Gisele Meter
20 de junho de 2013
Esses dias a convite de uma amiga resolvi sair para fazer
compras, entre uma vitrine e outra olhamos diversos produtos, os que nos
chamavam atenção eram analisados mais criteriosamente. Ao perceber o que
fazíamos fiquei pensando como o comportamento da mulher mudou em relação ao
processo de compras.
Não somos mais aquelas que consumimos por consumir, mas
embasamos muito bem nossas decisões, pensamos e ponderamos antes de decidir,
avaliamos custo X benefício e diversos outros fatores, ou seja, viramos,
mulheres que decidem muito além do processo de compra, mas que analisam vários
fatores para aquisição de um produto.
O consumo está presente em nossa vida e é um processo
necessário, mas também está ligado a nossa cultura e a fatores internos de cada
pessoa sendo orientado pelo afeto e sobrevivendo através dele ganhando novos
significados, comprar então transcende o comportamento de compra, mas envolve
fatores biológicos, sociais e psicológicos.
Parece algo complexo, mas se pensarmos que ao comprarmos um
produto estamos também comprando uma ideia fica mais fácil de entender.
Compramos sim por necessidade, mas também compramos porque
acreditamos em algo e também pelo que somos e se pensarmos como mudamos nos
últimos tempos, podemos entender melhor esta transformação do padrão de
consumo. Comprar para a mulher ganhou novos significados, quase que uma forma
de expressão e de comunicação de suas ideias.
Estamos mais exigentes, mais criteriosas e também mais
antenadas, temos nossas próprias aspirações e desejos, necessidades diferentes
dentro de um novo ciclo de consumo, estamos mais preocupadas em adquirir
produtos que façam sentido, que demonstrem a forma como pensamos e somos, um
exemplo disso são as empresas que se preocupam com a sustentabilidade, sendo
vista de forma muito positiva por nós mulheres.
Não queremos somente consumir, queremos também conhecer a
empresa, sua história, ter mais proximidade e reconhecer afinidades para que a
compra tenha sentido.
Gostamos de estudar um produto logo após a paquera,
avaliamos preço, vantagens e também as opiniões acerca de uma marca, não
ficamos somente na compra por prazer impulsivo, mas na compra por prazer
consciente. Hoje mais do que nunca, temos recursos para saber sobre um produto.
Atualmente, além das vias habituais, temos a nosso alcance a
tecnologia virtual e usamos não somente como uma via de consumo, mas também
como uma via de exposição de ideias e pesquisa, queremos falar e também ouvir
novas percepções.
Eu mesma, já comprei diversos produtos após ler um
comentário positivo em blogs ou redes sociais, é quase como se fosse uma
confirmação dizendo: compre porque vale a pena! No entanto o contrario também
já ocorreu, após pesquisar sobre um produto e ler várias criticas negativas
acerca de trabalho escravo ou utilização de pele de animais, meu desejo pela
compra reduziu a níveis próximos de zero, impactando também no meu
reposicionamento frente à marca que fiz questão de deixar expresso em minha
rede social.
O que ocorre hoje é que não somos mais consumidoras
passivas, somos consumidoras ativas, gostamos de influenciar o comportamento de
compra de outras pessoas e utilizamos muito bem as redes sociais para isso,
gerando uma repercussão grande em nosso meio.
Engana-se quem pensa que somos um nicho de mercado e não as
verdadeiras protagonistas, os dados mostram que hoje controlamos cerca de 70%
do consumo brasileiro. Entender isso pode ser a chave para nos conquistar como
consumidoras de forma diferente e inovadora e é isso que queremos.
Disponível em
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/o-ciclo-de-consumo-feminino-afinal-o-que-elas-querem/71343/.
Acesso em 03 jul 2013.