Caio Camargo
17/02/2011
Certa vez, tive uma oportunidade de conhecer um ponto de
venda que acabara de inaugurar, mas que marcava uma nova fase para a empresa,
de perfil popular, mas que buscava novos rumos, direcionando uma nova bandeira
para um mercado mais seleto.
O proprietário reclamava que mesmo com uma boa inauguração
as vendas não estavam indo muito bem e que de certa forma, a loja não empolgava
à quem ia comprar.
De cara o problema pode ser percebido. Apesar de bem montada
e organizada, a loja em si não apresentava nenhum tipo de atrativo em relação à
exposição. Havia pouco espaço para preços ou promoções. Em si, a loja não tinha
merchandising.
Questionando ao dono, o mesmo me confirmou que essa havia
sido uma intenção da agência que havia desenvolvido o projeto e o conceito da
marca, pois queria “elitizá-la” e acreditava que questões como precificadores
mais atraentes e vistosos, por exemplo, poderiam influir negativamente em seu
novo posicionamento.
Esse é um grave erro. De fato, todos nós ainda temos muito a
aprender sobre o comportamento de compra do brasileiro, que evoluiu e se
transforma rapidamente. Aqueles que não se adaptam rapidamente, sempre perdem
terreno em frente à empresas com maior capacidade de ação e principalmente
transformação.
Entretanto, muitos arquitetos, projetistas, consultores e
toda a gama de profissionais que por vezes se envolvem na criação de conceitos
para pontos-de-venda ainda erram muito por estarem rodeados de “pré-conceitos”
em relação ao consumidor. Por vezes, acreditam que uma loja popular deva ser
uma loja pobre em acabamentos e soluções, por vezes, acreditam que uma loja com
um aspecto de maior valia não deva carregar nenhum tipo de promoção ou
elementos de merchandising.
Mais do que facilitar os processos de venda dentro de um
ponto-de-venda, merchandising serve em suma para comunicar e orientar o
cliente, seja trazendo uma informação de preço apenas, seja trazendo uma
informação sobre seu uso ou facilidade que provoque um interesse de compra.
Salvas raríssimas exceções, há sim como atribuir a uma
solução ou sistema de merchandising todos os atributos de um bom
posicionamento, seja ele para o popular, ou para o luxo. De certa forma é claro
que há uma maior facilidade em desenvolver soluções tradicionais, com cores
carregadas ou materiais mais comuns, entretanto a cada dia, fica cada vez mais
complexo se destacar em meio a tantas promoções.
Para pontos-de-venda melhor qualificados ou posicionados, à
sempre opções como novos formatos, materiais ou até mesmo grafismos que podem
ajudar a comunicar, sem perder o brilho ou atributos que desejem ser percebidos
no ponto-de-venda.
Sua loja deve ser sempre dinâmica, não importa seu segmento.
Assim é o varejo.
Disponível em
http://www.falandodevarejo.com/2011/02/merchandising-so-se-aplica-pontos-de.html.
Acesso em 10 jun 2013.
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