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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Empreender está nos genes, diz pesquisador

Priscila Zuini
Em Born Entrepreneurs, Born Leaders: How Your Genes Affect Your Work Life (Empreendedores natos, Líderes natos: Como seus Genes Afetam sua Vida Profissional, numa tradução livre), Scott Shane defende a teoria de que quase tudo no nosso trabalho, desde a escolha da profissão até suas condutas, podem ser influenciados pela genética. Ele explica que o livro começou da ideia de analisar a base genética do empreendedorismo, mas que alargou o tema e resolveu mostrar os efeitos da genética na vida profissional como um todo.
 
"A idéia não é explicar a genética, mas negócios", diz. Antes de começar a escrever, Shane fez um blog com algumas notas sobre o assunto e percebeu que as pessoas acessavam e comentavam mais do que o normal. Ele diz que não sabe porque tanto interesse do público por empreendedorismo, mas vê nisso um estímulo para dar continuidade as suas pesquisas. 

A publicação explica que os genes que compõem o nosso corpo afetam a escolha de uma profissão, alguém com genes que provocam problemas de visão não poderia ser um piloto da Aeronáutica, e mais: a performance no trabalho, os valores, a carreira, a satisfação profissional.

O objetivo do livro é condensar uma vasta gama de pesquisas em genética e diferentes aspectos da vida profissional, revelar as implicações que isso provoca e discutir ainda como a genética influencia no comportamento profissional das pessoas. Em entrevista exclusiva ao site Exame, Shane fala sobre seu estudo que relaciona genética e empreendedorismo e como tirar o máximo deste campo.

EXAME - É preciso que haja um sinal na infância para descobrir a predisposição genética para ser um empreendedor?
Scott Shane - Durante a infância ainda não podemos saber. A maior parte dos estudos tem sido feita com gêmeos ou crianças adotadas, indicando que há um efeito genético quando comparamos gêmeos idênticos ou não ou crianças adotadas com seus pais biológicos e adotivos. Os pesquisadores estão tentando identificar, primeiramente, genes específicos associados com a tendência de ser um empreendedor na idade adulta. Portanto, não é possível fazer algo para descobrir se esta predisposição existe, por enquanto.

EXAME - Na sua opinião, quais as principais características de um pequeno empresário?
Shane - Esta é uma questão muito mais difícil do que se imagina. São muitos empresários com diversas diferenças entre eles. É impossível identificar um conjunto de características que claramente identifiquem e diferenciem os empresários das outras pessoas.

EXAME - É possível aprender a ser um empreendedor? Como?
Shane - Com certeza. Empreendedorismo é como quase tudo que as pessoas fazem. Mesmo quem é melhor em algo desde que nasceu precisa aprender e praticar. Pegue o futebol como exemplo. A maioria sabe que ninguém, não importa o quanto se esforce em treinar, conseguirá ter um time como a seleção brasileira. Mas todos os membros do time, mesmo aqueles que tem o dom de jogar, precisam praticar. E em algum ponto precisam aprender o jogo. Eles não nascem conhecendo as regras. Empreendedorismo é a mesma coisa. Ninguém nasce sabendo o que é capital de risco ou como fazer um plano de negócios. Você precisa aprender essas coisas.

EXAME - Quais as chances de uma pessoa que não tem uma predisposição genética para ser empreendedor se tornar um grande empresário?
Shane - São bem altas. Primeiro, porque a maior parte das evidências que temos sobre genética e empreendedorismo é sobre a preferência das pessoas de ser um empreendedor e não sobre a uma boa performance na área. Em segundo lugar, predisposições genéticas não mudam radicalmente as probabilidades de ser um empreendedor. Isto é parecido com a maior parte das coisas sobre o assunto. Ter dinheiro aumenta as chances de ser um empresário, mas não muito. Perder o emprego também torna isto mais provável, mas nem tanto. Estamos falando de um grande número de coisas em que cada uma tem um pequeno efeito. Outro ponto tem a ver com o fato de que podemos ter pessoas que respondem a diferentes estímulos para serem empreendedoras. Tudo isso indica que genética importa e que precisamos entender como ela funciona. Por fim, as pessoas podem tomar atitudes que superem suas predisposições. Eu posso ter uma tendência genética para ser gordo. Mas isso não significa que eu tenha que ser. Se seguir uma alimentação saudável e fizer exercícios físicos, a chance diminui.

EXAME - Você diz em seu livro que uma parte do empreendedorismo é genética. Quais outros fatores influenciam a formação de um empreendedor?
Shane - Muitas, muitas coisas. As pesquisas mostram que educação, idade, gênero, raça, renda, empregabilidade, ramo em que atua e um conjunto de outros fatores influenciam se uma pessoa irá ou não começar um negócio.

EXAME - Você afirma que o mercado de negócios ignora a genética. Por que isso ocorre?
Shane - Por muitas razões. Primeiro, as pessoas não pensam genética de uma forma elaborada. Elas pensam que tudo que envolve o assunto dispensa o aprendizado ou a escolha feita por cada um. Isso é errado, porque a genética só é responsável por uma parte do comportamento, os fatores ambientais importam mais. A genética interage com o meio de ambiente de formas muito mais complexas. Um estudo que estamos desenvolvendo pode servir de exemplo. Sabemos que os empreendedores tem mais chances de serem disléxicos do que a população em geral. Sabemos também que eles são mais educados do que a população em geral. Finalmente, temos conhecimento de que os disléxicos acham a educação formal mais difícil. Esses padrões são inconsistentes. Estamos estudando em que ponto a educação interfere nesta relação.
Este tipo de padrão sugere que algumas pessoas são geneticamente predispostas a viraram empreendedores em resposta a alguns estímulos, enquanto outras também tem esta tendência em resposta a diferentes estímulos. Esta é uma visão muito mais sofisticada de como a genética importa. Mas ela não funciona tão bem no mercado de publicações sobre negócios que querem argumentos do tipo: "faço isso e transforme-se no próximo Bill Gates".

sábado, 19 de junho de 2010

As 30 razões que levam uma empresa a fechar as portas

Federico Amory
Provavelmente nunca ninguém lhe falou as principais falhas que você micro ou pequeno empresário pode estar cometendo na gestão financeira da sua empresa. Aproveite este artigo, o qual foi sugerido por um aluno e empresário.
“Eu já montei e tive que fechar cinco empresas, depois dessa cruel experiência decidi voltar para a sala de aula”. Este foi o desabafo que um dos alunos do curso de Planejamento e gestão  financeira, fez no primeiro dia de aula. A resistência para sair da rotina de trabalho, originada quase sempre pelo conforto é grande, mas chega uma hora que não tem outra saída. Foi o caso deste empresário, que depois dessa triste experiência, que aconteceu entre os 33 e 58 anos de idade, decidiu buscar conhecimento e se atualizar.
Vejamos as principais falhas que temos percebido na área financeira, tanto em trabalhos de consultoria e assessoria, como em cursos abertos e fechados:
1. Acreditar que basta colocar um software de gestão financeiro para controlar as contas da empresa.
2. Acreditar que somente um funcionário pode tomar conta das finanças, dependendo do tamanho da empresa.
3. Acrescentar às contas da empresa, suas contas particulares e até as contas da família, para o funcionário controlar.
4. Misturar as contas da empresa com as contas particulares, inclusive com cartões de crédito pessoal, transferências de contas (pessoa física/pessoa jurídica), etc.
5. Fazer retiradas avulsas das contas da empresa durante o mês de acordo com sua necessidade particular.
6. Valor do pró-labore crescente e/ou indefinido (variável) todo mês.
7. Não registrar as entradas e saídas de dinheiro com precisão e no instante do fato.
8. Não dispor de um plano de contas gerencial (não tributário) que identifique e agrupe as principais contas da empresa (entradas e saídas no caixa e receita e despesa no demonstrativo de resultados).
9. Exigir do funcionário melhor controle, sem este dispor das condições da segurança e da autonomia para controlar o caixa.
10. Colocar o funcionário do financeiro para fazer outros serviços ou serviço externo.
11. Pegar dinheiro do caixa, sem comunicar o responsável pelo controle.
12. Acreditar que o saldo do caixa no final do mês é o lucro da empresa.
13. Não controlar e fazer inventários periódicos, valorizando o estoque.
14. Não dispor de controles a fim de conhecer com precisão o estoque inicial, estoque final e o custo da mercadoria vendida (ou custo da matéria prima).
15. Gastar o saldo do caixa para pagar contas particulares e outros negócios.
16. Não fazer uma reserva de caixa para despesas eventuais de final e inicio de ano.
17. Acreditar que é difícil (ou impossível) fazer uma previsão de fluxo de caixa.
18. Confundir lucratividade com rentabilidade.
19. Confundir fluxo de caixa com demonstrativo de resultados.
20. Confundir custos fixos com variáveis e vice-versa.
21. Acreditar que acrescentando uma porcentagem “X” aos custos operacionais, é a forma correta de formar o seu preço de venda.
22. Não considerar descontos, devoluções, garantias e as despesas escondidas como: encargos sociais, depreciação, seguros, etc, na apuração de resultados.
23. Confundir contas de caixa com contas de resultados.
24. Confundir regime de caixa com regime de competência.
25. Não calcular e atualizar o capital de giro necessário para a empresa.
26. Não conhecer e nem calcular o seu ponto de equilíbrio para controle, tomada de decisões e criação de estratégias sazonais.
27. Não saber com precisão qual o lucro (ou prejuízo) da empresa.
28. Acreditar que são os funcionários que precisam da empresa (emprego).
29. Contratar mais parentes baseado somente pela confiança e/ou por pena.
30. Prescindir das novas tecnologias da informação.
Como consequência dessas inconformidades, a empresa estagna, não consegue mais crescer e logo em seguida passa a pagar seus compromissos com atraso. Depois passa a depender de empréstimos bancários e por último passa a demitir funcionários para diminuir a folha de pagamentos. Com isso cai a produtividade e a qualidade dos serviços.
Daí os clientes começam a migrar para os concorrentes mais atualizados e agressivos, terminando com o fechamento do negócio. Essa é a triste história deste aluno e de milhares de empreendedores e pequenos empresários do Brasil e do planeta inteiro.  O negócio era bom em quanto era pequeno – dava para administrar e ganhar dinheiro.
Agora, as condições externas e internas estão muito diferentes, os clientes estão cada vez mais exigentes, existem muito mais opções no mercado para atender as mesmas necessidades. Depois que a empresa começa a crescer, a situação fica mais difícil de administrar.
Se pelo menos cinco destas situações estiverem acontecendo com você (ou com seu amigo), sua situação é delicada e muito perigosa. A tendência é piorar cada vez mais.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

É hora de empreender

Jack Welch
O quê? Será que lemos direito? Se for isso mesmo, obrigado. Em meio à avalanche de e-mails que temos recebido ultimamente de gente se sentindo em pânico, irada e/ou deprimida por causa da economia e do que ela tem feito à sua carreira, sua pergunta tão objetiva foi uma agradável surpresa.

Foi também uma ótima oportunidade para que nos déssemos conta de que, sem dúvida, este seria um momento excelente para abrir um negócio. Na verdade, há pelo menos quatro razões muito fortes para isso, mas só se o negócio que você está pensando em abrir for aprovado no teste mais importante de todos: o de vender mais por menos.

Não estamos falando aqui de vender apenas um pouco mais por um pouco só a menos. Em tempos de recessão, nenhuma empresa nova terá grandes chances de sucesso, a não ser que trabalhe com uma proposição de valor nitidamente superior às disponíveis no mercado. É verdade que até pouco tempo atrás era possível pegar um produto ou serviço do concorrente, modificá-lo ligeiramente ou introduzir um ou dois recursos novos e convencer os clientes a pagar mais por ele. Mas hoje todo mundo está na defensiva e os dias de vendas com margens gordas se foram - e é provável que a situação persista por um bom tempo. Portanto, se você é um empreendedor cujo produto ou serviço irá melhorar de fato a vida das pessoas - a um custo significativamente mais baixo do que o da concorrência -, saiba por que talvez este seja o momento certo de levar sua ideia adiante.

Em primeiro lugar, se há uma coisa de que toda empresa nova precisa para ir à luta é de gente esperta, disposta a ganhar. E há um público aí hoje, como há muito tempo não se via, à espera de alguém que se disponha a conquistá-lo. É claro que toda demissão é um baque terrível e há milhões de histórias pessoais dolorosas por trás das altas taxas de desemprego no país. Mas o fato é que novas empresas nascem ou morrem dependendo da rapidez com que conseguem formar equipes brilhantes, flexíveis e com muita garra. O clima atual facilita o processo, já que a escassez de trabalho é de tal ordem que não faltam profissionais experientes e mbas recém-chegados ao mercado em busca de emprego.

Em segundo lugar, e em estreita correlação com o que acabamos de expor acima, aparece um elemento mais efêmero: uma urgência generalizada e uma dose de humildade que hoje caracteriza as pessoas. A implosão da economia baixou a bola de todo mundo. Os antigos "Mestres do Universo" descobriram que são seres mortais, e quem achava que tudo girava em torno de si mesmo se deu conta de que o fracasso de suas empresas é também o seu fracasso. Portanto, o clima atual não só facilitou a contratação de bons profissionais como também promoveu entre os empregados uma nova compreensão acerca da importância do trabalho em equipe e da produtividade sem tréguas. Essa "vibração", na falta de uma palavra melhor, é a esperança de todo executivo e o sonho de todo empreendedor.

Em terceiro lugar aparece o dinheiro - sob uma ótica positiva. Apesar das notícias que todos temos acompanhado sobre o recuo do mercado de crédito, não faltam linhas de financiamento para novas empresas, sobretudo para aquelas que conseguem oferecer mais por menos. É óbvio que não estamos dizendo aqui que o empreendedor de hoje deva esperar aquele mundo de contos de fadas de antes, em que o dinheiro parecia crescer em árvores. Contudo, há muitos bancos regionais dispostos a emprestar, e as empresas de capital de risco estão sempre prontas a investir em ideias revolucionárias - afinal de contas, as novas empresas são a alma do seu negócio.

Por fim, abrir um negócio hoje vai deixá-lo em ótima situação no momento em que a recuperação econômica se consolidar. Pense no seguinte: se você abrir um negócio agora, sua empresa contará com profissionais inteligentes e cheios de energia que aprenderam a trabalhar juntos para manter os custos baixos e o índice de inovação elevado. Sua empresa não terá de lidar com um sistema de custos oneroso, não sofrerá com as cicatrizes deixadas pelas demissões e com o baixo moral que as acompanha. Em outras palavras, você estará em condições de pegar a primeira onda da reviravolta econômica. Isso não é ótimo?

Mais uma vez, obrigado por sua pergunta. Neste momento o mundo precisa que milhares de empreendedores façam a mesma pergunta que você fez. Nossa esperança é que eles descubram que não há cenário melhor que o atual para começar de novo.

Sob o comando da geração Y

Katia Simões
Para Mathieu Carenzo, diretor administrativo do Centro para Empreendedorismo da IESE Business School, de Navarra, na Espanha, os jovens que conseguirem alinhar a velocidade da tecnologia com conhecimentos mais profundos sobre o mercado e o comportamento das pessoas tendem a construir empresas bem-sucedidas em um curto espaço de tempo

No que a chamada geração Y se difere das demais gerações de empresários?
Atualmente, os jovens empreendedores se diferenciam daqueles das gerações passadas por conta de um contato mais próximo das novas tecnologias, Web 2.0, por exemplo, e pelo enfoque global de seus negócios. Considero mais importante, porém, ressaltar os pontos comuns entre as diferentes gerações de empreendedores de sucesso: a criatividade, a inovação e o compromisso.

No que o imediatismo, típico de quem cresceu no ritmo da internet e dos computadores, pode ajudar na administração dos novos negócios? No que pode atrapalhar?
O imediatismo é uma das características, entre outras, da nova economia. Saber aproveitá-lo é uma das chaves do sucesso. Controlar o fluxo de informação em um tempo reduzido permite reagir de maneira mais rápida e eficaz. Por outro lado, é importante não deixar de lado a reflexão e a estratégia, o que requer tempo. O êxito provavelmente consiste na capacidade do empreendedor em desenvolver seu negócio com critério, utilizando as ferramentas da nova economia para sustentar as vantagens competitivas.

Justamente por serem muito imediatistas, quererem tudo para agora, eles correm o risco de serem menos persistentes e desistir dos negócios na primeira frustração? Como driblar esse comportamento?
A constância e o compromisso são característica necessárias ao êxito de qualquer empreendedor, independentemente da idade. Não considero que os jovens empreendedores sejam menos dotados de tais características.

Na sua opinião, quais os principais fatores que moldam esse tipo de empreendedor, capaz de abrir o próprio negócio quando a maioria dos amigos ainda vive de mesada?
A vontade de ter o controle de sua própria vida, a confiança em sua própria capacidade de conquistar o sucesso, a necessidade financeira e a "cultura familiar" são fatores importantes na hora de abrir um negócio sendo jovem, ou seja, com pouca experiência profissional.

Eles são mais bem informados porque recebem uma avalanche de informações ao mesmo tempo, mas por outro lado, tendem a ser mais superficiais. Como equilibrar essa balança quando se está à frente de um negócio em mercados altamente competitivos?
Não acho que sejam os jovens empreendedores mais ou menos superficiais. Eles têm uma cultura adaptada aos novos modos de consumo e de comunicação. É preciso ter cuidado em não aplicar variáveis de avaliação do passado a situações atuais. Os comportamentos dos "nativos" (nascidos/educados com a internet) são muito diferentes dos "não-nativos" na hora de comunicar, aprender e negociar. Os empreendedores jovens nativos que terão a capacidade de se desenvolver nos dois "mundos" conquistarão grandes êxitos.

Quais as vantagens de se empreender muito cedo? E as desvantagens?
A principal, na minha opinião, é o desenvolvimento precoce de experiências e atitudes específicas da criação de empresas como são o multiasking e o aprendizado da liderança induzido pelo crescimento de uma empresa e da equipe realizadora. Tendo isso em vista, o processo empreendedor é o resultado de uma decisão e não de uma vocação ou uma pré-disposição genética: qualquer pessoa pode ser empreendedora. Cada vez mais, as pesquisas demonstram que existe uma relação entre o nível de estudos e a capacidade de criar um negócio com êxito. Portanto, as desvantagens principais dos jovens empreendedores são a falta de experiência setorial e a falta de conhecimento.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Estudo demonstra que brasileiros tendem a empreender mais de uma vez

Regina Xeyla
Quem nunca ouviu falar que o brasileiro é persistente e não desiste nunca? Essa característica é confirmada pelo mais recente Global Entrepreneurship Monitor (GEM), estudo que mede as taxas do empreendedorismo mundial, cujo relatório foi divulgado, em São Paulo.

No Brasil, em 2006, 4,6% dos entrevistados adultos (18 a 64 anos) afirmaram ter descontinuado, ou seja, encerrado, interrompido ou desistido de algum negócio nos últimos doze meses. No período acumulado de 2002 a 2006, a taxa é de 6,8%.

Quando a descontinuidade é analisada apenas entre os empreendedores iniciais, o percentual dos que encerraram seus negócios e retomaram a atividade empreendedora chega a 9,3% em 2006 e a 13,3% no período acumulado de 2002 a 2006.

Apesar dos números não se mostrarem muito animadores (o percentual das micro e pequenas empresas que encerram suas atividades nos dois primeiros anos de vida é de 52%), eles sugerem também que vários indivíduos que empreendem o fazem em mais de um momento de sua história e o fato de não obter sucesso em um negócio não os impede de tentar de novo. Os empreendedores iniciais (69,40%) afirmaram que o medo de fracassar não os impediria de começar um novo negócio.

No estudo também foram levantados, com os entrevistados, os motivos que levaram à descontinuidade dos negócios. Entre os empreendedores por necessidade que já tiveram outros empreendimentos descontinuados, a razão principal da interrupção (43%) foi a obtenção de um emprego.

Oportunidade e capacidade

Pela pesquisa, os empreendedores iniciais mostram-se mais positivos e otimistas do que os empreendedores estabelecidos e os não-empreendedores.

O empreendedor brasileiro de forma geral reconhece boas oportunidades para empreender, conhece pessoas que recentemente estiveram envolvidas na criação de negócios e declara ser possuidor de conhecimentos e habilidades para empreender. Em outros termos, a sociedade brasileira tem uma imagem positiva do papel do empreendedor, reconhecendo nele alguém que possui status, competência e respeitabilidade.

O estudo revela ainda que 78,80% dos empreendedores iniciais consideram possuir o conhecimento, a habilidade e a experiência necessários para começar um novo negócio, contra 77,90% dos empreendedores estabelecidos e 50,70% da população não-empreendedora. Os empreendedores iniciais (54,30%) afirmam perceber nos próximos seis meses boas oportunidades para começar um novo negócio na região onde vivem.

É preciso levar em conta, porém, que os empreendedores iniciais, que afirmaram estar preparados para iniciar um novo negócio, possuem um baixo nível de escolaridade. Entre eles, 6,0% não têm educação formal (ensino fundamental e médio), 39,0% possuem de um a quatro anos de educação, 41,0% têm de cinco a 11 anos e apenas 14,0% têm mais de 11 anos de educação formal.

"O empresário nunca se inclui como objeto de capacitação. Sempre quando tratamos de qualificação, ele pensa nos outros, em especial nos funcionários, nunca nele mesmo. Esse pensamento dificulta o trabalho de instituições como Sebrae e IEL (Instituto Euvaldo Lodi), entre outras", alerta Marcos Schlemm, consultor sênior da pesquisa GEM 2006,

Em âmbito geral, os especialistas brasileiros possuem uma visão positiva em relação às oportunidades existentes no País para a criação de novas empresas, mas ao mesmo tempo eles consideram que não é tão fácil para as pessoas buscarem tais oportunidades. Esse otimismo coloca o País como o quinto no ranking dos especialistas que consideram favoráveis as oportunidades para se empreender: em média, os especialistas dos países pesquisados têm uma visão mais desfavorável.

Metodologia

Criado em 1999, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é o maior estudo independente do mundo sobre a atividade empreendedora, abrangendo mais de 50 países consorciados, o que representa 90% do PIB e 2/3 da população mundial. O GEM é atualmente coordenado pela London Business School (Inglaterra) e Babson College (Estados Unidos).

No Brasil, desde 2000, o GEM vem se consolidando como uma importante referência para as iniciativas relacionadas ao tema empreendedorismo. O projeto é liderado no País pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), que coordena e executa o GEM, tendo como parceiros o Sebrae, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Sistema Fiep), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) e o Centro Universitário Positivo (Unicenp).

Para compor a pesquisa no Brasil, em 2006, foram entrevistados dois mil indivíduos, entre 18 e 64 anos de idade de todas as regiões brasileiras, selecionados aleatoriamente. A pesquisa, que tem nível de confiança de 95% e erro amostral de 1,47%, conta ainda com opiniões de 37 especialistas brasileiros.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mudanças simples podem tornar empresas inovadoras e competitivas

Giovana Perfeito

Divulgação
Divulgação

 criação de produtos e serviços é o tipo mais comum de inovação, mas empresários podem e devem inovar também nas áreas de gestão e marketing

Brasília - Inovação ainda é um bicho de sete cabeças para muitos empresários. Para alguns, ela só existe em produtos caros e cheios de tecnologias. Para outros, é algo que dá trabalho, arriscado ou que só serve para as grandes empresas.

Toda vez que um empresário adota mudanças simples, capazes de gerar aumento de produtividade nos negócios ou ganhos para o empreendimento, ele está inovando. Os ganhos podem vir com redução de custos, conquista de novos clientes ou ampliação do número de produtos e serviços oferecidos.

“Não é preciso ser só algo high-tech ou que custe caro. Inovar é algo que está ao alcance dos empresários”, diz o gerente de Inovação do Sebrae, Edson Fermann. A inovação é, então, o resultado de idéias simples, baratas e eficientes.

“A inovação está em nossa vida e às vezes nem percebemos. Está no esporte, na moda, no corte de cabelo, na roupa que vestimos e na música, a exemplo do que foi a criação da Bossa Nova, com uma cadência própria. A inovação está em todas as atividades humanas. Para as empresas isso não é diferente. Inovar é sinônimo de sobrevivência no mercado”, diz José Miguel Chaddad, consultor do Sebrae em inovação.

Como o mercado evolui e os clientes estão cada vez mais exigentes, uma empresa também não pode parar no tempo. “É preciso estar em sintonia com o mercado e até mesmo se antecipar a ele”, destaca Chaddad. “Os negócios que se acomodam estão fadados a desaparecer”, completa.

Quem inova se torna mais competitivo no mercado. “São as inovações que interrompem e renovam o ciclo de vida dos produtos e mantêm os lucros das empresas em alta. A inovação é um diferencial, especialmente para as micro e pequenas empresas”, destaca a gerente adjunta de Inovação do Sebrae, Magaly Albuquerque.

Diferentes formas de inovar

A criação de produtos e serviços é o tipo mais comum de inovação. Aqui, o empresário, além de lançar novos produtos, pode também investir no melhoramento do que já existe no mercado. Por exemplo, numa fábrica de cosméticos, é possível inovar criando novas fragâncias para o sabonete já existente ou lançando versões para peles oleosas, secas e sensíveis.

A inovação também pode ser feita com alterações em etapas de fabricação de um produto, ou seja, modificando os processos produtivos. Nesse caso, é possível mudar a matéria-prima por uma opção mais barata e que não altere a qualidade. Há também a possibilidade de se reduzir desperdício ou ainda procurar meios de acelerar a produção. Muitas vezes, quando são utilizadas normas para a fabricação de um determinado produto, como telhas ou tijolos, é preciso fazer uma adequação no processo. Isso irá reduzir custos e melhorar a qualidade do produto.

Quando o empresário se esforça para criar estratégias para garantir a conquista de novos clientes ou o sucesso na venda de um produto, ele está inovando em marketing. São exemplos: criação de cartões fidelidade, oferta de formas de pagamento diferenciadas; brindes aos clientes; mudança de embalagens; design melhorado do produto. “Inovar em marketing é também fazer parcerias para promover um produto. Uma locadora faz isso quando diz ao cliente que se ele alugar três DVD no final de semana terá desconto de 50% na pizza da empresa X”, explica Fermann.

Inovar é também implementar um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. Oferecer ginástica laboral para diminuir a incidência de doenças do trabalho e treinamentos para a melhoria de desempenho profissional são formas de a empresa inovar em termos organizacionais. A implantação da gestão da qualidade também configura-se uma inovação desse tipo, assim como mudanças nas operações de abastecimento e entrega de produto e/ou de matéria-prima que resulte em ganhos para a empresa.

Olhar atento para o cliente

“O empresário precisa ter conhecimento do seu negócio e as necessidades de sua clientela. Dessa forma, terá a percepção do que e como inovar”, destaca Fermann. É importante estar atento às demandas de clientes não satisfeitas. “Esse é um convite à inovação”, completa.

“É preciso apurar os sentidos para enxergar o que o cliente deseja, estimular a criatividade e ousar”, diz Magaly Albuquerque. Além disso, o empresário deve inovar sempre. Não deve esperar o número de vendas de um produto cair para modificá-lo ou substituí-lo. “O pior dos custos é o empresário não fazer nada e por isso não sobreviver ao mercado”, afirma Chaddad.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Segredo é pensar grande, diz especialista

Adriana Wilner

Para evitar as armadilhas em que cai boa parte dos empreendedores, a solução é planejar como gente grande, na visão de Silvina Ramal, professora da PUC e Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. No livro "Como transformar seu talento em um negócio de sucesso", recém-lançado pela Negócio Editora, Silvina mostra, passo-a-passo, como dimensionar um pequeno negócio e implementá-lo utilizando modernas ferramentas de gestão. Nesta entrevista ao Valor, a professora destaca alguns dos seus mais preciosos conselhos.

Valor: O que leva muitos empreendedores ao fracasso?
Silvina Ramal: A principal armadilha é a falta de planejamento. Muitos empreendedores começam um negócio sem conhecer o mercado onde vão trabalhar, sem entender a estrutura interna que precisam montar. Também não sabem planejar as suas finanças. O custo do negócio não é apenas o investimento inicial, ou seja, o dinheiro para montar a estrutura e legalizar a empresa. Às vezes o que representa o maior custo é financiar as operações.

Valor: Sem condições de financiamento, muitos empreendedores sucumbem. Há soluções alternativas para seguir adiante sem muitos recursos em mãos?
Ramal: A solução é iniciar o negócio com o mínimo de recursos possíveis. Aconselho sempre que as pessoas comecem trabalhando em casa, com material ou equipamentos emprestados. Uma vez um jovem me disse: adoraria ter um restaurante, mas não tenho dinheiro. Perguntei por que não fazia comida em casa para vender, e ele logo mudou de assunto. Mas o começo de um negócio tem que ser assim: investimento zero. Depois, aos poucos, à medida que a pessoa vai juntando capital, começa a montar uma estrutura.

Valor: 60% das micro e pequenas não sobrevivem mais do que três anos. Qual o diferencial das que ultrapassam esse período?
Ramal: Além de planejamento e muito cuidado com a parte financeira, os sócios das empresas que funcionam bem têm compromisso com seu negócio no longo prazo. Conheço muitos empreendedores que fecham a empresa na primeira oportunidade que aparece de trabalhar com carteira assinada. Outro motivo muito comum para as pequenas empresas fecharem é o desentendimento entre os sócios. Acontece que muitas pessoas escolhem sócios por amizade, por ser da família, e depois descobrem que não dá para trabalhar junto. Sócio tem que ser escolhido por competência profissional, e, além do mais, é preciso negociar muito com ele, ter muito claro o que será a responsabilidade de cada um, procurando antecipar e evitar possíveis conflitos.

Valor: Quais os seus conselhos a quem deseja montar um negócio na área de serviços, por exemplo?
Ramal: Planejar. Estudar o mercado. Ver quem compra os serviços que se quer prestar, quanto paga, se está satisfeito com a oferta do mercado, quais são as falhas e os pontos fortes da concorrência. Quem vai prestar um serviço, de alguma maneira tem que ter um diferencial. Se a empresa de serviços for igual às outras 300 que já existem no mercado, então é melhor nem abrir. Quando você não se diferencia aos olhos do cliente pela qualidade, só resta competir no preço. E competir no preço não interessa para ninguém, porque significa reduzir a margem de lucro.

Valor: Missão e visão são conceitos de grandes empresas. As pequenas precisam desenvolvê-los?
Ramal: É claro que precisam! A missão diz qual é a razão de a empresa existir. Ora, um pequeno negócio também precisa definir quem é. Idem para a visão, que diz para onde a empresa vai. Sem uma visão de futuro, não há como dar uma direção ao negócio, ele acabará se deixando levar pelo mercado. Quando sabemos onde queremos estar no futuro, qualquer atividade que fazemos ganha uma nova dimensão e significado, podemos direcionar as atividades e os investimentos.

Valor: De que forma se diferenciar estrategicamente em relação aos grandes?
Ramal: A pequena empresa tem algumas vantagens com relação às grandes. Por exemplo, a agilidade para mudar. Por exemplo, um pequeno restaurante pode mudar o cardápio de um dia para o outro. E na rede Mc Donald's, será que essa agilidade é possível? Acho difícil. Outra vantagem da pequena empresa é o conhecimento profundo do seu público. Um dono de armazém de bairro vai ter um relacionamento com seus clientes muito mais próximo que um grande supermercado.

Valor: Como uma pequena empresa deve administrar a sua imagem?
Ramal: Tomando muito cuidado, pois ela não tem uma marca forte por trás para dar-lhe respaldo. A própria postura profissional do sócio contribui para a imagem. Como ele se veste, como fala, como honra seus compromissos. Mas não é só ele: a equipe de funcionários também ajuda a construir a imagem. Existem algumas regras básicas que, se seguidas à risca, fazem uma pequena empresa ter uma excelente imagem no mercado. Ser pontual nos compromissos, entregar exatamente o que prometeu, nunca prometer o que não pode cumprir.

Valor: A pequena empresa deve fazer propaganda?
Ramal: O ideal é a propaganda atingir o público que realmente vai comprar o produto ou serviço. Site na internet hoje é obrigatório, para qualquer tipo de empresa. O que é importantíssimo é fazer relações públicas: produzir releases para jornais, ir a feiras do setor, participar nas associações do setor. É importante ser atuante na vida empresarial.

Valor: Qual a melhor forma de motivar os empregados?
Ramal: A vantagem de trabalhar numa pequena empresa é a chance de aprendizagem. Numa empresa pequena ele terá uma visão global do trabalho, terá autonomia mias rápido. Numa empresa maior, ele é apenas uma peça numa engrenagem. Em geral, o ambiente da pequena empresa é mais agradável, as pessoas constituem uma grande família, todos conhecem as famílias e os problemas dos outros. As grandes empresas são mais frias e impessoais. Além do mais, trabalhar em empresas grandes é para poucos. 90% da mão-de-obra brasileira está empregada em pequenas e médias empresas.

Valor: Os empreendedores montam um negócio muitas vezes pensando que vão ter prazer, mas ficam exaustos, 24 horas ligados no trabalho. Haverá tempo extra para fazer tudo que a senhora aconselha?
Ramal: Ele vai trabalhar 24 horas por dia mesmo. É preciso muito sacrifício ao iniciar um negócio. A questão é que ele pode aplicar as 24 horas com inteligência ou sem inteligência. Eu conheço empreendedores que trabalham 24 horas e não saem do lugar, porque ficam o dia inteiro "apagando incêndios", resolvendo emergências que poderiam ser evitadas com planejamento. Minha sugestão é que a pessoa invista duas a três horas diárias para estudar a gestão do seu negócio e aplicar o que vai aprender. Com o tempo, as 24 horas que trabalha vão render mais e também vão trazer melhores resultados.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Em que fase sua empresa se encontra?

Luiz Fernando Garcia

A empresa e o ser humano possuem muitas semelhanças entre si: ambos nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Dentre essas paridades, existem três estágios que se destacam: a Infância, a Adolescência e a Maturidade. Cada uma dessas fases da vida possui suas próprias características, ambições e problemas. O atento empreendedor deve saber em que período sua empresa se encontra para sempre poder dar passos firmes rumo ao sucesso do empreendimento e, desse modo, evitar situações adversas que poderiam aparecer no futuro.

Uma empresa “criança” vive em meio aos paradoxos sobre as decisões que irão ditar o seu rumo. Por isso, é necessário que o empresário seja especial e tenha uma personalidade forte à frente da empresa, para que todos os sonhos saiam do plano das idéias e, de fato, se concretizem. Para que isso aconteça, é preciso que o empreendedor “alimente” o estabelecimento a todo instante. Quanto maiores os riscos assumidos pelos idealizadores dos projetos, mais compromissos e trabalho eles terão para sustentar o crescimento do empreendimento. Na maioria dos casos, este tipo de empresa sofre por atuar com procedimentos simples, ter um sistema administrativo muito pequeno e uma receita tão pequena quanto.


Já em uma empresa adolescente, os conflitos são comuns e presentes na maioria dos casos. Por exemplo, a rixa entre os jovens empregados e os que já estão no lugar há mais tempo. Outro fato que abala as empresas que se encontram nesse estágio são as brigas por um aumento ou promoção de cargo, quando frequentemente um indivíduo se acredita merecedor de um salário maior. Diria também que há muitas reuniões improdutivas que levam do nada ao lugar nenhum. Esses compromissos marcados sem reais motivos causam o aborrecimento dos gerentes, que em alguns casos se desligam das empresas, provocando o fim dessas organizações.


Uma empresa madura, por sua vez, já é hábil o suficiente para se auto-controlar e flexível o bastante para arcar com as situações adversas que podem aparecer. As organizações experientes têm a maioria dos seus passos programados; sabem o que fizeram, o que fazem e o que vão fazer. Além disso, estas empresas são capazes de satisfazer seus clientes, manter o crescimento das vendas e aumentar a lucratividade. Isso acontece, inclusive, com a geração de novas organizações, ligadas à primeira de alguma maneira. Entretanto, se o empreendimento não continuar crescendo e os donos relaxarem, a empresa passará à fase denominada "Estável" e isso contribuirá para uma decaída no orçamento, que poderá levar o estabelecimento a uma falência acelerada e não prevista.


Concluo que em cada estágio da vida há problemas e que alguns deles são remanescentes de traumas ou experiências anteriores. Assim, se não fizermos algo bem feito em uma determinada etapa, isso pode gerar conseqüências mais adiante. Essa idéia é facilmente aceita quando pensamos em nossas próprias vidas, por isso o empreendedor deve transportá-la para sua empresa. Mas vale lembrar que nem sempre essas dificuldades são totalmente ruins para empresa, pois se o empreendedor for humilde o suficiente para aproveitar os erros que cometeu e tomá-los como um aprendizado, ele certamente aproveitará melhor as oportunidades que estão por vir.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Dez pontos essenciais para abrir uma empresa com sucesso

Zenaide Carvalho

“Você está, agora, diante de uma nova experiência. 
Dedique-se a ela de corpo e alma, 
e verá surgir o próximo degrau de evolução.” (Taniguchi)

Você detectou que tem capacidade empreendedora e pretende tornar-se um empresário, parabéns! Agora, observe os pontos essenciais abaixo para ter a sua idéia realizada com o máximo possível de acertos e muito sucesso:

1. Ver-se trabalhando no negócio

Imagine-se frente àquele tipo de empreendimento. Algumas pessoas resolvem abrir empresas somente porque ouviram dizer que o mercado está propício para tal atividade. Se você não sentir-se bem – fazendo o que gosta ou aprendendo a gostar da sua atividade – não será feliz e, consequentemente, seu negócio estará fadado ao fracasso. Se houver sócios, veja-os também, ao seu lado: é agradável? Estude, pesquise, conheça e adquira habilidades gerenciais, que são vitais a qualquer empresário.

2. Escolher um ponto adequado ao negócio

A escolha do ponto é vital para seu negócio. O que você deve considerar é se precisará do fluxo de muitas pessoas (neste caso considere um ponto de frente de rua ou em shopping) ou se seu negócio não depende deste fluxo. Verifique o valor do metro quadrado dos locais onde pretende instalar sua empresa e veja as outras opções como necessidade de estacionamento. Talvez a escolha de uma sala, ou de um galpão ou até mesmo um ponto em ruas secundárias pode resolver o seu problema de localização. Essa escolha deve levar em conta o conforto dos seus clientes, o fluxo de pessoas e ainda a distribuição do seu produto. E não deixe de considerar a venda pela internet.

3. Projetar quanto precisa para abrir a empresa

Faça as contas. Projete tudo que precisará, incluindo o capital de giro, que é o investimento necessário para suprir as despesas em períodos em que ainda não há entrada em caixa. Considere a compra de máquinas, instalações, reformas no ponto, consultorias e não esqueça do item “divulgação” do seu negócio. Projete sempre um investimento maior, para evitar surpresas.

4. Projetar receitas

Faça pesquisas sobre o tipo de atividade que pretende abrir em negócios similares. Descubra quanto é viável faturar nos meses iniciais. Projete Receitas menores e para, pelo menos, um ano e não se empolgue muito. Se as receitas surpreenderem positivamente, ótimo!

5. Projetar despesas

Aluguéis, energia elétrica, custo das mercadorias vendidas, telefone, salários, contador, taxas diversas, internet, impostos, divulgação, material de escritório, pro-labore dos sócios que trabalharão na empresa. Tudo isso e mais um pouco deve ser projetado para que você tenha a real noção de quanto irá precisar para manter a sua empresa aberta. Prudência não faz mal: projete despesas maiores.

6. Planejar o marketing (vendas, produtos, preço dos produtos, divulgação, distribuição)

Essencial na vida de toda empresa conhecer o marketing, sem vendas a empresa não existe. Para vender bem é necessário ter políticas para escolha ou lançamento de produtos, formas de divulgação da empresa, equipe de vendas forte, treinada e motivada, preços de produtos adequados à estratégia da empresa – não sem considerar o mercado – e uma distribuição eficiente. Isso tudo para atender àqueles que farão o seu sucesso: seus clientes internos e externos.

7. Conhecer as necessidades legais

Não deixe de legalizar sua empresa. Empreendimentos legalizados faturam até quatro vezes mais que os informais. Consulte um bom contador, que será seu braço direito na legalização do seu negócio, fazendo um planejamento tributário estratégico adequado a sua atividade.

8. Organizar a administração e gestão

Sem planejamento não há perpetuação. Organize sua empresa como se ela fosse futuramente transformar-se em uma franquia. Documente tudo, planeje o organograma, projete a sua necessidade de capital humano e como mantê-los na empresa. Elabore missão e visão da empresa, controles adequados e não esqueça que serão necessários alguns líderes para esse negócio andar.

9. Pessoas

As empresas são projetadas para realizar os sonhos de pessoas. Os seus, o sonho de seus clientes, de seus colaboradores, seus fornecedores e até, indiretamente das pessoas que você não conhece, através dos programas sociais governamentais que você mantém através dos impostos. Considere em todo o processo que todos precisam estar felizes, motivados, tendo alegria ao relacionar-se com sua empresa. As empresas têm uma missão social antes de mais nada. Pesquise o que essas pessoas desejam com o seu negócio, a sua atividade. E atenda a esses anseios. O lucro virá como conseqüência.

10. Escrever isso tudo no Plano de Negócios

Se você já pensou nos itens anteriores, agora é a hora de colocar isso tudo no papel e seja bem-vindo ao que chamamos de Plano de Negócios. Por mais simples que seja, o plano de negócios é o seu empreendimento no papel antes de você gastar dinheiro. Servirá para analisar a viabilidade naquela hora, local e com as pessoas que você tem em mente. Se não der certo no papel, reveja tudo, item por item, e refaça o que for necessário.