Marc Cortes
3 de abril de 2012
A parte visível de um iceberg é aquela que emerge e que
representa entre 1/8 e 1/9 do seu tamanho total. Entretanto, para que isso
aconteça, ela precisa da massa submersa. Quando concebemos uma estratégia para
redes sociais de uma marca ou empresa, podemos utilizar esse exemplo como
analogia de funcionamento. Dispor de um perfil no Facebook, uma conta no
Twitter ou um canal no Youtube seria apenas a parte visível do investimento em
redes sociais.
Genis Roca publicou um artigo há algum tempo em que afirmava
que "social media não é marketing, mas reformulação de processos". De
fato, projetar a presença da sua marca nas redes sociais deveria implicar em um
planejamento dos processos que as mesmas afetam e de como redesenhá-los para
converter essa marca em um bloco estável, capaz de emergir.
Há duas visões que começam a ser clássicas quando se fala,
nas empresas, de redes sociais: "isso vai dar muito trabalho" ou
"Facebook só me serve para conversar com os clientes". No fundo, a
afirmação deveria refletir que a web muda a realidade pouco a pouco, e que as
marcas deverão projetar-se - bem como adaptar-se - à nova realidade digital.
Devemos entender que o relevante são os objetivos dessa
marca (vender mais, ser mais notória ou entender melhor seus clientes) e que as
mídias sociais são um instrumento (e não um objetivo em si mesmo) para
alcançá-los. Portanto, não estamos diante de novas tarefas nem de novas formas
de fazer publicidade, mas de um redesenho de processos (que deveríamos estar
fazendo desde sempre) ante os novos (e nem tão novos) ambientes digitais.
A web deveria nos fazer mudar a análise e o acompanhamento
do que faz a competência (novas ferramentas, espaços mais transparentes,
informação mais próxima) ou o desenvolvimento de forma distinta da investigação
de mercados - ainda que, às vezes, como diz Cristóbal Zamora, "as empresas
sejam mais 'socialmediacêntricas' do que 'clientecêntricas'". Isso nos
permitirá desenvolver negócios ou produtos de acordo com as necessidades dos
nossos clientes (por meio de espaços e técnicas de crowdsourcing) e redesenharmos
o acompanhamento de ações e campanhas (porque até agora já fazíamos isso, não
é?) utilizando ferramentas que nos possibilitem acessar dados e obter respostas
em tempo real.
Pensar que estar nas redes sociais é apenas ter um perfil no
Facebook ou no Twitter é só uma pequena parte do planejamento. As organizações
devem estar enfocadas e capacitadas (sempre nos ensinaram a usar o Word e o
Excel, mas não como fazer buscas eficientes no Google ou seguir um tema
específico por meio de um RSS), preparadas internamente para gerir a presença
ativa ou passiva de uma marca (através da reformulação dos processos e da
formação dos empregados), além de ter uma estratégia e um plano de ação
pensados para evitar que se fique à deriva.
A presença de uma marca nas redes sociais (tanto ativa como
passivamente, baseada em seguir e monitorar) deve ser comparada a um iceberg:
só uma parte é visível; mas sem o todo não pode existir.
Disponível em
http://www.administradores.com.br/noticias/marketing/divulgar-a-empresa-abrir-um-perfil-e-a-parte-mais-facil-no-facebook/53941/.
Acesso em 11 jul 2013.