Administradores.com
26 de julho de
2014
Conhecer o valor de uma empresa e o que determina tal valor
são formas inteligentes de tomar decisões sobre investimentos. No momento de
negociação, saber como calcular o valor de uma empresa torna-se um diferencial,
portanto. Para realizar a avaliação de empresas há vários métodos e modelos
diferentes, que variam de acordo com o propósito da análise. Existem os que
mostram como avaliar uma empresa para venda ou compra, como avaliar uma empresa
pelo faturamento, como avaliar uma empresa de serviços, entre outros. Além
disso, há profissionais dedicados especificamente à análise de instituições e à
compatibilização dos modelos à realidade de cada organização.
Por ser uma atividade complexa, não há como estabelecer
apenas um modelo de avaliação, mas é possível destacar algumas questões a serem
consideradas em qualquer contexto de análise desse tipo. Primeiramente, é
preciso estar ciente de que há vários modelos disponíveis, como já citado. De
acordo com Aswath Damodaran, autor do livro "Avaliação de Empresas",
pode-se realizar a avaliação pelo fluxo de caixa descontado, avaliação relativa
e modelo de precificação de opções. No âmbito de cada um desses métodos, há
ainda vários outros, dentre os quais um deve ser escolhido.
Essas escolhas precisam ser guiadas pelas características da
empresa avaliada, principalmente nível de lucros, potencial de crescimento,
fontes de aumento de lucros estabilidade de alavancagem e política de
dividendos, segundo Damodaran. Encontrar um modelo compatível com a empresa e
suas peculiaridades é tão importante quanto a compreensão dos modelos,
colocação correta dos dados e análise das informações colhidas.
Considerando essas questões, aqui estão sete passos para
melhores avaliações de empresas, que podem ser aplicados em qualquer contexto
de análise:
1. Minimize o viés no processo de avaliação: o problema da
maioria das avaliações é o viés que permeia o processo. Os analistas que trazem
fortes visões preconcebidas sobre a situação de uma empresa subavaliada ou
superavaliada ou têm a sua compensação financeira ligada aos resultados da
avaliação, provavelmente geram análises que refletem essas distorções. Melhorar
os modelos de avaliação é uma forma de minimizar tais distorções.
2. Use modelos simples. Embora as novas tecnologias
possibilitem o uso de modelos complexos, os modelos que exigem menos
informações podem terminar sendo os mais claros, muitas vezes.
3. Respeite as leis básicas da economia. Não respeitar essas
leis gera erros grotescos em avaliações. Considerar que uma empresa crescerá
numa taxa maior à da economia, por exemplo, sem critério que comprove isto,
gerará uma avaliação duvidosa.
4. Evite enfeitar as avaliações. Não acrescente elementos
que não podem ser comprovados, apenas para conseguir um valor vantajoso para
quem está vendendo ou comprando (dependendo da situação). Mantenha a avaliação
fiel à realidade da empresa. Hipóteses de crescimento ou lucro devem ser
tratadas como tal.
5. Lembre-se de que não há duas empresas idênticas. Muito da
avaliação relativa tem a ver com a premissa de que se pode identificar empresas
que se parecem com a que está sendo avaliada. Na realidade, não há duas
empresas iguais, portanto o conceito de empresa comparável é subjetivo. Por
isso, é necessário lembrar que as diferenças entre as empresas comparadas é que
estabelecerão o tom das análises.
6. Conte uma história, mas analise os dados. Contar uma
história para justificar por que uma empresa deve ser negociada por este ou
aquele valor é válido, mas precisa haver apoio dos dados. A justificativa
"narrativa" por si só apoiará as preconcepções sobre a empresa. Por
isso é preciso analisar cuidadosamente os dados, verificando se a história
contada faz sentido e provendo detalhes que a comprovem.
7. Cuidado com os puristas. Para cada tipo diferente de
abordagem de avaliação de empresas, há puristas que exigem o uso imutável de
seus métodos preferidos. Porém, a avaliação não se beneficia de regras
absolutas e nem se presta a elas. O ideal, então, é unir bom senso, pragmatismo
e flexibilidade para adaptar as regras de acordo com as demandas da análise,
sem alterá-las, mas buscando encontrar o melhor e mais claro resultado.
Disponível em
http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/como-avaliar-uma-empresa/90628/.
Acesso em 30 nov 2014.