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domingo, 4 de maio de 2014

A lógica do empreendedorismo

Jerônimo Mendes
26 de agosto de 2013
 
Peter Drucker costumava dizer que empreender não é ciência nem arte, apenas uma prática. De fato, ao ler a história de empreendedores de sucesso, descobre-se que uma boa parte deles não tinha a menor ideia de onde queriam chegar. Sua única certeza era o fato de que queriam empreender de qualquer forma.

Se você leu o clássico Feitas para Durar, de James Collins e Jerry Porras, vai lembrar que das 100 empresas pesquisadas no livro, somente três iniciaram com uma ideia grandiosa: Ford, General Electric (GE) e Johnson & Johnson.

As demais empresas, portanto, 97% delas, segundo os autores, foram iniciadas por muitos empreendedores rotulados como péssimos líderes e desprovidos de qualquer senso de planejamento e gestão. Alguns eram “fora da casinha”.

Era o caso de Soichiro Honda, por exemplo, um obstinado, porém um líder de difícil relacionamento, e de Bill Hewlett e Dave Packard, fundadores da HP que iniciaram a empresa sem saber o que ela faria.

A despeito de todas as dificuldades existentes ao longo do caminho, a maioria prosperou, diferente de muitos outros que iniciaram com uma boa ideia, de maneira planejada e os quais, num primeiro momento, sabiam onde queriam chegar.

Era o caso da Texas Instruments, cujas raízes eram fundamentadas num conceito muito bem-sucedido, formada para explorar uma oportunidade tecnológica e mercadológica específica na época, portanto, uma excelente ideia na época.

Com exceção das três primeiras empresas citadas, as demais empresas foram construídas por empreendedores com uma característica imprescindível para quem deseja prosperar no mundo dos negócios: disciplina.

Por experiência, posso afirmar que a maioria dos empreendedores, salvo casos raros como Steve Jobs (Apple) ou Dean Kamen (Segway), não nascem com nada especial ou diferente das demais pessoas. O fato é que, além da disciplina, a maioria deles é dotada de uma capacidade inquestionável de pensar em produtos e serviços que mudam a vida das pessoas ao redor do mundo.

Quantos empreendedores bem-sucedidos você conhece? Selecione e tente avaliar a sua trajetória de sucesso. A maioria começou sem capital, sem projeto, sem produto ou serviço bem definido, a ponto de a gente se perguntar: como é esse cara conseguiu chegar aonde chegou?

Por tudo isso, não há como discordar de Peter Drucker. Tem muito a ver com disciplina, força de vontade e persistência.  O empreendedorismo não segue as regras tradicionais de ensino. Tem a ver com a prática.

A lógica de empreender é que não há lógica a ser seguida. A lógica fica por conta do “se”, ou seja, se você planejar, se você persistir, se você estudar, se você tiver foco, se você tiver sorte e assim por diante. Como diria Jeffrey Timmons, estudioso do assunto, o segredo é que não há segredos.

Dessa forma, o empreendedorismo deve ser visto e pensado como uma disciplina. Pode até ser ensinado nas escolas, mas nunca será bem-sucedido se não houver aprendizado de fato, por meio de erros e acertos, escolhas e consequências. Nesse caso, não existe garantia de sucesso.

Nesse sentido, o conselho de Raúl Candeloro foi uma benção para mim: “pare de falar de empreendedorismo e comece a praticar o que você diz nas aulas, nos artigos e também nas palestras”.

Aos 50 anos de idade, estou fazendo o que já deveria ter feito há quase dez anos, ao ser demitido de uma grande empresa. De certa forma, estou empurrando a minha vaquinha morro abaixo para enfrentar um novo desafio, sem a menor certeza de que vai dar certo e com a enorme esperança de que vai dar certo.


Disponível em http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-logica-do-empreendedorismo/72553/. Acesso em 02 mai 2014.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Planejamento e reserva financeira contribuem para sucesso de empresa

Maria Aparecida Silva
Apaixonada por cosméticos e nascida na cidade mineira de Três Pontas, a empresária Vanessa Vilela, 33, decidiu criar uma empresa de cosméticos feitos exclusivamente à base de café. Planejou por quatro anos desenvolvimento do projeto, análise do mercado e condições financeiras.


Em 2007, Vilela lançou a Kapeh Cosméticos, que já ganhou prêmio de inovação, tem pontos de revenda em diversos Estados e inaugurou a primeira loja física em novembro deste ano.


Para a empresária, que faz parte de um número crescente de brasileiros que querem abrir um negócio, a base de sustentação de uma nova empresa no mercado "é a escolha de um nicho inovador e o planejamento de cada etapa do projeto".


Segundo Ana Lúcia Fontes, diretora da plataforma de serviços Rede Mulher Empreendedora, o mapeamento de mercado é fundamental. "É importante definir a ideia, o mercado que pretende atingir e o consumidor e pesquisar na internet se já existe iniciativa parecida e possíveis concorrentes."


Ela também recomenda persistência, para não desanimar nas primeiras barreiras, e contatar pessoas que tenham acumulado experiência na área.


Colocar todas as informações no papel, em um plano de negócio, é essencial para o desenvolvimento do projeto, afirmam consultores.


"É preciso reservar dinheiro que garanta a sobrevivência pessoal e profissional durante esse período", afirma Julio Duarte, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas). O prazo médio de retorno do investimento é de dois anos, justifica ele.


O empreendedor, completa Duarte, deve investir em algo que realmente goste e tenha algum conhecimento.


Leia, a seguir, os principais erros na abertura de um negócio, segundo especialistas

  • Fazer sociedade por amizade e não por competência
  • Misturar finanças da empresa com pessoais
  • Abdicar de capacitação
  • Abrir o negócio pensando no lucro sem gostar do assunto
  • Contratar parentes para ajudar sem verificar sem o perfil para a função