Leandro Vieira
4 de fevereiro de 2013
Na pressa de evoluirmos profissionalmente, estamos sempre em
busca de experiências objetivas e específicas que nos ajudem a adquirir
determinado conhecimento ou desenvolver certas competências e habilidades. As
recomendações são sempre na mesma linha: faça um curso, leia um livro, assista
a uma palestra. Pouca gente pratica uma das atividades mais enriquecedoras,
prazerosas e - o melhor - com custo zero: escrever artigos.
A melhor forma de começar a escrever é simplesmente
começando. Não importa o local, a hora do dia, se você vai escrever no
computador, em uma máquina de escrever ou em um caderno: o importante é dar o
primeiro passo. Existe algo de mágico na primeira frase, que parece desencadear
todo o resto do processo. Não espere a inspiração chegar para poder começar.
Como diria Picasso, “a inspiração existe, mas ela deve encontrá-lo
trabalhando”.
É fundamental, também, incorporar o hábito de escrever aos
seus afazeres. Você deve estabelecer um dia e um horário em que essa atividade
será sagrada. Quando adotamos uma rotina para escrever, acabamos adotando outra
rotina para ler e estudar, pois só escreve bem quem lê bastante e se atualiza.
Os benefícios não param por aí.
Escrever é importante para desenvolver a reflexão e o senso
crítico. Não raro, começamos a escrever um artigo com uma visão e terminamos
com outra totalmente diferente no fim da página. E mais: a prática ajuda a
mente a tornar-se mais fértil e criativa - o que acaba abrindo espaço para o
surgimento de novas ideias e de até mesmo alguma inovação revolucionária. É o
caminho para fora da caixa.
Escrever nos deixa mais inteligentes. Muito mais
inteligentes. Embora seja uma atividade diretamente ligada à inteligência
linguística, escrever também é uma atividade que turbina outras inteligências,
como a intrapessoal (é praticamente um exercício de autoconhecimento), a
interpessoal (nossa capacidade de lidar com os outros), a própria inteligência
lógico-matemática, já que a lógica é fiel companheira de um bom texto e, até
mesmo, a espacial (afinal, escrevendo muitas vezes criamos imagens e espaços
mentais).
Consequentemente, a partir daí você desenvolve a sua
capacidade de argumentação, aumenta o seu poder de persuasão, aprende a contar
histórias, enfim, amplia drasticamente suas habilidades de se comunicar, o que
é essencial na hora de negociar, liderar, falar em público... coisas
corriqueiras na vida de um administrador.
Tem outro ponto que pode até parecer um tanto quanto
“esotérico”, mas eu passo muito por isso e com certeza você já deve ter passado
também, seja escrevendo, praticando outro tipo de arte ou algum esporte. Algo
zen acontece quando você escreve. A sensação é de que tudo ao seu redor entra
em silêncio e você se conecta com alguma região da mente de onde as palavras
simplesmente surgem. Você mergulha e desaparece nessa atividade, envolvendo-se
totalmente.
Esse tipo de estado mental de concentração e foco total foi
amplamente estudado pelo psicólogo húngaro Mihály Csíkszentmihályi (valendo um
prêmio para quem conseguir pronunciar o nome dele). Csíkszentmihályi denominou
esse estado como “flow” (fluxo), uma das chaves para a felicidade no trabalho e
na vida.
Por fim, quem escreve também aparece. A internet é um grande
palco para você exibir o seu talento. Ao publicar seus artigos em sites especializados,
você se colocará em contato com incontáveis leitores, receberá feedbacks
valiosos sobre o seu trabalho (possibilitando-o evoluir), e também irá ampliar
significativamente a sua rede de contatos. Pronto para dar o primeiro passo?
Disponível em
http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/voce-ja-pensou-em-escrever-artigos/68643/.
Acesso em 22 abr 2014.