Alessandra Pires
23/09/2013
A diferença salarial entre homens e mulheres
ainda é uma realidade no Brasil, mas nos pequenos negócios essa desigualdade é
cada vez menor. Nas micro e pequenas empresas – aquelas que faturam até R$ 3,6
milhões por ano –, homens ganham em média 24% mais do que as mulheres, enquanto
nas médias e grandes companhias, os homens ganham 44% a mais do que as
mulheres. As mulheres representam quase 40% dos 15,5 milhões de trabalhadores
com carteira assinada em micro e pequenas empresas.
Na última década, a desigualdade caiu dois pontos
percentuais nas micro e pequenas empresas ao mesmo tempo em que cresceu seis
pontos percentuais nas médias e grandes. Essa amostragem faz parte do estudo
elaborado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que analisou as informações dos
empreendimentos comandados por homens e mulheres entre 2001 e 2011.
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, atribui o porte das
empresas a essa diferença salarial. “Nas grandes corporações, a estrutura
organizacional é maior e nem sempre as mulheres ocupam cargos mais altos na
hierarquia. Já nos pequenos negócios, o acesso às decisões é mais facilitado e
a convivência com os donos das empresas, mais próxima”, acredita Barretto.
Ainda segundo ele, nas micro e pequenas empresas os funcionários acompanham
mais de perto o que acontece nos empreendimentos.
Ainda de acordo com o levantamento, a remuneração média das
trabalhadoras das micro e pequenas empresas cresceu mais do que a do público
masculino. Entre os anos de 2000 e 2011, o salário médio real das mulheres
aumentou 21%, enquanto que entre os homens o crescimento foi de 18%.
Esse é o caso da metalúrgica carioca Maemfe, criada em 1985.
A empresa tem no seu quadro funcional alguns exemplos interessantes de funções
desempenhadas por homens e mulheres com a mesma qualidade e gratificação. Entre
eles está o cargo de soldador e desenhista Cadista (profissional que transpõe
um projeto para a linguagem do computador), geralmente desempenhado pelo sexo
masculino. De acordo com o sócio Jorge Dobao, “o gênero não entra na avaliação,
apenas o currículo”.
A participação na massa salarial também seguiu a mesma tendência.
A soma das remunerações femininas aumentou 250% e, dos homens, 194%. O público
feminino também entrou mais no mercado de trabalho durante esse mesmo período.
A quantidade de trabalhadoras nas micro e pequenas empresas mais do que dobrou
– cresceu 108% –, enquanto a de trabalhadores homens aumentou 67%.
Disponível em
http://exame.abril.com.br/pme/noticias/desigualdade-entre-generos-e-menor-nos-pequenos-negocios.
Acesso em 25 set 2013.
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