com agências de design para a criação da parte visual.

A concepção de novos estilos possui grau altíssimo de importância para os gestores. “Penso que a apresentação precisa ter uma história. Além disso é necessário associarmos função à beleza. O cliente não quer mais o básico, por isso nossos produtos transmitem sentimentos. Acreditamos também no relacionamento, em fazer coisas únicas para pessoas únicas” diz Claudia Spring, Diretora e Criadora da Botica de Banho, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A empresa pretende continuar a investir em novos modelos e planeja criar, em 2015, uma linha cujo tema será a simplicidade. “Vamos levar algo sutil e belo, mas com um toque de sofisticação, que é o condutor de nossas ações. Tentamos pensar de forma sofisticadamente simples e fazer tudo de maneira descomplicada, mas com um toque de glamour", conta Larissa Muhlbauer, responsável pelo Marketing da Botica de Banho, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Questão de sobrevivência

Outra empresa reconhecida pela Abre foi o Café do Centro. Com quase 100 anos de história, a média empresa se destacou no módulo competitividade internacional com produtos de exportação e ficou em segundo lugar na categoria. Produtora e distribuidora de seus grãos especiais, a marca investiu na história das regiões de plantio de café do Brasil para idealizar suas embalagens. “Existem diversos produtores e queríamos nos diferenciar deles, com isso contratamos uma empresa de design para criar essa embalagem. Foi um trabalho longo porque a designer precisava conhecer a empresa para criar algo que fosse a nossa cara”, conta Rodrigo Branco Peres, Diretor Executivo do Café do Centro, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A companhia realiza muitas transações B2B e, para os empresários do ramo de cafeterias, ter um diferencial entre os fornecedores é sinônimo de mais negociações. Além da bebida, são criadas personalizações em xicaras e cafeteiras com o nome do fabricante, de forma fazer o cliente lembrar a todo momento que tipo de café ele está tomando. A divulgação dos produtos é feita apenas em anúncios de revistas especializadas. A maior mídia para a empresa é o boca a boca.

Por este motivo, ser atraente em todos os níveis em que é manipulado é fundamental para que a marca seja procurada e exista. “Concorremos com empresas top, precisamos criar nosso diferencial. E também é importante lembrar que a embalagem deve conservar o produto sem afetar sua qualidade. Utilizamos tecnologia para que o grão fique protegido e, neste caso, o pacote é mais do que beleza, ele faz o item ser melhor”, conta Rodrigo Branco Peres.


Disponível em http://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/planejamento-estrategico/31831/pmes-aumentam-faturamento-apos-investimento-em-embalagens.html?utm_medium=e-mail&utm_campaign=Newsletter+Dia&utm_source=mail2easy. Acesso em 01 out 2014.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Por que lhe falta dinheiro?

Fábio Zugman
10 de dezembro de 2013
 
Perguntamos aos visitantes do Administradores quais as principais dificuldades para empreender. “Falta de dinheiro” gritou disparado na frente, com 51,82%. Longe, no segundo lugar, rede de segurança (se eu quebrar vou morrer de fome e estragar minha carreira) com 15,18%. Enquanto isso, instabilidade política/legal/tributária empatou com falta de pessoas qualificadas, com 10,73%.

A ideia dessa pesquisa surgiu quando esse que vos fala (ou escreve) viu o prazo se aproximando para uma conferência internacional. Como todo mau aluno, volta e meia deixo para preparar apresentações em cima da hora. Com data marcada, viagem e plateia garantidas, eu iria a Miami falar para investidores internacionais sobre os empreendedores brasileiros.

“Falta de dinheiro” é uma reclamação comum. Não só nessa pesquisa, mas algo que frequentemente escuto de empreendedores por aqui. Será esse o drama dos empreendedores brasileiros, sempre sem dinheiro? Acho que não.

Assim como o espirro é sinal de um resfriado, acredito que “falta de dinheiro”, na maioria das vezes, é sintoma, não a doença principal. Acredite, fui abordado por várias pessoas no fim da palestra. Gente com dinheiro e disposição para investir em boas ideias e empresas.

Um investidor me contou frustrado como foi até São Paulo para voltar de mãos vazias. Um grupo maior tinha passado por três outras cidades buscando alvos de investimento. E não só isso. Dinheiro não vem só de investidores, vem do bolso de clientes. Recompensa por uma boa estratégia, planejamento e execução de seja lá o que você faz.

O que aprendi é que o empreendedor começa reclamando de dinheiro, mas ao conversar com ele, geralmente podemos apontar diversas falhas, “doenças" que causam o efeito dessa falta. Seja uma falta de planejamento, de instrumentos de gestão, de meritocracia, ou até fatores pessoais como falta de preparo, egoísmo, ciúmes e perda de tempo com picuinhas e questões menores que atingem empresas de todos os portes.

Para curar uma doença, não adianta atacar o sintoma. É preciso atacar a doença.

Da próxima vez, caro leitor, que você se pegar pensando sobre como é ruim estar quebrado, ou que bom seria se você tivesse dinheiro em caixa, vá um passo além: Qual realmente a causa dessa falta? Você está procurando a resposta no lugar certo? Está investindo seus esforços onde realmente importa? Está colocando sua energia e habilidades para trabalhar da melhor forma possível?

Ao curarmos a gripe, paramos de espirrar. Não é o dinheiro que vai fazer sua vida profissional ou pessoal melhorar. Pelo contrário. Quando você identificar os problemas e lidar com eles, essa falta será curada.


Disponível em http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/por-que-lhe-falta-dinheiro/74590/. Acesso em 08 mai 2014.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Quatro sinais de que você deve investir mais na sua empresa

Camila Lam
19/03/2014
computador com gráfico na tela
Empreendedor que sonha alto sabe que para crescer é necessário investir no negócio. Mesmo que seja visto por muitos empreendedores como um custo, o investimento na verdade pressupõe uma expectativa de retorno maior no futuro. Ele pode significar a compra de uma máquina, a modernização da fábrica ou até mesmo a capacitação da equipe.

O investimento em pelo menos um desses aspectos, quando não todos, é necessário para uma empresa se manter lucrativa. A dúvida então não deve ser se devo ou não investir, mas, sim, quando investir. Afinal, investir antes da hora pode gerar também um custo mais alto que o necessário e, consequentemente, uma perda de competitividade. Veja alguns sinais de que o empreendedor precisa investir mais no próprio negócio.

1. Crescimento da demanda

Quando você espera vender mais, é natural que tenha que investir em mais máquinas ou na expansão da fábrica para conseguir entregar aos seus clientes. No entanto, algumas dicas aqui são importantes: sempre que possível, o investimento deve ser feito em etapas conforme o aumento da demanda.

Além disso, é fundamental entender se o aumento da demanda não é algo pontual, por exemplo, um aumento em função de um acontecimento específico ou em função da sazonalidade. Nesses casos, pode ser mais interessante buscar parceiros ou mão de obra temporária para dar conta do pico.

2. O desempenho dos concorrentes

Observe os seus concorrentes, desde coisas simples como verificar se ele está ou não investindo na fábrica a coisas mais específicas como a produtividade média das máquinas ou das sua equipe, o volume de investimento em pesquisa e desenvolvimento, a rentabilidade dos produtos e da empresa, entre outras métricas específicas do negócio. Estes são indicadores importantes para saber se você está com um resultado bom, se precisa investir mais, ou às vezes, se precisa rever seu negócio.

3. Equipe desmotivada

Neste contexto, provavelmente o mais difícil de definir é a hora certa de investir nas pessoas. O sinal de um elevado nível de stress dos funcionários, por exemplo, pode ser um indicativo importante. Outra sugestão é monitorar os ciclos de mudança da sua indústria ou definir um tempo ideal para investimento em gente, que deve variar entre três e cinco anos. Infelizmente, aqui não se tem ciência exata. Afinal, um dos talentos mais valiosos de um empreendedor é a habilidade de saber quando investir e cuidar de pessoas.

4. Falta de capacitação do empreendedor

E claro, monitorando a demanda, os concorrentes, e o time, não podemos nos esquecer de você mesmo! O empreendedor por muitas vezes é tido como solitário, o que implica em não ter alguém para lhe dar feedbacks e auxiliar no seu desenvolvimento. Então, não se esqueça de buscar capacitação e evoluir junto com seu negócio. Invista em conhecimento, cursos, troca de experiências, para compreender como atender às necessidades dos clientes e dos colaboradores.


Disponível em http://exame.abril.com.br/pme/noticias/4-sinais-de-que-voce-deve-investir-mais-na-sua-empresa. Acesso em 23 mar 2014.

domingo, 9 de março de 2014

Mercado cresce 6,81% e chega a R$ 47,9 bilhões

Igor Ribeiro
24 de Fevereiro de 2014
 
Após um primeiro semestre preocupante, o mercado aqueceu e fechou 2013 com R$ 32,2 bilhões de investimentos publicitários brutos em mídia, crescimento de 6,81% em relação a 2012. Os destaques foram TV aberta e paga, rádio e mídia exterior, segundo dados do Projeto Inter-Meios divulgados neste sábado, 21.

O número é maior que a estimativa de crescimento de representantes do próprio mercado, que em agosto haviam calculado 4,5%, assim como supera inflação (5,91%) e projeção de PIB (2,52%). Incluindo o extrapolado de 20% e 19% de produção comercial, o bolo total chega a R$ 47,9 bilhões. Apesar disso, 2013 representou o 3º pior índice de crescimento da década, superando apenas 2012 e 2009.

“No último quadrimestre, o crescimento de dois dígitos mostrou um mercado em franca recuperação: 14,3% de crescimento do mercado publicitário e 18% da TV aberta”, explica Anco Saraiva, diretor de marketing da Globo. A retomada na segunda metade do ano também se refletiu nas verbas de TV paga, que cresceram 18,03%, e rádio, que chegaram a 10,45%. “É reflexo de um trabalho entre radiodifusores para que participem, que entendam a importância que os dados têm enquanto radiografia da nossa indústria”, afirma Acácio Luiz Costa, diretor executivo das rádios Estadão e Eldorado.

A internet brasileira, porém, ainda enfrenta desafios comerciais. Em 2013 apresentou o primeiro recuo da década: R$ 1,43 bilhão, 5,6% menor que em 2012. Apesar disso, Rafael Davini, diretor geral do Terra e presidente do Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil), considera o ano positivo diante das circunstâncias.: “As propriedades de internet começaram 2013 em queda de 18%, 15%, mas terminaram com 5%: foi uma vitória”, afirma. O executivo lembra que há grandes players digitais que não declaram o faturamento em mídia, o que causa algum desvio nos números . O IAB e a Comscore preparam um estudo que cruzará os preços médios de formatos publicitários na internet com um painel de 110 mil usuários, o que deve fornecer uma estimativa mais fiel dos números de internet.

O meio impresso também foi bastante afetado. Jornais caíram 3,8% e revistas, 7,5%. Um dos maiores símbolos das transformações que rondam o setor foi a Editora Abril, que reestruturou a diretoria e teve de realizar cortes em 2013.

“Descontinuamos alguns títulos que representavam pouquíssimo, tanto em termos de circulação como em termos de publicidade, mas neste ano estamos preparados para mudar isso e seguir na tendência dos últimos cinco meses”, afirma Thais Chede, diretora geral de publicidade e da unidade Veja, confirmando o crescimento do último semestre.

 Somente Imagem
Crédito:Arte/Meio&Mensagem

Metodologia

O Projeto Inter-Meios é um relatório de investimento em mídia no País tabulado pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers com exclusividade para o Grupo Meio & Mensagem, que coordena o projeto. O trabalho mede, mês a mês, os investimentos em veiculação feitos pelos anunciantes na mídia brasileira. Estima-se que, em 2013, ele tenha contemplado 80% do total das verbas, já que parte significativa do investimento em internet, jornais e rádios ainda não pode ser mensurado. Os participantes encaminham seus dados diretamente à auditoria.


Disponível em http://meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2014/02/24/Mercado-cresce-681-e-chega-a-RS-479-bilhoes?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_content=&utm_campaign=links. Acesso em 01 mar 2014.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

As empresas estão com muita grana, mas investindo pouco

Vicente Vilardaga
09/12/2013

Um paradoxo ronda a economia dos Estados Unidos. Cinco anos após a crise financeira que ameaçou levá-lo à lona, o país ainda se recupera timidamente. O desemprego continua perto de 7% — altíssimo para os padrões americanos. E o PIB avança no máximo 3% ao ano.

Os consumidores continuam assustados. As empresas nunca investiram tão pouco — o que, por sua vez, derruba ainda mais a economia. Mas é aí que surge o paradoxo. A “América corporativa” nunca esteve em melhor forma. As bolsas atingiram recordes em novembro.

O lucro das companhias chegou a 12,5% do produto interno bruto americano, também um recorde. E  sobra dinheiro. Um levantamento da consultoria Economatica revela que o caixa das empresas abertas americanas chegou a 1,5 trilhão de dólares em 2013 — ante 1,1 trilhão de dólares em 2009. O que diabos está acontecendo com a maior economia do mundo?

A “incerteza” em relação ao futuro da economia americana é o culpado mais frequentemente citado para explicar o fenômeno descrito acima. De fato, mudanças abruptas nas regras do jogo econômico, crises e más notícias afetam decisões de investimento. Mas essa sempre pareceu uma explicação capenga para o caso americano.

O temor de uma hecatombe ficou no passado, e a economia, mal ou bem, avança. Mas o investimento teima em não voltar, e as empresas seguem acumulando caixa como se estivessem se preparando para o fim dos tempos. Coube ao economista britânico Andrew Smithers o mérito de trazer mais perspicácia à discussão.

Ele acaba de lançar o livro The Road to Recovery: How and Why Economic Policy Must Change (algo como “O caminho para a recuperação — como e por que a política econômica precisa mudar”). Ele defende que a principal causa da demora na recuperação da economia desde a crise de 2008 é a miopia corporativa que se alastrou pelos países ricos, especialmente Estados Unidos e Inglaterra. A culpa, para resumir, é do bônus.

Os excessos da remuneração variável foram, como se sabe, responsabilizados pelo comportamento desvairado de executivos de bancos que quebraram na crise de 2008. Seu incentivo era fazer apostas pesadas para ganhar uma bolada ao fim do ano. Se desse errado, perderiam no máximo o emprego. Para eles, portanto, o incentivo era arriscar o máximo possível para aproveitar os bons anos.

Smithers é o primeiro a ver nessa lógica a culpa também pela anemia econômica dos últimos anos. Para ele, quanto mais uma empresa paga em bônus atrelados ao desempenho de suas¬ ações, menos interesse seus executivos têm em investir o dinheiro que está no caixa. E mais a economia sofre.

O bônus atrelado à variação das ações surgiu para resolver um problema: executivos e acionistas pensavam diferente, e por razões financeiras. Executivos tinham incentivos para se dar bem no curto prazo, mesmo que, para isso, fosse preciso sacrificar o futuro da empresa e dos acionistas. Pagando em ações, segue a tese, o executivo é obrigado a pensar como acionista. A moda pegou. Até 1970, apenas 1% da remuneração de um executivo era baseada em ações. O percentual chegou a 70%.

No Brasil, a média é de 50%, segundo a consultoria Hay Group. Quanto melhor a empresa for na bolsa, mais dinheiro essa turma ganha. Smithers alega que esse “alinhamento” faz com que a cúpula das companhias abertas se transforme em escrava do curto prazo — e, no fim das contas, tome decisões que prejudicam o acionista no longo prazo. Ou seja, o contrário do que o tal “alinhamento” propunha. 

Recompra de ações

O investimento das empresas em novos projetos acaba se tornando a maior vítima. As companhias americanas nunca gastaram tão pouco na compra de máquinas e equipamentos. Investir em inovação e construir novas fábricas esvazia o caixa e só traz retorno depois de alguns anos. Investir, portanto, é mau negócio para quem está preocupado com o preço da ação hoje. Com o caixa abarrotado, as empresas têm usado parte do dinheiro para recomprar ações — também em escala inédita.

De acordo com Smithers, no início dos anos 70 as empresas devolviam aos acionistas (em forma de dividendos ou recompra de ações) 1 dólar para cada 15 investidos. Hoje, devolvem 1 dólar a cada 2 investidos. A multinacional General Electric, por exemplo, nunca teve tanto dinheiro em caixa — são 130 bilhões de dólares. E seus investimentos caíram todos os anos desde 2009. Em compensação, é uma campeã de recompras.

Em fevereiro de 2012, a empresa anunciou uma ampliação de 10 bilhões em seu programa de recompras para 2013, para 35 bilhões de dólares. A combinação das duas medidas tem como efeito prático a valorização das ações. É bom para o mercado acionário, é bom para os executivos. Mas, como o investimento de hoje é o lucro de amanhã, o efeito desse jogo para o futuro das empresas — e da economia — é deletério.

No Brasil, onde também há uma queda dos investimentos, os possíveis efeitos da cultura do bônus são muito menores. Isso acontece porque a representatividade das empresas de capital aberto é relativamente pequena e há um grande número de empresas familiares e estatais.

Um estudo publicado em 2013 por três pesquisadores das universidades de Nova York e Harvard revela que as empresas fechadas investem, em média, duas vezes mais do que as companhias abertas, justamente porque não têm a preocupação de elevar o valor de suas ações no curto prazo.

Assim, podem investir enquanto as outras colocam o pé no freio. Em tese, é a melhor maneira de gerar o lucro do futuro. As famílias Cargill e MacMil¬lan, que controlam a gigante americana do agronegócio Cargill, reinvestem na empresa 80% de seus dividendos. A companhia tem capital fechado. No Brasil, o  maior exemplo dessa dinâmica tem sido a Odebrecht. Controlada pela família desde a sua fundação, nos anos 40, a empresa vai investir 17 bilhões de reais em 2013, 30% mais que no ano passado.

Recentemente, fez uma aposta de 19 bilhões de reais ao ganhar o leilão de concessão do aeroporto do Galeão (junto com um sócio de Singapura) e também ganhou a concessão da rodovia BR-163. Até 2015 serão 53 bilhões de reais de investimento.

Como conciliar investimentos de longo prazo com o imprescindível papel do mercado de capitais numa economia moderna? É um debate tão antigo quanto insolúvel. Smithers propõe criar novas formas de unir os interesses de acionistas e executivos, incluindo nos critérios para o pagamento de bônus metas de investimento, por exemplo.

O problema será convencer o acionista, eufórico com o atual preço das ações, de que o sucesso de hoje pode significar seu próprio fracasso amanhã. O maior viciado em ganhos de curto prazo, afinal, é ele.


Disponível em http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1055/noticias/muita-grana-pouca-acao?page=1&utm_campaign=news-diaria.html&utm_medium=e-mail&utm_source=newsletter. Acesso em 12 dez 2013.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Craque agora é investimento financeiro

Jamil Chade
08 de dezembro de 2013
Quando dois times entram em campo hoje na Europa, não são apenas os torcedores que esperam de seus ídolos uma vitória. Investidores, fundos de pensão, empresas e acionistas também torcem para que os craques nos quais eles têm dinheiro depositado sejam decisivos em campo. Um levantamento feito pela KPMG revelou que mais de 1,1 mil jogadores na Europa são propriedade de grupos financeiros, e não de clubes.

Juntos, esses investidores poderiam formar cerca de 50 times de futebol, com titulares e reservas. No total, mais de US$ 1,2 bilhão está investido nesses jogadores. O Estado consultou investidores, dirigentes de clubes e cartolas e a constatação é de que a nova fronteira não é mais comprar um time ou um estádio, mas ser acionista na prática de um jogador, como se ele fosse uma commodity.

O fenômeno não é novo no Brasil e jogadores como Neymar garantiram salários elevados graças à participação de vários sócios. Mas a noção de que a prática era disseminada na Europa era pouco conhecida.

Parte da iniciativa vem dos próprios clubes que, com a recessão europeia, saíram ao mercado oferecendo parcelas de seus jogadores a investidores para ajudar a pagar os altos salários dos craques e também para levantar capital. "Para muitos clubes, isso evitou que seus presidentes tivessem de se ajoelhar diante de um banqueiro e pedir mais um empréstimo, pagar juros altos e se endividar", contou o cartola de um clube espanhol, que pediu anonimato.

Num documento de apresentação de um desses fundos, o Doyen Sports Investments, a crise na Europa é o argumento usado para apontar para os benefícios do novo modelo. "Com a crise financeira internacional, clubes continuam a ter sérios desafios de liquidez e escassez de financiamento tanto para infraestrutura como para aquisição de novos jogadores."

Em apenas três anos, o Doyen Sports Investments aplicou mais de 80 milhões na aquisição de jogadores. Apenas em 2011, a empresa esteve envolvida na transferência de seis jogadores para o Sevilla. Caso o clube espanhol vendesse dois dos jogadores negociados, Stevanovic e Kondogbia, o fundo, com sede em Malta, ficaria com 50% do valor da nova transferência.

Um dos ativos da empresa é Eliaquim Mangala, do Porto. "Fomos transformados em um produto financeiro", declarou. "O clube é a fábrica e nós somos um produto. Temos de ser realistas", disse. Em 2011, o Doyen tinha 33,33% dos direitos econômicos de Mangala, que por sua vez não sabia que outros 10% de seus direitos haviam sido comprados pela empresa Robi Plus.

Bom para os dois lados. Como Mangala, dezenas de outros jogadores em Portugal vivem a mesma situação. Segundo a KPMG, um em cada três atletas da primeira divisão está sendo financiado por um investidor. Para o clube, o sistema permite contar com alguns dos principais jogadores da temporada sem ter de gastar o que o caixa já não tem. Para o jogador, o sistema abre as portas para salários mais altos. Mas quando jogadores como Luciano Teixeira e João Mário Fernandes deixaram o Benfica neste ano, o valor da compra não foi para o time de Lisboa, e sim para a Robi Plus, a empresa dona dos passes dos atletas.

A prática é disseminada. Vai desde brasileiros como Hernanes, da Lazio, ao colombiano Falcão Garcia, que começou a brilhar no Porto, ganhou notoriedade no Atlético Madrid e hoje vale ouro para investidores no AS Monaco. No Leste Europeu, o modelo domina metade de todos os jogadores nas dez principais ligas da região. Na Holanda, 3% do valor de mercado dos jogadores está nas mãos de fundos. Na Espanha, a taxa é de cerca de 8%.

Para o presidente da Liga Espanhola de Futebol, Javier Tebas, esse é o caminho para que os clubes permaneçam competitivos, principalmente os menores. Segundo o cartola, um clube como o Atlético Madrid paga a cada ano cerca de 17 milhões em juros aos bancos por empréstimos que tomou no passado para comprar jogadores. Esse valor quase seria suficiente para pagar um ano de salário de Cristiano Ronaldo.

Polêmica. Mas o desembarque de grupos financeiros no futebol não agradou a todos. A Uefa quer banir a prática, alegando que a tendência ameaça a integridade do esporte e pode acabar levando jogadores a serem vendidos, mesmo que em termos esportivos a transação não faça sentido. Na França, o sistema é proibido. Na Inglaterra, a transferência de Carlos Tevez do Corinthians para o West Ham, em 2006, fez os cartolas britânicos aprovarem uma lei impedindo a participação de investidores no passe de um jogador. Na transação, o clube escondeu da federação o fato de que jamais pagou ao time paulista pelo atleta, mas sim à MSI, um fundo de investidores.

Outro problema, segundo a Uefa, é o risco de que equipes com jogadores que pertencem ao mesmo dono se enfrentem e que os "ativos" sejam instruídos a fabricar um resultado que interesse aos investidores, não aos torcedores. "Esse sistema levanta sérias questões morais e éticas", declarou Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa.

FIFPro, o sindicato mundial de jogadores, também denuncia o sistema. "Os fundos estão interessados em lucro, que só ocorre nas transferências. Isso pode resultar num verdadeiro tráfico", alerta o grupo. Outro temor, é de que os fundos forcem os clubes a escalar os jogadores de sua propriedade para que entrem em campo, mesmo que não estejam atuando bem ou possam estar ainda se recuperando de uma lesão. "Tais práticas são inaceitáveis", declarou Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. "É a versão moderna da escravidão."


Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,craque-agora-e-investimento-financeiro-,1105772,0.htm. Acesso em 09 dez 2013.

sábado, 19 de outubro de 2013

Fabricantes investem em lojas próprias para reforçar marcas

Gouvêa de Souza
11 Out 2013
 
É cada vez maior o número de marcas que apostam na abertura de lojas ou quiosques próprios para se aproximar de seus clientes e testar a aceitação de seus produtos. Para os especialistas ouvidos pelo Brasil Econômico, esta é uma estratégia que tende a crescer no país, mas que deve conviver com outros formatos de venda.

“Os produtos são hoje pouco ou nada diferenciados, o que fica é a marca. Este tipo de loja não só aumenta as experiências do consumidor com a grife, mas favorece as pesquisa de mercado, a fidelização, a avaliação de inovações e até questões de comunicação, como embalagens. As lojas próprias devem crescer, mas não vão acabar com outros formatos”, explica o coordenador adjunto da Graduação em Comunicação do Ibmec/RJ, Eduardo Murad.

 “As Havaianas, por exemplo, têm lojas próprias, revendas exclusivas, estão em multimarcas e são vendidas em outros lugares”, completa. A marca de sandálias de borracha tem hoje duas lojas próprias, na Oscar Freire e no Shopping Jardim Sul, em São Paulo, além de 303 franquias no país.

O diretor dos cursos de Administração e Relações Internacionais da ESPM/RJ, Marcelo Guedes, concorda e reforça que estas lojas são uma oportunidade de trabalhar a marca. “Essa ação é forte por vários motivos: acesso ao consumidor final, fortalecimento da marca, teste de produtos novos. O principal é ser um laboratório que não depende de terceiros”, diz.

Um exemplo bem-sucedido no formato é a Samsung. Seu projeto de lojas próprias começou em abril de 2012 em todo o mundo. E hoje será inaugurada a 61ª unidade, em Goiânia. Segundo o diretor do canal de lojas próprias da marca, Demetrius Oliveira, faz parte da estratégia expor todos os aparelhos. “Tivemos que fazer escolhas e optamos por ter apenas produtos móveis, que o consumidor consegue carregar. Não vendemos linhas branca e marrom. As lojas foram planejadas para serem consultorias”, destaca.

O objetivo da coreana é estar nas principais capitais e centros comerciais do Brasil. “Não temos metas de número de lojas, que são todas franquias. O mercado brasileiro é importantíssimo para a Samsung, principalmente em smartphones. Estamos indo para onde o cliente está”, diz Oliveira.

A Kibon trouxe para o país a Kibon Station, modelo que já é sucesso em países da Europa. A primeira loja de personalização de sorvetes foi inaugurada no Shopping Eldorado, em São Paulo. No mês que vem, será a vez do Shopping Tamboré receber uma unidade.

“É uma nova experiência de marca, em que o consumidor escolhe o sabor do sorvete e depois as coberturas. É também uma oportunidade de estarmos nos shoppings, canal que não estávamos presentes antes. Já temos mais de 600 unidades no mundo, mas ainda não há meta de expansão aqui. Kibon é uma marca que a atende a todos, tanto que iniciamos por dois perfis de shoppings diferentes”, diz a gerente de Marketing da Kibon, Isabel Masagão.

No ano passado, a marca já havia tido experiência parecida com a loja Magnum. “Ela foi criada para funcionar de outubro a dezembro, mas ficamos até fevereiro. A experiência foi tão bem-sucedida que acabou replicada em um caminhão itinerante, que passou por seis cidades de São Paulo”, completa ela.

Já a Skol optou por um modelo um pouco diferente, um e-commerce que não vende a cerveja, mas sim produtos que trazem o logo, lançado no fim do ano passado. “Buscamos atender uma demanda do consumidor por produtos Skol. Muitas promoções não conseguem chegar no Brasil inteiro e o e-commerce resolve isso”, explica a gerente de Trade da Skol, Mariana Sena.


Disponível em http://www.gsmd.com.br/pt/noticias/mercado-consumo/fabricantes-investem-em-lojas-proprias-para-reforcar-marcas. Acesso em 17 out 2013.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Planejamento financeiro deve ser parte do projeto de vida

Renato Bernhoeft
27/04/2012
A preocupação com o próprio futuro e o dos familiares independe de estabilidade financeira ou de crise no mercado. E como resposta a esse comportamento, é natural que haja um aumento da oferta por especialistas em investimentos pessoais ou em grupo.

A gama de produtos é a mais variada possível. Desde recursos para manter a renda em uma previsível aposentadoria, financiar os estudos dos filhos, criação de reservas para futuros desfrutes ou até um seguro de vida para reduzir o baque financeiro dos familiares na eventual falta por falecimento ou incapacidade. Todos são produtos importantes e com forte conotação preventiva. Mas nenhum deles relaciona a necessária tranquilidade financeira no futuro a um projeto de vida correspondente a essas reservas.

Além de ter claro qual o rendimento que minhas aplicações irão me proporcionar ao atingir os 50, 60 ou 70 anos de idade, por exemplo, também devo pensar sobre o que aspiro ser, parecer, fazer, pensar e transmitir quando essas fases chegarem.

Ao perder a identidade que a empresa me emprestou enquanto estive empregado, com que “sobrenome” vou me apresentar depois de aposentado? O que farei com o tempo livre? Como será meu relacionamento como cônjuge, familiar e amigo? Ainda estaremos juntos como casal? Estarei morando no mesmo lugar?  Como vou manter minha autoestima e amor pela vida? Quais os cuidados que devo ter em relação à saúde? Qual é o padrão de vida que pretendo manter?

E uma pergunta crucial: Desejo continuar mantendo minha autonomia financeira e afetiva, ou espero que os filhos me cuidem na velhice? Em relação aos que se preocupam em criar reservas financeiras para os filhos, seja no sentido de financiar seus estudos ou proporcionar alguma tranquilidade material para o início da vida adulta, as recomendações também são importantes.

Poupar, investir e buscar melhores alternativas visando um futuro confortável para os dependentes é algo que os pais podem fazer sem consultá-los. Mas a experiência tem demonstrado que filhos que recebem recursos e facilidades financeiras sem uma efetiva participação, esforço e sacrifício apresentam como tendência um comportamento de desperdício.

Envolva seus filhos, desde muito cedo, em planos, compromissos e consciência no seu relacionamento com o dinheiro. Crianças e adolescentes que nunca transacionaram nada na sua infância tendem a desconhecer o valor relativo dos bens materiais. Para muitos, o preço de um automóvel não difere muito do custo de uma bicicleta. Afinal, tudo sempre lhe foi muito facilitado.

Desse modo, é importante não omitir informações procurando “poupá-los” das dificuldades da vida. Inclua nas conversas com a família os planos futuros de cada um, vinculados a uma adequada educação financeira.

Disponível em http://www.valor.com.br/carreira/2636320/planejamento-financeiro-deve-ser-parte-do-projeto-de-vida. Acesso em 28 ago 2013.

sábado, 27 de julho de 2013

Embalagens certas elevam vendas de produtos

New Trade
Publicado em 13-08-2012
Não basta ser bonita, a embalagem tem que ser funcional e adequada ao produto vendido para ganhar o consumidor na competitividade com as outras marcas no momento da compra. A importância do design e de uma boa embalagem aliados à qualidade do produto tornam aspectos importantes na aquisição do mesmo, já que 81% das escolhas dos consumidores são tomadas no ponto de venda. Para auxiliar empresas de micro e pequeno portes a impulsionar o aumento das vendas, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) possui um setor de consultoria no quesito de design de criação de novas embalagens. Empresas mineiras que já realizaram essa troca, tiveram um aumento significativo de vendas.

O designer e professor coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), membro do Conselho e atual Coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), Fábio Mestriner, analisa que a embalagem é intrínseca ao produto às vistas do consumidor. Mestriner esteve na capital mineira na última terça-feira para participar da comissão julgadora dos projetos do 3º Prêmio Sebrae Minas Design. "Nas pesquisas que fizemos - é dado de pesquisa - o consumidor não separa a embalagem do conteúdo. Para as pessoas, representam uma única entidade, a embalagem participa e interfere na concepção que formam do produto", salienta.

Investimento

De acordo com Mestriner, os pequenos empresários podem valorizar os produtos pela embalagem para conquistar o consumidor, já que não entram no mercado com uma propaganda pesada. "Há um ‘mundo’ de produtos e 90% deles não têm apoio de propaganda e marketing, eles têm a embalagem como único recurso para competir. Se houver uma boa embalagem, o consumidor sabe o que vê ali. A embalagem, para a pequena empresa, pode ser grande aos olhos dos consumidores. Se bem utilizada, desenvolve a pequena empresa, a região, os estados, impulsiona as vendas, ganha força e vai crescendo e começa a puxar os fornecedores para ela", analisa.

Na avaliação de Mestriner, o consumidor se influencia pela compra de um produto em relação a outro pelo que está vendo. "Ele não sabe se a empresa é grande ou pequena. Dou sugestão ao empresário para ir ao ponto de venda e colocar, lado a lado, as embalagens dos concorrentes e avaliá-las.  preciso ter embalagem equivalente às outras, as inferiores são descartadas. Fazer compras no supermercado tem testemunhas, as pessoas olham, observam os produtos que os outros estão comprando - e os produtos dão depoimento da pessoas", avalia o designer.

Na disputa pelo consumidor, cada produto compete na sua categoria, sendo que a embalagem tem um papel decisivo. De acordo com o professor, "81% das decisões são tomadas nos pontos de vendas, tendo a embalagem como mediadora do processo".

Para deixar os produtos de pequenas empresas mais competitivas, o Sebrae e a Abre realizaram um convênio que durou quatro anos, para desenvolver projetos de novas embalagens para os empreendimentos. Em todo o Brasil, foram atendidos, aproximadamente, 500 projetos, com quase três mil embalagens desenvolvidas. "Há casos em que houve aumento de mais de 500% nas vendas, registros que mudam a vida de uma pequena empresa. As embalagens favorecem muito a pequena empresa", destaca o designer. O convênio terminou, mas a consultoria oferecida pelo Sebrae continua.

Mestriner comenta que com o aumento do poder aquisitivo da classe C e D, as pessoas querem comprar o que não podiam antes; contuido, se percebem que a embalagem é inferior, substituem a compra por outro produto. O designer destaca que a embalagem tem que ser adequada ao produto que está embalando, não é só ser bonita, ela tem que ser pertinente à categoria e não ser inferior. "Por exemplo, molhos de pimenta, são em vidros, mas tem um que vem dentro da caixinha, informa ao consumidor que é diferente - uma linguagem através da qual, muda a percepção de valor.

Reformulação

A proprietária da Ormifarma (Organização Mineira de produtos Farmacêuticos Ltda.), Janine Oliveira Capelão, foi uma das participantes do projeto do Sebrae-MG e mudou, inclusive, a marca da empresa para Terraie. O crescimento no lucro já chegou a 15% e ainda falta metade dos produtos comercializados pela empresa para passar pela reformulação da embalagem. A estimativa é que as vendas cresçam ainda mais.

"Nós optamos por participar do projeto em 2010, precisávamos ‘repaginar’, trazíamos um nome que lembrava farmácia de manipulação. Trocamos o nome fantasia, criamos uma marca, escolhemos outra embalagem, layout. Estamos fazendo por etapas, queremos mudar todas as embalagens até o final do ano", avaliou Janine.

A empresa ao todo trabalha com 35 itens com segmentos de folha, flor e raiz, dentre cremes corporais e faciais, vendidos para clínicas de estéticas, como mascaras hidratantes, esfoliantes, creme de massagem, óleo corporal, banho de espuma, loção tópica.

De acordo com a proprietária, o aumento no valor do produto foi normal, como se fosse um reajuste de ano a ano, mas avalia que valeu a pena. "Sem dúvida, melhorou, tínhamos reclamações de vazamento, a anterior flip top era mais fraca, dificultava a saída do produto", pondera.

Outra empresa mineira de comida congelada, Light Life, conseguiu um aumento nas vendas de até 30% com uma nova roupagem, com mais qualidade e mais funcional. "Como já tínhamos um nome no mercado e consumidores fiéis, queríamos agregar valor, atrair outros consumidores. Fizemos um trabalho de reformulação, mudamos a logo, criamos novos rótulos e embalagens mais práticas com divisórias. A receptividade está ótima, os clientes se sentem atraídos pelo produto e as vendas hoje aumentaram", comenta a proprietária, Ernestina Cotta. Ela salienta que precisou aumentar o custo do produto em 5%, mas que não houve nenhuma reclamação, questionamento.


Disponível em http://www.newtrade.com.br/noticia/embalagens-certas-elevam-vendas-de-produtos&utm_source=SendBlaster&utm_medium=email&utm_term=newsletter%20120814&utm_content=newsletter&utm_campaign=newsletter%2011092. Acesso em 26 jul 2013.

domingo, 21 de julho de 2013

Pesquisa revela perfil do gestor de investimento social no Brasil

Folha de S. Paulo
10/04/2012
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) mapearam o perfil, as características, os desafios e os valores dos profissionais responsáveis pelo investimento social de fundações, institutos e empresas no país.

Segundo a pesquisa, a maioria tem curso superior nas áreas de ciências humanas e sociais, como administração (23%), comunicação social (14%), psicologia (7%) e serviço social (6%).
Dos entrevistados, 77% atuam no ramo empresarial, principalmente em institutos e fundações (55,5%), que executam os próprios projetos, sendo que 30% em orçamentos de R$ 2 a R$ 8 milhões, e 23,5%, acima de 20 milhões. O nível hierárquico compreende diretores (12,1%), gerentes (26,6%), coordenadores (24,8%) e analistas (22,7%).

Questionados sobre o trabalho em si, 41,5% dos entrevistados disseram se dedicar integralmente às funções, e 24,8%, na maior parte do tempo. Sobre hierarquia, 25,8% é gestor do investimento; 21,5% são profissionais de sustentabilidade ou RSE (responsabilidade social empresarial) e se envolvem no investimento social privado, e 14,6% são técnicos em investimento social privado em geral. Predominam os profissionais que acompanham e monitoram a execução de projetos apoiados (69,3%).

Os desafios no setor encontrados por esses profissionais são gerar impacto e conciliar interesses diferentes. Os princípios éticos levantados na pesquisa foram profissionalismo/competência técnica (60,9%) e comprometimento (46,2%). Esses profissionais querem ver mudanças na sociedade: o trabalho, o social, o mundo, o idealismo, a necessidade e o impacto são alguns dos fatores que os motivam a trabalhar na área.

"Diversidade de conhecimento é uma característica marcante desse profissional, que surgiu há pouco menos de 20 anos e que ainda está se estabelecendo no Brasil. Por isso ainda é difícil falar de um perfil específico para o profissional do investimento social. O que a pesquisa aponta é uma combinação de diferentes habilidades, não especificas da formação, como saber articular com os diferentes instâncias e setores da sociedade", diz Fernando Nogueira, professor da FGV e responsável pela pesquisa, ao lado do professor Mario Aquino Alves.

Perfil do profissional do Investimento Social
* Gerente
* Dedica 100% do tempo do Investimento Social
* Gestor de Investimento Social na organização
* Começou em empresa e migrou para o Investimento Social
* Cursos que ajudaram: gestão, 3º setor e projetos sociais
* Faz: gestão e acompanhamento de projetos, diálogo com stakeholders e planejamento
* Desafios: impacto, conciliar social e privado, discurso e prática
* Ideal ético: competência e comprometimento
* Motivação: quer fazer a diferença na realidade do país

*Com informações do GIFE (www.gife.org.br)


Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/1073398-pesquisa-revela-perfil-do-gestor-de-investimento-social-no-brasil.shtml. Acesso em 11 jul 2013.